Vem aí o Ceará Global – O futuro em 360º

Vem aí o Ceará Global – O futuro em 360º

Este ano o Ceará Global 2020 – O futuro em 360º é online e introduz algumas experiências imersivas para mostrar todas as conexões entre o Ceará e o mundo.

Junte-se à melhor reunião e espaço para conversar sobre comércio internacional, atração de investimentos estrangeiros e cooperação internacional.

Ao longo dos três dias de evento online, serão mais de 19 horas de programação com palestrantes e conteúdos para empreendedores que atuam em negócios e cooperação internacional. Os participantes contarão, ainda, com diversas experiências em realidade virtual que mostrarão por dentro como operam os ambientes ligados à internacionalização da economia.

O Ceará Global é uma iniciativa articulada pela Câmara Setorial de Comércio Exterior e Investimento Estrangeiro (CS COMEX & IE), com a co-realização do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Estado do Ceará (SEBRAE/CE), Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC), Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Ceará (FECOMÉRCIO/CE), Câmara Brasil Portugal no Ceará (CBPCE), Universidade de Fortaleza (UNIFOR), organização da Prática Eventos e Muvon e tem o Jornal O Povo como media partner.

SERVIÇO:
Ceará Global 2020: o futuro 360º
Dias 25, 26 e 27 de agosto de 2020
INSCRIÇÕES: https://bit.ly/cearaglobal2020
*Óculos VR vendido separadamente.

Fonte: CBPCE em 29/07/20

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Atento aos detalhes, Ceará busca aprimorar relações comerciais com Portugal

Atento aos detalhes, Ceará busca aprimorar relações comerciais com Portugal

Estado quer ampliar ainda mais as interações com o mercado português, que, apesar de ainda representar baixo volume de mercadorias, possui alto valor estratégico para o comércio exterior cearense

Portugal está ainda longe de ser um dos principais parceiros comerciais do Ceará. Tal afirmação é uma realidade, se observados apenas os números “frios” que põem o país da Península Ibérica apenas como 21º colocado no ranking de exportações efetivadas pelo Estado – ou míseros 0,59% do total. No entanto, se as relações entre as partes forem observadas mais de perto, sob outro prisma, há ainda um largo potencial estratégico a ser explorado. E não se está falando apenas de semelhanças culturais ou relativas à língua.

Foram apenas US$ 13,2 milhões transferidos do outro lado do Oceano Atlântico para cá em troca de mercadorias durante o ano de 2019, segundo dados colhidos pelo Observatório da Indústria da Federação das Indústrias do Estado (Fiec). Se comparado ao quase US$ 1 bilhão exportado para os Estados Unidos, atual líder disparado nessa movimentação (44,9%), de fato, é muito pouco. No detalhe, entretanto, observa-se que a variação em relação ao ano anterior chegou a 102,9% positivos, um crescimento que já vem se sacramentando na série a partir de 2016, ano em que US$ 7.566.834 entraram nos cofres do Estado oriundos de Portugal. Com relação às importações, US$ 6,9 milhões foram negociados em mercadorias oriundas do “Além-Mar” em 2019, num incremento de 47,6% em relação a 2018.

A liderança absoluta entre os produtos comercializados para o país europeu continua sendo a dos combustíveis e óleos minerais e seus subprodutos, que tiveram um incremento de quase 300% nas vendas em 2019 em comparação a 2018. Antes, em 2017, o segmento já atingira a expressiva marca de mais de US$ 14 milhões, ajudando a compor o melhor desempenho das exportações cearenses para Portugal (US$ 21.076.352, no total, à época). Outro setor que se destacou neste intercâmbio, no ano passado, foi o de calçados, seguido pelo de frutas.

Para a gerente do Centro Internacional de Negócios (CIN) da Fiec, Karina Frota, os números ora modestos – em 2018, o Ceará era apenas o 15º estado brasileiro com maior volume de mercadorias negociadas com Portugal, segundo levantamento do CIN – não devem indicar que o mercado lusitano pode ser, de alguma maneira, desprezado. Pelo contrário:

“O Ceará tem sólidas relações comerciais com Portugal, porém, em termos de valor exportado, o resultado é pouco expressivo. É relevante lembrar que no que se refere aos Investimentos Estrangeiros Diretos, Portugal é um importante parceiro. Iniciar a internacionalização da empresa/negócio por Portugal é uma alternativa inteligente, pois o país lusitano é um dos 27 membros da União Europeia”, comenta ela.

A secretária executiva da Câmara Brasil Portugal no Ceará, Clivânia Teixeira, segue um raciocínio semelhante, indicando uma visão que pode vir a ser vencedora nos anos vindouros. “Sem falar na origem comum, localização geográfica e língua, Portugal e Ceará são entradas atlânticas estratégicas, se considerarmos Portugal como porta de entrada para a União Europeia e Ceará como uma das entradas para o Brasil”, argumenta.

Clivânia Teixeira lembra a importância dos trabalhos realizados pelas câmaras de comércio como “legítimas agentes da diplomacia econômica nos locais em que estão instaladas”, especialmente para manter as relações comerciais entre os países aquecida. “Em 2001, quando surgiu a Câmara Brasil Portugal no Ceará, tínhamos, se muito, umas cinco câmaras portuguesas em funcionamento no Brasil. Hoje, já temos 17 instituições, que fazem parte de uma federação, e 60 Câmaras Portuguesas no mundo distribuídas em mais de 40 mercados”, contabiliza.

Pelo fim dos “clichês”

As semelhanças entre Brasil e Portugal, a começar pela língua e hábitos culturais herdados pela antiga colônia de sua matriz, como não poderia deixar de ser, acabam sendo uma espécie de “clichê” quando se pensa em relações internacionais entre os dois países. Tal visão limitada, de acordo com o diretor de Finanças da Câmara de Comércio Brasil Portugal no Ceará, Raul dos Santos Neto, não deve mais nortear o vai e vem de mercadorias e a prestação de serviços entre as duas nações. “O fato de haver essa semelhança na língua pode acabar sendo uma armadilha, pois muitas vezes a pessoa pensa que montar um negócio em outro país acabe sendo a mesma coisa lá em Portugal, e vice-versa. E não é bem assim que funciona”, assevera, apontando o principal papel dos consulados e câmaras de comércio, consistindo em estreitar mais essas culturas, para que sejam tão alinhadas quanto são as línguas.

