Produção Industrial no Ceará teve maior alta do Brasil
A produção industrial cearense teve a maior alta do Brasil no mês de julho. É o que aponta o resultado divulgado, ontem, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O crescimento foi de 34,5% na passagem de junho para julho. Em seguida, Espírito Santo teve a segunda maior alta, com 28,35%.
Para o IBGE, o bom desempenho reflete a ampliação do movimento de retorno à produção de unidades produtivas, após paralisações por conta dos efeitos causados pela pandemia do novo coronavírus. De acordo com o gerente da pesquisa, Bernardo Almeida, o resultado positivo no Ceará se dá, principalmente, pelas altas nas taxas do setor de couro, de artigos de viagens, de calçados e de vestuário. “É a terceira taxa consecutiva positiva para o estado, mas ainda abaixo 1% do patamar pré-pandemia”, avalia.
O secretário do Desenvolvimento Econômico e Trabalho (Sedet), Maia Júnior, destaca que é o segundo mês consecutivo que o Ceará desponta com excelentes resultados na recuperação econômica. “Parece que a fase mais difícil do ponto de vista econômico na pandemia começa a se dissipar. Nos meses de junho e julho, não só no comércio varejista, na agricultura e sobretudo na indústria, os resultados foram muito bons”, afirmou.
O Ceará, pelo segundo mês consecutivo, se destacou no crescimento econômico. “ No mês de junho foram destaque os segmentos da confecção, têxtil e calçados, e em julho, os serviços turísticos começaram a despontar, o que é natural com a volta do consumo no varejo, o que está ativando a recuperação do estoque da indústria. ”
O secretário ressaltou ainda que as expectativas para o fim de ano são boas já que normalmente os meses de setembro a dezembro são favoráveis à indústria que está produzindo mais para atender a demanda natalina. “Isso é importante para nós, proporcionar um ótimo final de ano para os cearenses, com lojas abastecidas, economia se recuperando e principalmente a taxa de emprego em crescimento. O emprego é o nosso maior desafio. E estamos trabalhando para recuperar os níveis pré-pandemia com a liderança do governador Camilo Santana e assim dar uma resposta para os problemas causados pela pandemia”, finalizou o secretário.
Ainda de acordo com o IBGE, mesmo Ceará e Espírito Santo com as altas mais intensas, São Paulo, que cresceu 8,6%, segue aparecendo como a principal influência por ser o maior parque industrial do país. A alta paulista pode ser explicada pelo bom desempenho dos setores de alimentos e de veículos automotores. “São setores influentes na indústria paulista. Também o de máquinas e equipamentos apresentou crescimento importante”, explica o gerente da pesquisa, Bernardo Almeida. Já o Espírito Santo soma avanço de 28,6% em dois meses seguidos de crescimento na produção.
Comparação
O resultado da produção industrial cearense também é positivo na comparação com o mês de junho do ano passado, representando uma alta de 2,7%. As maiores altas na variação mensal foram registradas nas atividades fabricação de produtos alimentícios (36,7%), metalurgia (26,7%) e fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis (24%). Já as maiores quedas ficaram na confecção de artigos do vestuário e acessórios (-30,3%) e fabricação de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos (-22,5%).
Em julho, a indústria acumula no ano -18,2% e nos últimos 12 meses uma variação -9,4%. A atividade com maior alta no acumulado no ano foi fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis (36,1%). Já as maiores quedas acumuladas foram na confecção de artigos do vestuário acessórios (-44%), fabricação de produtos têxteis (-42%) e preparação de couros e fabricação de artefatos de couro, artigos para viagem e calçados (-40,2%).
Fonte: Jornal O Estado do Ceará em 10/09/2020