Logística é a base de tudo, por Carlos Alberto Nunes, sócio da CBPCE

Logística é a base de tudo, por Carlos Alberto Nunes, sócio da CBPCE

Com a vacina que combate a Covid-19 em voga, os olhos do País e do mundo passam a focar na logística de distribuição das doses. Logística é a base de tudo. Em menos de 24h depois de aprovada no Brasil, a vacina foi distribuída nos estados. No Ceará, os repasses das doses aos municípios foram feitos por aviões, helicópteros e caminhões, em seis rotas aéreas, duas terrestres e marítimas. Analisar a melhor rota, o melhor tipo de transporte, a melhor forma de realizar os carregamentos em cada tipo de transporte e como armazenar a carga são peças fundamentais neste processo. Nada pode passar despercebido. Tudo tem que ser milimetricamente pensado e repensado. Essa é a alma da logística, integrando vários modais.

Todavia, a falta de excelência nos processos para a realização de uma logística ideal interfere toda uma cadeia. Exemplo disso são os atrasos na distribuição das vacinas em alguns estados do Brasil.

Momentos como esse causam angústia e comoção geral. Alguns fatores levam a isso. A falta de tempo para haver uma excelência no planejamento é um deles. Porém, é fundamental que as empresas e os profissionais que atuem na área estejam previamente preparados para agir com seriedade e rapidez com as demandas urgentes.

Operações logísticas acontecem diariamente, sete dias por semana. A todo instante existem operações de processos logísticos. Criar um planejamento eficiente, fazer cotação de preços e prazos de frete, controlar a entrega de produtos e otimizar o tempo são atividades necessárias a todo instante na nossa cidade, no Estado, no País e no mundo. Exemplo disso são as demandas dentro do Complexo do Pecém. A chegada de navios cargueiros trazendo conteúdos de outros países acontece rotineiramente e exige processos, proatividade e organização. A rotina é diária e necessária para atender as necessidades da sociedade.

Carlos Alberto Alves
Gerente comercial da Tecer Terminais Portuários

Exportações de melão pelo Ceará têm melhor resultado desde 2016

Exportações de melão pelo Ceará têm melhor resultado desde 2016

Mesmo com as incertezas no mercado global, e a queda das exportações totais do Estado, setor se beneficiou da alta demanda proveniente da Europa e pela taxa de câmbio favorável aos produtos nacionais

Em um ano marcado por incertezas e baixa previsibilidade quanto à demanda e à oferta globais, as exportações de melão pelo Ceará apresentaram um crescimento de 21,7% em 2020, enquanto as exportações totais do Estado caíram 16,7% em relação ao valor registrado em 2019. O desempenho do setor, o melhor desde 2016, pode ser atribuído à safra, que veio em linha com as expectativas, ao câmbio que favoreceu as exportações brasileiras como um todo e, sobretudo, à forte demanda do mercado europeu.

“Tivemos uma boa produtividade, em torno de 25 toneladas por hectare e houve um forte consumo na Europa. As pessoas ficando em casa acabaram consumindo mais frutas. Além disso, a Espanha (maior produtor de melão do continente) enfrentou problemas para produzir. Então, dentro de todo esse cenário, a gente considera que o resultado foi bem positivo. E a safra ainda vai até fevereiro”, diz Luiz Roberto Barcelos, diretor institucional da Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas) e maior produtor de melão do País.

De janeiro a dezembro de 2020, as exportações cearenses de melão somaram US$ 50,493 milhões, sendo o maior volume registrado em setembro (US$ 11,324 milhões). No ano, os principais mercados compradores do melão cearense foram a Holanda (US$ 21,316 milhões), Reino Unido (US$ 16,342 milhões), Espanha (US$ 6,218 milhões), Emirados Árabes Unidos (US$ 1,236 milhão) e Itália (US$ 1,071 milhão).

Expectativa para 2021
Para 2021, Barcelos diz que ainda é cedo para projetar alguma estimativa para o setor, mas acredita que o resultado seja semelhante ao de 2020. “Ainda há muitas incertezas sobre a evolução da pandemia, sobre a eficácia das vacinas, se haverá novas restrições. Mas tudo leva a crer que será um ano parecido com 2020”, ele diz.

