Com enorme mercado potencial, rota da África se revela para o Ceará

Com enorme mercado potencial, rota da África se revela para o Ceará

Comércio com o continente ainda é tímido, mas crescimento demográfico, países em ritmo de desenvolvimento e incentivos oferecidos podem gerar boas oportunidades.
Quando o assunto é comércio internacional, muitas pessoas acabam se rendendo ao senso comum e a números absolutos, sem contexto. Para investidores, entretanto, a análise deve ser mais apurada, o que faz com que os olhares não raro se voltem para mercados com largo potencial em detrimento daqueles que já possam estar, de certa forma, saturados. É o que o Ceará deveria fazer em relação às nações africanas.

De fato, a pauta do Estado em relação ao continente ainda é pouco diversificada, com exportações e importações igualmente baseadas em itens de baixo valor agregado, poucos produtos manufaturados e um número incipiente de empresas atentas àquele lado do planeta. “Existe um potencial gigantesco de comércio não explorado”, exclama o presidente do Instituto Brasil África (Ibraf), João Bosco Monte.

O dirigente está se referindo a um mercado com mais de 1,2 bilhão de habitantes, grande crescimento demográfico e países em intenso ritmo de desenvolvimento como fatores favoráveis, entre outros.

“É importante ainda mencionar que a África está estruturando sua Área de Livre Comércio, que será uma das maiores do mundo. O continente africano tem grande potencial e alguns de seus países apresentam algumas das maiores taxas de crescimento. Desta forma, fazer negócios com um país africano significa ter abertura para um continente inteiro, com grandes oportunidades. Com esse tratado, é importante fortalecer os laços e expandir os negócios com a África”

João Bosco Monte, presidente do Ibraf
Com recorte apenas no ano de 2019, o Ceará realizou trocas com mais de 20 países africanos e exportou mais de 14 US$ milhões. Destaque para as transações envolvendo África do Sul, Angola e Cabo Verde. As importações, por sua vez, estiveram bem mais em alta, como já costumava acontecer em anos anteriores, superando os US$ 112 milhões. Deixou um déficit de US$ 97 milhões na balança comercial, é verdade, mas nada que não possa começar a ser alterado nos próximos anos, segundo Fábio Fraines, diretor regional para o Nordeste da Câmara de Comércio Afro-Brasileira (AfroChamber).

“Quando falamos de África, estamos nos referindo a 55 países, dos quais cinco falam português (no mundo, são oito nações que usam o idioma), e há diversas oportunidades”. Entre elas, ressalta Fraines, está a competitividade das mercadorias brasileiras, proporcionada pelo câmbio desvalorizado em relação ao dólar: “Nossos produtos estão muito mais competitivos lá fora. Nosso maior concorrente seriam produtos da China e estamos trabalhando praticamente em pé de igualdade com ele em termos de preço, mas com uma qualidade muito superior”, compara.

Outra grande oportunidade que se apresenta é que a grande maioria desses países africanos possui um parque industrial muito escasso, avisa Fraines. O diretor da AfroChamber enumera ainda outras vantagens nessa relação intercontinental “Existem incentivos, bons projetos nesses países para que empresas de fora se instalem neles, com os governos locais cedendo terrenos, propriedades, facilitando crédito e oferecendo isenções de muitas tarifas por muitos anos, além de farta mão de obra. É um bom momento, uma ótima oportunidade”, sentencia.

Construir novas relações entre as duas representações é questão apenas de favorecer a criação dessas “pontes”, conforme os ouvidos pela reportagem. “É preciso um maior conhecimento, tanto do lado cearense quanto do africano, das oportunidades de negócios. Acredito que os empresários do Ceará precisam conhecer a África, entender o potencial econômico da região, assim as parcerias serão muito benéficas para ambos os lados”, avalia ele.

Setores

Dois setores têm se destacado mais nas trocas comerciais entre Ceará e países africanos: o alimentício e o de calçados. Para que se tenha ideia, com a África do Sul, país que mais se destacou nessas relações com o Estado nos últimos anos, foram mais de US$ 1,9 milhão negociados no segmento de calçados polainas e artefatos semelhantes no ano passado, conforme dados do Observatório da Indústria da Federação das Indústrias do Estado (Fiec). Em segundo lugar na relação com aquele país, com bem menos representatividade, ficaram os produtos gorduras e óleos animais ou vegetais, com US$ 323,3 mil. O “vice-campeão” em exportações para o Ceará é Cabo Verde, que de seus US$ 2,7 milhões gastos no total, deixou US$ 1,1 milhão em combustíveis e óleos minerais e US$ 729,4 mil com obras de ferro fundido, ferro ou aço.

Outro setor que possui boa representatividade é o do agronegócio. “No Brasil, é o que está mais avançado em termos de exportação para a África, mas no Ceará praticamente não há exportações, há mais importações, e elas ocorrem para castanha de caju, e ainda em épocas sazonais. Algumas empresas do Estado, para as quais até já liderei alguns projetos, fizeram exportações de materiais de construção civil, o que tem sido uma boa oportunidade, por conta da desvalorização cambial que tem ocorrido. E lá tudo é negociado em dólar”, relaciona Fraines.

