Portal do governo disponibiliza solicitações de importação e exportação de produtos controlados

Portal do governo disponibiliza solicitações de importação e exportação de produtos controlados

A partir de agora, demandas como solicitar, alterar ou cancelar autorização sobre importação e exportação de produtos controlados – consideradas prioritárias no enfrentamento à pandemia de coronavírus (Covid-19) – podem ser realizados no Portal do governo federal, o Gov.br.

A digitalização de nove serviços relacionados a produtos controlados integra o Plano Digital da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que começou a ser implementado no ano passado. Desde então, 99 serviços da Anvisa foram transformados em digitais.

Ainda na última semana, outros sete tipos de solicitações relacionadas a saneantes e uma a agrotóxicos também passaram a ter acesso on-line. Com o Plano Digital e a consequente aceleração da digitalização de seus serviços públicos, a expectativa, conforme a Anvisa, é melhorar o acesso dos usuários e otimizar ainda mais o trabalho de servidores e os recursos disponíveis.

“O plano possui uma visão estratégica, alto engajamento com relação às entregas e alinhamento com os padrões e ferramentas utilizados pelo governo federal para melhorar a vida da sociedade”, afirma o secretário de Governo Digital do Ministério da Economia, Luis Felipe Monteiro.

A Secretaria de Governo Digital é o órgão central da transformação digital do governo federal e apoia os demais nas ações nessa área. São 700 serviços do governo federal já digitalizados desde janeiro do ano passado, o que gera economia de R$ 2,2 bilhões anuais. Quem mais poupa é o cidadão – R$ 1,5 bilhão por ano – ao deixar de se deslocar para os órgãos públicos e gastar com despachantes para agilizar a solução de suas demandas.

A Estratégia de Governo Digital recém publicada estabelece a meta de 100% de digitalização nos mais de 3,3 mil serviços do governo federal até o final de 2022.

Serviços recém-digitalizados pela Anvisa

Os nove procedimentos relacionados a produtos controlados agora disponíveis no Gov.br são:

> Autorização de Importação de substância, planta ou medicamento controlado;
> Autorização de Exportação de substância, planta ou medicamento controlado;
> Autorização de Fabricação para Fim Exclusivo de Exportação;
> Autorização para Fim de Desembaraço Aduaneiro;
> Autorização Especial Simplificada para Estabelecimento de Ensino e Pesquisa;
> Certificado de Não Objeção para Importação;
> Certificado de Não Objeção para Exportação;
> Cota de Importação Inicial;
> Renovação de cota de importação.

Os novos sete serviços digitais relacionados a saneantes e um a agrotóxicos:

> Alteração de registro de saneantes;
> Renovação de registro de saneantes;
> Cancelamento de registro de saneantes;
> Registro de saneantes de risco 2;
> Autorização de ativo novo para uso domissanitário;
> Emissão de certificado de registro de saneante;
> Comunicação da fabricação de saneante exclusivo para exportação;
>Solicitação de alteração de monografia do ingrediente ativo – uso domissanitário (agrotóxicos).

(*) Com informações da Ascom/Anvisa

Fonte: Comex do Brasil em 25/05/20

Porto de Fortaleza projeta expansão em 2020, sem competir com Pecém

Porto de Fortaleza projeta expansão em 2020, sem competir com Pecém

Para a diretora-presidente da Companhia Docas do Ceará, Porto de Fortaleza deve focar mais em granéis sólidos

A crise causada pelo novo coronavírus vem afetando a economia como um todo no País e no Estado, mas alguns setores vêm registrando impactos diferentes. Sem mencionar percentuais, a diretora-presidente da Companhia Docas do Ceará (CDC), Mayhara Chaves, diz que a expectativa para 2020 ainda é de crescimento no Porto do Mucuripe apesar da retração da atividade econômica. A perspectiva foi apresentada durante transmissão ao vivo organizada pelo Brasil Export – Forum Nacional de Logística e Infraestrutura Portuária na última sexta-feira (15).

De acordo com a representante da Companhia Docas, o Porto de Fortaleza foi, sim, afetado pela crise do coronavírus, registrando uma queda na movimentação de algumas cargas, como os combustíveis, que apresentaram redução na demanda em todo o mundo. Contudo, para outros tipos, o fluxo de mercadorias no terminal apresentou um crescimento exponencial, o que fez com que a administração da empresa revisse a previsão para ano, mas mantivesse uma projeção positiva. Entre as cargas que tiveram alta, segundo Mayhara, está o trigo, que é uma das principais mercadorias desembarcadas no Porto do Mucuripe. A executiva, no entanto, não deu mais dados sobre a perspectiva otimista.

