Agricultura cearense deve crescer 20% e chegar a R$ 3,5 bi em vendas

Agricultura cearense deve crescer 20% e chegar a R$ 3,5 bi em vendas

Resultado de uma boa quadra chuvosa e do aumento da demanda interna e externa, a produção de frutas deve puxar o bom desempenho da agricultura local neste ano. Algodão e hortaliças também são destaque

Menos impactada pela pandemia e beneficiada por uma boa quadra chuvosa, a agricultura cearense deve encerrar o ano com um crescimento da ordem de 20% e chegar a R$ 3,5 bilhões em vendas, segundo estima o secretário executivo do Agronegócio da Secretaria do Desenvolvimento Econômico e Trabalho do Estado (Sedet), Sílvio Carlos Ribeiro.

Ele avalia que esse cenário, aliado a um crescimento das vendas ao mercado interno e externo, contribuirá para esse desempenho, maior que o notado em 2019. Se a projeção se confirmar, a expectativa dele é que o Produto Interno Bruto (PIB) da agricultura do Estado do Ceará suba mais de 6%. A projeção não leva em conta os produtos da pecuária, que, segundo o secretário, ainda estão sendo analisados.

A fruticultura, segundo Sílvio Carlos, é um dos segmentos que mais deve contribuir para o resultado do setor – ele prevê que um avanço também de 20% da produção das frutas neste ano, já que houve uma demanda mais alta tanto do mercado nacional como internacional. O número, porém, é contestado pela Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas (Abrafrutas), que prevê um crescimento um pouco mais modesto, mas também significativo, de 10% frente a 2019.

O secretário executivo do Agronegócio lembra que, durante os meses mais intensos de isolamento social, os exportadores de frutas estavam na dúvida se teriam ou não demanda vinda na Europa, especialmente de melão e melancia, o que os deixou apreensivos. Mas encomendas da Europa acabaram surpreendendo e superando a programação de cultivo.

“Além de mais pedidos, o câmbio ajudou bastante para eles exportarem. Nós temos muitos pedidos de melão e melancia. Até brincamos que faltariam nos supermercados. Com as parcerias firmadas com outros países, isso tende a aumentar”, diz.

Sílvio Carlos destaca que o Estado do Ceará é bem visto no exterior e tem um bom “cartão de visitas” quando se refere a frutas, o que gera interesse em outros países em comprar da região, especialmente as que são das áreas livres de plantação, localizadas em Aracati, Icapuí, Itaiçaba, Quixeré, Limoeiro do Norte e Jaguaruana.

“Estamos empolgados com essa parceria que será firmada com outros países. A gente vê representantes do setor indo atrás de mais áreas livres de plantação. Temos aqui 70 mil hectares irrigados, mas temos capacidade para irrigar 286 mil. Isso só não ocorre porque não temos reservas hídricas satisfatórias e ainda não temos uma infraestrutura adequada. Mas isso vai mudar. Todos estão empolgados com isso (aumento da procura pelas frutas)”, pontua Sílvio Carlos.

O presidente da Associação das Empresas Produtoras Exportadoras de Frutas e Derivados (Abrafrutas), Luiz Roberto Barcelos, endossa que a pandemia não impactou negativamente o setor. Ele avalia que o aumento das vendas do setor se deu porque as pessoas estavam mais preocupadas com uma alimentação mais saudável e demandaram, especialmente, as frutas cítricas e as que precisam ser descascadas, como banana, melão e manga.

O setor tem como expectativa que o Ministério da Agricultura firme mais parcerias para vendas de frutas<MC0>, aponta Barcelos, de forma que os produtores rurais tenham mais oportunidades de vendas. “Há conversas para exportarmos para a outros países, mas nada certo ainda. Nossa função é manter as área livres de pragas, porque ficaremos impedidos de exportar. Esperamos que ocorra até o próximo ano”.

Produção de caju
Outra cultura que deve apresentar um crescimento robusto neste ano é a do caju – o Ceará é líder nacional na exportação de castanha, tendo sido responsável por 81,58% das exportações brasileiras do produto no ano passado. Segundo o presidente da Câmara Setorial do Caju, Rodrigo Diógenes, a previsão é que 2020 tenha uma safra entre 5% e 10% maior que a do ano passado. No entanto, os fortes ventos e precipitações ocorridos entre junho e julho, especialmente no litoral, causaram um aumento na quantidade de doenças do cajueiro, o que está deixando a situação preocupante, com possibilidade de não concretizar esse aumento na safra 2020.