O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Ceará (Faec), Flávio Saboya, destaca que as chuvas de 2020 acabaram contribuindo positivamente para a safra e que a previsão é que neste ano a água não seja um problema para os produtores. “Nos últimos anos tivemos alguns produtores que migraram para o sul do Piauí ou para o Rio Grande do Norte por conta da escassez de água no Ceará. Mas estamos iniciando uma quadra invernosa com boas perspectivas. Então vejo os produtores muito confiantes com as possibilidades deste ano”, contextualiza.

Quanto às águas da transposição do Rio São Francisco, a expectativa é que o setor só seja beneficiado pela medida no próximo ano. Segundo Saboya, essas águas devem abastecer principalmente a região da Chapada do Apodi, contendo a migração de produtores para outros estados.

Gargalo
Apesar do bom resultado de 2020, Barcelos diz que a baixa oferta de linhas marítimas de longo curso ainda representa um gargalo para os exportadores. “Temos dois serviços para a Europa, mas gostaríamos de ter mais. A linha para a China ainda não saiu. Então, isso ainda é um gargalo para nós”, diz. Segundo Mariana Lara, diretora de Marketing e Vendas da Hamburg Süd, a empresa pretende ampliar sua participação no Porto do Pecém. “O setor de frutas foi um mercado que a gente teve uma alta de 15% em 2020 e a perspectiva é de que em 2021 a gente tenha um crescimento de 5%”.

O papel da logística na recuperação da economia mundial

O papel da logística na recuperação da economia mundial

Com os países mais conectados, é possível vislumbrar a recuperação mundial, puxada pelo crescimento econômico entre as nações mais estabilizadas

Os efeitos do distanciamento social causado pela COVID-19, como fronteiras fechadas, proibição de viagens e linhas aéreas suspensas, mudaram completamente o fluxo de mercadorias, pessoas, serviços e informações. Com isso, o contato pessoal foi substituído pelas conexões on-line, aumentando o tráfego internacional de internet, telefonemas e gerou uma explosão no comércio eletrônico, que alcançou R$ 41,92 bilhões de faturamento em agosto/20 no Brasil (Associação Brasileira de Comércio Eletrônico – ABComm).

Dessa forma, a pesquisa Global Connectedness Index 2020 (GCI), da DHL, indica que, apesar de o índice de conectividade do ano passado ter sido menor que em 2019, ele não chega aos níveis preocupantes da crise econômica global de 2008 e 2009. Na verdade, o estudo aponta que os fluxos de comércio e de capital já começaram a se recuperar e que as conexões internacionais se mantiveram ativas durante os meses de recessão. Isso foi indispensável para a manutenção da economia global, uma vez que as redes logísticas integradas auxiliaram no fortalecimento dos níveis de comércio em todo o mundo e protegeram as fontes de sustento dos cidadãos.

Assim, traçando um paralelo entre os tráfegos de pessoas e mercadorias, notamos que, conforme previsto, houve um colapso no turismo internacional, que provavelmente não retornará ao faturamento do nível pré-pandêmico antes de 2023. No entanto, todos os outros tipos de fluxos e transações se mantiveram surpreendentemente ativos: o comércio internacional se recuperou após uma grande queda e continua a ser a espinha dorsal das economias; já os fluxos de informação digital tiveram um rápido crescimento, uma vez que a pandemia levou o trabalho, o entretenimento e a educação para a esfera on-line.

No Brasil, de acordo com dados divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior, o comportamento de consumo digital superou as barreiras transfronteiriças e impactou o lucro entre janeiro e abril de 2020. Neste período, a modalidade somou US$ 123,4 bilhões de faturamento, sendo a variação ano a ano mais expressiva entre as 20 principais economias do mundo (G20). Já o tráfego global de internet chegou a crescer dois dígitos, com pessoas e empresas cada vez mais conectadas digitalmente para manter as operações em funcionamento.

Nesse sentido, os fluxos de capital foram atingidos mais intensamente. No entanto, fortes respostas políticas por parte de governos e bancos centrais ajudaram a estabilizar os mercados. Conforme dados divulgados pelo Ministério da Economia, a balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 3,772 bilhões em novembro de 2020, expansão de 4,7% frente ao alcançado no mesmo mês do ano anterior.

Assim, apesar de ter interferido nos negócios e na ordem social, a pandemia não conseguiu romper as conexões entre os países. Ela, de fato, transformou as relações, pelo menos momentaneamente, e evidenciou os desafios de manter a conectividade global ativa. Contudo, foi possível estabelecer uma rápida adaptação nesse processo, que nos deixou mais fortes e preparados para enfrentar estes e novos desafios.