Se nas exportações os setores alimentício e calçadista, que são especiais por conta do know-how existente, segundo o professor João Bosco Monte, do ponto de vista das importações, o setor de insumos, com destaque para produtos derivados de petróleo e carvão mineral, possui boa aceitação. Entre as nações africanas que mais obtiveram receita advinda do Ceará em 2019 estão África do Sul (US$ 32,8 milhões) – em grande parte com minérios escórias e cinzas -, Nigéria (US$ 32,6 milhões) e Moçambique (US$ 31,9 milhões) – ambas em sua quase totalidade enviando para cá combustíveis, óleos minerais e produtos de sua destilação.

Pandemia

Com a chegada do novo coronavírus e a pandemia que se instalou, sacudindo os mercados pelo mundo todo, cada país ou bloco econômico teve de se apressar para estabelecer suas estratégias de modo a sobreviver à crise que se assomava.

No caso dos africanos, a busca por reforço no comércio interno foi um das opções, o que naturalmente fez com que o volume de exportações caísse acentuadamente. “Essa tendência de protecionismo é uma pauta que já vinha crescente nos últimos anos. Além disso, a pandemia mostrou que os países que são dependentes de exportações podem, de fato, ser afetados com uma crise mais aguda. Entretanto, acredito que, neste momento de instabilidade, é ainda mais fundamental o estabelecimento de acordos e fortalecimento da cooperação internacional, em especial no âmbito da transferência técnica e científica”, explica Monte.

Já Fábio Raines projeta quem pode se sair melhor nos negócios com africanos no pós-pandemia. “Muitos países por lá estão começando a chegar ao pico só agora, que é o que já temos passado, mas, ao reabrir, devem retomar seus negócios normalmente. Os setores que podem ser beneficiados serão o de calçados, de malhas e vidros. Inclusive no ano passado, uma empresa cearense que trabalha com beneficiamento de vidros fez boas exportações. O problema é que o cearense tem mais a cultura de importar”.

Levantamento ‘no forno’

De olho na expansão dos acordos e novas oportunidades de negócios envolvendo o Estado e o continente onde a humanidade deu seus primeiros passos, o Instituto Brasil África realizou uma pesquisa em parceria com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal). O documento, que logo deverá estar disponível para acesso no site do Ibraf, tratará sobre o histórico das relações entre a Região Nordeste e o continente africano. O estudo contará com um mapeamento das rotas marítimas do Brasil com a África.

Fonte: TrendsCE em 19/08/20

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Está preparado para o Ceará Global 2020: O futuro em 360º?

Está preparado para o Ceará Global 2020: O futuro em 360º?

Você não pode perder o CEARÁ GLOBAL 2020 que este ano é online e será realizado nos dias 25, 26 e 27 de agosto. Você pode assistir de qualquer lugar do mundo o maior evento do Ceará sobre comércio exterior, atração de investimento estrangeiro e cooperação internacional.

Preparamos uma agenda imersiva (parte da programação é em 360º), gamificada e co-criada por especialistas cearenses e de outros lugares do Brasil e do mundo para debater o processo de internacionalização da nossa economia.

Passeie pelo mapa de Fortaleza, a maior metrópole de influência regional do norte-nordeste do Brasil e assista as palestras que vão ocorrer virtualmente nos principais hubs de negócio do estado (Fiec, Fecomércio, Sebrae, AECIPP, Porto de Fortaleza e Porto do Pecém). Visite os standes no Centro de Eventos e dê uma passada na praia do Cumbuco em Caucaia, para saber mais sobre os objetivos do desenvolvimento sustentável no Ceará. E tem muito mais…

Cumpra os desafios durante a programação do evento e concorra a uma passagem internacional.

As inscrições são gratuitas mas limitadas e podem ser feitas pelo
Sympla. Garanta já a sua vaga!

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Confira a programação: https://bit.ly/2DUCqCr

*mais informações referentes ao desafio no link de inscrição: https://bit.ly/30BPFRx

Serviço:
Ceará Global
Data: 25 a 27 de Agosto
Hora: 09:00H
Inscrições: https://bit.ly/30BPFRx

Fonte: Ceará Global em 12.08.2020

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Sócia da CBPCE, Anya Ribeiro, participará de live sobre o desenvolvimento sustentável no turismo

Sócia da CBPCE, Anya Ribeiro, participará de live sobre o desenvolvimento sustentável no turismo

O Instituto de Arquitetos do Brasil – Departamento do Ceará,

Dando continuidade ao programa AUD – Arquitetura e Urbanismo em Debate, através de programação de Lives para as redes sociais, convidamos Ana Paula Campos, Dra. em Arquitetura e Urbanismo, e Anya Ribeiro, Ex-Secretária de Turismo do Ceará, para uma conversa sobre CIDADES MÉDIAS NO CEARÁ: o turismo responsável como estratégia para o desenvolvimento urbano sustentável

A mediação será realizada pelo presidente do IAB-CE, Jefferson John.

O IAB-CE convida todas(os) a participar dessa Live!