“Acredito que a grande dificuldade para os portugueses, ao chegar ao Brasil, seria a de encontrar um canal correto para investir em um país tão complexo em seu ambiente de negócios e de dimensões continentais. Ao longo dos anos, muitos foram enganados, não só no Ceará, mas no Brasil inteiro, se associando a pessoas que não tinham um bom histórico de negócios. Seria interessante que, ao procurar fazer acordos por aqui, o fizessem através dos consulados, câmaras de comércio e indústria, para que os investimentos fossem mais bem sucedidos”, indica Santos, que também é vice-presidente do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças do Ceará (Ibef).

Setores com potencial

Segundo Clivânia Teixeira, o Ceará tem focado em algumas áreas que podem alavancar parcerias estratégicas com e a partir de Portugal (para a União Europeia). “Destacamos os setores/atividades de agronegócios, energias renováveis, economia do mar, logística, infraestrutura, agricultura biológica, produtos gourmet, tecnologia (robótica e afins), comunicação e saúde, além de serviços que envolvam a geriatria (saúde, lazer e acompanhamento, etc.) e franchising em várias atividades, entre outros”.

Já Raul dos Santos destaca hotelaria, energias renováveis (ambas de grande porte), serviços de dessalinização e a gastronomia (esta no varejo) como os melhores canais para se estabelecer parcerias comerciais entre os dois países nos próximos anos.

Turismo

O diretor de Finanças da Câmara Brasil Portugal no Ceará também ressalta a força do turismo como elo consistente entre as duas nações. “Temos uma costa com empreendimentos cada vez melhores, com mais infraestrutura. Também destaco a malha aérea, que, hoje, é bem verdade, está prejudicada pela pandemia (do novo coronavírus), mas o retorno das atividades do nosso hub, continuará permitindo que os voos cheguem ao Ceará com mais facilidade, com turistas do mundo todo”, lembra.

“Em se tratando do Ceará, desde que a TAP se instalou e mais recentemente com a instalação do hub aéreo, intensificou-se o fluxo de viajantes. O turismo é uma atividade abrangente que move todas as cadeias produtivas, contribuindo naturalmente para o incremento e verticalização das relações estratégicas e comerciais como um todo, não apenas locais, mas internacionais”.

Semelhanças

“Tanto Brasil como Portugal têm o foco crescente de estimular os pequenos negócios a partir dos programas de incentivos e investimentos para este setor, relação operacionalizada em Portugal pelo IAPMEI (Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e à Inovação daquele país) e no Brasil pelo Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas). Portugal vem se destacando nos últimos anos como um dos países mais seguros para se viver, desenvolvendo não apenas políticas promocionais de fomento ao turismo, como incentivos à atração de novos negócios a partir de fundos de investimentos”, compara Clivânia Teixeira.

Mudanças e aprimoramentos

Na opinião de Santos Neto, as diferenças culturais – e até comportamentais – entre os consumidores dos dois países devem estar sempre no campo de visão dos empresários que queiram reforçar os acordos comerciais com a nação co-irmã. “O português tem um consumo bem mais consciente. Ou seja, tem a cultura de ir ao supermercado e comprar só o que precisa, ao contrário do brasileiro, que em regra gosta de encher o carrinho de compras. Enquanto o português só adquire uma roupa nova quando a antiga já não lhe serve mais, o brasileiro compra muito mais guiado pela moda. Um cumpre suas próprias tarefas dentro de casa, dispensando a contratação de empregados, o outro tem esse hábito de possuir alguém para lhe servir. E isso reflete bastante no mundo dos negócios”, exemplifica o dirigente.

Clivânia Teixeira, por sua vez, indica uma atenção especial às importações como outra orientação estratégica na relação Ceará-Portugal. “É (preciso) ampliar e organizar a cooperação entre os players que atuam nas relações internacionais do Estado. Além disso, devemos lembrar que comércio exterior é via de mão dupla, ou seja, há que se acolher a importação para gerar relacionamento e reciprocidade”, recomenda, ressaltando a necessidade de uma manutenção de políticas constantes de atração de investimento, “cuidando de fatores preponderantes como infraestrutura e segurança jurídica, bem como todo o fluxo de atividades relacionado à movimentação de mercadoria”, complementa a secretária executiva da Câmara Brasil Portugal no Ceará.

Fonte: Trends CE em 29/07/20

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Produção industrial cearense volta a crescer após sete meses de retração

Produção industrial cearense volta a crescer após sete meses de retração

Setor já apresenta os primeiros sinais de retomada, afirma Fiec

A indústria cearense começa a se recuperar após sete meses de prejuízos. É o que revela a pesquisa Sondagem Industrial da Fiec.

Para o levantamento, a entidade considera o indicador como positivo quanto fica acima dos 50 pontos. No caso da produção industrial, o índice ficou em 51,4.

“Todavia, o resultado do indicador de produção mostra o início – ainda tímido – de uma retomada econômica, bem como expectativas positivas em relação à demanda futura tanto para o Ceará como para o Brasil”, declarou.

De acordo com a Fiec, o resultado estadual foi influenciado positivamente pelas empresas de grande porte, enquanto as de pequeno porte ainda obtiveram um desempenho abaixo dos 50 pontos.

“Como o indicador representa a percepção do empresariado em comparação com o mês anterior, esses valores não indicam um retorno aos níveis normais, mas sim uma ligeira mudança na trajetória da produção industrial, que anteriormente era de queda”, finaliza a entidade.

Fonte: Focus

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Ambiente doméstico é protagonista no consumo e nos gastos, segundo pesquisa

Ambiente doméstico é protagonista no consumo e nos gastos, segundo pesquisa

Embora comprometimento de 40% com necessidades básicas demonstre queda na renda, há saídas para motivar o consumo, através da criação de estratégias de se aproximar do cliente e garantir crédito e apoio para empresas

Com o isolamento social e a obrigatoriedade de ficar em casa por meses, o lar passou a ser o centro de atenção para trabalho, estudo e lazer. Assim, os gastos domésticos passaram a ser prioridade no orçamento não só pelas necessidades básicas, mas porque a casa virou protagonista no consumo.