“A movimentação de trigo foi bem maior. A de granel sólido também vem se sustentando, e crescemos 14% mesmo tendo queda na movimentação de combustível. Fizemos um levantamento com os nossos clientes e a expectativa era de que nos mantivéssemos no mesmo patamar do ano passado, mas o cenário agora é outro e esperamos um crescimento em 2020”, disse.

A diretora-presidente ainda comentou que a Docas está considerando elaborar um planejamento para focar em tipos específicos de cargas para impulsionar ainda mais a evolução de movimentação.

Características

Mayhara explicou que a competição entre dois terminais no Ceará (Porto do Pecém e Porto do Mucuripe) não seria um problema, já que há a constatação de perfis diferentes. Ela destacou que o Porto de Fortaleza possuiu um potencial grande para movimentar granéis sólidos, enquanto que o Pecém teria dificuldades logísticas neste ramo de atuação.

A principal característica seria a estrutura de ponte do Pecém contra a estrutura continental construída no Mucuripe. Ela afirmou que competir com o Pecém na movimentação de contêineres poderia ser complicado, considerando a maior estrutura física do porto offshore.

“A companhia docas vem muito focada em contêiner, mas a gente precisa começar a focar mais na movimentação de granéis sólidos. O Porto do Pecém é muito eficaz na movimentação de contêineres, mas temos que focar nas cargas que movimentamos bem e que são importantes, como trigo e combustível”, disse.

Ela reforçou que a existência de dois portos no Estado não seria um problema, contanto que os terminais tivessem perfis específicos. “A gente pode se especializar como porto butique, movimentando cargas específicas, como o manganês, e outros tipos, pois têm sustentado o nosso crescimento a cada ano”.

Fonte: Diário do Nordeste em 18.05.20

Câmara de Comércio Exterior zera imposto de importação de 118 produtos contra coronavírus

Câmara de Comércio Exterior zera imposto de importação de 118 produtos contra coronavírus

Um total de 118 produtos usados no combate ao novo coronavírus teve o Imposto de Importação zerado. Desse total, cerca de 80 correspondem a medicamentos usados no tratamento de pacientes hospitalizados.

A decisão da Câmara de Comércio Exterior (Camex) foi publicada no último dia 18 no Diário Oficial da União.

Com a medida, sobe para 509 o número de produtos que tiveram a tarifa de importação zerada desde o início da pandemia de covid-19. Em nota, o Ministério da Economia informou que a ampliação da lista de itens importados atende à demanda do Conselho Nacional das Secretarias Municipais de Saúde e a parâmetros da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Um dos itens com imposto reduzido a zero é a prednisona, indicada para o tratamento de doenças endócrinas, osteomusculares, alérgicas e oftálmicas. Medicamentos antivirais e antirretrovirais também estão na lista.

A redução do Imposto de Importação soma-se a uma série de medidas do Ministério da Economia para facilitar a compra de produtos usados no enfrentamento da pandemia.

Além de diminuir o Imposto de Importação, o governo reduziu a zero o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) de centenas de produtos essenciais no combate à doença.

Para evitar gargalos nos portos e aeroportos e acelerar a entrega das cargas, a Receita Federal simplificou o despacho aduaneiro de importação.

O governo também suspendeu tarifas antidumping (aplicadas quando há concorrência desleal de itens importados) sobre tubos de coleta de sangue e seringas descartáveis e eliminou licenciamento de importação de mercadorias essenciais no combate à doença.

Outra medida tomada nos últimos meses foi a autorização temporária para a importação de equipamentos de unidades de terapia intensiva usados. Desde que sejam indispensáveis ao tratamento, os equipamentos podem entrar no país sem exigências como a comprovação de inexistência de produtos nacionais semelhantes.

Mais cedo, o presidente Jair Bolsonaro comentou a medida no Twitter. “O Governo Federal zera impostos sobre medicamentos em teste para Covid-19. A isenção da alíquota do Imposto de Importação versa sobre mais de 100 medicamentos, como antirretrovirais e antivirais, afim de facilitar leques de estudos no combate ao vírus”, postou.

