Após Cimeira, Presidente saúda “histórico resultado” que considera excelente para Portugal

Após Cimeira, Presidente saúda “histórico resultado” que considera excelente para Portugal

O Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, saudou o “histórico resultado” da reunião do Conselho Europeu, considerando que é excelente para Portugal e que a União Europeia deu “prova da sua força”.

Numa mensagem publicada no portal da Presidência da República, o chefe de Estado “saudou esta manhã em Madrid o histórico resultado do Conselho Europeu, que esta madrugada terminou em Bruxelas”.

Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, “ao acordar um orçamento de mil oitocentos e vinte mil milhões (1.820 mil milhões) de euros para os próximos sete anos, a União Europeia dá prova da sua força e da sua dinâmica, da capacidade de decidir democraticamente no diálogo, difícil mas profícuo, entre os seus 27 Estados-membros, no respeito de todos e na procura dos interesses comuns”.

“Para Portugal é também um excelente resultado com uma perspectiva de vir a receber mais de 45 mil milhões de euros, uma ajuda determinante para combatermos a crise social e econômica que a pandemia provocou, que deveremos usar com rigor e critério, constituindo uma nova esperança para o futuro de todos nós”, acrescenta o Presidente da República.

Marcelo Rebelo de Sousa encontra-se em Madrid desde segunda-feira, onde terá hoje um almoço com Felipe VI, que partiu de um convite feito pelo rei espanhol nas cerimônias de reabertura da fronteira entre Portugal e Espanha, no início deste mês.

Ainda de madrugada, em Bruxelas, o primeiro-ministro, António Costa, comentou o acordo alcançado no Conselho Europeu considerando que dá “um sinal de confiança” à Europa e a Portugal para a recuperação econômica na sequência da crise provocada pela pandemia de covid-19.

Em declarações aos jornalistas, após o Conselho Europeu ter chegado a acordo sobre um pacote total de 1,82 biliões de euros para retoma econômica, António Costa referiu que, “no total, entre verbas disponíveis através do próximo Quadro Financeiro Plurianual e verbas mobilizadas a partir do Fundo de Recuperação, Portugal terá disponíveis 45 mil milhões de euros” nos próximos sete anos.

“Terminou finalmente este Conselho Europeu – parece que foi o segundo mais longo da história das instituições europeias – e creio que terminou com um sinal importante de confiança para o esforço de recuperação econômica e social que a Europa e Portugal têm de apreender”, afirmou o chefe de Governo português, após o compromisso a 27 alcançado nesta cimeira, que teve início na sexta-feira.

António Costa assinalou que “foi aprovado pela primeira vez um instrumento específico de recuperação econômica, financiado com base em dívida emitida pela União Europeia e que financiará os programas nacionais de recuperação, quer sob a forma de subvenções, quer sob a forma de empréstimos”.

Para o primeiro-ministro, este Fundo de Recuperação junta-se “à ação firme que o Banco Central Europeu tem vindo a desenvolver desde o início da pandemia e também às três linhas de segurança que o Eurogrupo desenvolveu e aprovou de apoio aos Estados, às empresas e também ao emprego”.

Embora inicialmente os subsídios a fundo perdido tivessem “dimensão um pouco maior”, segundo António Costa o passo mais importante” foi os 27 terem assumido, “pela primeira vez e em conjunto, esta emissão de dívida para financiar um programa de recuperação” e com “uma dimensão suficientemente robusta”.

A este fundo acresce o orçamento da UE a longo prazo, relativamente ao qual o primeiro-ministro português destacou que “foi possível ultrapassar os bloqueios que tinham impedido a sua aprovação nas anteriores reuniões do Conselho Europeu”.

O acordo no Conselho Europeu surgiu pelas 05:30 (hora local, menos uma em Lisboa) de hoje, minutos depois de os chefes de Estado e de Governo da União Europeia (UE) terem retomado, em Bruxelas, os trabalhos formais a 27.

Nesta reunião, foi então aprovado um Quadro Financeiro Plurianual para 2021-2027 de 1.074 mil milhões de euros e um Fundo de Recuperação de 750 mil milhões, com pouco mais de metade em subvenções.

Relativamente ao Fundo de Recuperação, 390 mil milhões de euros serão atribuídos em subvenções (transferências a fundo perdido) e os restantes 360 mil milhões em forma de empréstimo.

Portugal deverá receber 15,3 mil milhões de euros em transferências a fundo perdido, no âmbito deste fundo.

Fonte: Mundo Lusíada em 21/07/20

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Em decisão inédita, UE aprova pacote trilionário para reconstrução pós-coronavírus

Em decisão inédita, UE aprova pacote trilionário para reconstrução pós-coronavírus

Após quatro dias e quatro noites de negociações, líderes dos 27 países da União Europeia chegaram na madrugada desta terça (21) a um consenso sobre o orçamento comum dos próximos sete anos (MFF) e o programa de reconstrução da economia pós-coronavírus.

Ao aprovar o pacote de mais de 1,8 trilhão de euros (R$ 11 trilhões, mais que o PIB anual do Brasil), o Conselho Europeu mobilizou recursos inéditos para um projeto geopolítico e econômico de transformar o bloco em liderança na economia verde e em digitalização.

Os países também fortaleceram o papel da Comissão Europeia (Poder Executivo da UE), ao autorizar pela primeira vez na história que ela faça um empréstimo em nome de seus membros para os investimentos na retomada, no valor de 750 bilhões de euros (R$ 4,6 trilhões, valor maior que o PIB anual da Suíça ou da Argentina).

Como tudo o que envolve muito dinheiro, interesses diversos (ou até contraditórios) e a oportunidade política de ocupar o palco da mídia, foi uma negociação cheia de declarações acaloradas e farpas explícitas.

O principal foco de discórdia era como distribuir esse dinheiro, que será levantado no mercado financeiro internacional com a garantia de todos e terá que ser devolvido também pela contribuição comum, em 30 anos a partir de 2028.