Neste ano, o consumo no Ceará foi de R$ 119,5 bilhões e, em Fortaleza, R$ 59,94 bilhões. Nos dois casos, a maioria da verba foi destinada à habitação e limpeza, sendo R$ 29,96 bilhões (23,4%) no Estado e R$ 13,46 (22,5%) na capital. Juntando com alimentos e bebidas, que formam a categoria de itens essenciais de consumo para sobrevivência, o gasto no Ceará somou R$ 50,17 bilhões, o que representa 42% do orçamento comprometidos para despesas com o lar e alimentação. Em Fortaleza, o valor chegou a R$ 23,87 bilhões ou 39,9% do total.
Na opinião do conselheiro do Conselho Federal de Economia (Cofecon), Lauro Chaves, a mudança no consumo e nos hábitos é provocada, em 

grande parte, pelo isolamento social. Mas aspectos positivos e sinais de quais caminhos seguir nesse cenário. “Provavelmente as pessoas vão valorizar artigos que possibilitem a convivência doméstica e familiar em casa. Até surgir uma vacina, a circulação vai ser menor. Óbvio que ninguém vai ficar em lockdown seis meses, um ano, mas alguns hábitos mudam, mesmo com o fim do isolamento. Se antes saíam quatro, cinco casais para um show, um restaurante, agora saem dois, três no máximo. Isso quando a preferência não for fazer a programação toda em casa”, avalia.

Equipar a casa

Nesse contexto, surge o movimento de equipar as residências com bens e equipamentos que valorizam o bem-estar e o lazer dentro de casa. Isso inclui aquisição de móveis para melhor receber e trabalhar e eletrônicos e serviços para potencializar o acesso à internet. “Com o uso de aplicativos para trabalhar virtualmente ou para assistir às aulas, faz-se uma nova demanda. Não é só o computador, o smartphone, é também uma cadeira para trabalhar de forma mais confortável, é uma escrivaninha. Mais do que isso: agora é a necessidade, mas depois pode ser a opção de ficar em casa”, exemplifica.
Lauro Chaves acredita que urgente, agora, é garantir renda para que esse tipo de consumo não se restrinja aos itens básicos de sobrevivência. Antes da pandemia, o país contava com 13 milhões de desempregados. Em dois anos, houve redução para 11 milhões. A expectativa para o fim do ano é de que haja entre 15 milhões a 18 milhões de pessoas sem emprego formal no Brasil. Quando não há potencial de consumo, empresas e prestadores de serviço produzem e vendem menos. “Para reverter esse processo, precisamos fazer com que a renda aumente e a desigualdade diminua, para gerarmos o que na economia chamamos de ciclo virtuoso”, ensina o também consultor e professor da Universidade Estadual do Ceará (Uece). Do contrário, é o ciclo vicioso, que mantém a produção em baixa devido à demanda também reduzida.

Inovação para o “novo normal”

A palavra-chave para sobreviver a esse panorama é, na visão do consultor, inovação. “Temos que agregar valor a essa nova realidade. Profissionais liberais e microempreendedores individuais devem melhorar a forma de abordar e prestar o serviço. As demandas vão ser outras. As empresas vão ter que aprender muito durante esse movimento”, dia Lauro Chaves.
O especialista lembra que, entre 2014 e 2016, quando o país passou for recessão, os anos de 2017 a 2019 foram de recuperação devido ao equilíbrio das contas públicas e à efetivação das reformas previdenciária e trabalhista. Neste momento, o consultor acredita que a solução passa pela reforma tributária e pelo Novo Marco Legal do Saneamento, aprovado pelo Senado Federal em 24 de junho. “É preciso fazer um sistema tributário mais justo e simples. Atualmente, além de complexo, o atual é injusto”, ressalta. Na última terça-feira (21), o ministro da Economia, Paulo Guedes, entregou a primeira parte da proposta de reforma ao Congresso Nacional.

Novas demandas

Para o consultor financeiro e vice-presidente do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (Ibef), Raul Santos, Raul Santos, mesmo com o aperto na renda, o orçamento voltado mais para o ambiente doméstico revela novas demandas, que precisam ser supridas, mesmo com a produção ainda em fase de recuperação. “Até bem pouco tempo as pessoas pagavam a escola antes da prestação da casa. Agora não. Embora a educação continue tomando boa parte do orçamento e seja prioridade, o olhar para a casa mudou. Se antes a casa era quase um local de passagem, de dormida, agora reforçou o conceito de refúgio, abrigo, local da família”, diferencia.

Mudanças nos negócios

Nos negócios, isso também muda. Na opinião de Raul Santos, o consumidor está buscando mais conforto, espaço, em detrimento de outras facilidades, como distância do trabalho e rápido acesso a bens e serviços. “Os aplicativos permitiram que as pessoas resolvessem a distância de outra forma. Entre escolher um apartamento pequeno perto de tudo e uma casa distante, mas com mais espaço, a segunda opção está pesando mais. Parece que estar em um lugar agradável, confortável, espaçoso supre a deficiência na malha viária, de transporte e a distância. Essa é uma tendência que está surgindo no país todo e já é prática em países desenvolvidos”, analisa.

De acordo com o consultor, o comprometimento do orçamento na faixa de 40% com habitação e alimentação deve permanecer neste ano, mas com tendência a cair para 30% no fim do ano. “Gasto com lar não é só para manter o imóvel. Está faltando produto da construção civil no mercado e bons profissionais, como pintores, bombeiros, marceneiros. Essa é a parte da crise que continua com demanda alta. Esse consumo só não está maior porque as lojas de material de construção estão desabastecidas. Se o cliente quiser uma grande quantidade de cimento, de piso não tem”, informa.