Fonte: Money Times em 18.05.20

Com nova estratégia comercial, M.Dias volta a devorar mercado em que é líder no Brasil

Com nova estratégia comercial, M.Dias volta a devorar mercado em que é líder no Brasil

Empresa vinha patinando no desempenho. Sob o comando de Ivens Jr, deu mais liberdade aos novos executivos e o resultado chegou a galope: “a ação subiu 2,3% num dia em que o Ibovespa caiu 1,5%”.

Há dois dias, Focus já havia mostrado que o lucro da cearense M.Dias Branco no primeiro trimestre de 2020 cresceu 140,8% – de R$ 56 milhões para R$ 137 milhões (Veja aqui). “Informações ao mercado divulgadas pela Companhia, mostrou que a receita líquida cresceu 24,3%, totalizando R$ 1,6 bilhão. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos e depreciação e amortização), bateu R$ 228,5 milhões, ante os R$ 112,1 milhões do 1º tri de 2019. A alta foi de 103,8%”. A liderança das mudanças se deu sob a égide do presidente da companhia, Ivens Jr.

Agora, baseado nos números, uma reportagem do Brazil Jornal, assinada pelos jornalistas Geraldo Samor e Pedro Arbex, mostra como a empresa “virou o jogo após patinar dois anos em seu desempenho”.

Para o Brazil Journal, o desempenho da companhia no primeiro trimestre de 2020 “foi um divisor de águas”. “A dona das marcas Adria, Piraquê e Vitarella cresceu volume dando menos descontos e aumentou suas vendas em todos os canais e todas regiões do País”.

Segundo a reportagem, “por trás dos resultados: um novo modelo de precificação desenvolvido ao longo de seis meses com a ajuda de uma consultoria externa e que dá à companhia uma visão granular do mercado: o menor e o maior preço que ela pode praticar, canal por canal, região por região, para cada um de seus mais de mil SKUs.

O novo painel de controle permite monitorar o estoque nos clientes, a relação entre o sell-in e o sell-out, bem como conceder descontos de forma mais inteligente e cirúrgica, relata. “Como parte da nova estratégia, a companhia dividiu seu esforço comercial em duas grandes áreas: a ‘defesa’ são as regiões Norte e Nordeste, onde a companhia tem 60% de market share. O ‘ataque’ é o resto do Brasil, onde a M Dias Branco tem apenas 25% do mercado e aumentou suas ambições depois da compra da Piraquê”.

O Brazil Journal ainda que para ampliar sua presença no Sul e Sudeste, a M.Dias Branco está explorando um novo canal — distribuidores — antes usados apenas na venda de farinha de trigo. “A companhia começou a trabalhar com 50 distribuidores, uma estratégia mais rápida e eficiente do que tentar criar uma força de vendas própria. A ação subiu 2,3% num dia em que o Ibovespa caiu 1,5%”.

Para a M Dias Branco, este provável ‘turning point’ vem três anos e meio depois da morte de seu fundador, Francisco Ivens de Sá Dias Branco, que transformou a padaria de seu pai numa companhia de R$ 11 bilhões em valor de mercado. “O seu Ivens tinha o talento e fazia as coisas na intuição; os filhos estão adotando tecnologia de gestão,” diz um gestor que acompanha a empresa. Nos últimos anos, a companhia contratou e deu mais liberdade a executivos de mercado.

O resultado de hoje vem sobre uma base de comparação deprimida. Em 2019, a M Dias Branco teve a pior margem e o pior EBITDA da sua história recente, enfrentando problemas no atacarejo e acumulação de estoques no cliente final. Seu valor de mercado hoje é igual ao que era na morte de seu fundador.

Como parte do reboot comercial, a companhia também afiou sua estratégia de marcas, definindo qual delas funciona melhor em cada canal e região. “A Piraquê é a nossa marca nacional: ela tem um preço médio alto, forte no Rio de Janeiro e com potencial de volume em todo o País,” o diretor de relações com investidores, Fabio Cefaly, disse ao Brazil Journal.

Com suas outras quatro grandes marcas — Fortaleza, Vitarella, Adria, e Isabela — além de um arsenal de marcas de combate, a M Dias Branco cobre 90% das possibilidades de preço de massas e biscoito. “Se o consumidor faz tradedown ou tradeup, nós conseguimos atingi-lo,” disse Cefaly.