Ou seja, as cadeias de suprimento e as redes conectadas se tornaram essenciais na manutenção do funcionamento do mundo e na estabilização da globalização, especialmente neste momento de crise que assola o planeta. Além disso, os recentes avanços da produção de vacinas para conter o coronavírus colocaram um holofote na importância sistêmica de uma logística especializada rápida e segura, dependente de uma rede interconectada, que garanta efetivamente a distribuição internacional.

Hoje o Brasil se encontra pouco inserido na conectividade global, ocupando o 60° lugar no ranking feito pela DHL. Porém, olhando apenas para as Américas do Sul, Central e Caribe, apenas o Chile está à frente do Brasil, na posição de número 47, o que indica um avanço nesse processo de transformação. Agora, com os países mais conectados, é possível vislumbrar a recuperação mundial, puxada pelo crescimento econômico entre as nações mais estabilizadas em relação à globalização. Nesse sentido, uma boa cadeia logística é o que nos ajuda a ir mais longe!

Fonte: ABOL

Para especialistas, imprevisibilidade da pandemia deixa lições para o comércio exterior em 2021

Para especialistas, imprevisibilidade da pandemia deixa lições para o comércio exterior em 2021

A pandemia do novo coronavírus (Covid-19) provocou impactos na economia mundial, sobretudo pela imprevisibilidade de uma doença até então desconhecida. Não por outra razão que para o diretor da Solve Shipping Intelligence Specialists, Leandro Barreto, a imprevisibilidade e a volatilidade na demanda foram as duas palavras que melhor resumiram o comércio exterior em 2020. De acordo com ele, uma das principais lições deixadas pela pandemia está no entendimento de que o “efeito manada” no comércio foi ruim, independente dos resultados positivos ou negativos.

Barreto destaca que neste contexto, a pauta de exportação do Brasil se mostrou bastante . Segundo ele, todas as previsões de queda no segundo trimestre de 2020 foram equivocadas. “Ocorreu, mas menor do que a maioria estava esperando”, pontuou. Um dos fatores para o baixo impacto nas exportações está no bom desempenho em commodities, como produtos essenciais e alimentos.

Depois dessa leve queda no primeiro momento, houve uma retomada no terceiro trimestre do ano que, para Barreto, revela a grande volatilidade da demanda mundial. “A pandemia acabou dando um nó na logística em todo o mundo”, diz.

Já as importações brasileiras sofreram um forte impacto. Segundo ele, mais de 28 navios cancelaram viagens, com destaque para a rota da Ásia. No auge da pandemia, essa região vivenciou um lockdown que manteve todo o comércio fechado. Assim, no segundo trimestre do ano na importação o Brasil seguiu a mesma tendência mundial.

A partir do terceiro trimestre houve uma forte recuperação que se refletiu diretamente no custo dos fretes. Ele informou que em junho de 2020 os fretes ficaram abaixo de 300 dólares, subindo para dois mil dólares em setembro e fechando o ano em oito mil dólares.

Outro grande aprendizado deixado por 2020, para Barreto é a necessidade de diversificação de fornecedores e clientes. Ele ressaltou que o Brasil ainda é muito dependente da China em vários produtos. “Aliás, o mundo percebeu que está muito dependente”, frisou.

Para o presidente da Associação do Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, embora os novos acordos comerciais sejam importantes para o país, não surtirá o efeito esperado se o Brasil não abrir sua economia e reduzir o chamado ‘Custo Brasil’. “Não adianta fazer comércio com a Coréia, Indonésia, China ou Estados Unidos. É preciso antes fazer as reformas tributárias e administrativas, além de realizar investimentos em infraestrutura”, afirmou Castro.

Ele acredita que 2021 haverá crescimento na exportação de commodities, mas avalia que o ideal seria o país investir mais na exportação de manufaturados que, segundo ele, representa apenas 25% do comércio exterior atualmente.

A respeito dos efeitos da segunda onda da Covid-19 sobre o comércio exterior brasileiro, Barreto afirmou que ainda não é possível afirmar, porém, alguns navios de exportação já começaram a sair um pouco mais vazios. Porém, por outro lado, nesta época do ano é mais comum que isso aconteça.