“O turismo responsável pode ser transformado em uma estratégia de desenvolvimento urbano sustentável para as cidades de porte médio do estado do Ceará.” disse Anya Ribeiro, Sócia da CBPCE e Presidente da Câmara Setorial do Turismo.

Fonte: Anya Ribeiro em 12.08.2020

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Porto do Pecém: conheça um dos principais diferenciais competitivos do Ceará

Porto do Pecém: conheça um dos principais diferenciais competitivos do Ceará

Concebido como um terminal portuário, local se tornou um grande complexo, com área indústria e a única ZPE ativa no Brasil

Responsável por mais de 50% de todas as exportações e importações do Ceará, o Porto do Pecém tem sido, há quase duas décadas, um dos principais diferenciais competitivos da economia do Estado. Localizado no município de São Gonçalo do Amarante, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), o equipamento deixou de ser, ao longo dos anos, um simples terminal portuário para se tornar um grande complexo, com área industrial, porto e Zona de Processamento de Exportação (ZPE), a única atualmente em atividade no Brasil.

Opinião: Pecém, de um sonho a uma política de Estado

Fruto de uma joint venture formada pelo Governo do Ceará e pelo Porto de Roterdã, na Holanda, o Complexo Industrial e Portuário do Pecém conta com condição geográfica privilegiada, tendo em vista que o porto possui a menor distância entre o Brasil e regiões estratégicas como os Estados Unidos, Europa e o norte da África. Constantemente expandindo-se e recendo melhorias para sua operação, o local movimentou o número recorde de 18,1 milhões de toneladas de cargas em 2019, mostrando assim um desenvolvimento forte e ininterrupto.

Inaugurado em março de 2002, o Porto do Pecém movimentou, naquele ano, apenas 386.990 toneladas de cargas, valor este que conseguiu mais do que dobrar já no ano seguinte, atingindo 837.952 toneladas. De lá para cá, o volume de movimentação não parou de crescer e alcançou a média mensal de 1.508.397 toneladas no ano passado, um feito praticamente inimaginável há 18 anos, mas que não surpreende quem acompanhou toda a trajetória de evolução do local, como Waldir Sampaio, diretor executivo de operações do Complexo do Pecém.

“Começamos operando apenas contêineres, mas, em pouco tempo, já passamos a atender empresários que queriam transportar bobina de aço, frutas e minérios voltados às exportações. No decorrer dos anos, fomos fomentando os mais diferentes tipos de cargas e, hoje, possuímos um porto com um mix que dificilmente é encontrado em outro terminal do Brasil”, destaca Waldir Sampaio.

Segundo o diretor do Complexo, atualmente o Pecém possui uma importante expertise no desembarque de granéis sólidos, minério de ferro e carvão mineral, assim como no embarque de placas de aço e pás eólicas, o que diferencia o local de outros portos brasileiros. “São produtos difíceis de movimentar, que exigem conhecimento específico e equipamentos de primeira linha para tal. As placas de aço, por exemplo, variam de 20 a 40 toneladas, portanto não é qualquer um que as movimentam. Nós possuímos a estrutura para isso”, afirma.

Além do conhecimento específico e de equipamentos modernos, como os dois maiores portêineres em operação no território brasileiro, o Pecém também conta com vantagens geográficas que o diferenciam de outros portos do País, como é o caso do calado natural existente no local, com profundidade para atracar embarcações com até 15,3 metros de calado.

“Não há canal de aproximação, pois não temos nenhum tipo de problema para atracar navios, como em alguns locais, onde é necessário aguardar a maré. Essa facilidade nos dá uma vantagem importante, principalmente considerando a nossa natureza offshore, afastado da terra. Não gastamos recursos em dragagem”, diz Waldir Sampaio.

No ano de sua inauguração, o Porto do Pecém registrou um total de 167 atracações. Com seu desenvolvimento e ampliação, o local atracou, em 2019, exatos 703 navios, valor mais do que quatro vezes superior ao de 18 anos atrás. Neste ano, somente entre janeiro e junho, 306 atracações ocorreram no terminal.

Crescimento em meio à pandemia

Mesmo diante da pandemia da Covid-19, o Complexo do Pecém não deixou de movimentar cargas em nenhum dia deste ano. Segundo a administração do local, isso ocorreu porque toda uma logística foi criada, através de comissões e cooperação dos colaboradores, para que o Estado não fosse prejudicado com nenhum tipo de desabastecimento. “Nenhum navio deixou de atracar”, informa.

Por conta desta operação ininterrupta, o Pecém registrou, no primeiro semestre de 2020, crescimento de 4% nas exportações de mercadorias, mesmo com a pandemia tendo afetado diversas empresas e portos pelo mundo. Ao todo, 2.492.843 toneladas foram embarcadas entre janeiro e junho, contra 2.393.659 toneladas registradas pelo Complexo no mesmo período do ano passado.

A movimentação acumulada de contêineres registrou a marca de 151.717 TEUs (95.343 unidades), alta de 3% em relação ao resultado obtido no mesmo período de 2019. A cabotagem respondeu por 139.085 TEUs, mantendo-se estável ao mesmo período de 2019. No longo curso, o crescimento foi de 58%, passando de 7.996 TEUs, em 2019, para 12.632 TEUs, no primeiro semestre de 2020.

