Resposta ousada de Bruxelas pode gerar crescimento sustentável, diz a S&P
“Se o plano de recuperação da União Europeia em discussão for ousado isso poderá ajudar as economias da Europa a tornarem-se mais sustentáveis, competitivas e coesas”, divulga o S&P Global Ratings.
Uma resposta ousada da União Europeia (UE) à pandemia de Covid-19 pode ajudar as economias da Europa a tornarem-se mais sustentáveis, competitivas e coesas, afirma Sylvain Broyer, economista-chefe da S&P Global Ratings, num relatório divulgado esta quarta-feira.
No relatório publicado no RatingsDirect, Broyer refere que “a resposta da UE à Covid-19 pode traçar um caminho para o crescimento sustentável”.
“O Covid-19, sem dúvida, deixará a sua marca nas economias dos Estados-membros. Não veremos novamente os níveis de PIB [Produto Interno Bruto] que tínhamos no final de 2019 por pelo menos dois anos”, disse Broyer.
“No entanto, se o plano de recuperação da UE em discussão for ousado, alinhado adequadamente a outras políticas favoráveis ao crescimento, incluindo o Acordo Verde Europeu, e focado no futuro, isso poderá ajudar as economias da Europa a tornarem-se mais sustentáveis, competitivas e coesas”, acrescenta.
No relatório é referido que a resposta política da UE ao Covid-19 foi muito mais rápida e generosa do que na crise financeira global de há uma década, sublinhando que o balanço do Banco Central Europeu (BCE) cresceu 500 biliões de euros – 4% do PIB – após apenas um mês de bloqueios.
Ao nível político, a UE aliviou rapidamente as regras e diretrizes orçamentais sobre ajudas estatais, permitindo que os Estados-membros apoiassem as suas economias e cidadãos.
Além disto, a UE está a pensar usar o Mecanismo Europeu de Estabilidade para financiar gastos nacionais em assistência médica, adianta o relatório.
“A resposta da UE já está muito à frente da sua reação em crises anteriores e, quando os chefes de Estado da UE se encontrarem esta semana, terão a oportunidade de fazer mais ao decidir sobre um fundo de recuperação da UE que possa ajudar a consolidar o futuro dos países europeus”, refere ainda Broyer.
Fonte: Jornal Sapo em 22.04.2020