Por outro lado, ele pondera que a cadeia produtiva do setor tem avançado no beneficiamento dos produtos derivados do caju, o que valoriza os produtos comercializados. “O número de fábricas, pequenas fábricas de cajuína e beneficiamento da castanha, está aumentando. Hoje em dia, no Ceará, tudo o que se produz de caju é consumido internamente. Esperamos aumento significativo de produtores e empreendedores que não vendem mais o caju como matéria-prima, mas buscam transformá-lo na sua própria fazenda e já comercializar o produto acabado, agregando valor”, salienta Diógenes.

Ele explica que o setor já esperava uma elevação considerável do consumo de produtos oriundos do caju e da castanha, já que há uma demanda mais forte de consumo por produtos naturais.

“Temos a banana, que se aproveita in natura e em doces, por exemplo. Hoje em dia, com o caju também se faz isso. Existe, atualmente, uma tendência grande de se utilizar a fibra do caju para substituir a fibra animal. Então, apesar dessa preocupação, há uma elevação do aproveitamento integral da produção do caju, equilibrando as contas do produtor”, ressalta.

Algodão
Apesar de o carro-chefe do crescimento da agricultura local ser a fruticultura, Sílvio Carlos acrescenta que o desempenho do setor também será impulsionado pelas culturas de algodão e hortaliças, especialmente as de tomate e pimentão.

O Ceará já foi o segundo maior produtor de algodão do nos anos 70 e hoje está numa animada retomada, principalmente nas regiões do Centro-Sul e Cariri.

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Algodão de Campina Grande (PB), em parceria com a Secretaria do Desenvolvimento Econômico do Ceará (Adece) e as secretarias municipais de Agricultura, implantaram em 2016 o projeto Modernização do cultivo do algodão no Estado do Ceará, voltado para a produção de algodão de sequeiro.

Em 2018, foram cultivados 30 hectares no Cariri. No ano seguinte, a área expandiu para 700 hectares. Em 2020, a expectativa é mais que dobrar o cultivo do ano passado.<CF73>

Safra 2019
De acordo com a Pesquisa Agrícola Municipal de 2019 (PAM), divulgada na última quinta-feira (1) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a safra agrícola do Ceará teve uma elevação de 8,3% no ano passado e ocupa a 5º posição no ranking entre os estados do Nordeste. O valor das principais culturas do Estado alcançou o montante de R$ 2,91 bilhões.

A pesquisa do IBGE também informou que algumas culturas subiram fortemente. É o caso da banana (14,6%); tomate (14%); maracujá (11,2%); milho (10,4%); feijão (9%); castanha de caju (8.8%); e mandioca (6,6%).

Quanto aos municípios, Guaraciaba do Norte foi o que registrou maior valor da produção agrícola no ano passado. O município responde por cerca de 7% do valor total do Estado, com um montante de R$ 205 milhões, um avanço de 41% em relação a 2018.<MC0>

Fonte: Diário do Nordeste em 01.10.2020

Cooperativas apostam em sustentabilidade como diferencial no pós-pandemia

Cooperativas apostam em sustentabilidade como diferencial no pós-pandemia

Agricultores cooperados buscam sair na frente, com iniciativas de valorização do meio-ambiente e produtores