A divisão inicial, que destinava 500 bilhões de euros (dois terços do total) para programas a fundo perdido, era inadmissível pelos chamados Frugais (Holanda, Dinamarca, Suécia e Áustria, com algum apoio da Finlândia). Sob liderança do premiê holandês, Mark Rutte, eles veem as doações como “prêmios” a países que, segundo eles, controlam mal seus cofres públicos.

No novo compromisso, essa parcela caiu para 52% do total, ou 390 bilhões de euros, uma vitória para o “grupo dos países mais mesquinhos e egoístas”, nas palavras do premiê polonês, Mateusz Morawiecki.

Os 360 bilhões de euros restantes ficarão disponíveis para empréstimos a países que não conseguirem juros menores no mercado internacional (11 dos 27 membros, segundo cálculos da Comissão).

No jantar de domingo, quando as negociações pareciam não avançar após três dias, o premiê italiano, Giuseppe Conte, também se voltou contra Mark Rutte: “Você pode ser herói na sua casa por mais alguns dias, mas corre o risco de ser responsabilizado por decepcionar a Europa”.

A Itália ocupava posição central nas preocupações políticas da Comissão Europeia, que considerava fundamental um pacote de reconstrução que não dificultasse a vida dos países do sul.

Abalada já antes da pandemia, a economia italiana foi uma das mais debilitadas pelo coronavírus, que matou mais de 35 mil pessoas no país (1 em cada 1.724 habitantes).

O PIB do país deve encolher 11% neste ano (acima da média do bloco, de 8%), e a recuperação prevista para 2021 é de pouco mais da metade disso (6%), segundo estimativas da UE divulgadas há duas semanas.

Num cenário visto como caldo de cultura ideal para populistas que defendem um “italexit” (a saída do país do bloco, a exemplo do que ocorreu com o Reino Unido no brexit), um fracasso da União Europeia em socorrer seus membros nesta crise seria pólvora no discurso já explosivo.

O pacote final trará alívio significativo para o governo italiano: mais de 82 bilhões de euros em doações e a possibilidade de emprestar quase 130 bilhões de euros. “Este acordo foi uma prova da capacidade da UE de agir”, disse a presidente da Comissão, Ursula von der Leyen, na madrugada de terça;

Outra discussão política que atrasou o desfecho foi sobre como usar os recursos comuns para pressionar países que têm adotado ações consideradas antidemocráticas e em desacordo com as regras da UE em áreas como liberdade de imprensa e do judiciário e políticas de imigração. É o caso da Hungria e da Polônia, por exemplo.

A Holanda queria incluir um mecanismo para barrar repasses se houvesse dúvidas sobre sua governança, o que o premiê húngaro, Viktor Orbán, chamou de “táticas comunistas”.

“Quando o regime comunista decidiu nos atacar [a Hungria foi satélite da União Soviética até 1991], usaram termos jurídicos vagos como os da proposta do holandês”, afirmou Orbán, referindo-se a Rutte.

Como a decisão do Conselho Europeu tinha que ser por unanimidade, o húngaro ameaçava barrar todo o pacote se o texto permitisse “intervenção em seus assuntos internos”. No final, sobraram referências vagas à importância do Estado de Direito.

Além de reduzirem a fatia das doações no pacote de socorro, os países mais ricos também conquistaram uma redução no valor de suas contribuições ao orçamento comum (que será de 1,074 trilhão de euros para o período de 2021 a 2027). Na prática, a concessão aos mais ricos implica cortes nos benefícios aos mais pobres.

Nesse tema, quem virou alvo de irritação francesa foi o premiê austríaco, Sebastian Kurz, que deixou o plenário para um telefonema.

Segundo relatos, o presidente Emmanuel Macron chegou a bater na mesa em sinal de contrariedade: “Está vendo? Ele não se importa, não ouve os outros. Sua atitude é ruim, só se importa com a imprensa”.

“É compreensível que algumas pessoas, quando não dormem muito, tenham os nervos à flor da pele. Mas tudo fica bem quando acaba bem”, disse o austríaco ao comentar o episódio.

Depois de tanto azedume, o acordo poderia ter sido selado durante o jantar de segunda, que começou às 21h20 e tinha por sobremesa um bolo de limão.

Mas o desfecho só foi anunciado às 5h31 (horário local, 0h31 no Brasil), 89 horas e 31 minutos depois de iniciada, na manhã de sexta (17). Por ironia, um dos debates na madrugada final foi a troca da palavra “decisivamente” por “exaustivamente”.

Foi “uma das negociações mais difíceis” em que já esteve envolvido o premiê da Letônia, Krišjānis Kariņš, segundo post em sua rede social, e Xavier Bettel, de Luxemburgo, disse nunca ter visto “posições tão diametralmente opostas” em sete anos de Conselho Europeu.

Não foi, porém, a batalha mais longa. Uma cúpula realizada em Nice (França) no ano 2000, durou 90 horas.

Fonte: Folha em 21/07/20

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Setor produtivo espera 100% de adesão ao Compre do Ceará

Setor produtivo espera 100% de adesão ao Compre do Ceará

Expectativa do presidente da Fiec é que projeto perdure no mercado local

A campanha Compre do Ceará deverá durar pelo menos seis meses a partir do lançamento, impulsionando a circulação de mercadorias locais. Mas para o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Ceará, Ricardo Cavalcante, a expectativa é que essa iniciativa possa se consolidar no Estado e que tem apoio de todas as empresas da cadeia produtiva cearense.

A perspectiva foi apresentada ontem à tarde, na sede da Fiec, durante o evento de lançamento da segunda fase do projeto, que deverá contar com peças de divulgação para a população e de incentivo de participação para os negócios.

