A participação do PIB cearense em relação ao nacional – que em 2016 somou R$ 6,26 trilhões – atingiu 2,21% (R$ 138,37 bilhões), com ganho de 0,28% em relação a 2002, ocupando a 11ª posição no País. Na análise do crescimento acumulado, para o período 2002-2016, o Ceará registrou o 16º maior crescimento: 50,62%. O PIB do Ceará em 2016, no entanto, foi menor (em volume) em 4,11% na comparação com o ano imediatamente anterior, quando atingiu R$ 130,63 bilhões. Os dados estão no trabalho produto interno bruto – PIB do Ceará nas óticas da produção e da renda (2016), divulgado pelo Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece), órgão vinculado à Secretaria de Planejamento e Gestão (Seplag) do Governo do Estado.
O resultado do PIB cearense, em 2016, colocou o Ceará em terceiro lugar dentre os nove estados nordestinos, sendo o primeiro ocupado pela Bahia, com R$ 258,64 bilhões, e o segundo por Pernambuco, com R$ 167,29 bilhões. Em 2016, em decorrência da crise macroeconômica, todas as regiões apresentaram quedas no PIB. As maiores quedas foram registradas nas regiões Norte (-4,62%) e Nordeste (-4,57%).
Da mesma forma, praticamente todos os estados apresentaram quedas, com exceção apenas de Roraima (0,18%). As maiores reduções foram verificadas no Amazonas (-6,83%), Piauí (-6,34%), Mato Grosso (-6,29%) e Bahia (-6,23%). Já as menores quedas foram em Santa Catarina (-2,03 por cento); Minas Gerais (-2,02%); Alagoas (-1,37%) e Distrito federal (-0,02%).
Destaques
O trabalho revela muitos outros dados, como, por exemplo, que, no Brasil, a participação da atividade de Serviços – que junto com a indústria e agropecuária compõem o PIB – aumentou de 67,22%, em 2002, para 73,11% em 2016, enquanto as outras atividades apresentaram queda, sendo que a agropecuária passou de 6,42%, em 2002, para 5,66%, em 2016, e a indústria de 26,37% para 21,23%. O Ceará também apresentou um comportamento semelhante ao do Brasil, com um ganho de participação no setor de serviços de 69,82%, em 2002, para 76,10%, em 2016, e quedas de 7,53% para 4,7% na agropecuária, e de 22,65% para 19,1% na indústria, em igual período.
Já o PIB per capita cearense, em 2016, ficou em R$ 15.438,00, representando, aproximadamente, apenas 51% do PIB per capita do Brasil. Em 2016, quando controlado pelo tamanho populacional, o Brasil apresentou um PIB per capita equivalente a R$ 30.411,00. Na análise regional, apesar de ser a quarta região com maior participação do PIB, o Centro-Oeste apresenta o maior PIB per capita do país, com um valor de R$ 40.412,00, seguidos das regiões Sudeste (R$ 38.585,00), Sul (R$ 36.242,00), Norte (R$ 19.043,00) e Nordeste (R$ 15.779,00).
Segmentos
O setor agropecuário cearense apresentou queda pelo segundo ano consecutivo, registrando variação negativa de 6,18% em 2016, comparado ao ano de 2015. O fraco desempenho da agropecuária apresentado nos últimos cinco anos está fortemente relacionado com o pequeno volume de chuvas ocorrido no Estado nesse período, agravando a situação hídrica e com solos cada vez mais secos e pobres de minerais e de matérias orgânicas. Neste contexto, a produtividade das atividades do setor foi negativamente afetada em 2016, prejudicando especialmente as atividades agrícolas, que apresentaram queda de 7,16%, com relação a 2015, e produção florestal, pesca e aquicultura, com variação de -22,82%. A atividade pecuária foi a única que obteve crescimento em 2016, com variação de 2,04%. Considerando a composição do setor agropecuário do Ceará, verificou-se que a atividade Agricultura, apesar das perdas acumuladas, apresentou ganho de participação, registrando participação de 53,69 por cento em 2016.
O valor adicionado bruto (VAB), que mede o valor agregado à economia, do setor industrial cearense alcançou a soma de R$ 23,37 bilhões em 2016 contra R$ 22,42 bilhões em 2015. A elevação é explicada, principalmente, pelo segmento de eletricidade, gás e água, cujo valor adicionado cresceu, em termos absolutos, R$ 1,64 bilhão na passagem de 2015 para 2016. No último ano, o valor adicionado total da economia cearense, incluindo todas as atividades econômicas, foi de R$ 121,76 bilhões, uma expansão absoluta de R$ 7,11 bilhões sobre 2015. A indústria geral respondeu por 13,4 por cento do aumento registrado por toda economia. Em 2016, a participação da indústria na economia cearense foi de 19,2%. O percentual voltou a diminuir após a expansão registrada em 2015 na comparação com 2014. Considerando o início da série, em 2002, a indústria acumula uma perda de 3,5%.
Na atividade de serviços cearense, o valor adicionado o montante de R$ 92,6 bilhões em 2016, após ter registrado decréscimo real de 2,79% na comparação com 2015. A queda real no valor adicionado da atividade no Estado foi superior à registrada pelo País, que também apresentou queda de 2,21%, mas inferior à verificada no Nordeste, de 2,93%. Todos esses movimentos refletem a crise econômica nacional. Entre os anos de 2015 e 2016, o valor adicionado da atividade de serviços cearense ganhou leve participação no país, apenas 0,01%.
Fonte: Jornal O Estado do Ceará em 07.03.19