Cooperativas cearenses têm acrescentado ou impulsionado estratégias de sustentabilidade socioeconômica e ambiental para crescerem em meio à crise deixada pela pandemia. A saúde e a relação do homem com a natureza são preocupações ainda mais salientadas este ano.
Ainda que o setor alimentício não tenha sido tão prejudicado pela pandemia, medidas sustentáveis garantem projeção nas vendas. Conforme o Observatório da Indústria, da Federação das Indústrias do Ceará (Fiec), o setor cresceu 7,8% no 1º semestre, no Estado, contra 3,7% no Brasil. Ou seja, no cenário de acirramento, a inovação é oportunidade ao cooperativismo.
Para o presidente do Sindicato das Indústrias da Alimentação e Rações Balanceadas no Estado do Ceará (Sindialimentos), André Siqueira, a reinvenção é indispensável neste momento. “Foi preciso pensar novas alternativas para garantir as vendas. O uso do delivery foi de suma importância para a comercialização de produtos durante o isolamento social”.
Ele defende ainda o uso dos recursos naturais de forma responsável, inclusive como estratégia orçamentária das empresas. “Concretizar essas ideias é possível e viável. Alguns exemplos são a reutilização da água, o uso da casca de ovos ou cascas de frutas para adubo natural, produção enxuta e novas energias”, pontua André.
Associada ao Sindialimentos, a Cooperativa de Agricultores Familiares do Centro-Sul do Ceará (Coopercentro) intensificou processos de qualidade no período. “Nossos produtos passam por análises físico-químicas, para sabermos o que está indo para a mesa do consumidor. Isso foi um diferencial mostrado aos clientes”, frisa Lucivan Vieira, diretor da cooperativa. Ele ressalta ainda a sustentabilidade para geração de renda com respeito aos agricultores e meio-ambiente.

Produção
Centrada no município de Quixelô, distante 337 km de Fortaleza, a Coopercentro tem 24 produtores consorciados. Os principais produtos são laticínios e polpas de frutas, vindas de pomares livres de agrotóxicos. “Geramos nossa própria energia (solar) e reutilizamos a água da indústria, após filtragem, para irrigar o plantio da acerola. Resíduos de fruta são utilizados na alimentação animal”, exemplifica Lucivan. Uma novidade é o processamento de cascas de fruta para farinha, também direcionada à alimentação animal.
Também associada ao Sindialimentos, a Cooperativa Agroecológica da Agricultura Familiar do Caminho de Assis (Cooperfam), de Maranguape (Região Metropolitana de Fortaleza), comercializa polpas de frutas e hortifrutigranjeiro. Airton Kern, presidente da Cooperfam, calcula média de 300 entregas por semana, no início da quarentena. Os 82 agricultores familiares da cooperativa produzem 60 produtos orgânicos no catálogo.

Diversificação
Airton diz que a diversificação da clientela se deu ainda com algumas prefeituras da RMF. “80% do nosso faturamento vem do mercado institucional”. Outras novidades apontadas por ele são as certificações de orgânicos a oito sabores de polpa. Processos produtivos estão sendo revisados para estender as certificações a frutas e hortaliças. “Vamos adotar os critérios exigidos para a rastreabilidade dos produtos e incorporar no marketing as ações dos cooperados para garantir a sustentabilidade da nossa produção e do nosso negócio, não apenas economicamente, mas do ponto de vista humano. Acreditamos que o cooperativismo é a saída, principalmente para a manutenção dos pequenos produtores”, completa.
Visando a atualização tecnológica das empresas, o Sindialimentos realizou webinars de capacitação profissional e cursos na área financeira, logística, recursos humanos, e-commerce, entre outros; mediou processos com o Banco do Nordeste e Enel; e orientou a reabertura de mercado, seguindo os protocolos vigentes.
A “Plataforma de Negócios Cruzados” permite comunicação com o mercado local e externo, com divulgação do portfólio da empresa, networking, ambiente para aprendizado on-line e negociações.

Serviço:
O Sindialimentos disponibiliza gratuitamente para os empreendedores plantas arquitetônicas e memorial descritivo para construção de abatedouros de aves e entrepostos de ovos. O documento contém, detalhadamente, as proporções adequadas de área do terreno, área construída e a capacidade permitida para cada espaço. Interessados em obter o arquivo devem realizar a solicitação através do e-mail: sindialimentos@sfiec.org.br.

Fonte: O Otimista em 17.08.2020

Agronegócio bate recordes e amplia mercado apesar de pandemia de Covid

Agronegócio bate recordes e amplia mercado apesar da pandemia de Covid

A pandemia do novo coronavírus, que tem provocado estragos na economia global, não impediu que o agronegócio brasileiro batesse recordes de exportação e ganhasse mercado neste ano.

