Exportações cearenses aumentam 52,9% em relação a fevereiro

As exportações cearenses apresentaram um aumento de 52,9% em março quando comparamos com o mês anterior. O valor de US$ 211,7 milhões foi o melhor resultado mensal em 2020. Se comparado com o mês de março de 2019, o valor obteve um crescimento de 28,7%. No que se refere às importações, o resultado do mês de março de 2020 também foi positivo, com um crescimento de mais de 66,4% se comparado com o mês de fevereiro. O valor corresponde ao dobro do resultado do mesmo período do ano anterior. As informações são do estudo Ceará em Comex, elaborado pelo Centro Internacional de Negócios da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC).

O resultado do primeiro trimestre somou US$ 555,5 milhões em exportações no ano de 2020, que corresponde a uma pequena retração de 0,5%, quando comparado com o primeiro trimestre de 2019. As importações no trimestre aumentaram 41,3%, alcançando o valor de US$ 668,9 milhões. Esse crescimento refletiu no aumento negativo da variação do saldo comercial. Em geral, o resultado do primeiro trimestre do comércio exterior cearense foi positivo, considerando as incertezas no cenário econômico mundial em virtude da disseminação do novo coronavírus.

Os países asiáticos foram os primeiros a paralisarem suas atividades econômicas, seguidos da Europa e Estados Unidos, e consequentemente, do Brasil. Na tentativa de diminuir a contaminação pelo vírus, o Governo do Estado do Ceará decretou paralisação das atividades e isolamento social no dia 18 de março de 2020.

O resultado geral das exportações brasileiras foi positivo, considerando principalmente os resultados de estados com menor capacidade exportadora. Para o Ceará, que se mantém em 14º lugar, o trimestre de 2020 correspondeu ao melhor resultado dos últimos três anos em participação nacional, com uma representatividade de 1,12%. Entre os estados do Nordeste, o Ceará permanece como o terceiro principal exportador e obtém 15,4% de representatividade nas exportações da região.

O município de São Gonçalo do Amarante obteve um crescimento de 1,3% das exportações no primeiro trimestre de 2020, totalizando mais de 57% de tudo que é vendido ao exterior pelo Estado do Ceará. O montante de US$ 288 milhões é representado pincipalmente pelo setor siderúrgico.

Caucaia e Sobral apresentaram desempenhos negativos de 8,5% e 18,2%, respectivamente. O destaque positivo ficou para Icapuí que dobrou o valor exportado no trimestre, totalizando US$ 16,5 milhões, alavancado pelo setor de fruticultura, tradicional do município.

Os três setores que mais exportaram no primeiro trimestre de 2020 apresentaram variações negativas quando comparado com o mesmo período do ano anterior. Uma pequena retração de 1,7% nas exportações do setor de “ferro fundido, ferro e aço” demonstra que o setor permanece em equilíbrio, apesar da redução da atividade industrial no mundo, efeito da paralisação de grande parte das atividades econômicas que tem como objetivo conter a disseminação da Covid-19.

Apesar da queda de 10,7% no principal produto siderúrgico exportado pelo Ceará, que corresponde a “outros produtos semimanufaturados de ferro ou aço não ligado, de seção transversal retangular, que contenham, em peso, menos de 0,25 % de carbono”, observa-se um crescimento superior a 845,1% na exportação de “produtos semimanufaturados de ferro ou aço não ligado, que contenham, em peso, 0,25% ou mais de carbono”, produto menos habitual na pauta exportadora cearense.

O setor calçadista sofreu uma retração de 13,5%. Apenas o grupo de produtos de “Outros calçados cobrindo o tornozelo, parte superior de borracha, plástico” decresceu 30,8% se comparado com o mesmo período no ano anterior.

Apesar das dificuldades de produção como consequência da proibição da pulverização aérea de agrotóxicos estabelecida pelo Governo do Estado, o ano de 2020 começou positivo para o setor da fruticultura cearense. As exportações de melões frescos cresceram 143,1%, totalizando US$ 13,9 milhões.

Já as vendas de castanhas de caju permaneceram em equilíbrio somando US$ 27,4 milhões. No total, as exportações do setor ultrapassaram o valor de US$ 46,7 milhões, que corresponde a um crescimento de 21,4% no trimestre. Os Estados Unidos e Holanda foram os principais destinos das frutas cearenses.