Diante desse cenário, Barreto enfatizou também que cada vez mais os fluxos internacionais de cargas vêm se tornando um importante indicador econômico. Desse modo, segundo ele, observando as capacidades dos navios, por exemplo, é possível sentir a temperatura do comércio exterior.

Fonte: ABOL

Agronegócio desponta nas exportações cearenses em 2020

Agronegócio desponta nas exportações cearenses em 2020

O agronegócio é um dos principais setores das exportações cearenses, representando aproximadamente 20% do total comercializado.

Em 2020, frutas, mel de abelhas, hortaliças, flores e camarão obtiveram crescimento significativo nas vendas externas, Enquanto os principais setores das exportações cearenses amargaram saldo negativo em 2020, o agronegócio, que representa aproximadamente 20% do total comercializado pelo Estado no mercado internacional, é o único setor que tem o que comemorar. Frutas (com 12%), mel de abelhas (84,6%), hortaliças (94,5%), flores (19,9%) e camarão (107%) obtiveram crescimento significativo nas vendas externas.

Na contramão, a castanha de caju, principal produto vendido no exterior pelo agronegócio do Ceará, recuou 15,3%. No acumulado do ano passado, o setor exportou cerca de US$ 369,6 milhões, dos US$ 1,4 bilhão contabilizados pelo Estado.

Os número fazem parte do estudo “Exportações do Ceará com Foco no Agronegócio”, elaborado pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Trabalho do Ceará (Sedet), com base em dados do Comex Stat, plataforma do Ministério da Indústria e Comércio Exterior (MDIC), que traz as estatísticas das exportações e importações brasileiras por unidade da federação. Na avaliação de Erildo Pontes, coordenador de Recursos Hídricos para o Agronegócio da Secretaria Executiva do Agronegócio, subordinada à Sedet, a principal explicação para o desempenho positivo do setor na pauta de exportações do Ceará foram as boas precipitações das chuvas em 2020.

Leia a matéria completa no site TRENDSCE

Porto do Pecém apresenta crescimento em embarque de cargas

Porto do Pecém apresenta crescimento em embarque de cargas

Ferro fundido, sal, produtos da indústria de moagem, frutas, minérios, cereais e alumínio lideram as cargas que mais foram embarcadas através do Porto do Pecém em 2020. Ao todo foram embarcadas 5.324.440 toneladas no ano passado, um aumento de 2% nessa movimentação em comparação a 2019 (5.212.141 toneladas).

Somente no último mês do ano passado os embarques totalizaram 535.775 toneladas, resultado 14% superior ao embarcado em dezembro de 2019 (469.290 toneladas). Ao todo, entre embarques e desembarques, foram movimentadas 1.472.355 toneladas em dezembro de 2020.

“Esse aumento pode parecer pouco, mas representa muito diante desse dificílimo 2020. Foi um ano que, desde o início, exigiu muito da equipe, muito de todos nós profissionais do Complexo do Pecém. Nos reinventamos para seguir com todas as nossas operações. E mesmo com a pandemia, não paralisamos nossas atividades um único dia”, enfatiza Danilo Serpa – Presidente do Complexo do Pecém (CIPP S/A).

E foi também a pandemia que afetou diretamente a movimentação acumulada do ano passado. 2020 fechou com o total de 15.930.483 toneladas movimentadas no Terminal Portuário do Pecém, resultado 12% abaixo em relação ao mesmo período de 2019 (18.096.308 toneladas).

“Já no primeiro semestre de 2020 estimávamos uma possível retração. O Pecém é um porto-indústria, somos um complexo industrial e portuário com clientes que sofreram e, de certa forma, ainda sofrem com a pandemia. Alguns fecharam fábricas, suspenderam atividades. Mas é fato que já no fim do ano passado começamos a sentir uma melhora na nossa movimentação”, conclui Danilo.

A navegação de cabotagem (Pecém para outros portos do Brasil) totalizou 9.015.621 toneladas. Nos desembarques os principais produtos movimentados foram minérios (3.090.416 t); cereais (402.270 t); ferro fundido (242.762 t); alumínio e suas obras (95.899 t) etc. Já os embarques de cabotagem ficaram por conta das movimentações de sal (374.487 t); ferro fundido (169.004 t); produtos da indústria de moagem (139.561 t); cereais (98.306 t); alumínio e suas obras (96.160 t); plásticos e suas obras (43.206 t); etc.