Ao contrário, o setor diz que o surgimento da Covid-19 e suas consequências fizeram com que o mundo desse mais valor à alimentação e à produção nacional, cuja renda foi potencializada pelo câmbio favorável. É o que tem ocorrido em setores como os de proteína animal, soja, milho e café, que têm obtido excelentes desempenhos no mercado externo, inclusive batendo recordes.

Apesar de os PIBs dos Estados Unidos, da China e da zona do euro terem sofrido em virtude dos reflexos da pandemia, as exportações brasileiras têm ido bem. A carne de frango, por exemplo, cresceu 1,7% em volume no primeiro semestre, em comparação ao mesmo período de 2019.

Nos EUA, a economia sofreu queda de 9,5% no segundo trimestre, a maior da história, e já tinha caído 4,8% nos primeiros três meses do ano. A China, primeiro foco do coronavírus, teve a maior queda no primeiro trimestre, de 9,8%, mas cresceu 3,2% no seguinte.

A produção brasileira de carne de frango deverá crescer até 4% em 2020, atingindo 13,7 milhões de toneladas, segundo a ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal), enquanto as exportações podem avançar um pouco mais, 5%, alcançando 4,45 milhões de toneladas —quase um terço do total.

No primeiro semestre, a Ásia respondeu por 40,7% dos embarques.

Já a carne suína deve ter alta na produção de até 6,5% em comparação com 2019, com exportações crescendo até 33%. Se a produção se confirmar, atingirá 4,25 milhões de toneladas, alcançando pela primeira vez 1 milhão de toneladas exportadas.

“Talvez a Covid-19 tenha despertado para duas realidades, a importância da família e da comida. São coisas que corriam automaticamente, mas, no momento de dificuldade como agora, reforçaram-se as relações familiares e de amizade e, também, da comida”, afirmou Ricardo Santin,
diretor-executivo da ABPA.

Apesar dos avanços, ele disse que a alta nos preços de insumos e do “custo Covid” impactam o setor, mas não o suficiente para frear o crescimento. “O preço do milho subiu 50%, do farelo de soja 25%, e o custo Covid é muito importante. Significativo, mas não tem importância frente ao resultado que estamos conseguindo. As empresas estão enfrentando como necessidade para chegar ao objetivo e girar. Isso tem sido sucesso.”

Só em junho, as exportações de carne suína chegaram a 96,1 mil toneladas, 50,4% mais que o volume embarcado no mesmo mês em 2019 —63,9 mil toneladas. A receita em junho foi 43,4% superior à de igual período no ano passado e chegou a US$ 198 milhões.

Já no setor de grãos as exportações de soja devem subir 8% neste ano, com 79 milhões de toneladas, ante as 73,44 milhões do ano passado, conforme estimativa da consultoria Datagro.

“Graças a Deus as exportações estão indo bem, a perspectiva agora é de melhora de preço. Apesar de o preço ter subido em reais, em dólares, moeda que baliza a maior parte dos gastos, estamos em patamares de 2014/2015”, afirmou Lucas Beber, diretor-administrativo da Aprosoja (Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso) e produtor rural em Nova Mutum (MT).

A desvalorização do real, afirma ele, é um impulso que o produtor precisava.

Passaram pelo corredor de exportação do Porto de Paranaguá (PR) 13 milhões de toneladas de grãos e farelos de janeiro a julho, 10% a mais que em igual período de 2019. A soja representa mais de 97% do total.

O Deral (Departamento de Economia Rural) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Paraná aponta que 91% da produção de soja do estado já foi vendida.

No total, a colheita foi de cerca de 20,7 milhões de toneladas, 28% a mais do que o produzido no ano passado.

“A maior produção, a preferência dos compradores chineses pela soja brasileira em detrimento à soja americana, e principalmente a relação cambial favorável às exportações, impulsionaram as vendas”, aponta relatório do economista Marcelo Garrido Moreira sobre a comercialização acelerada
em relação à safra anterior.

Para o produtor José Paulo Cairoli, da Reconquista Agropecuária, de Alegrete (RS), a briga entre EUA e China dá ao Brasil a chance de vender ainda mais para o país asiático.