Contudo, para Raul Santos, a pandemia está mostrando que não basta ter o produto mais demandado para escapar da crise. Estratégias como possuir um canal de vendas tecnologicamente atualizado e em comunicação permanente com os clientes faz toda a diferença. “Independente de as pessoas irem ao local comprar, a empresa fala com ele, vai até ele, resolve”, complementa.

Juros

O vice-presidente do Ibef informa ainda que taxas de juros mais baixas motivam, nesse momento, o consumo. “Assim, a vontade de gastar coincide com a possibilidade de se endividar em um patamar de juros mais baixos, seja pro crédito pessoal ou por consignado”, analisa. Se esse olhar for voltado para o consumo local, regional e nacional, tanto melhor. Isso porque, com dólar e euro em alta, as viagens internas se tornam mais atraentes. No caso do Ceará, que tem um potencial natural de turismo, a vantagem é ainda maior. “Isso pode ser uma dinâmica interessante para nós, porque envolve uma cadeia gigantesca. A gente vive sempre momentos de verão. Com o vírus ainda em circulação, isso os programas outdoor, ao ar livre, são mais seguros. Nesse sentido, o Nordeste todo sai beneficiado, porque o turismo no Sul e Sudeste tem muito indoor. Temos, portanto, um ambiente naturalmente favorável”, acredita Santos.

Ele sinaliza que, nesse momento da economia, os microempreendedores e pequenos empresários mantenham o potencial de diversificar negócios, independente da pandemia. “O espírito empreendedor do brasileiro precisa ser incentivado. As pessoas querem ter um celular melhor, um carro, ampliar seu negócio ou mesmo mudar, se aquele não está dando certo. Antigamente qualquer pancada na vida voltava fazia a pessoa votar para o interior. Mas o brasileiro absorveu a possibilidade de mudança, saiu da classe D e E, migrou para a C e não quer retroceder”, reflete. Para incentivar esse processo, Santos acredita que é importante manter programas de apoio ao microempreendedor através de programas de crédito. “Os grandes empreendedores quebraram duas, três vezes. Essa mortandade dentro do pequeno empreendimento é normal, piora em um momento de crise, mas pode ser revertida com apoio e crédito, para que esse público continue buscando ter uma economia sustentável”, incentiva.

Fonte: O Otimista em 25/07/2020

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Mesmo com pandemia, novas contratações crescem 70% no Pecém

Mesmo com pandemia, novas contratações crescem 70% no Pecém

Entre janeiro e junho, 872 trabalhadores foram contratados na região, segundo levantamento do Sine/IDT Pecém. Empresas do Complexo Industrial e Portuário do Pecém são responsáveis por expansão do mercado local

Ainda que em meio à crise econômica provocada pela pandemia do novo coronavírus, empresas do Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp) têm conseguido expandir as operações e as contratações. Segundo o Sistema Nacional de Emprego do Instituto de Desenvolvimento do Trabalho (Sine/IDT) no Pecém, 872 pessoas foram contratadas no primeiro semestre desde ano, um crescimento de 70% em relação a igual intervalo de 2019.

O número também é maior que o observado no primeiro semestre de 2018, quando foram contratados 551 funcionários, um salto de 58%.

O gerente do Sine/IDT no Pecém, Grijalba Marques, ressalta que o avanço do mercado de trabalho na região se deu principalmente após o início da construção da Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP), em 2011. Ele estima que mais de 40 mil trabalhadores passaram pela construção da indústria, que atualmente emprega de 4 mil a 5 mil funcionários.

“Nosso maior atrativo é a siderúrgica e os serviços de empresas ligadas a ela, assim como o próprio Porto do Pecém. Esses geram muitos empregos. Eu até brinco que a CSP parece uma minicidade”, ressalta Marques. Ao longo dos anos, o gerente lembra que mais empresas foram se instalando no Cipp, contribuindo para a expansão do mercado de trabalho do entorno.

Ele ainda destaca a continuidade dos serviços prestados na instituição mesmo com o distanciamento social. “Apesar da pandemia, conseguimos, através das atividades online, manter os serviços funcionando e dar continuidade aos processos de contratação para empresas e atividades que não pararam”.

Marques admite que outros negócios da região suspenderam a operação e algumas até demitiram, como no caso das construtoras responsáveis por obras, mas acredita que com o retorno gradual, os projetos serão retomados, bem como os empregos.

Oferta de vagas
Além das contratações por meio do serviço público de emprego, as vagas ofertadas também cresceram em relação aos dois últimos anos. No primeiro semestre, 1.586 oportunidades foram disponibilizadas no Sine/IDT Pecém, sendo 396 deles apenas para empresas vinculadas à Associação das Empresas do Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Aecipp). O volume representa uma alta de 95% em relação a 2019 (810 vagas) e de 170% ante 2018 (587).

“Apesar disso, a pandemia gerou impacto. Nós estimávamos um número três vezes maior pela quantidade e grandeza de projetos previstos para este ano, como a própria duplicação da CE-155, a expansão da fábrica da Apodi, investimentos da Aeris, entre outros”, ressalta o gerente.

Ainda assim, Marques comemora o resultado. Na lista das empresas que mais abriram vagas esse ano estão a própria fabricante de pás eólicas <MC0>Aeris, com 217 oportunidades, e a CSP, com 84 ofertas.

Dentre as ocupações mais oferecidas no período estão: soldador, auxiliar de produção, eletricista, mecânico de manutenção de máquinas industriais, ajudante de obra, técnico instrumentista, montador de andaimes, auxiliar de cozinha e auxiliar técnico mecânico.

Parceria
Buscando facilitar o acesso às vagas em aberto e o encaminhamento de mão de obra qualificada, a Aecipp, em parceria com o Sine/IDT e o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE) Campus Pecém, lançou o Projeto Aproximar. O presidente da entidade, Ricardo Parente, ressalta que a associação busca fazer um papel de aglutinador, defendendo o interesse das associadas e o desenvolvimento econômico do entorno.

“Costumo dizer que o Cipp é a joia da coroa do Estado. Precisamos cuidar para que o desenvolvimento alcance a todos, de forma que todo mundo evolua. Nosso modelo de governança é pautado pelos 3Ps: as pessoas, os processos e os produtos”, afirma.