A navegação de longo curso (Pecém para outros portos do Mundo) totalizou 6.914.862 toneladas. Nos desembarques de longo curso os principais produtos movimentados foram combustíveis minerais (2.759.759 t); ferro fundido (60.567 t); adubos (43.084 t); cereais (8.452 t); etc. Em relação aos embarques de longo curso, os destaques foram verificados nas movimentações de ferro fundido (1.815.880 t); frutas (107.613 t); minérios (104.744 t); máquinas (39.541 t); preparações de produtos hortícolas (34.130 t); etc. O Pecém é um terminal multicargas por movimentar granéis sólidos, granéis líquidos, contêineres e cargas em geral nos 10 berços que possui.

O Governador Camilo Santana deverá fazer em breve a inauguração da segunda expansão do terminal portuário cearense. Serão inaugurados um novo berço de atracação (berço 10), uma segunda ponte de acesso aos píeres (Ponte 2) e um segundo portão de acesso (Gate 2) ao terminal. Todas essas obras serão oficialmente entregues no ano que marca os 19 anos de operação do Porto do Pecém. (Com informações Ascom Complexo do Pecém)

Fonte: O Estado do CE

Clóvis Bezerra tem expectativa positiva para o transporte rodoviário este ano

Clóvis Bezerra tem expectativa positiva para o transporte rodoviário este ano

A ANTT prorrogou, por tempo indeterminado, a validade dos Certificados do Registro Nacional de Transportadores Rodoviários de Cargas (RNTRC) que venceriam no último dia 31 de dezembro. A prorrogação é fruto de pedido realizado pela CNT, em razão de inconsistências e instabilidades sistêmicas apresentadas na fase de recadastramento. E a expectativa para 2021 está bastante positiva, segundo o empresário Clóvis Bezerra.

A Fetranslog Nordeste, Sócia da CBCPE, e o Setcarce, juntamente com os sindicatos de transportadores rodoviários do Rio Grande do Norte, Paraíba, Piauí e Maranhão já estão certificados dentro das novas normas do RNTRC, que são exigidos pelas autoridades federais para o tráfego de caminhões que atuam em todo o território nacional.

“A atualização desse registro é uma exigência primária para que os veículos possam circular pelas rodovias brasileiras. Ele permite um controle da frota nacional, desde a idade de veículos como a quantidade de caminhões que cada estado possui. Isso é importante para que as empresas possam observar a questão de renovação de frota, que repercute na segurança em nossas estradas”, explicou Clóvis Bezerra, presidente da Fetranslog Nordeste e do Setcarce.

Ele destacou que foi realizada, nesta quinta-feira (7) uma reunião visando traçar estratégias para o ano que está iniciando, inclusive trocando equipamentos do auditório do Setcarce, para que possam ser realizadas reuniões virtuais, uma das tendências impostas pela pandemia do novo coronavírus.

Apesar disso, afirmou que 2021 já começou acelerando a demanda. “A nossa expectativa é bastante positiva para o setor de transporte rodoviário de cargas. Inclusive estão faltando caminhões para atender à demanda que vem crescendo gradativamente, depois da retomada da economia. Estamos orientando as empresas associadas para que se mantenham atualizadas, a fim de não perderem este bom momento”, completou Clóvis Bezerra.

Fonte: BaladaIn

Hermes Monteiro: A falta dos pequenos negócios no comércio exterior

Hermes Monteiro: A falta dos pequenos negócios no comércio exterior

Porto do Pecém, Porto do Mucuripe e Aeroporto de Fortaleza, juntos, formam uma arrojada infraestrutura para escoar a produção da indústria e da agropecuária cearense – e também nordestina – para o exterior. São equipamentos que, tendo recebido grandes volumes de investimento, já têm capacidade para transportar bem mais cargas do que fazem hoje. O que falta, portanto, para o Ceará crescer mais em termos de logística?

O diretor da Nova Era Aduaneira e sócio da CBPCE, Hermes Monteiro, explica: demanda. O parque industrial do Estado, ainda que tenha crescido substancialmente nos últimos anos, ainda é pequeno. Uma única empresa, a Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP), é responsável por mais da metade das exportações cearenses – o que sim, demonstra a grandiosidade do empreendimento, mas também o ainda relativamente pequeno volume de exportação do setor produtivo local.