Ricardo Cavalcante ainda disse que a campanha tem o objetivo de dar mais suporte aos pequenos empresários ou às pessoas que estão entrando agora no mercado, buscando alguma oportunidade durante a crise gerada pela pandemia do novo coronavírus. Ele afirmou esperar que o Compre do Ceará possa gerar uma marca positiva no mercado.

“Esse projeto, eu espero que se torne algo que fique marcado, como dizem as nossas personalidades. E é importante que esse projeto beneficie o pequeno empresário, aquele que tem só um funcionário, mas que pode acabar contratando mais um no segundo mês. A gente tem de fomentar a evolução desses pequenos empresários, porque são eles que estão se lançando no mercado nesse momento de dificuldade”, disse.

Adesão

Já o presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Ceará (Fecomércio-CE), Maurício Filizola, afirmou que a expectativa do setor produtivo é a adesão de todas as empresas locais à campanha. Com foco nas ferramentas de comunicação, o projeto espera gerar mais engajamento com o tempo, fazendo com que mais empresas possam aderir ao passo que mais pessoas consumam os produtos cearenses. Filizola disse que os sindicatos empresariais também terão papel fundamental no processo.

“A comunicação chegará às empresas pelos sindicatos e também pela imprensa. Além disso, teremos o site com várias peças que os empresários possam marcar seus produtos ou empresas com um selo cearense e aí, sim, a população, vendo isso possa aderir”, destacou o presidente da Fecomércio.

Fonte: Diário do Nordeste em 17/07/20

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Exportações cearenses têm alta de 22,5% em junho

Exportações cearenses têm alta de 22,5% em junho

O Ceará exportou em junho US$ 148 milhões, um aumento de 22,5% em relação a maio e uma queda de 16,6% ante junho de 2019. No acumulado do ano, o volume exportado foi de US$ 950,9 milhões, uma redução de 15,9% se comparado com o mesmo período de 2019. Os dados são do estudo Ceará em Comex, realizado pelo Centro Internacional de Negócios da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC).

Em junho, as importações somaram US$ 144,3 milhões, uma queda de 38,8% em relação ao mês anterior. Se comparado com o mês de junho de 2019, o resultado foi uma retração de 14,8%. Apesar dos resultados mensais negativos, as importações cearenses apresentaram um desempenho positivo no acumulado do ano de 2020, com uma alta de 9,9% ante 2019, ultrapassando o montante de US$ 1,2 bilhões.

A participação da pauta exportadora cearense na balança comercial do Nordeste foi de 12,9% e no âmbito nacional foi de 0,93%. As importações cearenses apresentaram representatividade regional e nacional de 16,49% e 1,52%, respectivamente, quando analisado o período de janeiro a junho de 2020.

O Ceará em Comex mostra o peso do município de São Gonçalo do Amarante nas exportações cearenses, porém revela que os municípios de Aquiraz e Eusébio tiveram destaque no mês de junho mesmo diante da pandemia. Aquiraz exportou US$ 32 milhões, o que corresponde a um crescimento de 13,3%, alta impulsionada pelas vendas dos produtos à base de coco e de castanha de caju. Já o município de Eusébio se destacou pela exportação de cera de carnaúba, apesar da queda acentuada no total exportado da matéria prima pelo Ceará. O aumento visto no município foi de 10,9% e somou US$ 21,2 milhões.

Outro item analisado pelo Centro Internacional de Negócios da FIEC é a relação aos países de destino das exportações cearenses. O Ceará reduziu em 27% as exportações para os Estados Unidos, somando apenas US$ 364,5 milhões no acumulado desse ano. O país foi responsável por comprar cerca de 38,3% do total vendido pelo Ceará para o exterior. Os principais produtos de interesse do país foram: aço, equipamentos para geração de energia eólica, castanha de caju e água de coco.

Em segundo lugar no ranking dos principais países de destino das exportações cearense, a China importou o valor histórico de US$ 104,9 milhões, impulsionado pela procura de produtos do setor siderúrgico e do setor de minérios. As exportações para o país cresceram 397,3% apenas no acumulado desse ano.

“Já chegamos a ter 48% de tudo que o Ceará vende sendo enviado para os Estados Unidos. Hoje, o país é responsável por 38%das exportações cearenses, então esse é um reflexo negativo”, avalia a gerente do Centro Internacional de Negócios, Karina Frota. De acordo com ela, um país que apresentou destaque em 2020 foi o Canadá, com crescimento de 262,9% nas aquisições de produtos do Ceará, somando US$ 87,3 milhões. Os produtos a base de aço foram os principais produtos destinado para o parceiro.

Confira o estudo completo AQUI

Fonte: FIEC Online em 15.07.2020

O consumo do amanhã: Artigo do superintendente do Sebrae/CE, Joaquim Cartaxo

O consumo do amanhã
Artigo do superintendente do Sebrae/CE, Joaquim Cartaxo

É do conhecimento geral que a pandemia provocou mudanças nos hábitos de vida e consumo tocante aos indivíduos em todo o mundo. Tendências em movimento foram aceleradas, como o crescimento e disseminação da cultura digital no dia a dia da sociedade. De mais a mais, o isolamento social, necessário para conter a transmissão do coronavírus, levou muitas pessoas a estabelecer novos padrões relacionados ao consumo de produtos e serviços.

Tais mudanças foram estudadas em O Consumo do amanhã, pesquisa desenvolvida pela Innovaty Business Intelligence, que contém informações sobre o consumo do brasileiro durante a pandemia e aponta tendências para o futuro pós pandemia. As buscas realizadas pelos consumidores nos últimos meses se encontram dentre os dados apresentados, os quais evidenciam o crescimento referente ao entretenimento, saúde, alimentação, cuidados com a casa, educação e beleza.

Observando o segmento entretenimento, o termo “Amazon Kindle” cresceu em média 80% neste período de pandemia, indicando a consolidação da leitura digital no lugar da leitura relacionada ao livro físico, por exemplo. Os usuários de streaming como, por exemplo, Spotify (música) e Netflix (TV On Demand) cresceram.