Além de garantir a continuidade das exportações e importações cearenses, o funcionamento do Pecém, em meio à pandemia, também foi fundamental para a manutenção do emprego para milhares de pessoas. Atualmente responsável por gerar cerca de 26 mil postos de trabalho, o complexo, segundo dados do Sistema Nacional de Emprego do Instituto de Desenvolvimento do Trabalho (Sine/IDT), até mesmo ampliou seu quadro durante a crise, tendo contratado 872 pessoas no primeiro semestre de 2020, uma alta de 70% ante o mesmo período de 2019.

Principais mercadorias

Como tem ocorrido ao longo dos últimos anos, as principais mercadorias importadas e exportadas pelo porto giram em torno da Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP), empreendimento âncora do complexo, que teve sua produção iniciada em 2016 e conta com capacidade instalada de 3 milhões de toneladas de placas de aço por ano. Segundo Rômulo Alexandre Soares, sócio da APSV Advogados e vice-presidente da Federação Brasileira de Câmaras de Comércio Exterior, o empreendimento, que custou US$ 5,4 bilhões, foi fundamental para mudar o patamar de desenvolvimento de todo o Complexo do Pecém.

“Se o porto e a infraestrutura que deram identidade ao polígono do complexo foram a grande contribuição pública para o Pecém, a siderúrgica foi a grande contribuição privada. Entretanto, mesmo nesse projeto, o apoio público federal e estadual foi determinante por conta do seu funcionamento dentro de uma ZPE, que não estava nos planos iniciais, mas foi fundamental para que a conta de investimento e produção vingassem”, pontua Rômulo Alexandre Soares.

No primeiro semestre deste ano, todas as principais mercadorias que chegaram ao Ceará, através dos desembarques de longo curso, fazem parte do processo produtivo da CSP. São elas: carvão mineral (1.953.218 t), gás de petróleo (215.574 t); coque de petróleo (60.813 t) e produtos siderúrgicos (48.364 t). Em relação às exportações, foram embarcadas 1.249.402 de toneladas de placas de aço, o principal produto da siderúrgica, além de destaques como o minério de manganês (104.744 t) e frutas (47.195 t), outro segmento de importância local.

Já na navegação de cabotagem, entre o Pecém e outros portos do Brasil, os principais produtos desembarcados, entre janeiro e junho, foram o minério de ferro (1.914.232 t), também matéria-prima para a CSP, além de cereais (256.714 t) e produtos siderúrgicos (165.620 t). Já os embarques ficaram por conta das movimentações de sal (161.247 t), farinha de trigo (89.940 t), placas de aço (77.208 t), cereais (55.643 t), assim como alumínio e suas obras (55.368 t).

Ampliação e modernização

Dando sequência ao contínuo desenvolvimento e ampliação do Complexo do Pecém, o terminal portuário iniciou a operação, no último dia 1º de agosto, de seu novo e décimo berço de atracação, que possui capacidade para receber navios de até 330 metros de comprimento, com calado de até 15,3 metros.

Com a conclusão do berço 10, segundo a administração do Complexo do Pecém, está sendo finalizada a segunda expansão do porto, que contemplou investimentos para elevar a capacidade operacional do terminal, o que inclui a ampliação e pavimentação do quebra-mar; a construção de três novos berços de atracação (8, 9 e 10); e a aquisição da Correia Transportadora de Minérios e do Descarregador de Minérios. Em visita ao local no último dia 30 de julho, o governador do Ceará, Camilo Santana, destacou a importância desses projetos.

“Este último berço faz parte de um conjunto de investimentos que o Estado fez, ao longo dos últimos anos, para a modernização e ampliação do Complexo do Pecém. Somente com os quatro últimos berços e a nova ponte, foram investidos em torno de R$ 700 milhões. Ao todo, R$ 1,3 bilhão foi aplicado no local, incluindo correias transportadoras, estradas para as placas, rodovias e descarregadores para dar suporte à produção da CSP. É um complexo que tem crescido a cada ano” destaca Camilo Santana.

Ainda de acordo com o governador, o Porto do Pecém, atualmente, é quase três vezes maior do que foi inicialmente concebido, e a expectativa é de que o desenvolvimento da área continue acontecendo ao longo dos próximos anos. “Isso mostra a importância deste complexo, principalmente para a geração de emprego, que é uma das maiores preocupações nossas neste momento”, pontua Camilo.

A ideia, segundo ele, é fazer do Pecém o mais moderno porto brasileiro, com grande capacidade e agilidade de carregamento e descarregamento. “Queremos sempre aperfeiçoar a eficiência no serviço prestado aos navios que chegam do mundo inteiro”, finaliza.