Uma das missões do Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp), inclusive, é justamente o de atrair novas indústrias para se instalar na Zona de Processamento e Exportação (ZPE Ceará), incrementando a movimentação de cargas e gerando mais riquezas. Mas a resposta não se limita à atração de grandes negócios: um desafio do Estado é estimular que as pequenas e médias empresas também passem a exportar suas mercadorias.

“Nós já temos uma estrutura portuária e aeroportuária que tem capacidade de atender mais. O que nós não temos de fato são empresas que tenham cargas suficientes para botar para exportar. Essa é uma realidade. Isso gera o entendimento que nós ainda não temos uma cultura exportadora. Os micro e pequenos empresários não conseguiram entender que o mercado já não é mais o mercado do bairro, da cidade. Não há mais fronteiras. Mas esse é um processo que requer um preço, uma preparação”, reflete Monteiro.

Pequenas e médias empresas
Segundo dados da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), no ano passado, somente cerca de um terço das exportações brasileiras (32%) foi realizado por micro ou pequenas empresas. Em termos gerais, no ano, o volume exportado pelo Ceará entre janeiro e novembro de 2020 (US$ 1,7 bilhão) foi o terceiro do Nordeste, bem atrás da Bahia (US$ 7 bilhões) e do Maranhão (US$ 3 bilhões).

No contexto da pandemia, exportar pode ser inclusive uma alternativa para que os pequenos negócios aumentem o faturamento. O processo envolve uma análise de mercado para identificar onde se tem maior potencial para fazer negócio – e o Mapa Estratégico Apex-Brasil de Oportunidades Comerciais é um bom caminho -, a avaliação dos custos logísticos e um apoio jurídico para entender as leis de outros países e elaborar contratos.

Há um esforço conjunto de órgãos como Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e Federação do Comércio do Ceará (Fecomércio-CE), juntamente com a Academia, para incentivar a internacionalização das empresas e impulsionar o volume de negócios do Estado, que tem potencial para ser bem maior. O caminho envolve identificar gargalos das empresas e a criar uma ambiência de negócios – mas ainda é preciso mais para alavancar, de fato, a participação das pequenas e médias empresas.

Ligações diretas
O aumento de volume das exportações é também um trunfo para ampliar a conectividade de rotas de transporte de cargas aos portos e aeroporto cearense, beneficiando toda a cadeia produtiva. Sem uma expressiva quantidade de mercadorias para transporte, menos atrativa se torna a localidade.

“Hoje, a gente tem uma dificuldade de navio. Os navios passam obrigatoriamente em Santos, depois sobem em cabotagem. Precisamos ligar o Brasil à China, aos Estados Unidos. Não adianta vir aqui por 10, 20, contêineres, tem que ter volume. O Pecém tem capacidade de trazer cargas de todo o Nordeste, mas falta intermodalidade. A rodovia ainda é ruim, a malha ferroviária ainda não tem”, pondera Monteiro.

Fonte: Diário do Nordeste

BR do mar: A mudança da logística brasileira para a rota marítima

BR do mar: A mudança da logística brasileira para a rota marítima

Cabotagem está em foco no projeto BR do Mar, que avança no Congresso e pode ser aprovado no início de 2021. Mercado espera que a nova legislação possa corrigir problemas e estimular rotas pelo mar

Aprovado na Câmara dos Deputados e em discussão no Senado, o projeto que estimula o transporte marítimo de cargas entre portos nacionais, o BR do Mar, significaria mudança de perspectivas na logística nacional. Há um grande potencial não desenvolvido no Brasil, que, devido à falta de segurança jurídica e estrutura de política portuária, desestimulava investimentos. A proposta do Governo projeta mudar isso.

E a iniciativa é para transformar a costa brasileira num verdadeiro ponto de transporte por cabotagem. De acordo com o Projeto de Lei (PL 4.199/2020), as empresas poderão alugar um navio vazio para navegação entre portos do País, a partir da liberação progressiva do uso de embarcações estrangeiras, o que dará um reforço à oferta nacional.

A partir de quatro anos de aprovação da PL, não haverá limites para o afretamento, desde que observadas as condições de segurança definidas. Outro progresso a ser implementado será o uso de bandeira do país de origem destes navios. Isso permitiria uma flexibilização, ao vincular obrigações legais, desde comerciais, fiscais e trabalhistas ao país da bandeira do navio, desde que os tripulantes tenham a garantia mínima de 13º salário, adicional de um terço de férias, Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e licença-maternidade. E mais, a tripulação dos navios deve ter 2/3 de brasileiros.