Entre as ações do projeto estão o encaminhamento de concludentes de cursos do IFCE a oportunidades de trabalho no Complexo, oficinas de como montar currículo e como se portar em uma entrevista de emprego e até mesmo a realização do primeiro curso de operador termoelétrico do Norte e Nordeste. Parente destaca que os professores foram funcionários das termelétricas instaladas no Cipp e que 50% da turma encerrou o curso com empregos.

“Ainda criamos um canal para aqueles que buscam uma colocação falarem conosco. É um banco de dados, em que já temos 7 mil currículos cadastrados, de residentes de Caucaia e de São Gonçalo, mas também do restante do Estado, do Brasil e até de fora. Já conseguimos gerar 1,8 mil oportunidades de trabalho e qualquer empresa pode consultá-lo”, revela.

Parente ainda detalha que a continuidade de geração de postos de trabalho mesmo durante a pandemia é resultado do planejamento de investimentos realizado pelas empresas a longo prazo.

Saldo negativo
O secretário do Desenvolvimento Econômico e Trabalho do Estado, Maia Júnior, por sua vez, pondera que não há motivos para comemorar o aumento de vagas em determinada região enquanto o saldo cearense ainda está negativo em 37 mil empregos.

“Nossa obrigação é gerar emprego. O governador Camilo Santana sempre nos cobra isso. Vínhamos com saldo razoável, dentro do esperado, até março, quando a pandemia começou a se instalar. É bom que as oportunidades continuem surgindo no Pecém, mas feliz eu vou ficar quando nosso saldo voltar a ser positivo”, reflete.

Ele ainda aponta que o desenvolvimento do mercado de trabalho na região se deu com a diversificação da economia. “Tem havido um crescimento importante no segmento de energias renováveis. Durante a pandemia, a primeira empresa no Cipp fechou, a Wobben. Mas outra fábrica em plena atividade e expansão adquiriu a instalação, a Aeris. Os segmentos químicos, hospitalares e de telecomunicações também têm avançado e empregado bastante”, aponta Maia Júnior.

Fonte: Diário do Nordeste em 23.07.2020

Novos empreendedores podem apostar no MEI para abrir o próprio negócio

Novos empreendedores podem apostar no MEI para abrir o próprio negócio

Com registro simples, a modalidade de microempreendedor individual reúne diversas vantagens para os pequenos negócios. Sebrae pode apoiar desde a elaboração do plano de negócio até a orientação para o crédito e como ampliar o recurso.

Com a economia dando sinais de recuperação, este é um bom momento para quem deseja abrir negócio, afirma Alice Mesquita, Secretária Executiva da Diretoria do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Estado do Ceará (Sebrae-CE). O empreendedor precisa ficar atento às oportunidades que estão surgindo e muitas delas são negócios novos, revela a profissional. “Mesmo assim, é preciso entender sobre a atividade, buscar informações sobre o mercado e o público que se deseja atender, se existe alguma legislação específica relacionada a esse tipo de negócio e de que forma se dá a operação”, orienta Alice.

Uma das opções para o profissional autônomo é registrar-se como microempreendedor individual (MEI). Ao se cadastrar como tal, ele passa a ter CNPJ e, por isso, a contar com facilidades em abertura de conta bancária, pedido de empréstimos e emissão de notas fiscais, além de ter obrigações e direitos de uma pessoa jurídica.

Dentre outras vantagens de ser MEI, Alice Mesquita cita: poder participar do Programa de Compras Governamentais, ter acesso a produtos especiais para empresas em bancos e fazer compras com preço diferenciado. Ao se formalizar o MEI, o empresário adquire alguns benefícios, como se tornar beneficiário da Previdência Social (INSS), auxílio-doença, aposentadoria por idade e salário-maternidade, pontua a colaboradora do Sebrae-CE.

Onde investir
Alice Mesquita avalia que todos os setores ligados à saúde estão em alta, sejam cuidados com a saúde pessoal como pequenos fornecedores de produtos e serviços para centros de saúde, sejam equipamentos, manutenção, vestuário etc. “Além desses setores, ganharam destaque os negócios que conseguiram se moldar ao ambiente digital, oferecendo produtos e serviços de forma remota. Essa é uma modalidade que com certeza terá continuidade, mesmo com o retorno das atividades presenciais”, defende.

Por onde começar
Em todo início é preciso cautela e, de preferência, que o empreendedor elabore um plano de negócio para dar mais segurança relacionada ao investimento, ensina Alice Mesquita. Ela diz que, nesse momento, é preciso pensar na atividade e em como minimizar os riscos, com cuidado para não aplicar recursos financeiros além do necessário.

Para elaborar o plano de negócio, o primeiro passo é saber quem é o público-alvo e que tipo de necessidade desse público será atendida. Depois, é conhecer o mercado, quais outras empresas se apresentam como concorrentes e de que forma elas atendem as mesmas necessidades do seu público.

A parte operacional do plano de negócio deve conter quais produtos ou serviço(s) a empresa irá oferecer, as quantidades e a necessidade de mão de obra. Com isso é possível calcular a parte financeira que envolve os custos para produção, aquisição de maquinários e pagamento de despesas gerais da empresa, incluindo o pagamento de funcionários e a retirada do empresário (pró-labore).

Processo de abertura do MEI
Alice Mesquita explica que o registro como microempreendedor individual é feito de forma simples. Todo o processo é direto no Portal do Empreendedor, basta ter os documentos pessoais RG, CPF, título de eleitor e endereço com CEP. O empreendedor faz um cadastro no Portal de Serviços do Governo Federal através do próprio Portal do Empreendedor para gerar uma senha pessoal. Essa senha será utilizada também para monitorar os serviços disponibilizados para a empresa, como a retirada dos boletos para o pagamento mensal.

Depois de obtido o CNPJ, o MEI terá como obrigação pagar a parcela mensal do DAS (Documento de Arrecadação do Simples Nacional) e fazer a declaração anual entre os meses de janeiro e maio também através do Portal do Empreendedor, indica a profissional.