Fonte: Trends CE em 10/08/20

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Energia das ondas: Ceará pode ser referência em geração, mas aguarda investimento

Energia das ondas: Ceará pode ser referência em geração, mas aguarda investimento

Piloto de energia ondomotriz foi testado no Porto do Pecém, na Região Metropolitana de Fortaleza, no início da década; paralisado, projeto aguarda capital

Muito tem se falado que o Ceará detém uma costa de 573 quilômetros e posição geográfica privilegiada, próximo à linha do Equador, e um litoral voltado para o hemisfério norte. Características que podem estimular, além da economia do turismo, investimentos em áreas pouco exploradas, como a geração de energia ondomotriz. Afinal, ondas oceânicas, assim como a irradiação solar e os fortes ventos presentes no Estado, também são fontes renováveis de energia. E o Ceará é beneficiado com uma regularidade climática de ondas o ano inteiro, recebendo essa massa de água sazonalmente em ambos os hemisférios.

A tecnologia voltada para energia ondomotriz ainda é embrionária, já que é a mais caçula das fontes renováveis. Entretanto, um projeto piloto foi implantado no dique de proteção do Porto do Pecém, em São Gonçalo do Amarante, na Região Metropolitana de Fortaleza, em 2006. Os testes só vieram seis anos depois. O empreendimento, o primeiro do gênero da América Latina, baseou-se em pesquisa realizada pelo professor Segen Farid Estefen, do Laboratório de Tecnologia Submarina (LTS) do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe/UFRJ).

De porte pequeno, o tanque tem condições de gerar 50 quilowatts de energia, o suficiente para abastecer cerca de 200 casas. O projeto, entretanto, não foi concluído no período previsto, de dois anos, e segue paralisado. “Mas a estrada está aberta para a iniciativa privada explorar essa fonte. Acreditamos que isso ocorrerá em um futuro próximo”, ressaltou o secretário executivo de Energia e Telecomunicações Adão Linhares Muniz, da pasta estadual de Infraestrutura.

Os primeiros resultados, de acordo com Muniz, foram positivos e fez com que o projeto evoluísse para um programa de Pesquisa e Desenvolvimento da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), patrocinado pela empresa Tractebel, depois pela companhia Engie Brasil. “As fontes eólica e solar estão na frente e ocupam uma participação relevante da matriz elétrica brasileira. A energia eólica offshore também entrará em uma sequência virtuosa nos próximos anos. Acreditamos que as fontes renováveis marinhas, tanto eólica offshore, de ondas e até mesmo de correntes terão seu protagonismo no tempo certo”, explica.

O secretário afirma, ainda, que a geração de fontes renováveis na costa e próximo ao consumo reduz as perdas de transmissão e distribuição. “Essas fontes podem produzir em horários quando a energia é mais cara. Como fontes intermitentes terão sempre uma geração excedente, que poderá vir a ser um grande diferencial para atração de investimentos através da oferta desse excedente por um preço diferenciado, em vez do incentivo fiscal”, disse.

Fonte: TrendsCE

Ceará e Estados Unidos Aço e ferro intensificam relação histórica de sucesso

Ceará e Estados Unidos Aço e ferro intensificam relação histórica de sucesso

Diversificação na pauta de exportações, viabilizada em grande parte pela estrutura do CIPP, também pode favorecer trocas comerciais entre Estado e aquele país

Se há uma relação comercial consolidada com o Ceará fora do território nacional, esta é a dos Estados Unidos, maior parceiro do Estado na balança comercial. E tal relação tornou-se ainda mais sólida nos últimos anos, com o fortalecimento das produções de minério de ferro e de placas de aço no parque industrial cearense, em grande parte fruto da ascensão da Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP). Esta é amplamente favorecida pela única Zona de Processamento de Exportação (ZPE Ceará) do País, onde está operando desde 2013 no Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP). O desafio, agora, no entanto, está na diversificação das mercadorias que seguem para e vêm dos portos da maior economia do planeta.

Ceará e Estados Unidos há muitas décadas já mantinham um bom entendimento econômico, mesmo antes da implementação do equipamento, situado entre os municípios de São Gonçalo do Amarante e Caucaia, com aquele país respondendo entre 20% e 25% das exportações cearenses. Mas essa relação atingiu seu ápice em 2019, ao ultrapassar, pela primeira vez, a marca do bilhão de dólares (mais precisamente US$ 1.013.937.372,00) em mercadorias embarcadas para o país norte-americano. Importações? Foram, ao todo, US$ 701,6 milhões, conforme dados do Comex Sat caracterizando um novo recorde.

Ainda que em ano já marcado para sempre como o da eclosão da grave crise provocada pela pandemia do novo coronavírus no Brasil, os bons números permanecem em algum grau, com a superpotência compradora de cerca de 38,3% do total que sai do Ceará para o exterior – US$ 364,5 milhões – nos seis primeiros meses de 2020. Destaque para aço, equipamentos para geração de energia eólica, castanha de caju e água de coco, de acordo com relatório mensal do Centro Internacional de Negócios do Ceará (CIN) da Federação das Indústrias do Estado (Fiec).

Mas a predominância desses insumos nas exportações que seguem para os portos norte-americanos, ressaltam especialistas, não anulam as possibilidades de diversificação dos produtos negociados para lá. Na verdade, tal posicionamento poderia até abrir espaço para outros segmentos, como opina o professor João Mário de França, diretor Geral do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece). “Em 2019, foram exportados 312 produtos para os Estados Unidos (considerando por NCM, Nomenclatura Comum ao Mercosul), concentrando quase 60% em produtos de aço. Mas isso não é ruim, é uma característica da própria estrutura das exportações atuais do Ceará, visto que é uma grande empresa exportando para este país e que foi instalada no Estado com esta finalidade”, explica ele.