Dentre as metas do Ministério da Infraestrutura, está a ampliação da carga anual de contêineres transportados, de 1,2 milhão de TEUs (unidade de medida para cargas) obtidos no ano passado, para 2 milhões de TEUs, em 2022. Também prevê incrementar em 40% a capacidade da frota marítima dedicada à cabotagem nos próximos três anos.

Para o diretor do Centro de Estudos em Transporte da Fundação Getúlio Vargas (FGV Transportes), Marcus Quintella, os benefícios do incentivo ao transporte de cargas entre portos nacionais vão desde ao aumento de competitividade, desburocratização do setor portuário – que até então afastava usuários -, até a qualificação de empresas atuantes na operação e de novos negócios no setor.

“Na matriz de transporte nacional, a cabotagem representa 11%, e se restringe praticamente (aproximadamente 80%) à movimentação de líquidos e gasosos. Precisamos avançar muito ainda no transporte de contêineres, cargas gerais.”

O diretor do FGV Transportes ainda aponta que o projeto vai ajudar no desenvolvimento do conceito de multimodalidade logística, diminuindo custos aos empresários e reduzindo as emissões de gases. “Teoricamente, vai tirar os caminhões das rodovias. Logicamente, o BR do Mar vem mudar esse perfil do Brasil – que transporta 60% das suas cargas nas estradas – ao retirar as grandes distâncias dos caminhões”, completa Quintela.

Pedro Moreira, presidente da Associação Brasileira de Logística (Abralog), parceria da Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores (ABAD) no Comitê Logística, destaca que o BR do Mar proporcionará a entrada de mais empresas neste mercado, que tem atualmente três prestadoras de serviço.

Segundo dados da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), 160 milhões de toneladas de cargas foram transportadas por cabotagem de janeiro a outubro deste ano. Pedro afirma que ainda é pouco e há grande potencial de exploração. “Os custos elevados inibem a utilização da cabotagem. Esse é um dos motivos que o Agro e outros setores da economia, como o Atacadista-Distribuidor, ainda utilizam pouco esse modal”.

Carlos Alberto Nunes Filho, gerente comercial da Tecer Terminais Portuários Ceará e diretor da Câmara Brasil-Portugal na área de Logística, diz que a aprovação da PL estabeleceria uma política de longo prazo positiva para a logística nacional, com potencial positivo para os portos cearenses.

O projeto de cabotagem consolida o Estado como hub portuário, opina Carlos Alberto, servindo para entrada e saída de cargas do Ceará e de estados vizinhos. Ele cita o caso de percurso de mercadorias em longas distâncias, como automóveis, que saem em caminhões-cegonha desde São Paulo numa operação custosa e arriscada, vide o aumento do roubo de cargas. Lembra que um caminhão abasteceria uma concessionária, já o navio renderia todo o Estado.

“A operacionalização deve ser mais rápida do que esperamos. Existe uma expectativa de curto prazo por novas rotas – como a que foi confirmada no Porto do Pecém para o Espírito Santo na semana passada, de cargas que estão na rodovia indo para o (modal) marítimo”, analisa.

PROJETO BR DO MAR
A medida legislativa tem como objetivos:
– Aumentar a oferta da cabotagem, incentivar a concorrência.

– Criar novas rotas e reduzir custos.

– Entre outras metas, o Ministério da Infraestrutura pretende ampliar o volume de contêineres transportados, por ano, de 1,2 milhão de TEUs (unidade equivalente a 20 pés), em 2019, para 2 milhões de TEUs, em 2022.

– Além de ampliar em 40% a capacidade da frota marítima dedicada à cabotagem nos próximos três anos, excluindo as embarcações dedicadas ao transporte de petróleo e derivados.

+ Para a formulação do programa foram realizadas reuniões com autoridades do governo, usuários, armadores, representantes da construção naval e sindicatos de marítimos.

O QUE É CABOTAGEM?
A cabotagem é a navegação entre portos ou pontos do território brasileiro utilizando via marítima ou fluvial. É um modo de transporte seguro, eficiente e que tem crescido mais de 10% ao ano no Brasil, quando considerada a carga transportada em contêineres.

EIXOS DO PROGRAMA: foca em quatro eixos temáticos – frota, indústria naval, custos e porto.