Apesar do novo momentum, a M Dias Branco continua à mercê de nosso inimigo comum: a desvalorização cambial, que comprime as margens quando a empresa não consegue repassar o aumento de custo. Entre o final de 2019 e começo de 2020 a companhia conseguiu fazer compras boas na Argentina, em termos de quantidade, qualidade e preço, o que reduziu seu preço médio significativamente em relação ao mercado spot.

A companhia trabalha com quatro meses de estoque de trigo, um insumo comprado em dólar, “mas uma hora o câmbio chega,” disse Cefaly.

Fonte: Focus em 11.05.20

Ceará exportou R$ 434 milhões em calçados nos primeiros quatro meses do ano

Ceará exportou R$ 434 milhões em calçados nos primeiros quatro meses do ano

A pandemia de COVID-19 derrubou as exportações de calçados no Ceará em 20,5% no quadrimestre (janeiro a abril). As informações são da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados).

O Estado enviou 13,46 milhões de pares para o exterior, número inferior aos 16,9 milhões registrados no primeiro quadrimestre de 2019. Ao todo, foram R$ 434 milhões contra R$ 563 milhões em comparação com mesmo período do ano passado, queda de 22,9%.

O Rio Grande do Sul, maior exportador do Brasil, perdeu 17,5% de volume e 24,8% em faturamento no comparativo com o mesmo período do ano passado.

A Abicalçados informa que as perdas ocorreram pelo fato de os maiores compradores internacionais ,(Estados Unidos, Argentina e França) brecaram as importações. “Entre janeiro e abril, os norte-americanos importaram 3,1 milhões de pares por R$ 298 milhões, quedas de 35,4% em volume e de 26,7% em faturamento na relação com o mesmo período do ano passado”, destaca a entidade.

Fonte: Focus em 13.05.20

Habilitação de embarcações para exportação de pescado à União Europeia pode ser feita on-line

A habilitação de embarcações pesqueiras para fornecimento de matéria-prima para o processamento industrial de produtos da pesca destinados à União Europeia já pode ser feita on-line, por meio do portal Gov.br. A habilitação é feita pela Secretaria de Aquicultura e Pesca do Ministério da Agricultura.

A solicitação pode ser feita por qualquer cidadão, pessoa física ou jurídica, que se enquadre como responsável por embarcação pesqueira ou técnico responsável, de acordo com a IN 57/2019. Após o cumprimento de todas as etapas e, estando em plena conformidade com os requisitos da norma, o solicitante receberá o Certificado Oficial de Conformidade da Embarcação Pesqueira em via digital.

Demais informações relacionadas ao programa de Controle Oficial de Conformidade de critérios higiênico-sanitários em embarcações pesqueiras de produção primária e de congelamento via salmoura atuantes na cadeia produtiva de produtos de pescado destinados à UE, estão disponíveis no site do Ministério da Agricultura.

Segundo a Secretaria de Aquicultura e Pesca, as exportações de pescado e produtos de pescado nacionais à União Europeia continuam suspensas e, para que seja pleiteada a avaliação de reabertura deste mercado, é necessária a devida implementação do programa de Controle. Para tanto, é fundamental a manifestação de empresas, armadores e representantes do setor que tenham interesse em exportar para a União Europeia, solicitando a habilitação de embarcações pesqueiras conforme os requisitos da IN nº 57/2019.

Fonte: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento em 27.04.2020

Exportações cearenses aumentam 52,9% em relação a fevereiro

As exportações cearenses apresentaram um aumento de 52,9% em março quando comparamos com o mês anterior. O valor de US$ 211,7 milhões foi o melhor resultado mensal em 2020. Se comparado com o mês de março de 2019, o valor obteve um crescimento de 28,7%. No que se refere às importações, o resultado do mês de março de 2020 também foi positivo, com um crescimento de mais de 66,4% se comparado com o mês de fevereiro. O valor corresponde ao dobro do resultado do mesmo período do ano anterior. As informações são do estudo Ceará em Comex, elaborado pelo Centro Internacional de Negócios da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC).

O resultado do primeiro trimestre somou US$ 555,5 milhões em exportações no ano de 2020, que corresponde a uma pequena retração de 0,5%, quando comparado com o primeiro trimestre de 2019. As importações no trimestre aumentaram 41,3%, alcançando o valor de US$ 668,9 milhões. Esse crescimento refletiu no aumento negativo da variação do saldo comercial. Em geral, o resultado do primeiro trimestre do comércio exterior cearense foi positivo, considerando as incertezas no cenário econômico mundial em virtude da disseminação do novo coronavírus.