Quanto ao segmento saúde, segundo a pesquisa, aumentou os downloads de aplicativos associados a atividades físicas, bem como o número de acessos aos sites alusivos às drogarias.

Anota o estudo que as restrições, determinadas pelos protocolos sanitários, referentes ao funcionamento de restaurantes levaram muitos brasileiros a cozinhar em casa e a pedir delivery. O Google registrou que busca por receitas caseiras e a procura por eletrodomésticos e acessórios de cozinha cresceu durante a quarentena.

Também se expandiu os downloads de aplicativos tocantes aos serviços de entrega alimentar. Ifood, Rappi e Uber Eats registraram quase 9 milhões de downloads, somados, no mês de março.

Analisando as questões relacionadas aos cuidados com a casa, foi identificado o crescimento de 35% na busca por materiais de construção. Destaca-se o termo “tinta de parede” que aumentou em 61% a busca. Da mesma forma, os tutoriais “Do it Yourself” (faça você mesmo) que expandiram a procura na Internet.

Desde o início da pandemia, os cursos online do segmento educacional cresceram 63%. O mesmo percentual foi registrado na busca por cursos de inglês online.

Com os salões de beleza e barbearias proibidos de funcionar, as pessoas optaram por recorrer a dicas na Internet voltadas aos cuidados com a aparência. Houve ainda maior propensão a comprar utensílios deste segmento, percebido, por exemplo, pelo aumento em 65% das buscas por máquinas de cortar cabelo.

Conhecer os hábitos de busca na Internet pode ser o percurso promissor para empreendedores perceberem tendências presentes e futuras e se prepararem adequadamente para atender aos anseios, desejos e expectativas dos consumidores. Mesmo incerto, cenários e diálogos com futuro indicam aos empreendedores caminhos que “se faz ao caminhar” como cantava o poeta espanhol Antonio Machado.

Joaquim Cartaxo – arquiteto urbanista e superintendente do Sebrae/CE

Fonte: Agência Sebrae de Notícias em 15.07.2020

Brasil será “fornecedor exclusivo” de aeroportos, diz ministro

Brasil será “fornecedor exclusivo” de aeroportos, diz ministro

O ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, disse, nesta quarta-feira (15/7), que o Brasil será fornecedor exclusivo de aeroportos. Durante live da Expert XP 2020, ele afirmou que o governo pretende leiloar 22 aeroportos, mesmo que o setor seja o que mais sofre com redução na movimentação por conta da pandemia do novo coronavírus.

“Vamos fazer os leilões até o fim do primeiro trimestre de 2021. Todo mundo tirou seus projetos de aeroportos, o que nos torna praticamente fornecedores exclusivos”, disse.

Como tem feito reiteradamente, o ministro elencou todas as ações da pasta e disse que o Ministério da Infraestrutura (MInfra) não parou em nenhum momento por causa da pandemia. “Continuamos tocando as obras e estruturando os projetos”, afirmou.

Freitas reconheceu que serão necessários reequilíbrios econômico-financeiros de contratos por conta da queda na demanda. “No caso dos aeroportos, retiramos a obrigatoriedade de participação de um operador aeroportuário. Isso abre a possibilidade de fundos de investimentos entrarem”, ressaltou.

O ministro lembrou que o governo tem 40 projetos em processo de análise no Tribunal de Contas da União (TCU), que representam R$ 44 bilhões em contratos. “Assim que o TCU autorizar, vamos publicar os editais e levar para leilão”, assinalou.

Fonte: Diário do Pernambuco em 15.07.20

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Ferramentas ajudam empresários a alavancar negócios

Ferramentas ajudam empresários a alavancar negócios

Retomar as atividades no período pós-pandemia vai exigir uma série de preparativos por parte do empreendedor, especialmente dos micro, pequenos e médios empresários. Além disso, será necessário lidar com uma nova realidade econômica, com variáveis ainda não totalmente conhecidas e um novo perfil de consumidor. Para dar conta deste desafio tão grande e ajudar os empreendedores a seguir trabalhando, o Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequena Empresa (Sebrae) elaborou o Programa Revita, que traz em seu planejamento uma série de ferramentas voltadas para os mais diversos segmentos.

Entre as ferramentas disponibilizadas para os empreendedores estão a Gestão de Dados, a Comunicação Omnichannel, os Encontros de acesso a crédito, as Oficinas de Orientação, os Eventos de Negócios Virtuais, as consultorias e Rodadas de negócios. Esses mecanismos de gestão estão relacionados aos seis eixos estratégicos do Programa Revita: inovação, reestruturação financeira, readequação do ambiente legal, mercado, gestão 4.0 e setor x território.

Nesta entrevista exclusiva ao Diário do Nordeste, Alci Porto, Diretor Técnico do Sebrae-CE, explica o funcionamento de algumas das ferramentas do Revita e de que forma elas poderão beneficiar os empreendedores dos mais diversos segmentos.

Diário do Nordeste: De que forma vão funcionar as ferramentas Gestão de Dados e Comunicação Omnichannel, dentro do Eixo Gestão 4.0 no Projeto Revita?
Alci Porto: As empresas, não importa o tamanho delas, necessitam diariamente de informações estratégicas que auxiliem sua tomada de decisão. Quando se tem um banco de dados bem elaborado, a capacidade de essa empresa conhecer o perfil de seus clientes e avaliar de forma mais precisas seus hábitos de consumo melhora e assim passa a vivenciar uma experiência de sucesso com seus clientes. O Sebrae-CE já dispõe de Plataforma denominada “Data Sebrae”, que já auxilia as empresas com dados importantes para sua tomada de decisão. Já a Comunicação Omnichannel visa possibilitar uma melhor experiência e melhores resultados para o cliente.