Tal versatilidade nesse relacionamento com o país da América do Norte se confirma não só na participação expressiva de novas aquisições como também na consolidação de antigos “campeões” de vendas para o mercado externo.

“Novos produtos surgiram na pauta como partes de outros motores, geradores, grupos eletrogeradores, entre outros, além da água de coco, que passaram a estar entre os sete principais produtos exportados para os Estados Unidos, revelando uma certa diversificação da pauta para aquele país. Destaca-se ainda que produtos tradicionais da pauta de exportações cearenses, como castanha de caju, calçados, couros, cera vegetal, mel e frutas, ainda apresentam valores de vendas expressivos para os EUA, mostrando que esse país continua sendo um importante parceiro comercial com boa diversidade de produtos”.

João Mário de França, diretor geral do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece)
Com relação ao que é demandado do maior parceiro comercial do Estado, destaque para a ascensão do grupo “fibras de carbono, para usos não elétricos”, que em boa parte foi adquirido dos Estados Unidos e teve participação marcante no acréscimo de 419,1% dentre as importações cearenses em 2020, no acumulado do ano. Os dados são do Comex Stat.

Porto como diferencial

Por ser uma grande empresa binacional, sendo uma joint venture formada pela brasileira Vale (50% de participação) e pelas sul-coreanas Dongkuk (30%) e Posco (20%), a Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP), de fato, foi pensada para se tornar um grande polo de atração de investimentos para o Ceará, alterando positivamente a dinâmica da pauta de exportações por aqui. Assim, o segmento produtor de “ferro fundido, ferro e aço” respondeu, em 2019, por 45,05% do total exportado pelo estado.

Outros fatores proporcionam vantagens comparativas significativas, segundo Macedo. São eles: estar na chamada “esquina do mundo”, com boa posição inclusive em relação ao Canal do Panamá, e seu calado e logística, que favorecem sobremaneira sua capacidade operacional. “Todo o leste americano se tornou uma rota importante para vários tipos de produtos e aproximou comercialmente o Ceará daquele mercado”, informa o especialista.

Para que a situação do Estado fique ainda mais favorável junto às pretensões econômicas da nação mais rica do mundo, o professor João Mário de França destaca a necessidade de não apenas diversificar a pauta de exportações como também atribuir maior valor agregado às mercadorias que seguem daqui para o hemisfério norte. Para tanto, tornou-se oportuno que o Governo do Estado olhasse para o outro lado do globo, mais precisamente para a Holanda:

“O Ceará vem desempenhando um importante papel no tocante a investimentos em logística e gestão com foco no comércio internacional, com a expansão do Porto do Pecém e a parceria com o porto de Roterdã, que vem provocando alterações significativas nos processos operacionais no terminal cearense com desburocratização de procedimentos e atendimentos mais eficientes. Contudo, o poder público precisa investir ainda mais em canais de comunicação para aproveitar o momento de retomada da atividade econômica em vários países e em especial naqueles que já são nossos parceiros comerciais a exemplo dos Estados Unidos”, avisa.

Fonte: TrendsCE em 04/08/20

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Ceará chega a 100 MW em geração distribuída solar fotovoltaica e é líder

Ceará chega a 100 MW em geração distribuída solar fotovoltaica e é líder

Os sistemas fotovoltaicos em operação no Ceará já estão presentes em 173 dos 184 municípios cearenses, o que representa 94% da geografia estadual.

O estado do Ceará acaba de alcançar a marca história de 100 megawatts (MW) de potência operacional na geração distribuída solar fotovoltaica, com 7.188 mil sistemas instalados em telhados, fachadas e pequenos terrenos de residências, comércios, indústrias, propriedades rurais e prédios públicos.

Segundo mapeamento da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), o Ceará ocupa hoje o nono lugar no ranking nacional de geração solar distribuída e lidera a região Nordeste com a maior potência instalada solar na modalidade.

Os sistemas fotovoltaicos em operação no Ceará já estão presentes em 173 dos 184 municípios cearenses, o que representa 94% da geografia estadual.

São 9.094 consumidores de energia elétrica que já contam com redução na conta de luz e maior autonomia e segurança elétrica.

Um dos destaques no Ceará é a capital, Fortaleza.

Sozinha, ela tem 29,8 MW operacionais e ocupa a terceira posição no ranking nacional de geração distribuída solar fotovoltaica, dentre todos os municípios do País.

Para Jonas Becker, coordenador da Absolar no Ceará, o estado tem assumido um protagonismo cada vez maior no desenvolvimento da fonte solar.

“A tecnologia fotovoltaica representa um grande potencial de desenvolvimento sustentável, econômico e social para os cearenses, com geração de emprego e renda, atração de investimentos privados e colaboração no combate às mudanças climáticas”, afirma ele.