Mesmo que os insumos para a próxima safra custem mais, por causa do dólar, a valorização da soja compensará o investimento, segundo ele. Na última terça (4), o preço da saca chegou a R$ 127 no Porto de Rio Grande, no sul do estado. Acima de R$ 100, mesmo com os custos, a rentabilidade é boa”, diz Cairoli.

Para o segundo semestre, a expectativa de escoamento em Paranaguá gira em torno da demanda externa por milho, apesar de a estiagem no Sul ter comprometido a safra. Só no Paraná, a queda é de 14% em relação à colheita anterior, mas há lavouras com perdas de 40%, segundo a Abramilho (associação de produtores).

Outro produto que tem saltado aos olhos dos chineses é a celulose. Num carregamento que durou três dias na última semana, Paranaguá embarcou 45.758 toneladas do produto, a segunda maior quantidade do item movimentada no complexo, todas com destino ao país asiático.

O café, no ano-safra 2019/20, encerrado em junho, alcançou o segundo recorde histórico de exportações, segundo dados do Cecafé (conselho dos exportadores), com 40 milhões de sacas.
Produtores projetam mais uma safra positiva agora, segundo o pesquisador Renato Garcia Ribeiro, do Cepea, da Esalq/USP.

“Exportar esse patamar numa produção total de 59 milhões de sacas é muito bom. E a safra passada foi teoricamente de bienalidade baixa, ou seja, o reflexo foi bastante positivo”, disse.

Conforme ele, o mercado antecipou muitos contratos nos meses de março, abril e maio, devido à pandemia, e as exportações seguem um ritmo forte.

“O cafeicultor não pode reclamar do volume embarcado. Os preços andaram caindo, mas se recuperaram e foram impulsionados pelo câmbio.”

Fonte: Portos e Navios em 09.08.2020

CPLP assina acordo com OCDE para reforçar cooperação

CPLP assina acordo com OCDE para reforçar cooperação

A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) assinaram esta segunda-feira um memorando de entendimento para o reforço da cooperação em áreas que contribuam para a melhoria da governação.

“A colaboração entre a CPLP e a OCDE vai focar-se num conjunto de áreas incluindo, entre outras, o Governo Digital, a promoção dos Direitos da Mulher, o Emprego Público e Gestão, a inovação e a integridade no Setor Público”, divulgou a comunidade dos países de língua portuguesa, num texto que anuncia a assinatura do acordo.

Mas também nas áreas da “governação para os objetivos de desenvolvimento sustentáveis, as políticas de juventude, as dimensões da educação, ensino superior e ciência e tecnologia, o financiamento ao desenvolvimento, a agenda 2030 para o desenvolvimento sustentável, a cooperação humanitária e a capacitação para a cooperação para o desenvolvimento”, refere a mesma nota.

O memorando foi assinado, em Lisboa, pelo secretário-executivo da CPLP, o embaixador Francisco Ribeiro Telles, e pelo secretário-geral adjunto da OCDE, Jeffrey Schlagenhauf, em nome secretário-geral daquela organização.

Para o diplomata Francisco Ribeiro Telles a assinatura deste memorando de entendimento é “a formalização de uma parceria que vinha sendo estudada conjuntamente como forma de promover o estreitamento da cooperação entre ambas as organizações”.

E “remete-nos para assuntos da maior relevância no âmbito dos processos de desenvolvimento” dos estados-membros da organização como “a melhoria da governação pública, a consolidação das capacidades institucionais e o desenvolvimento social e econômico sustentável”, afirmou nas declarações proferidas na altura da assinatura do memorando e reproduzidas em vídeo no site da CPLP.

“Perspetivamos, assim que, com a assinatura deste memorando, possamos avançar para o desenvolvimento de ações num conjunto de áreas substantivas e altamente pertinentes para os modelos de governação pública à escala global”, concluiu Ribeiro Telles.

Para o secretário-geral adjunto da OCDE, Jeffrey Schlagenhauf, “o potencial de cooperação entre a OCDE e a CPLP é enorme”. E algumas das ações de cooperação já desenvolvidas em alguns dos estados-membros da organização demonstram que esta tem benefícios para os países e para o seu desenvolvimento.

Jeffrey Schlagenhauf considerou que o memorando é um primeiro paço de muito trabalho que as duas organizações têm pela frente.

Fonte: Mundo Lusíada em 02.03.20