Os países asiáticos foram os primeiros a paralisarem suas atividades econômicas, seguidos da Europa e Estados Unidos, e consequentemente, do Brasil. Na tentativa de diminuir a contaminação pelo vírus, o Governo do Estado do Ceará decretou paralisação das atividades e isolamento social no dia 18 de março de 2020.

O resultado geral das exportações brasileiras foi positivo, considerando principalmente os resultados de estados com menor capacidade exportadora. Para o Ceará, que se mantém em 14º lugar, o trimestre de 2020 correspondeu ao melhor resultado dos últimos três anos em participação nacional, com uma representatividade de 1,12%. Entre os estados do Nordeste, o Ceará permanece como o terceiro principal exportador e obtém 15,4% de representatividade nas exportações da região.

O município de São Gonçalo do Amarante obteve um crescimento de 1,3% das exportações no primeiro trimestre de 2020, totalizando mais de 57% de tudo que é vendido ao exterior pelo Estado do Ceará. O montante de US$ 288 milhões é representado pincipalmente pelo setor siderúrgico.

Caucaia e Sobral apresentaram desempenhos negativos de 8,5% e 18,2%, respectivamente. O destaque positivo ficou para Icapuí que dobrou o valor exportado no trimestre, totalizando US$ 16,5 milhões, alavancado pelo setor de fruticultura, tradicional do município.

Os três setores que mais exportaram no primeiro trimestre de 2020 apresentaram variações negativas quando comparado com o mesmo período do ano anterior. Uma pequena retração de 1,7% nas exportações do setor de “ferro fundido, ferro e aço” demonstra que o setor permanece em equilíbrio, apesar da redução da atividade industrial no mundo, efeito da paralisação de grande parte das atividades econômicas que tem como objetivo conter a disseminação da Covid-19.

Apesar da queda de 10,7% no principal produto siderúrgico exportado pelo Ceará, que corresponde a “outros produtos semimanufaturados de ferro ou aço não ligado, de seção transversal retangular, que contenham, em peso, menos de 0,25 % de carbono”, observa-se um crescimento superior a 845,1% na exportação de “produtos semimanufaturados de ferro ou aço não ligado, que contenham, em peso, 0,25% ou mais de carbono”, produto menos habitual na pauta exportadora cearense.

O setor calçadista sofreu uma retração de 13,5%. Apenas o grupo de produtos de “Outros calçados cobrindo o tornozelo, parte superior de borracha, plástico” decresceu 30,8% se comparado com o mesmo período no ano anterior.

Apesar das dificuldades de produção como consequência da proibição da pulverização aérea de agrotóxicos estabelecida pelo Governo do Estado, o ano de 2020 começou positivo para o setor da fruticultura cearense. As exportações de melões frescos cresceram 143,1%, totalizando US$ 13,9 milhões.

Já as vendas de castanhas de caju permaneceram em equilíbrio somando US$ 27,4 milhões. No total, as exportações do setor ultrapassaram o valor de US$ 46,7 milhões, que corresponde a um crescimento de 21,4% no trimestre. Os Estados Unidos e Holanda foram os principais destinos das frutas cearenses.

O setor “Minérios, escórias e cinzas” cresceu 484% no ano, superando o valor de US$ 11,5 milhões. Ceará iniciou as exportações de manganês no ano passado e tem como principal destino a China.

A cera de carnaúba, tradicional produto exportado pelo estado, sofreu uma retração de 42% e apresentou o pior resultado desde 2010, se analisados os valores exportados no primeiro trimestre dos anos anteriores. Os Estados Unidos e Alemanha permanecem como os principais compradores do produto.

Apesar da retração de 8%, os Estados Unidos permanecem como o principal comprador de produtos cearenses. A participação das suas compras estão em 33% e totalizam US$ 183 milhões.

Destacam-se o crescimento surpreendente de países como o Canadá, Turquia, Bélgica e Polônia. Países que não apresentam tradição nas compras cearenses, aparecem como principais compradores em virtude da demanda por produtos à base de ferro e aço, provenientes da indústria siderúrgica do estado.

O México e Coreia do Sul reduziram suas demandas por produtos siderúrgicos cearenses, levando a uma retração de 53,7% e 31%, respectivamente. A China, primeiro país afetado pelo novo coronavírus, comprou produtos cearenses no montante de US$ 34 milhões, com destaque para produtos de aço, manganês, cera de carnaúba, peixes e crustáceos. As exportações cearenses para a China em 2020 são o melhor resultado da história entre as relações comerciais do estado com o país, quando consideramos o primeiro trimestre dos últimos anos.