Fundada em 2013, a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica congrega empresas e profissionais de toda a cadeia produtiva do setor solar fotovoltaico com atuação no Brasil, tanto nas áreas de geração distribuída quanto de geração centralizada.

A Absolar coordena, representa e defende o desenvolvimento do setor e do mercado de energia solar fotovoltaica no Brasil, promovendo e divulgando a utilização desta energia limpa, renovável e sustentável no País e representando o setor fotovoltaico brasileiro internacionalmente.

Fonte: Egídio Serpa/Diário do Nordeste em 24/07/20

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Tecnologia pioneira desenvolvida em Portugal pode inativar mais de 99% do vírus de covid-19 no ar

Tecnologia pioneira desenvolvida em Portugal pode inativar mais de 99% do vírus de covid-19 no ar

Uma tecnologia pioneira, que consegue inativar, num minuto, 99,97% das partículas de vírus SARS-CoV-2 no ar – e que chega aos 100% no espaço de cinco minutos –, acaba de ser desenvolvida em Portugal, foi hoje anunciado.

A nova tecnologia no combate à covid-19 foi criada no âmbito de um projeto liderado pelo Campus de Tecnologia e Inovação da BLC3, em Oliveira do Hospital, em parceria com a Universidade do Minho e as Faculdades de Farmácia das universidades de Lisboa e de Coimbra, disse hoje à agência Lusa o coordenador da investigação, João Nunes.

“Em um minuto, de 16.982 partículas de vírus SARS-CoV-2, numa amostra apenas cinco partículas não foram inativadas (‘mortas’, no senso comum), o que deu um resultado de 99,97%. E, ao fim de cinco e 15 minutos, obteve-se uma inatividade total, 100%, e sem qualquer variação no comportamento do vírus”, sublinha João Nunes.

O ensaio foi efetuado em 27 amostras diferentes, sendo “todos os resultados validados cientificamente”, acrescenta o investigador e presidente da associação BLC3.

Para o trabalho, foi igualmente importante o contributo de médicos do Centro de Saúde de Oliveira do Hospital, no interior do distrito de Coimbra.

Ao estudarem o comportamento do vírus, os investigadores concluíram que “um dos pontos mais fracos [do vírus], que não conseguiu evoluir ao longo de milhares de anos, foi a resistência à radiação solar”, refere João Nunes.

A tecnologia agora desenvolvida, denominada AT MicroProtect, baseia-se num “conceito novo de ‘física inversa’, que integra um sistema de emissão de comprimentos de ondas, de forma controlada e orientada, muito mais eficiente do que a radiação solar (novo princípio da mecânica de fluidos aplicado ao escoamento e propagação do vírus em termos aéreos), com o desenvolvimento de algoritmo matemático e físico sobre o comportamento do vírus”, explicita.

O equipamento não recorre ao uso de químicos e apenas precisa de energia elétrica.

“Uma das formas mais perigosas e menos controláveis” de o vírus que está na origem da pandemia da covid-19 (SARS-CoV-2) se transmitir entre as pessoas é pelo ar.

A tecnologia deve, assim, sustenta João Nunes, ser aplicada prioritariamente na proteção dos profissionais do setor da saúde, nos meios de transportes aéreos e terrestres e no interior de edifícios ocupados por um elevado número de pessoas, como aeroportos e centros comerciais ou lares de idosos.

Mas “também é possível aplicar à hotelaria e restauração e outros locais com o problema de qualidade do ar interior”, destaca ainda o cientista, adiantando que também foram desenvolvidos “um sistema e câmara de proteção entre profissionais de saúde e utentes”, e um modelo de criação de “zonas de antecâmara nos hospitais para a realização mais segura do processo de tiragem”.

O projeto já está, entretanto, a avançar na aplicação da tecnologia a outros vírus e bactérias multirresistentes.

A Organização Mundial de Saúde alertou recentemente para os perigos da transmissão por via aérea do novo coronavírus, mas isso, frisa, já faz parte da preocupação do consórcio liderado pela BLC3 “desde o início da pandemia” – o projeto AT MicroProtect nasceu em 14 de março.

Em três semanas, foi desenvolvido o conhecimento e tecnologia, tendo sido depois necessário algum tempo para aceder a estirpes do vírus SARS-CoV-2 isoladas e certificadas, para validar cientificamente todo o processo, relata João Nunes.

Para isso, foi muito importante o apoio do laboratório norte-americano que também fornece amostras de vírus para o desenvolvimento de vacinas a nível mundial.

O consórcio teve acesso a uma estirpe isolada de Hong Kong (início da pandemia), outra dos EUA (fase final) e uma terceira de Itália (fase intermédia), esta em colaboração com uma universidade deste país.

“O vírus por si só não tem inteligência e nós, os humanos, temos inteligência e conhecimento e estas são as melhores armas que podemos usar contra ele”, afirma João Nunes, defendendo que “não se pode esperar só por uma resposta de vacinas e medicamentos perante uma situação de vírus aéreos”.

Os resultados comerciais da tecnologia serão “aplicados para a investigação”, acrescenta.

