Assembleia Geral da UCCLA em Fortaleza promove estreitamento das relações entre países lusófonos
O prefeito de Fortaleza, José Sarto, realizou nesta segunda-feira (20/11) a abertura da 39ª Assembleia Geral da União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa (UCCLA), no Paço Municipal. O evento ocorreu ao longo de todo o dia e conta com integrantes de 30 cidades de nove países. Além do Brasil, participaram representantes de Portugal, Angola, Moçambique, China, Cabo Verde, Timor Leste, Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe.
A pauta do encontro foi composta pela aprovação da ata da XXXVIII Assembleia Geral, votação do relatório e contas e programa de atividades de 2023, aprovação de pedidos de adesão e de exoneração de cidades a Assembleia, alteração dos estatutos e deliberação sobre a data e local da próxima Assembleia Geral.
A Assembleia é uma oportunidade para os representantes das cidades fazerem acordos bilaterais e trocarem experiências sobre turismo, educação, mobilidade urbana, inovação, manejo de resíduos sólidos e meio ambiente, por exemplo.
“Estamos buscando consolidar a imagem internacional da nossa cidade. Fortaleza é a cidade geopoliticamente melhor referenciada no Brasil para a Europa e África, então para nós é um prazer receber esses representantes. Esperamos trocar experiências em diversas áreas. Mesmo com a semelhança da língua, temos várias diferenças e esperamos aprender com elas. Mostrar nossas políticas públicas e ver o que estamos fazendo certo ou que podemos fazer diferente porque está dando certo em outra cidade de língua portuguesa”, destacou Sarto durante a abertura do evento.
“O fato desta assembleia ser sediada no Brasil é um ato simbólico e mostra a aproximação das cidades através da UCCLA e o exercício da diplomacia. A maior parte da população brasileira vive em cidades e isso tem tudo a ver com o futuro, que é o que debatemos. Tenho certeza de que daqui sairão medidas que irão aproximar ainda mais as cidades e com os olhos no futuro, tratando sobre questões climáticas, juventude e planejamento urbano”, explicou Victor Ramalho, secretário-geral da UCCLA.
Além da assembleia, o evento contou com encontros bilaterais para aprofundamento das relações econômicas e culturais entre os representantes das cidades presentes, no primeiro Encontro de Gestores Lusófonos, liderado pelo Instituto de Planejamento de Fortaleza (Iplanfor). É o que explica Élcio Batista, vice-prefeito e presidente do instituto.
“A melhor forma da gente se desenvolver é cooperando em todos os níveis. A cooperação internacional pode acelerar o desenvolvimento, pela troca de boas práticas e pelos processos de inovação que podem ser criados a partir dessa troca. Fortaleza quer se posicionar, até 2040, como uma cidade global. A união das capitais lusófonas é mais um passo nesse processo”, detalhou.
A UCCLA é uma associação internacional fundada em 1985 que tem por objetivo promover o intercâmbio e a cooperação entre as cidades, contribuindo para o desenvolvimento e o bem-estar das suas populações em diversos âmbitos.
A decisão de Fortaleza sediar o evento foi determinada na última assembleia, realizada em outubro do ano passado, em Lisboa (Portugal), ano no qual a cidade também foi inserida na instituição. Antes, apenas três capitais brasileiras faziam parte da UCCLA: Rio de Janeiro, Salvador e Belém.
Intercâmbio – Ontem, terça-feira, dia 21, os visitantes conheceram o Parque Rachel de Queiroz, o Cuca Pici, o Centro de Controle da Autarquia Municipal de Trânsito e Cidadania (AMC), além de microparques e escolas areninhas de Fortaleza.
25 de Abril
A UCCLA vai organizar em Lisboa uma exposição com vários artistas lusófonos para assinalar os 50 anos do 25 de Abril, disse à Lusa o secretário-geral da organização.
A mostra vai reunir obras de artistas plásticos de todos os países de língua portuguesa, “referenciando naturalmente a liberdade”, explicou Vítor Ramalho, à margem da Assembleia Geral da UCCLA.
A exposição terá início dia 16 de janeiro na sede da UCCLA, em Lisboa.
Vítor Ramalho disse ainda que a Assembleia Geral tem como objetivo a aprovação do relatório de contas, mas também a apresentação do plano de atividades para o futuro, como a exposição que “coincide com os 50 anos do 25 de abril”.
Outro dos temas foi a apresentação da 9.ª edição do prêmio UCCLA-Câmara Municipal de Lisboa, “que valoriza e premia escritores que nunca tenham visto uma obra literária publicada”, explicou Ramalho.
Para além disso, foram apresentados aos membros da UCCLA vários projetos em andamento nas cidades lusófonas, como as candidaturas em execução em Díli, que abrange uma zona de cerca de 20 mil metros quadrados na frente marítima da capital de Timor-Leste, num projeto financiado pela União Europeia (UE) e executado pela UCCLA e pala Câmara Municipal de Lisboa.
Com execução prevista até ao final de 2024, e no âmbito de uma parceria com a Autoridade Municipal de Díli, o projeto prevê a instalação de equipamentos, espaços verdes, pedonais e de lazer que pretendem valorizar o local e a área envolvente, avançou a Lusa.
Fonte: Mundo Lusíada