A logística na crise ambiental, por Carlos Maia
O Brasil nunca enfrentou crises ambientais severas ou desastres naturais como furacões, tornados e terremotos, fenômenos comuns em outros países fora da América Latina. No entanto, nosso país tem lidado com problemas graves alarmados pelas mudanças climáticas, como a seca na região amazônica e as enchentes no Rio Grande do Sul, que prejudicaram as operações de portos e aeroportos. Essas atividades são fundamentais para a logística de cargas, insumos e outros materiais necessários em nosso dia a dia.
A Bacia do Rio Amazonas, por exemplo, enfrenta nos últimos meses uma grande seca. O Rio Solimões, segundo dados do Serviço Geológico do Brasil (SBG) corre o risco de atingir a menor cota já registrada no município de Tabatinga. Esse cenário também é presente em Manaus, no Rio Negro. Nesse contexto, precisamos nos preparar para novas estiagens. Outro fator de preocupação é o assoreamento após as enchentes, o que afetou os portos do Rio Grande do Sul, resultando, em impactos financeiros negativos.
Devemos estar atentos às mudanças climáticas e começar a nos preparar para uma realidade que se aproxima. A tendência é que a situação se agrave a cada ano, portanto, destaco, especialmente para os profissionais do setor logístico, a importância de uma preparação que considere os riscos iminentes.
Se faz necessário que a governança corporativa nas empresas de logística seja o alicerce para a construção de um futuro mais sustentável. Através de gestões transparentes e responsáveis, precisamos garantir que nossos compromissos com a sustentabilidade sejam cumpridos. A equidade nas relações com todos os nossos stakeholders e a busca constante por soluções inovadoras impulsionam nossa jornada. Ao liderar essa transformação e unir forças com outros atores da cadeia logística, podemos construir um futuro mais resiliente para as próximas gerações. Para tanto, incentivamos todos a buscarem a certificação ESG, onde a sustentabilidade ambiental é uma das requeridas.
É importante ressaltar que, embora não possamos atribuir todos os problemas às mudanças climáticas, os eventos extraordinários que estamos enfrentando não foram observados nas últimas décadas com tanta intensidade. Por isso, especialmente na logística, precisamos de uma agenda que nos guie nesse período. Nosso planeta precisa disso e nos conclama a agir.
Carlos Maia é vice-presidente do Grupo Termaco
Vice-Presidente de Indústria e Comércio da CBPCE.