O setor “Minérios, escórias e cinzas” cresceu 484% no ano, superando o valor de US$ 11,5 milhões. Ceará iniciou as exportações de manganês no ano passado e tem como principal destino a China.

A cera de carnaúba, tradicional produto exportado pelo estado, sofreu uma retração de 42% e apresentou o pior resultado desde 2010, se analisados os valores exportados no primeiro trimestre dos anos anteriores. Os Estados Unidos e Alemanha permanecem como os principais compradores do produto.

Apesar da retração de 8%, os Estados Unidos permanecem como o principal comprador de produtos cearenses. A participação das suas compras estão em 33% e totalizam US$ 183 milhões.

Destacam-se o crescimento surpreendente de países como o Canadá, Turquia, Bélgica e Polônia. Países que não apresentam tradição nas compras cearenses, aparecem como principais compradores em virtude da demanda por produtos à base de ferro e aço, provenientes da indústria siderúrgica do estado.

O México e Coreia do Sul reduziram suas demandas por produtos siderúrgicos cearenses, levando a uma retração de 53,7% e 31%, respectivamente. A China, primeiro país afetado pelo novo coronavírus, comprou produtos cearenses no montante de US$ 34 milhões, com destaque para produtos de aço, manganês, cera de carnaúba, peixes e crustáceos. As exportações cearenses para a China em 2020 são o melhor resultado da história entre as relações comerciais do estado com o país, quando consideramos o primeiro trimestre dos últimos anos.

As importações brasileiras aumentaram em 4,3% no primeiro trimestre de 2020. O resultado positivo nas importações cearenses apresentam o melhor resultado para um primeiro trimestre em participação nas importações cearenses, cerca de 1,52%.

Analisando os municípios, pela primeira vez desde os resultados do primeiro trimestre de 2014, Fortaleza aparece como o principal município importador do estado. O montante de US$ 234,6 milhões corresponde a 36% das compras do estado no exterior. O crescimento superior a 75,2% se comparado com o mesmo período do ano anterior. Os principais produtos importados foram combustíveis, trigo e óleo de palma.

Grande destaque para o município de Aquiraz que comprou o montante de US$ 76,5 milhões, oito vezes o valor importado no mesmo período do ano passado, que se deu principalmente pela demanda de maquinas e peças da indústria automotiva.

Enquanto isso, os municípios de Maracanaú e Caucaia, onde estão concentradas grandes indústrias, sofreram uma diminuição de 9,2% e 1,4% respectivamente, na compra de produtos e matéria prima do exterior.

O principal produto importado pelo estado nesse primeiro trimestre permanece sendo a hulha betuminosa. O total importado foi de US$ 83,3 milhões, que corresponde a 12,6% de redução se comparado com o mesmo período do ano passado. Outros combustíveis, como óleo diesel e gasolinas (exceto para aviação) seguem com altas de 225% e 284%, respectivamente. No total, a demanda por combustíveis cresceu 85% e alcançou o valor histórico de US$ 256 milhões apenas nos primeiros três meses do ano.

O setor que corresponde a “Reatores nucleares, caldeiras, máquinas, aparelhos e instrumentos mecânicos, e suas partes” alcançou US$ 62,3 milhões em compras, crescendo 205%. Mais da metade desse montante corresponde aos produtos do grupo “Redutores, multiplicadores, caixas de transmissão e variadores de velocidade, incluindo os conversores de torque”. Apenas esse produto cresceu 3740% no início desse ano.

Insumo para a indústria de massas e panificação, os óleos de dendê bruto foram os produtos mais procurados no exterior entre as gorduras e óleos vegetais. O produto é fornecido principalmente pela Colômbia e pela Indonésia. Em compensação, a demanda por cereais obteve uma redução de 7,9% no período.

A procura por produtos químicos orgânicos também sofreu redução no período de 3,6%. Apenas o Glifosato, proveniente especialmente da China e destinado principalmente para a indústria de agrotóxicos, apresentou uma queda superior a 12%.

A demanda do produtos norte-americanos cresceu 124% no primeiro trimestre de 2020, se compararmos com o mesmo período do ano anterior. O país é o principal fornecedor dos combustíveis comprados pelo Ceará. Mais de 38% de tudo o que o Ceará compra no exterior é proveniente dos EUA e atingiu o valor de US$ 236,7 milhões se considerado apenas os três primeiros meses do ano.