Dentro do eixo Reestruturação Financeira, como vão acontecer os Encontros de acesso a crédito? Que benefícios poderão trazer esses Encontros?
O Sebrae já vem realizando Encontros Virtuais de Crédito para os pequenos negócios com bancos oficiais, Empresas Simples de Crédito – ESC e Bancos Populares locais. Os principais benefícios e vantagens desses encontros se constituem na aproximação dos pequenos negócios com as principais fontes de créditos possibilitando o conhecimento das condições das linhas de crédito disponíveis e a oportunidade de fazer perguntas para esclarecer as dúvidas dos empresários. Os empreendedores podem acessar os encontros virtuais de crédito entrando em contato com os Escritórios Regionais do Sebrae, conforme sua localização no Estado para saber sobre a programação dos eventos na região e realizar a sua inscrição.

Ainda dentro do Eixo Reestruturação Financeira, qual é a importância das Oficinas de Orientação que estão sendo estruturadas? Como o empreendedor pode participar?
As Oficinas de Orientação são muito importantes no início da Jornada porque orientam o empreendedor a fazer a correta avaliação de sua real necessidade de crédito de terceiros. Orientam como fazer o levantamento da situação atual da empresa, a planejar e gerenciar a melhor alocação dos recursos existentes e do novo capital a ser investido no negócio. Os empreendedores interessados poderão participar das oficinas, conforme a programação dos eventos do Escritório Regional do Sebrae na região onde sua empresa está localizada.

No Eixo da Inovação, em relação aos Eventos de Negócios Virtuais, qual a sua importância e como eles vão acontecer? Qual será o público? Que resultados são esperados?
Os encontros de negócios virtuais estão acontecendo na plataforma Teams. Esses encontros são importantes porque aproximam as micro e pequenas empresas dos fornecedores e parceiros, trazendo a oportunidade de concretizarem negócios e estabelecerem novas parcerias que favoreçam suas empresas. O público-alvo desses encontros são os pequenos negócios dos diversos segmentos das regiões do Estado. Espera-se, com esses encontros, alcançar, tanto resultados financeiros com as transações comerciais, os contatos e as parcerias firmadas, como resultados econômicos e sociais com a dinamização da economia local e regional.

Outro aspecto do Eixo da Inovação são as consultorias do Sebraetec; de que forma elas estarão funcionando neste período de retomada das atividades econômicas?
As consultorias do Sebraetec, neste período de retomada das atividades econômicas, continuarão com o atendimento online funcionando normalmente e quando for autorizado pelos órgãos competentes, retornará, também, ao atendimento presencial nas empresas. Mas os empresários poderão optar se desejarão o atendimento online ou presencial. As consultorias do Sebraetec podem ser gratuitas ou subsidiadas, dependendo da modalidade, do tema e da quantidade de horas necessárias. Para buscar o atendimento do Sebrae, o empreendedor deverá acessar os especialistas no chat do Portal www.ce.sebrae.com.br, pelo WhatsApp (85) 98139.0634 e de forma presencial nos Pontos de Atendimento do Sebrae de sua região, conforme seja autorizada a abertura pelos órgãos competentes.

O Eixo do Mercado também apresenta como ferramenta as Rodadas de Negócios. Qual é a importância delas?
As Rodadas de Negócios são importantes para os pequenos negócios porque aproximam ofertantes e demandantes, divulgam produtos e serviços das empresas, possibilitam a captação de novos fornecedores e o acesso a novas fontes de insumos, produtos e serviços. Com a realização de negócios entre os participantes das rodadas, beneficiam-se as empresas participantes do evento e dinamiza-se a economia local e regional.

Em relação às Plataformas de Negócios, o que já existe definido? Como essa ferramenta vai funcionar e que benefícios pode trazer para o empreendedor?
O Sebrae tem estimulado os pequenos negócios a se inserirem no mundo digital, apresentando as diversas opções que existem no mercado para que o empreendedor possa escolher, a partir do seu nível de maturidade digital, qual ou quais os canais mais adequados para o momento em que a sua empresa se encontra. Desde as orientações, capacitações e consultorias mais básicas para inserção e consolidação nas redes sociais, até as possiblidades de comercialização nos market places existentes e no E-Commerce próprio, com loja virtual individual. O Sebrae disponibiliza de forma gratuita uma plataforma vitrine que é o Mercado Azul. Os interessados poderão cadastrar seus negócios e anunciarem seus produtos e serviços, gratuitamente, acessando www.mercadoazul.sebrae.com.br.

Saiba mais
Portal: www.ce.sebrae.com.br
Converse online (chat e e-mail) acessando o portal;
Central de relacionamento: 0800.570.0800
WhatsApp: (85) 98139.0634

Fonte: Sebrae-CE

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Portugal deve tornar-se um ‘player’ atlântico

Portugal deve tornar-se um ‘player’ atlântico

Portugal deve reforçar a cooperação geopolítica e econômica para se tornar um ‘player’ (ator) atlântico, e não só europeu, segundo uma versão preliminar da proposta de plano de recuperação da economia para os próximos dez anos, divulgada no dia 10.

“O objetivo aqui é transformar Portugal numa potência média do ‘soft power’ [poder de persuasão], ligando a diplomacia, as missões de solidariedade internacional das Forças Armadas Portuguesas, a tecnologia e a necessidade de combater as ameaças globais, para abrir caminho à criação de plataformas colaborativas que podem resolver problemas e abrir novas vias para a cooperação geopolítica e econômica”, lê-se no documento elaborado pelo gestor António Costa Silva.

O documento, intitulado “Visão Estratégica para o plano de recuperação econômica e social de Portugal 2020-2030”, evoca as missões de solidariedade em diferentes países africanos em que as Forças Armadas têm participado, as quais “dão credibilidade a Portugal, promovem a solidariedade internacional e abrem portas no mundo”.

“Todo este trabalho extraordinário das Forças Armadas e da rede diplomática portuguesa, que é importante para abrir linhas de cooperação geopolítica e econômica, deve ser reforçado, ampliado e integrado, para transformar Portugal num ‘player’ não só europeu, mas atlântico”, afirma.

