O combustível do futuro, por Carlos Alberto Nunes
O Ceará é a terra do sol e de muito vento, e por essas condições também está sendo destaque mundial e uma superpotência para a produção do hidrogênio verde (H2V), o combustível do futuro.
A produção no Estado será no Complexo Portuário do Pecém, em um regime diferenciado da Zona de Processamento de Exportação do Ceará (ZPE), viabilizando a transição energética mundial.
A previsão é que entre 2025 e 2026, seja desenvolvida a produção de hidrogênio a partir da eletrólise da água do mar dessalinizada, do reuso de esgoto das cidades do entorno, utilizando a energia eólicas off-shores (em instalações marítimas) em médio e longo prazo, on-shores (em terra firme) e painéis solares que estão em um rápido crescimento e que nos próximos anos, com os inúmeros projetos instalados na região Nordeste atendam a esta demanda.
Essa corrida pelo hidrogênio verde fica mais interessante com a chegada da gigante da siderúrgica ArcelorMittal que anunciou a compra da Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP), e sua adesão e a possibilidade de utilizar o Hidrogénio Verde na transição energética no seu empreendimento dentro do Complexo do Porto do Pecém. No caso, poderia consumir I milhão toneladas de hidrogénio por ano, no lugar do carvão mineral que consome 2,6 mi de toneladas por ano.
Com isto, a CSP produzirá para o mercado nacional e internacional um produto com zero de carbono neste mercado siderúrgico. Além dela, existem outras empresas que podem tomar esta decisão dentro do Complexo do
Pecém e produzirão cimento e fertilizantes com baixo carbono, e por conta da nossa proximidade geográfica com os principais mercados consumidores do mundo, nos credencia como um potencial exportador de hidrogênio verde para Europa, através do Porto de Rotterdam que está construindo uma estrutura adequada de recebimento para distribuição para diversos países europeus.
Ressalto que o hidrogênio verde, além de se configurar como uma resposta às emissões do dióxido de carbono (C02), por encaixar no tema da descarbonização contra mudanças climáticas e por mudar os hábitos industriais ele terá a capacidade de gerar empregos, inovação, capacitação profissional, vai ajudar a resolver a questão da pobreza e contribuir com o desenvolvimento social em toda a região nordeste.