A instabilidade provocada pela Covid-19 não comprometeu a relação do Ceará com a China. O estado adquiriu produtos como máquinas e partes para a indústria automotiva, glifosato, painéis e módulos solares e obras de ferro e aço. O montante correspondeu a US$ 138,5 milhões e um crescimento de quase 26% se comparado com o ano passado. O market-share do país corresponde a 20,7% das aquisições cearenses no exterior.

No que se refere a relação do Ceará com países da América do Sul, a Argentina que é principal fornecedor de cereais para o estado, obteve uma redução de 0,9% por produtos no país. Já produtos como a hulha betuminosa e os óleos de palma provenientes da Colômbia contribuíram diretamente para um incremente de 125% na demanda por produtos colombianos.

Grande destaque para as relações do Ceará com a Dinamarca. A compra no montante de US$ 30 milhões apenas nesse ano, promoveu um crescimento superior a 1175%. O principal produto fornecido pelo parceiro corresponde a partes e maquinas que tem como destino a indústria automotiva.

É importante destacar o crescimento de 72% nas operações de importação através do modal aéreo. Em virtude das ações de melhoria e promoção do hub aéreo cearense, essa modalidade poderá ser mais explorada pelas empresas cearenses no futuro.

Clique AQUI para acessar o Ceará em Comex na íntegra.

Fonte: SFIEC em 17.04.2020

Presidente do Banco Central diz que economia começará a melhorar a partir do 4º trimestre

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que a economia brasileira vai começar a melhorar a partir do 4º trimestre de 2020, e que apenas nos próximos 3 meses é que será possível avaliar a extensão do estrago da crise do coronavírus no país, segundo o site Poder360 neste sábado.

Segundo o site, a entrevista completa em parceria com o Poder em Foco, no SBT, será transmitida no domingo.

“Eu acho que o último trimestre vai mostrar melhoras. Obviamente de uma base muito baixa. Agora a dúvida é o 3º trimestre, o quanto vai ser impactado”, disse o presidente do BC, na entrevista.

Campos Neto também afirmou que o Banco Central apresentará sua estimativa para a economia em comunicado oficial em breve, e que ela dependerá dos efeitos do isolamento social por conta do novo vírus.

“Eu acho que as pessoas que hoje fazem conta de quanto vai ser o crescimento brasileiro estão estimando quanto tempo vai ficar parado e como vai ser essa parada. Eu acho que nunca esteve tão difícil fazer previsão de crescimento, porque é um fenômeno muito diferente, muito novo, a gente não viu”, disse. (Reuters)

Fonte: Jornal do Brasil em 18.04.2020

Resposta ousada de Bruxelas pode gerar crescimento sustentável, diz a S&P

“Se o plano de recuperação da União Europeia em discussão for ousado isso poderá ajudar as economias da Europa a tornarem-se mais sustentáveis, competitivas e coesas”, divulga o S&P Global Ratings.

Uma resposta ousada da União Europeia (UE) à pandemia de Covid-19 pode ajudar as economias da Europa a tornarem-se mais sustentáveis, competitivas e coesas, afirma Sylvain Broyer, economista-chefe da S&P Global Ratings, num relatório divulgado esta quarta-feira.

No relatório publicado no RatingsDirect, Broyer refere que “a resposta da UE à Covid-19 pode traçar um caminho para o crescimento sustentável”.

“O Covid-19, sem dúvida, deixará a sua marca nas economias dos Estados-membros. Não veremos novamente os níveis de PIB [Produto Interno Bruto] que tínhamos no final de 2019 por pelo menos dois anos”, disse Broyer.

“No entanto, se o plano de recuperação da UE em discussão for ousado, alinhado adequadamente a outras políticas favoráveis ao crescimento, incluindo o Acordo Verde Europeu, e focado no futuro, isso poderá ajudar as economias da Europa a tornarem-se mais sustentáveis, competitivas e coesas”, acrescenta.

No relatório é referido que a resposta política da UE ao Covid-19 foi muito mais rápida e generosa do que na crise financeira global de há uma década, sublinhando que o balanço do Banco Central Europeu (BCE) cresceu 500 biliões de euros – 4% do PIB – após apenas um mês de bloqueios.

Ao nível político, a UE aliviou rapidamente as regras e diretrizes orçamentais sobre ajudas estatais, permitindo que os Estados-membros apoiassem as suas economias e cidadãos.