Definindo o ‘soft power’ de Portugal como a “capacidade de agregar vontades e fazer funcionar redes a uma escala pluricontinental”, o documento aponta como “vital” ampliá-lo para pôr em diálogo “as nações do Atlântico, desde os seus aliados tradicionais, como o Reino Unido e os EUA, as nações do Atlântico Sul, do Brasil a Angola, passando pelos outros países de expressão portuguesa”.

Dá como exemplos projetos de cooperação com os países do Norte de África “para minimizar o avanço da desertificação, combater a ameaça climática e a escassez de água”, e com as nações do Atlântico Sul “para preservar as rotas internacionais de comércio e prevenir os ataques piratas”.

Propõe ainda “promover com as nações do Atlântico uma grande plataforma de cooperação para estudar o oceano, compreender o seu funcionamento e lutar contra as alterações climáticas” e “erigir uma grande plataforma do Atlântico capaz de proteger o oceano, a segurança das redes de comércio e energia, reduzir as ameaças e construir políticas para minimizar a poluição e combater as alterações climáticas”.

“Uma grande parceria para ‘defender’ o Atlântico no século XXI vai muito para além da concepção tradicional de defesa e significa uma parceria para lutar e resolver os desafios comuns, minimizar os riscos e ameaças e assegurar a estabilidade e prosperidade econômica”, sustenta.

Defende, neste contexto, uma parceria científica e tecnológica e a cooperação geoeconômica entre as nações do Atlântico “para o desenvolvimento sustentável dos recursos energéticos e minerais e para proteger o oceano e os seus ecossistemas”.

António Costa Silva desenvolve o reforço da cooperação geopolítica e econômica com os países atlânticos na parte consagrada ao “enquadramento geoestratégico e os futuros possíveis de Portugal”, mas faz múltiplas referências à importância do oceano ao longo do documento, propondo nomeadamente a criação, nos Açores, de uma grande Universidade do Atlântico.

“O país deve criar uma grande Universidade do Atlântico e um centro de previsão do clima, atraindo parceiros internacionais para os Açores, que é um dos melhores sítios do mundo para estudar a interação entre o oceano e a atmosfera, a terra e o ar, e esse conhecimento é valioso porque pode prevenir e mitigar a ocorrência de fenômenos climáticos extremos, quando as mudanças estruturais de combate às alterações climáticas e o avanço na descarbonização da economia ainda não estão a surtir efeito”, afirma.

Para António Costa Silva, o “renascimento comercial e energético” da bacia do Atlântico mostra que “Portugal não é um país periférico”, tendo antes “uma posição absolutamente extraordinária” com a geografia como “o maior” dos recursos.

“O Oceano Atlântico está a ressurgir como grande plataforma energética e comercial”, afirma, apontando que “vai ser uma das grandes vias marítimas do século XXI”, o que representa “uma possibilidade imensa de mudar o estatuto e a trajetória” de Portugal.

“Temos que pensar em redes, em ‘hubs’, em polos agregadores de valências e produtores de riqueza e na inserção das nossas cidades, dos nossos portos, das plataformas logísticas, das cadeias de valor, de Portugal, nessas redes mundiais energéticas, comerciais, financeiras, tecnológicas, sem esquecer as redes do conhecimento”, defende.

No início de junho, o Governo confirmou que convidou o gestor da petrolífera Partex António Costa Silva para coordenar a preparação do programa de recuperação econômica, na sequência da pandemia de covid-19, e que este tinha aceitado o convite “como contributo cívico e ‘pro bono’”.

Em entrevista à agência Lusa a 04 de junho, António Costa Silva afirmava que a recuperação econômica ia “ser lenta”, impulsionada pelo fator “medo”.

“Acho que vai ser lenta, porque nós temos aqui a erupção de um fator novo que também tem consequências econômicas, que é o medo”, afirmou.

Fonte: Mundo Lusíada em 13.07.20

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Home office conquista empresas e deve ser mantido após pandemia

Home office conquista empresas e deve ser mantido após pandemia

Em alguns setores, como o financeiro e o administrativo, taxa de funcionários em regime de teletrabalho chegou a 90% no Ceará. Empresários relatam aumento de produtividade e vantagens econômicas com os profissionais em casa

Dotado às pressas e, em muitos casos, de forma improvisada para atender às regras de isolamento social, o trabalho remoto, ou “home office”, tornou-se uma realidade para muitas empresas nos últimos três meses. E a expectativa é de que setores com funções administrativas, por exemplo, continuem no esquema de home office de forma definitiva mesmo após a retomada das atividades econômicas. Para as companhias, o home office permite a redução de despesas com aluguel de espaço físico, energia, transporte, alimentação, dentre outras. Enquanto o funcionário pode, por exemplo, usar o tempo gasto diariamente com deslocamento em outras atividades.

“Com a quarentena, as empresas acabaram acelerando um processo que já vinha sendo mapeado e implantado lentamente, e esse foco foi dado no susto”, diz Raul dos Santos, sócio da consultoria SGS Investimentos. “Agora chegou-se à conclusão de que não precisava de tanto deslocamento. Outro ponto é a questão de espaço físico. Todo mundo, quando pensa em crescer, pensa em alugar mais salas, em aumentar a estrutura física, e agora estamos vendo que não precisamos de espaço físico para crescer”.

Segundo Patrick Lima Alex, diretor da CSI Locações, empresa especializada em locação de equipamentos para eventos e construção civil, já num primeiro momento, houve redução de custos com vale-transporte e vale-refeição. “Além disso, os gastos com hora-extra diminuíram bastante, porque o colaborador se tornou mais produtivo. A gente estima que o nosso custo com pessoal será reduzido em cerca de 10%”, diz.