Quem pode abrir um MEI
O MEI é ideal para atividade que não precisa de mão de obra intensiva, já que ele admite apenas um funcionário. O limite de faturamento anual é de R$ 81 mil e não é permitida a entrada de sócios. O processo de registro é muito simples e ocorre de forma imediata. “Mas é importante que o empreendedor conheça a atividade escolhida e, caso necessite, procure apoio para a gestão do negócio. Isso pode fazer toda a diferença”, reforça Alice Mesquita.

Para saber os detalhes sobre o registro como microempreendedor individual, o interessado deve procurar o Sebrae-CE, que vai prestar todas as informações, além de trazer as orientações de como trabalhar a ideia de negócio, a capacitação para a modelagem e a elaboração do plano de negócio, a capacitação para a gestão operacional, a gestão de vendas e finanças, e também na orientação para o crédito, para identificar o melhor momento, a melhor linha de crédito disponível e como aplicar o recurso, detalha a profissional.

O atendimento do Sebrae atualmente está ocorrendo através dos canais remotos: o 0800 570 0800 é um atendimento telefônico e funciona como WhatsApp; o site www.ce.sebrae.com.br também tem um chat para conversar de forma online com um dos analistas. Em breve, a instituição retornará com o atendimento presencial agendado, informa Alice Mesquita.

Fonte: Diário do Nordeste em 23/07/20

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Porto do Pecém bate recorde de embarque de placas de aço em 24h

Porto do Pecém bate recorde de embarque de placas de aço em 24h

Terminal atingiu a marca de mais de 34 mil toneladas de placas embarcadas em um único dia, o que traduz em aumento da produtividade do porto. Movimentação da carga avançou 25,6% na passagem de maio para junho

O Porto do Pecém (CE) alcançou um novo recorde na operação de embarque de placas de aço. Com o material produzido pela Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP), o terminal movimentou 34.169 toneladas da carga em 24 horas. No último sábado (18), a embarcação Mv Tong Da desatracou do Pecém em direção à China, carregado pelas placas, aonde deve chegar dia 25 de agosto.

Segundo Waldir Sampaio, diretor executivo de operações do Complexo do Pecém, a marca sinaliza a superação da capacidade operacional do Porto, tendo em vista que o contrato prevê o transporte de 10 a 12 mil toneladas de placas por dia. No próximo mês de agosto, acrescenta Sampaio, o Porto do Pecém completa quatro anos de trabalho com a exportação das placas feitas na CSP.

O recorde envolveu duas prestadoras de serviço operacionais do Porto: Tecer Terminais e a Unilink Transportes Integrados. Para Carlos Alberto Nunes, gerente comercial da Tecer, a marca demonstra que, com esse aumento de produtividade, há melhor uso da estrutura portuária.

“Quanto você aumenta seus níveis de produção, pressiona menos essa estrutura. Facilita pra empresa que embarca o navio, disponibiliza menos equipamentos e, para o Porto do Pecém, maximiza a disponibilidade de berço para outros clientes (embarcações)”, explica Nunes. Ele observa como esse movimento influencia na articulação do número de instalações portuárias.

“Questão da produtividade nos portos é importante por isso”, reforça. Nunes coloca que outros dois fatores influenciaram no alcance da marca: articulação na negociação do plano de transporte e o navio era do tipo “box” – com menor necessidade de trabalho de manuseio dentro da embarcação.

A movimentação específica desse tipo de carga cresceu 25,6%, de maio para junho, segundo levantamento divulgado pelo Porto do Pecém. “A Siderúrgica deu uma queda pequena de produção, de março pra abril, retomou em maio, e em junho voltou com a carga total – vimos por esse aumento com as placas”, contextualiza Waldir Sampaio.

Pandemia

Diante dos efeitos da crise do novo coronavírus, Sampaio não nega que o Porto tenha sido afetado pela crise, mas reforça que as operações “seguem normalmente”. O diretor situa que o equipamento é “indispensável para o Governo do Estado” no abastecimento de alimentos, medicamentos e produtos hospitalares, dentre outras cargas.

“O Porto do Pecém não parou em nenhum momento nessa pandemia. Não poderíamos prejudicar o abastecimento do Estado. Fomos afetados sim, já que quando uma fábrica para de produzir, os portos e aeroportos, que movimentam as cargas, também sofrem com a queda”, esclarece.

Fonte: Diário do Nordeste em 21.07.20

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Oportunidades de investimentos com as concessões no Ceará

Oportunidades de investimentos com as concessões no Ceará

Em meados da década de 1990 o governo federal foi alçado a convecção e privatização de infraestruturas e empresas públicas. Aquela época instaurou-se em novembro de 1993 pela então Comissão Diretora do Programa Nacional de Desestatização e ratificado posteriormente pelo Conselho Nacional de Desestatização.

No que tange a energia, telecomunicações, rodovias e ferrovias, tiveram sequência de leilões de contratos de duração média de 30 anos, havendo a rodada final dos leilões do plano no ano de 1998. Os estados seguiram a linha federal na primeira década no novo século, com o governo federal concedendo mais atividades, destaque para os aeroportos e geração de energias renováveis nos últimos anos (particular interesse para o Ceará para energia solar e eólica).

Foi um longo período de aprendizado e agora inicia-se a rodada de renovação e renegociação dos contratos da década de 1990: Energia, transportes e telecomunicações. Alguns já foram efetivados. Estes contratos revistos estabelecem condições de reestruturação dos mercados, notoriamente os regionais, podendo ser oportunidades de entrada de players externos na composição do novo contrato ou na inserção na abertura do mercado a competição após 30 anos de observação do Estado quanto ao amadurecimento do mercado. Isso é notório com o mercado de 5G e TV a Cabo e de energias renováveis.

O Ceará, no caso de telecomunicações, possui tecnologias em desenvolvimento regional e potencial de servir de modelo para escalonar experiências de cabeamento em outros Estados. Além disso, é uma entrada de grandes conexões no Brasil em decorrência de investimentos do Hub de Cabos de Angola, portanto possuindo uma alocação inicial favorável a crescimento acelerado em curto prazo, o que gera retorno mais rápido a investidores.