Além disto, a UE está a pensar usar o Mecanismo Europeu de Estabilidade para financiar gastos nacionais em assistência médica, adianta o relatório.

“A resposta da UE já está muito à frente da sua reação em crises anteriores e, quando os chefes de Estado da UE se encontrarem esta semana, terão a oportunidade de fazer mais ao decidir sobre um fundo de recuperação da UE que possa ajudar a consolidar o futuro dos países europeus”, refere ainda Broyer.

Fonte: Jornal Sapo em 22.04.2020

E-commerce no nordeste: Desafios e oportunidades

Nos últimos anos o e-commerce no nordeste vem crescendo acentuadamente tanto em número de consumidores quanto em volume de compras. Contudo, poucas empresas da região estão apostando efetivamente nessa área e se estruturando adequadamente para esse canal de venda tão precioso.

Segundo os dados do Ebit Nielsen, esse setor teve um crescimento de 12% no último ano, surpreendentemente em um momento em que a economia em geral apresentava sinais de ajustes.

É evidente que existem alguns desafios que causam receio no momento de investir no crescimento do mercado online, porém, as oportunidades progressivas apresentam um cenário favorável que deve ser considerado na perspectiva da transformação digital e do cenário que a humanidade está vivendo no momento.

Algumas das diversas questões que temos que considerar se refere ao aspecto da territorialidade ampla (o nordeste é um país) e acesso a alguns locais, atrelados a aspectos sociais que podem impedir que o e-commerce no nordeste seja realmente explorado.

Embora devam ser consideradas, observamos que esse contexto tem se alterado gradativamente nos últimos anos com uma tendência de ajustes de acordo com as previsões do mercado, mostrando todo o seu potencial de crescimento.

O e-commerce no nordeste e os investimentos

O e-commerce pode ser encarado como uma estratégia de mercado que surgiu com a popularização da internet, onde todas as fases da transação são feitas no meio digital.

Essa janela possibilitou que pessoas de diversas partes do país e do mundo passassem a adquirir produtos sem sair de casa, e que não fossem fabricados, necessariamente, próximos a sua residência.

Por outro lado, a globalização aumentou exponencialmente, e se tornou possível comprar mercadorias do mundo todo, não apenas do Brasil.

Uma vez que essa possibilidade se tornou comum, produtos importados passaram a chegar nas alfândegas nacionais, para serem distribuídos.

Sendo assim, transportar produtos chegados do sul para o nordeste é economicamente mais caro, o que ocasiona fretes mais caros, tornando os produtos desinteressantes.

Com menos consumidores que a região sudeste (58%), muitas empresas acreditam que seja mais viável investir em entregas nessa região, realizando a manutenção desse ciclo que pode proporcionar uma estagnação do e-commerce no nordeste.

Aspectos culturais e macro econômicos

Além da questão territorial, há um certo distanciamento cultural com o nordeste por parte de outras regiões.

Historicamente, a região sul e centro-oeste foram colonizadas primeiro, possuindo maior investimento e recebendo a maior parte dos imigrantes.

Essas regiões criaram estratégias de desenvolvimento pautadas na industrialização e modernização de outros setores da economia, de modo que a economia passou a se concentrar, em grande parte, nesses locais.

Dessa forma, muitas pessoas, e o mercado em geral, mantêm o imaginário que essas regiões possuem maior poder econômico, enquanto as localidades do norte e nordeste são menos abastadas.

Essa linha de raciocínio, ainda que involuntariamente, leva a um baixo investimento das empresas para o e-commerce no nordeste, acreditando que essa aplicação não retornará lucros.

Com o baixo investimento, a uma tendência que os fretes aumentam e o e-commerce para essa região possa ser pouco atrativo, alcançando poucas lojas que se preocupem em enviar produtos para esses locais.

Esse olhar, ainda que superficial, cria a oportunidade para que empresas da região estruturem melhor seus canais de venda e tratem o e-commerce como uma possibilidade de melhorar faturamento e relacionamento com o consumidor que está em sua região.

Oportunidades que superam os desafios

Ainda que existam desafios, observamos que nos últimos anos, o e-commerce no nordeste foi o que mais cresceu no quesito consumidores e compras realizadas. Foram mais de 3 bilhões em faturamento no último semestre, apenas com o crescimento da região.