Produtividade

Com relação à produtividade no trabalho remoto, acreditava-se, inicialmente, que o rendimento do funcionário tenderia a cair, mas passada a fase de adaptação, ocorreu o oposto. “Do dia 18 de março, quando nós entramos no regime de home office, até o fim do mês, a gente percebeu uma queda de produtividade, acredito que pelo ineditismo da situação, pela adaptação, mas a partir de abril a gente viu uma crescente muito grande da produção. A entrega por hora trabalhada aumentou significativamente”, frisa Raul dos Santos.

No mesmo sentido, Alex também diz que percebeu uma melhora na produtividade, principalmente pelo tempo que os funcionários deixaram de gastar com deslocamento. “Eu tenho dois funcionários que demoravam cerca de duas horas no trânsito para chegar à empresa. Com certeza eles passaram a ser mais produtivos, porque economizaram quatro horas por dia que agora podem ser usadas para fazer cursos ou pensar coisas novas para a empresa”.

Entretanto, assim como as empresas tiveram pouco tempo para se preparar para esse novo esquema de trabalho, também foi curto o período para funcionários se acostumarem com novas ferramentas e rotinas para cumprir suas metas. E aqueles com menor capacidade de adaptação poderão perder espaço no mercado. “Não é novidade que para uma empresa crescer, ela não pode abrir mão da tecnologia e essa aptidão independe da idade. Agora nós pudemos perceber quem assimilou bem essas mudanças e promover uma rápida oxigenação dos quadros da empresa”, afirma Raul dos Santos.

A tendência é que, com o tempo, as empresas passem a incentivar, cada vez mais, que seus funcionários trabalhem de casa. “Já há pesquisas mostrando que tem gente gostando mais dessa forma de trabalho porque o tempo renderia mais. Mas no home office você precisa ter uma agenda mais estruturada”, diz Adriana Bezerra, CEO da Flow Desenvolvimento Integral, especializada em psicologia e gestão de empresas. “Por outro lado, a interação com os outros colegas ajuda a desenvolver novos produtos, a criatividade, porque o trabalho coletivo é muito rico”.

Cenário

Segundo Raul dos Santos, de 80% a 85% das empresas cearenses acabaram tendo de adotar, em alguma medida, o esquema de home office ao longo dos últimos três meses. “A gente estima que após a pandemia esse número caia para 40%, porque temos segmentos que precisam da presença física. Mas quem pode, vai continuar. Em uma consultoria como a nossa, por exemplo, você pode ficar em home office até o fim do ano. E mesmo dentro de empresas que precisem da força de trabalho presencial, há setores que podem migrar totalmente para o trabalho remoto”.

Segundo Patrick Lima Alex, 90% dos funcionários dos setores financeiro e comercial estavam em home office em abril. “A gente já tinha um braço que trabalhava em home office mesmo antes da pandemia, o que nos ajudou nessa adaptação”, lembra. “Agora, com a retomada vamos fazer revezamento. O pessoal do financeiro fará trabalho presencial duas vezes por semana, o comercial três vezes por semana, e outros setores vamos fazer escalas. A gente viu que não se fazia necessário o colaborador estar aqui direto”, diz.

Em maio, 306 mil pessoas no Ceará estavam em trabalho remoto, o equivalente a 16% das pessoas ocupadas em exercício (1,9 milhão). Ao todo, o Estado contava com 3,1 milhões de pessoas ocupadas em maio, das quais 1,9 milhão em exercício, 1,3 milhão na informalidade e 1,1 milhão afastados do trabalho. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Covid-9), divulgada pelo IBGE no dia 24 de junho.

“O empresário cearense precisa abrir sua cabeça para essas possibilidades. Temos muitos exemplos positivos de boas empresa dentro do Ceará. Mas não é só colocar as pessoas no home office. É preciso fazer tudo o que for possível para acelerar esse processo, para que haja uma gestão mais ágil, com menos burocracia”, diz Adriana Bezerra.

Brasil

No Brasil, 8,8 milhões de pessoas estavam trabalhando de forma remota na última semana de maio, contra 8,6 milhões na primeira semana do mês. Na última semana de maio (de 24 a 30), 13,2% da população ocupada no País (84,4 milhões) trabalhavam remotamente, e 17,2% (14,6 milhões) estavam afastados do trabalho devido ao distanciamento social, de acordo com o IBGE.

Segundo uma pesquisa realizada pela consultoria Cushman & Wakefield, especializada em serviços imobiliários comerciais, quase 74% das companhias do setor pretendem instituir o home office depois que a crise passar.

A organização entrevistou 122 executivos de multinacionais que atuam no Brasil.

O trabalho remoto é previsto desde 2011 no artigo 6º da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT); nos artigos 75-A a 75-E, e na Lei n.º 13.467/17, a Reforma Trabalhista; e na Medida Provisória n.º 927/20.

Isolamento social forçou a aceleração do uso do trabalho a distância e acabou levando empresas a enxergar as vantagens do home office, que chegou para ficar

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Fonte: Diário do Nordeste em 27.06.20

Por que investir no Ceará?

Por que investir no Ceará?

Após uma longa preparação, com reforços em infraestrutura, inovação e capital humano, é hora de o Estado deixar de ser apenas um ‘lugar bonito num canto do globo’ para começar a ganhar pontos com novos vestidores

Já se vê ao longe, como uma pequena jangada perdida na imensidão do mar, o tempo em que o Ceará era identificado apenas com belas imagens praianas e o mito do “sertanejo forte”, além da receptividade e humor característicos de seus habitantes. Às portas da terceira década do Século XXI, o Estado prepara-se para mostrar ao mundo que é, sim, o lugar certo para se fazer negócios a partir de agora. E tal vocação se ampara não apenas nos atributos geográficos, mas também, e cada vez de forma mais significativa, nos avanços em infraestrutura. Trata-se de uma visão que vem ganhando aderência no setor produtivo cearense, pautada eminentemente na inovação e na preparação de talentos voltados ao empreendedorismo.