As importações brasileiras aumentaram em 4,3% no primeiro trimestre de 2020. O resultado positivo nas importações cearenses apresentam o melhor resultado para um primeiro trimestre em participação nas importações cearenses, cerca de 1,52%.

Analisando os municípios, pela primeira vez desde os resultados do primeiro trimestre de 2014, Fortaleza aparece como o principal município importador do estado. O montante de US$ 234,6 milhões corresponde a 36% das compras do estado no exterior. O crescimento superior a 75,2% se comparado com o mesmo período do ano anterior. Os principais produtos importados foram combustíveis, trigo e óleo de palma.

Grande destaque para o município de Aquiraz que comprou o montante de US$ 76,5 milhões, oito vezes o valor importado no mesmo período do ano passado, que se deu principalmente pela demanda de maquinas e peças da indústria automotiva.

Enquanto isso, os municípios de Maracanaú e Caucaia, onde estão concentradas grandes indústrias, sofreram uma diminuição de 9,2% e 1,4% respectivamente, na compra de produtos e matéria prima do exterior.

O principal produto importado pelo estado nesse primeiro trimestre permanece sendo a hulha betuminosa. O total importado foi de US$ 83,3 milhões, que corresponde a 12,6% de redução se comparado com o mesmo período do ano passado. Outros combustíveis, como óleo diesel e gasolinas (exceto para aviação) seguem com altas de 225% e 284%, respectivamente. No total, a demanda por combustíveis cresceu 85% e alcançou o valor histórico de US$ 256 milhões apenas nos primeiros três meses do ano.

O setor que corresponde a “Reatores nucleares, caldeiras, máquinas, aparelhos e instrumentos mecânicos, e suas partes” alcançou US$ 62,3 milhões em compras, crescendo 205%. Mais da metade desse montante corresponde aos produtos do grupo “Redutores, multiplicadores, caixas de transmissão e variadores de velocidade, incluindo os conversores de torque”. Apenas esse produto cresceu 3740% no início desse ano.

Insumo para a indústria de massas e panificação, os óleos de dendê bruto foram os produtos mais procurados no exterior entre as gorduras e óleos vegetais. O produto é fornecido principalmente pela Colômbia e pela Indonésia. Em compensação, a demanda por cereais obteve uma redução de 7,9% no período.

A procura por produtos químicos orgânicos também sofreu redução no período de 3,6%. Apenas o Glifosato, proveniente especialmente da China e destinado principalmente para a indústria de agrotóxicos, apresentou uma queda superior a 12%.

A demanda do produtos norte-americanos cresceu 124% no primeiro trimestre de 2020, se compararmos com o mesmo período do ano anterior. O país é o principal fornecedor dos combustíveis comprados pelo Ceará. Mais de 38% de tudo o que o Ceará compra no exterior é proveniente dos EUA e atingiu o valor de US$ 236,7 milhões se considerado apenas os três primeiros meses do ano.

A instabilidade provocada pela Covid-19 não comprometeu a relação do Ceará com a China. O estado adquiriu produtos como máquinas e partes para a indústria automotiva, glifosato, painéis e módulos solares e obras de ferro e aço. O montante correspondeu a US$ 138,5 milhões e um crescimento de quase 26% se comparado com o ano passado. O market-share do país corresponde a 20,7% das aquisições cearenses no exterior.

No que se refere a relação do Ceará com países da América do Sul, a Argentina que é principal fornecedor de cereais para o estado, obteve uma redução de 0,9% por produtos no país. Já produtos como a hulha betuminosa e os óleos de palma provenientes da Colômbia contribuíram diretamente para um incremente de 125% na demanda por produtos colombianos.

Grande destaque para as relações do Ceará com a Dinamarca. A compra no montante de US$ 30 milhões apenas nesse ano, promoveu um crescimento superior a 1175%. O principal produto fornecido pelo parceiro corresponde a partes e maquinas que tem como destino a indústria automotiva.

É importante destacar o crescimento de 72% nas operações de importação através do modal aéreo. Em virtude das ações de melhoria e promoção do hub aéreo cearense, essa modalidade poderá ser mais explorada pelas empresas cearenses no futuro.

Clique AQUI para acessar o Ceará em Comex na íntegra.

Fonte: SFIEC em 17.04.2020