“Temos de aprender a estar preparados de outra forma, temos de ganhar capacidade rápida de agir”, tanto mais que “ainda não é certo quando existirá vacina”, realça o investigador, apontando este trabalho como um exemplo no setor da saúde em formato multidisciplinar (envolveu conhecimento das áreas da engenharia mecânica, da física, da microbiologia e da virologia).

“Hoje, temos um conhecimento científico de base muito aprofundado sobre o comportamento deste vírus”, que permitirá, destaca João Nunes, “o desenvolvimento de mais tecnologia e conhecimento e expandir aplicação a outros vírus e bactérias alvo de interesse para a segurança e saúde pública”.

Fonte: Portugal Digital em 28/07/20

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Oportunidades de investimentos com as concessões no Ceará

Oportunidades de investimentos com as concessões no Ceará

Em meados da década de 1990 o governo federal foi alçado a convecção e privatização de infraestruturas e empresas públicas. Aquela época instaurou-se em novembro de 1993 pela então Comissão Diretora do Programa Nacional de Desestatização e ratificado posteriormente pelo Conselho Nacional de Desestatização.

No que tange a energia, telecomunicações, rodovias e ferrovias, tiveram sequência de leilões de contratos de duração média de 30 anos, havendo a rodada final dos leilões do plano no ano de 1998. Os estados seguiram a linha federal na primeira década no novo século, com o governo federal concedendo mais atividades, destaque para os aeroportos e geração de energias renováveis nos últimos anos (particular interesse para o Ceará para energia solar e eólica).

Foi um longo período de aprendizado e agora inicia-se a rodada de renovação e renegociação dos contratos da década de 1990: Energia, transportes e telecomunicações. Alguns já foram efetivados. Estes contratos revistos estabelecem condições de reestruturação dos mercados, notoriamente os regionais, podendo ser oportunidades de entrada de players externos na composição do novo contrato ou na inserção na abertura do mercado a competição após 30 anos de observação do Estado quanto ao amadurecimento do mercado. Isso é notório com o mercado de 5G e TV a Cabo e de energias renováveis.

O Ceará, no caso de telecomunicações, possui tecnologias em desenvolvimento regional e potencial de servir de modelo para escalonar experiências de cabeamento em outros Estados. Além disso, é uma entrada de grandes conexões no Brasil em decorrência de investimentos do Hub de Cabos de Angola, portanto possuindo uma alocação inicial favorável a crescimento acelerado em curto prazo, o que gera retorno mais rápido a investidores.

O mercado de energia cearense é expoente em geração de energias renováveis, com a possibilidade de uso de energia solar, mas com a ressalva que as linhas de transmissão e distribuição agora podem estar no páreo para disputa.

Isto faz o investimento mais atrativo ao investidor que poderá garantir a verticalização do seu negócio e potencializar ganhos da geração com distribuição e transmissão, ou então para a possibilidade de parceria na consecução de projetos de geração que exigem conexões hoje não disponíveis, mas negociáveis para implementação nas negociações em ocorrência pela ANEEL.

Por fim, salta aos olhos de qualquer investidor a oportunidade ferroviária com a Ferrovia Transnordestina. Esta tem trechos concluídos para conexão entre dois grandes portos (Pecém e Suape) e o potencial de integração com a Ferrovia Norte-Sul e Carajás, constituindo uma possibilidade de transporte misto de minério e agronegócio da região entre Maranhão-Piauí e Bahia.

A Transnordestina foi a última conclusão do ciclo de concessões da década de 1990 (em 1998). Tem uma obra parada em bitola larga que finalizada faria a composição de integração Centro-Oeste com o Norte-Nordeste para grandes transportes de carga. Eis uma grande oportunidade. As renegociações de contrato estão ocorrendo com cinco anos de antecedência, então, até 2023 espera-se uma disputa acirrada por esta possibilidade real de investimento com retornos de no mínimo 30 anos.

Investidores que tenham a perspectiva em um Estado olhem bem para o Ceará: Energia, Telecomunicações e Transportes são mercados tradicionais brasileiro e com crescimento garantido e estável. Além disso, o novo marco do saneamento e as Parcerias Público-Privadas estaduais indicam que a dinâmica do mercado é muito salutar a investidores interessados em crescimento acelerado.

* Pesquisador em Economia dos Transportes e professor da Universidade Federal do Ceará (UFC)

Fonte: Trends CE em 21.07.20

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Sebrae Ceará realiza live sobre oportunidade de venda dos pequenos negócios para o governo

Sebrae Ceará realiza live sobre oportunidade de venda dos pequenos negócios para o governo

Evento vai reunir especialistas da área jurídica no dia 29 de julho

O Sebrae Ceará realiza no dia 29 de julho uma live para falar sobre a oportunidade de venda dos pequenos negócios para o governo. A transmissão ao vivo ocorre às 16h, no portal da entidade.

Participam do encontro Edilberto Pontes, vice-presidente do Tribunal de Contas do Ceará; Giovani Pacelli, superintendente regional da Controladoria Geral da União no Ceará; e Andrei Aguiar, advogado, mestrando em Direito e consultor jurídico do Sebrae.

Fonte: Focus em 21.07.20

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