É uma área pouco explorada, com grande potencial de crescimento. Seu faturamento apresenta números elevados e expectativas positivas para o mercado online, que cresceu mais 7% nos últimos seis meses.

Dessa forma, investir no e-commerce no nordeste pode apresentar muitos desafios atualmente, mas, a médio e longo prazo, as oportunidades encontradas superam as adversidades, com um público crescente e crescimento inevitável.

Nas palavras de Aldo Pacheco, especialista em e-commerce, “o nordeste é maior que muitos países e que não se pode ignorar a possibilidade de atingir esse mercado. O e-commerce pode e deve ser considerado como uma estratégia, especialmente pelas empresas locais”.

É nessa perspectiva de um mundo e uma economia em transformação que as empresas do nordeste devem se reposicionar em vias a melhorar faturamento, lucro líquido, fortalecimento de marca, relacionamento com consumidor dentre outras questões.

O nordeste pode ser a solução para o nordeste, ao menos no quesito e-commerce.

Fonte: Carlos Luna em 31.03.2020

Cinco passos para manter a tranquilidade em período de quarentena

Há duas semanas, não era preciso pensar muito: entre fazer uma ligação e mandar mensagem, quem iria escolher a primeira alternativa? E nos momentos de folga, aos fins de semana, alguém ainda optava por ficar em casa, saboreando a própria companhia ou a presença dos familiares, ao invés de sair para a rua? Eram raros os casos, escapavam pelos dedos.

Mas, hoje, a realidade é bastante diferente. A pandemia do novo coronavírus nos obriga a ficar confinados como meio de prevenir a transmissão. Atitude de consciência, claro, e que traz consigo um novo panorama.

Em tempos de isolamento social, diferentemente daqueles aos quais estávamos habituados, ligações e chamadas de vídeo se avolumam. Queremos nos ver e ouvir, desejamos contornar a barreira da separação. Em casa, detalhes tão pequenos – o sol entrando pela janela, o crescimento de uma planta – tornam-se enormes demais. É a necessidade da presença.

Para além de toda essa singeleza, há uma enorme parcela da população que encara também um árduo desafio: como conviver consigo e os seus quando a única opção é essa? De que forma manter uma boa saúde mental nessas condições que, por vezes, ficam complicadas de se encarar?

“É óbvio que estar dentro de casa, fruto de uma parada que veio de fora para dentro a partir de um decreto, gera uma série de desconfortos e uma necessidade imensa de adaptação”, explica a psicóloga e especialista em gestão, Adriana Bezerra. “Afinal, para a maioria, era nos lares onde se passava a menor parte do dia”.

Nesse movimento, de forma a encontrarmos um novo sentido para a quarentena, a profissional conversou com o Verso a fim de repassar ensinamentos que contornam a barreira temporal: além de nos auxiliar a atravessar este momento com sabedoria, servem como ferramenta de mudança permanente frente ao desconhecido que nos aguarda.

CRESCIMENTO
Fundadora da agência Flow Desenvolvimento Integral, com foco no bem-estar mental de indivíduos e empresas, Adriana Bezerra elenca cinco passos bastante importantes, direcionados a todos, embora, de forma especial, a quem está passando por dificuldades de viver apenas entre quatro paredes.

Segundo ela, cada um deles nos convoca a manter o estado de presença, ou seja, a capacidade de estarmos completamente envolvidos com a atividade que executamos em determinado momento. Em síntese: significa o aproveitamento do tempo presente, do aqui e agora.

O primeiro deles é parar. Na agitação em que vivíamos, não nos permitíamos sequer alguns momentos de pausa, acarretando estresse e ansiedade. “O convite, agora, é para que paremos pelo menos cinco minutos, pela manhã, antes das refeições e antes de dormir”, explica Adriana.

Na sequência, o segundo passo é silenciar, descrito pela psicóloga como a melhor forma de entrarmos em conexão conosco. Não à toa, procure um local na casa em que se sinta à vontade e cale os anseios. “O silêncio é uma prática contemplativa, por isso que fazemos a meditação calados. É uma oportunidade de silenciar não só a boca, mas também por dentro, e gerar, com isso, uma maior conexão”.

Em seguida, respirar é outro elemento fundamental. Feita da maneira correta – pelo abdômen, inspirando pelo nariz e exalando muito suavemente pela boca, como se soprasse uma vela – a prática nos fortalece internamente, nos deixando mais conscientes e atentos ao redor.