FROTA – O programa estimula a frota em operação do País para que as Empresas Brasileiras de Navegação (EBNs) tenham maior controle e segurança na operação de suas linhas. Desta maneira, propõe que a empresa que detém frota nacional poderá se beneficiar de afretamentos a tempo (quando o navio é afretado com a bandeira estrangeira, o que permite que ela tenha menores custos operacionais).

EXPECTATIVAS
+ Empregos

O PL traz a obrigatoriedade de tripulação composta por, no mínimo, 2/3 de brasileiros, nos afretamentos a tempo, viabilizada com a estratégia da subsidiária estrangeira.

+ Segurança Jurídica

O regime de admissão temporária para embarcações afretadas, sem registro de declaração de importação, com suspensão total do pagamento dos tributos federais, já é previsto em Instrução Normativa da Receita Federal, e passa a constar em Lei.

+ Novos investidores

Criação da Empresa Brasileira de Investimento na Navegação (EBN-i), que irá constituir frota e fretar as embarcações para EBN’s operarem, dispensando a necessidade de estas investirem em frota própria.

– Burocracia

Determinação para que os processos realizados nos portos sejam mais simples para a cabotagem do que para o comércio exterior. Possibilidade de usar meio digital como comprovante de entrega e recebimento de mercadoria. Não será mais necessário guardar o “canhoto” da nota.

Fonte: Ministério da Infraestrutura

Instalação do primeiro cabo de fibra óptica entre Brasil e Europa começa na Praia do Futuro

Instalação do primeiro cabo de fibra óptica entre Brasil e Europa começa na Praia do Futuro

Cabo da empresa EllaLink chegou ao Ceará na manhã desta segunda (14) e deve ligar os dois continentes em 6 mil quilômetros de extensão

A instalação do cabo submarino de fibra óptica ligando Fortaleza e a cidade de Sines, em Portugal, teve o processo iniciado pela empresa EllaLink na manhã desta segunda-feira (14), na Praia do Futuro.

Com cerca de seis mil quilômetros, o cabo será o primeiro a conectar o Brasil à Europa e chega com a promessa de alta velocidade contínua de conectividade entre os dois continentes.

De acordo com o Diretor de Operações da companhia, o espanhol Diego Matas, a ligação será capaz de fornecer uma passagem de dados mais rápida e eficiente. Além disso, ele aponta, a passagem do cabo é apenas uma das partes de uma infraestrutura bastante complexa.

Como funciona
“Esse sistema implementado pela EllaLink é composto por esse cabo submarino, que é a principal, mas também possui cabos de fibra óptica terrestres para levar essa conectividade até os Data Centers aqui no Brasil e na Europa. Essa parte submarina tem esses 6 mil quilômetros de extensão, o que significa o caminho mais curto entre a Europa e a América do Sul. Hoje em dia, por exemplo, o tráfego de dados é levado da América do Sul até os Estados Unidos, em uma caminho que é o dobro com 12 mil quilômetros, e só após ele segue até o continente europeu, o que muda após essa instalação”, pontua ao citar o processo de instalação em conjunto com as mudanças.

Na prática, ele reitera, a passagem mais curta entre os dois continentes, mais precisamente entre Brasil e Portugal, pode ser crucial para a maior rapidez de dados entre negócios digitais, mídias de entretenimento, jogos, transações bancárias internacionais, etc.

“O atraso na passagem de informações é muito mais baixo entre essa distância. Com a grande capacidade desse sistema, estamos basicamente criando um corredor completamente novo de dados”, explica.

Além disso, os planos são de expandir os parceiros pelo país. “Chegamos aqui a Fortaleza com o cabo, onde já possuímos diversos parceiros para aproveitar essa nova conectividade, mas já temos planos em conjunto com locais como São Paulo e Argentina. Na Europa, mesmo com a conexão em Sines, já expandimos a operação até Lisboa, Madri e Marselha”, afirma.

Passagem do cabo
Na manhã desta segunda, mergulhadores e barcos estiveram a postos para a chegada do cabo até as areias da Praia do Futuro. Em solo, escavadeiras fizeram o processo de ancoragem do cabo, responsável por oferecer, inicialmente, 72Tbps de capacidade em quatro pares de fibras entre Europa e Brasil.

A expectativa, até o momento, é de que o processo de instalação do cabo esteja completa ao fim do primeiro semestre de 2021.

Fonte: Diário do Nordeste em 14.12.2020