O mercado de energia cearense é expoente em geração de energias renováveis, com a possibilidade de uso de energia solar, mas com a ressalva que as linhas de transmissão e distribuição agora podem estar no páreo para disputa.

Isto faz o investimento mais atrativo ao investidor que poderá garantir a verticalização do seu negócio e potencializar ganhos da geração com distribuição e transmissão, ou então para a possibilidade de parceria na consecução de projetos de geração que exigem conexões hoje não disponíveis, mas negociáveis para implementação nas negociações em ocorrência pela ANEEL.

Por fim, salta aos olhos de qualquer investidor a oportunidade ferroviária com a Ferrovia Transnordestina. Esta tem trechos concluídos para conexão entre dois grandes portos (Pecém e Suape) e o potencial de integração com a Ferrovia Norte-Sul e Carajás, constituindo uma possibilidade de transporte misto de minério e agronegócio da região entre Maranhão-Piauí e Bahia.

A Transnordestina foi a última conclusão do ciclo de concessões da década de 1990 (em 1998). Tem uma obra parada em bitola larga que finalizada faria a composição de integração Centro-Oeste com o Norte-Nordeste para grandes transportes de carga. Eis uma grande oportunidade. As renegociações de contrato estão ocorrendo com cinco anos de antecedência, então, até 2023 espera-se uma disputa acirrada por esta possibilidade real de investimento com retornos de no mínimo 30 anos.

Investidores que tenham a perspectiva em um Estado olhem bem para o Ceará: Energia, Telecomunicações e Transportes são mercados tradicionais brasileiro e com crescimento garantido e estável. Além disso, o novo marco do saneamento e as Parcerias Público-Privadas estaduais indicam que a dinâmica do mercado é muito salutar a investidores interessados em crescimento acelerado.

* Pesquisador em Economia dos Transportes e professor da Universidade Federal do Ceará (UFC)

Fonte: Trends CE em 21.07.20

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Brasil zera imposto de importação de equipamentos de energia solar

Brasil zera imposto de importação de equipamentos de energia solar

O governo brasileiro decidiu incluir diversos equipamentos de energia solar em uma lista de bens de capital cujos impostos de importação estão zerados até o final de 2021, de acordo com publicações no Diário Oficial da União desta segunda-feira.

A medida deve ajudar a impulsionar negócios no momento em que a desvalorização do real frente ao dólar aumenta custos de componentes para geração com a tecnologia, que depende principalmente de importações da China.

Por outro lado, as poucas empresas que fabricam equipamentos solares no Brasil poderão ver pressionada sua competitividade frente aos importados, que tradicionalmente já possuem vantagens em termos de custos.

A Câmara de Comércio Exterior (Camex), do Ministério da Economia, adicionou à lista dos chamados “ex-tarifários” uma dezena de módulos fotovoltaicos para energia solar, além de inversores e outros acessórios, como componentes dos chamados “trackers”, que permitem que os painéis de uma usina acompanhem o movimento do sol ao longo do dia para maximizar a produção.

Foram beneficiados dezenas de modelos de módulos solares, incluindo monocristalinos e bifaciais, além de alguns tipos de inversores trifásicos para sistemas fotovoltaicos e componentes utilizados nos “trackers”, como unidades de controle.

Também foram isentas do imposto de importação bombas para líquidos usadas em sistemas de irrigação movidos com energia solar, segundo as resoluções da Camex.

Os impostos de importação para módulos solares habitualmente são de 12%, enquanto os inversores pagam tarifas de 14%, por exemplo, disse à Reuters o presidente da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), Rodrigo Sauaia.

A entidade, no entanto, ainda avalia o impacto das medidas sobre o mercado, disse Sauaia, ao destacar que elas envolvem dezenas de diferentes itens.

Ele também afirmou que a associação não costuma se posicionar sobre o tema junto com o governo porque tem como associados tanto fabricantes locais quanto empresas que importam equipamentos.

A inclusão dos novos itens à lista de produtos isentos de tarifa na condição de ex-tarifários, terá efeitos a partir de 1º de agosto.

Instalações de geração solar têm crescido rapidamente no Brasil nos últimos anos e já respondem por cerca de 3 gigawatts em potência instalada, se consideradas grandes usinas.

Ainda assim, a fonte representa atualmente pouco menos de 2% da capacidade em operação no país, segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), com enorme potencial de expansão nas próximas décadas.

Fonte: Exame em 20.07.20

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Turismo doméstico deve alavancar retomada do setor; Ceará desponta

Turismo doméstico deve alavancar retomada do setor; Ceará desponta

Hotéis, pousadas e atrativos turísticos cearenses se programam para reabrir em meados de agosto e governo prevê movimentação mais significativa, lenta e gradual, a partir de setembro. Clima e variedade de preços favorecem Estado

Ainda em meio a um cenário de pandemia, a reabertura das barracas de praia e agências de viagem, bem como a extensão do horário de funcionamento dos estabelecimentos de alimentação fora de casa na Capital abre margem também para o início do retorno das atividades turísticas no Ceará. De forma lenta e gradual, o setor deve registrar maior movimentação a partir de setembro, prevê o secretário do Turismo do Estado, Arialdo Pinho.

A maioria dos hotéis e equipamentos turísticos, como parques aquáticos, deverão reabrir as portas entre agosto e setembro, segundo estima o secretário, o que deve estimular o retorno dos turistas. “Eu sou cauteloso. Nossa retomada será devagar e começará com mais força a partir de setembro, mas a maioria das vendas será para novembro e dezembro”, avalia.

Apesar da previsão do secretário, há quem já se sinta seguro o suficiente para fazer viagens dentro do próprio Estado. A advogada Eduarda Souza está visitando praias do litoral cearense desde o fim de junho. Jjá esteve na Praia das Fontes e Paracuru, ambos utilizando casas próprias para se hospedar. Neste fim de semana, ela e a família escolheram a Praia da Baleia, em Itapipoca, e ficarão em pousada pela primeira vez após o início da pandemia.