O exercício se liga ao quarto passo: ancorar. Segundo Adriana, “é pôr os pés no chão, de preferência sem sapatos, entendendo que estamos no aqui e agora. Os dedos, inclusive, devem ficar completamente no solo”.

Por último, trata-se de se auto-observar, notando como as reações se manifestam no corpo. “É perceber você”, resume a psicóloga. “Essas práticas são supersimples, mas fundamentais para nos colocar naquele estado de presença para as atividades, seja de home office, seja nos afazeres de casa. Em cinco minutos, conseguimos alcançar a inteireza, nos mantemos completamente ali”.

FRUTOS
No fim das contas, vivenciar esse estado é encarado por Adriana Bezerra como uma das maiores bênçãos que podemos alcançar por meio do período de recolhimento.

“Éramos muito habituados a viver o futuro com base no passado. Tudo era tão acelerado, que, no lugar de vivermos o hoje plenamente, vivíamos dois dias à frente. Agora, temos a oportunidade de fazer cada coisa no seu tempo”, diz.

Quando não há a compreensão da importância de estar dentro de casa e se quer, de alguma maneira, “brigar” com isso, ela ainda considera ser um obstáculo organizar uma nova rotina. E isso é muito complexo do ponto de vista da saúde emocional e mental. Por isso, a seriedade em encarar o período como um gatilho para mudanças, criando um jeito novo de atuar, sentir. Viver.

Nos próximos dias 30 e 31 (segunda e terça-feira), de modo a estender o raio de alcance desses ensinamentos, Adriana continua uma série de transmissões ao vivo pelo Instagram iniciadas nesta semana, sempre às 20h, por meio do perfil da Flow Desenvolvimento Integral. Os temas serão, respectivamente, “Os pilares do autocuidado” e “Compaixão e autocompaixão”, e mais lives deverão ser feitas até o término da quarentena.

“Estamos vivendo uma oportunidade ímpar na Terra de aprendermos muitas coisas. Por que tanta gente tem dificuldade com o isolamento social? Por não conseguir estar sozinho consigo mesmo. E estar só comigo significa vasculhar-me, descascar a mim. É importante que aprendamos a fazer isso. Lembro do Enigma da Esfinge, que diz: ‘Decifra-me ou devora-te’. A esfinge é parte animal, parte humana. Se eu não conhecer a mim como ser humano, minha parte animal vai me devorar”, conclui.

Serviço
Palestras sobre “Os pilares do autocuidado” e “Compaixão e autocompaixão”, por Adriana Bezerra
Respectivamente, dias 30 e 31 (segunda e terça-feira), a partir das 20h, no perfil do Instagram da Flow Desenvolvimento Integral

Fonte: Diário do Nordeste em 27.03.2020

Ceará é destaque no Turismo em 2019

Ceará é destaque no Turismo em 2019

O Estado apresentou crescimento de 4,8% no volume de atividades turísticas em 2019, segundo maior crescimento do País

O índice de atividades turísticas no Ceará em 2019 apresentou alta de 4,8% na comparação com 2018. O resultado faz parte da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e mostra que o Estado foi destaque entre as outras unidades da Federação no segmento.

Apenas em São Paulo (5,1%) o índice de atividades turísticas ficou acima do resultado do Ceará. Outros estados que se destacaram no volume de atividades turísticas em 2019 foram Minas Gerais (2,8%) e Rio de Janeiro (2,4%).

O ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, ressaltou a relevância do turismo para alavancar a economia brasileira. “Os dados mostram que o nosso trabalho está surtindo efeito. Estamos no caminho certo, levando o país para um desenvolvimento econômico sustentável, sempre com o objetivo de potencializar o turismo e gerar renda e emprego para a população”.

Dezembro
No mês de dezembro do ano passado, as atividades turísticas no Brasil cresceram 3,4% ante igual período de 2018, impulsionadas pelo aumento de receita das empresas de locação de automóveis e de transporte aéreo de passageiros.

Em dezembro de 2019, as maiores altas foram nos estados de Minas Gerais (6%), São Paulo (5,9%) e Rio de Janeiro (3,1%). No Ceará, o crescimento mensal foi de 1,3%.

Em contrapartida, os impactos negativos mais importantes vieram de Pernambuco (-3,9%) e da Bahia (-2,1%).

Fonte: Diário do Nordeste em 18.02.20