Mulheres, vozes e olhares, por Clivânia Teixeira
Mulher é um termo que beira ao infinito, pois retém em sua essência a grandeza criativa do universo. Falar sobre esta pluralidade requer um olhar interior e uma capacidade ímpar de expandir a compreensão deste conceito.
Ao adentrar o século XXI se dizia com muita propriedade que este seria liderado pelas emoções. É oportuno observar que a emoção, apesar de ser uma expressão dos sentimentos humanos, é algo que se associa a figura feminina como sendo um de seus maiores atributos, portanto longe de nos colocar num patamar de vulnerabilidade é algo que fortalece, nos protege e nos guia.
A sensibilidade é possivelmente o ingrediente mais sutil de nosso ser, apura nossa intuição e é grande trunfo neste ser plural que dota as mulheres com mecanismos surreais e que possibilita realizações impossíveis de acreditar, pois não são raros os momentos onde tocamos o impossível para realizar o possível.
Cheia de propósitos e muito focada em resultados a mulher é capaz de ir aonde muitos não chegam, pois é de sua natureza superar seus próprios limites e atingir alvos. Cada vez mais, a mulher traz a consciência da presença para suas atitudes, já não são barcos que navegam ao acaso e/ou dirigidas por marinheiros inábeis, suas velas estão cada vez mais, apontando para os ventos certos.
Esta superação advém de uma necessidade ímpar de sobrevivência ao longo das eras, de se fazer valer em situações adversas, e por ser este o meio de se sobressair num momento em que o masculino ainda pulsa forte. Ao mesmo tempo podemos dizer que é nesta potencia que as relações se fortalecem e se tornam sustentáveis.
Dentro de cada mulher pulsa o coração da ancestralidade, herança que transcende o genético e que vem com cada vez mais força na medida em que aprendemos que olhar para trás é reverenciar toda essa ordem que nos antecedeu e se apropriar desta força, é assim que construímos esse ser perene que se traduz no feminino sagrado.
O sagrado feminino é este movimento de despertar, cura, conexão e empoderamento de mulheres, que nos resgata dos mistérios para a clareza de existir com a força dessa energia feminina sem estereótipos de qualquer ordem, e que nos livra de posturas caricatas.
Desafios e disputas a parte, avançamos, pois este é o caminho da plenitude, atingir o nosso melhor e chega um momento em que os conflitos dão lugar a ações, onde a colaboração, as descobertas de novos caminhos e a inclusão soam bem, sobretudo quando aliadas a essência do feminino.
As verdadeiras mulheres aliam o belo, a força do querer e a força do realizar, entretanto, suas verdadeiras metrias não estão limitadas a corpos standartizados, a altura de saltos e a outros artifícios, é muito mais.
Há um ser que se descortina e que se polifurca sem se perder nos muitos caminhos que foi obrigada a percorrer, apesar dos percalços, a mulher é chamada de volta ao primordial de sua força que foi esmagada naquilo que tínhamos de mais sagrado.
Está na hora de resgatarmos esta força para sermos o que sempre fomos, a fonte de conexão com a vida que faz fluir, que leva a prosperidade.
O título “Mulheres, vozes e olhares”, remete ao lugar de expressão do feminino, com toda a sua força, seja pelo lado sutil, seja pelo sentir, seja pelas ações, acima de tudo, expressa a voz de sua essência naquilo que fala mais alto em seu coração.
A vida se encarrega de enlaçar estas forças, e é um movimento bonito, que transcende e que promove uma (r)evolução a olhos vistos ambientada numa sabedoria mórfica.
Contato: clivaniateixeira@cbpce.org.br
Por: Clivania Teixeira