“Ainda há muito receio do ‘novo’ normal, então ficamos reticentes com algumas coisas. Por exemplo, em Paracuru, não fomos até a praia mesmo. Já na Praia das Fontes, fomos, mas não chegamos a ir à cidade à noite passear na praça e tomar um sorvete, levar as crianças para passeios. Então, sentimos falta de opções”, conta.

Mesmo sendo hipertensa e, portanto, do grupo de risco, ela diz estar tranquila e entender que tem que tomar as precauções necessárias, mas sem desespero. “Sempre gostamos de viajar! Viajamos bastante aqui, como também a outros estados. Meu esposo é do Piauí, meu irmão mora no Rio Grande do Norte e tenho escritório de advocacia em Recife e Natal também”. Na lista de próximos destinos, ela inclui Pernambuco, ainda sem data, e, com o restante da família, a Praia de Peroba, em Alagoas.

E assim como Eduarda, os brasileiros estão priorizando as viagens nacionais para o restante desse ano. Levantamento da Associação Brasileira de Operadoras de Turismo (Braztoa) e do Laboratório de Estudos de Sustentabilidade e Turismo da Universidade de Brasília mostra que 60% dos entrevistados que ainda planejam alguma viagem em 2020 preferem destinos nacionais.

E nesse contexto, o Ceará sai na frente em relação a estados de outras regiões do País pelo próprio clima, atrativos e variedade de preços disponíveis, conforme aponta o vice-presidente do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças do Ceará (Ibef), Raul dos Santos Neto.

“O primeiro fator que favorece as viagens nacionais mesmo sem pandemia é o câmbio. O dólar e o euro estão caros, então dificulta as viagens para o exterior. Fora isso, ainda temos a questão da segurança pessoal. É diferente você pegar um avião para a Holanda e adoecer lá do que ir para Salvador”, ressalta.

Sobre o clima, ele lembra que as temperaturas altas e ventos fortes do Nordeste reduzem o risco de contaminação, passando uma maior sensação de segurança aos visitantes. “Nosso Estado ainda ganhou uma infraestrutura diversificada em termos de preços, temos opções que cabem no bolso de todos. É um turismo democrático”, acrescenta.

O vice-presidente do Ibef pondera que as próprias mudanças no mercado de trabalho favorecem as viagens em família, como em casos em que é difícil sincronizar as férias dos pais com as dos filhos. “Com o home office, levando um notebook e usando a internet do hotel, um dos dois pode continuar trabalhando. As empresas já estão bem mais abertas a isso”.

Hotéis e pousadas

O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis no Ceará (ABIH-CE), Régis Medeiros, aponta que a maioria dos hotéis estão se programando para reabrir entre o fim de julho e agosto. Com a maior parte ainda fechada, a ocupação tem girado em torno de 5% a 10%.

“Nossa expectativa é conservadora, de uma retomada lenta. Precisamos avisar aos parceiros comerciais que estamos começando a ter hoteis de portas abertas e barracas de praia para as pessoas saberem e começarem a pensar em vir pra cá. Precisamos mostrar tranquilidade e que estamos seguindo os protocolos sanitários”, aponta.

Ele ressalta que a cadeia do turismo está fazendo um trabalho de divulgação através das redes sociais para atrair o visitante novamente. Em relação ao turista internacional, Medeiros acredita que estes demorem um pouco mais a voltar ao Ceará.

“Acredito que somente próximo ano. Mas caso os índices continuem melhorando talvez o pessoal do kitesurf ainda venham, já que a temporada de ventos se estende até novembro e eles são realmente aficionados pelo esporte”.

Para o secretário Arialdo Pinho, o turista internacional deve voltar ao Estado no fim do ano também, se diferenciando do visitante brasileiro apenas pelo nível de gastos. “A diferença que existe é na despesa. O brasileiro gasta cerca de um terço do turista estrangeiro. A diária é maior, pela força do câmbio mesmo”, aponta.

Mesmo deixando menos recursos, o titular da Setur destaca o viajante nacional ainda é a grande maioria dos visitantes que o Ceará recebe, somando cerca de 3,5 milhões por ano. Sobre a infraestrutura de transporte necessária para que o turismo ocorra, ele afirma que aos poucos os voos no Aeroporto de Fortaleza estão retornando, mas que o patamar atual continua muito aquém do registrado antes da pandemia. “Tínhamos em torno de 4 mil voos por mês. Hoje estamos só com 400, cerca de 10%. Ainda é muito lento”.

Entre os pequenos hotéis e pousadas, 60% ainda permanecem fechados, de acordo com Vera Lucia da Silva, presidente da Associação dos Meios de Hospedagem e Turismo (AMHT). Segundo ela, os estabelecimentos que estão abertos estão recebendo público apenas corporativo, deixando a ocupação em 25%. Ela lembra que em um mês de julho normal os leitos estariam lotados.

“Nos próximos 12 meses, a preferência será realmente por viagens dentro do Brasil. E temos conseguido passar uma segurança para nossos hóspedes. Muitos têm nos relatado que estamos mais criteriosos com os protocolos que em outros estados”, ressalta.

Programação

O presidente da Associação Brasileira de agências de Viagens no Ceará (Abav-CE), Murilo Santa Cruz, orienta que o melhor momento para programar as próximas férias é agora, em virtude dos preços baixos e promoções. “É possível confirmar passagens para Miami em março de 2021 por US$ 340, para a Europa por US$ 450. São valores bem baixos. Quando a biosegurança estiver garantida, seja com remédio eficaz ou vacina, a procura vai pressionar os preços a voltarem ao patamar de antes. Então, as melhores oportunidades estão agora”.

Nesta primeira semana de retorno dos atendimentos presenciais nas agências de Fortaleza, ele aponta que já há certa movimentação, mas que os pacotes procurados são para novembro e dezembro. “Estamos tendo procura por destinos nacionais e internacionais também. Ainda não conseguimos precisar muito, mas a expectativa é que tenhamos uma grande movimentação, até pela vontade de sair que o confinamento provocou”.

Fonte: Diário do Nordeste em 18.07.20

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