Tal tendência pode ser captada no desempenho do Estado no Produto Interno Bruto (PIB), que vem crescendo, em média, mais do que o nacional. Para se ter uma ideia, em 2019, o desempenho ficou em 2,11% contra 1,1% do País, com destaque para a indústria e seus 4,08% frente aos 0,5% da Federação como um todo.

Boa parte dessa pujança se deve aos investimentos públicos em infraestrutura realizados nos últimos anos, que abriram caminho para a chamada “Trinca de Hubs”, fazendo valer, enfim, a vantagem da posição geográfica que põe o território cearense numa espécie de “esquina” da América do Sul, mais próxima dos continentes europeu e africano e da América do Norte.

Um dos integrantes da trinca é o hub tecnológico. Nos últimos anos, o Governo do Estado tem investido pesadamente em Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC). Entre as ações, que incluem o processo de migração de todas as suas operações de TI para o ambiente de nuvem, barateando e agilizando processos, destaca-se a atração de empresas com base tecnológica, cujo marco importante, em abril de 2019, é a instalação do Data Center Angonap e a instalação dos dos cabos submarinos Sacs e Monet, num investimento de aproximadamente US$ 300 milhões da multinacional Angola Cables. Os dois cabos ligam, por meio da fibra óptica, as Américas e a África. uma nova rota de conectividade com os Estados Unidos e o continente asiático. Já o prédio de 3.000 m² é mais uma forma de atrair novos provedores de conteúdo e internet e mais investimentos em tecnologia e pesquisa. Tudo valendo-se da posição estratégica no mapa-mundi e da agilidade nas operações, facilitadas pelo conjunto de 14 cabos submarinos – em breve serão 18 – que já chegam à cidade de Fortaleza e faz da Capital um hub de comunicação de dados.

“A melhor localização para os data center ou se dá perto de grandes conglomerados de clientes, e aí o Estado de São Paulo é um grande polo de atração, ou por estarem próximos de hubs de comunicação, caso do Ceará. Porque nem todos os clientes estão concentrados (no mesmo lugar). Existe um grande número de clientes difusos. E a melhor experiência do usuário para esse tipo de serviço seria na utilização de data centers próximos de hubs de comunicação, porque oferece menores tempos de latência, uma melhor gestão de risco e uma maior disponibilidade do serviço. E, naturalmente, o preço cai na proximidade desses hubs. Então há um conjunto de fatores que fazem com que o Ceará possa ser esse polo de atração no Brasil, além de São Paulo, da indústria de data center, que tem como seu principal cliente a computação em nuvem”, explica o presidente da Empresa de Tecnologia da Informação do Ceará (Etice), Adalberto Pessoa.

Aliada à infraestrutura e com investimentos feitos na formação de capital humano em universidades e escolas profissionalizantes, há ainda a intenção, da parte do Executivo estadual, de aplicar a Ciência de Dados na gestão pública. Assim, apostam os gestores, abriria-se caminho para uma otimização na oferta de serviços, resolução de gargalos existentes e uma maior transparência na tomada de decisões do poder público.

Pelo ar
O segundo integrante do trio de hubs cearense é o aéreo, que apresenta como principal trunfo o centro de conexões em operação com o consórcio Air France-KLM/Gol. A localização no globo terrestre, o que faz com que um voo entre Fortaleza e Lisboa dure menos de sete horas, foi novamente um ótimo argumento para a definição da parceria.

Isso sem falar nas obras de requalificação do Aeroporto Internacional Pinto Martins, que agora está sob a gestão de suas operações a cargo da empresa alemã Fraport e deve ser concluída até 2021, num investimento de R$ 1 bilhão. Intervenção que oferece uma capacidade 50% maior para passageiros em um equipamento de 60 mil m².

A mudança de patamar do terminal vem em época oportuna, uma vez que, conforme dados do Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur), apenas no primeiro ano de funcionamento do centro de conexões, foi registrado um crescimento de 103,88% no número de passageiros internacionais. Outro levantamento, realizado pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), aponta que Fortaleza passou a atrair um milhão a mais de passageiros com a chegada do novo hub. Se entre maio de 2017 e abril de 2018 passaram por lá 4,9 milhões de usuários, este número passou para 5,9 milhões de maio de 2018 a abril de 2019.

“Não tenho dúvida que vamos ter aqui o melhor aeroporto do Norte e Nordeste do Brasil. Estamos trabalhando, juntamente com a Prefeitura da cidade, para fazer de Fortaleza um grande centro de conexões aérea, conectar Fortaleza com o mundo”, revelou o governador Camilo Santana, quando da ocasião do lançamento da nova área de check-ins do equipamento, em abril de 2019.

Voos diretos internacionais disponíveis a partir de Fortaleza:

– Paris (França);
– Amsterdã (Holanda);
– Frankfurt (Alemanha);
– Lisboa (Portugal);
– Miami e Orlando (EUA);
– Buenos Aires (Argentina);
– Ilha do Sal (Cabo Verde);
– Cidade do Panamá (Panamá);
– Caiena (Guiana Francesa);
– Madri (Espanha).

Hub logístico – do mar à Transnordestina
No hub marítimo, alicerçado no Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP) e com expectativa de um grande salto em suas operações nos próximos anos após a parceria firmada com o Porto de Roterdã, em outubro de 2018, o grande diferencial, para muitos especialistas, é a Zona de Processamento de Exportação (ZPE) do Ceará.

Claro que a posição geográfica, novamente, acaba dando uma boa vantagem ao Estado, umas vez que o equipamento está próximo dos mercados consumidores da Ásia, Europa, África e América do Norte. Além disso, com uma área de 13.337 hectares, o complexo, que acaba por ser uma espécie de hub logístico, oferece infraestrutura rodoviária, ferroviária e portuária, completada pelo atrativo dos incentivos fiscais, a capacitação de pessoas e a segurança energética, entre outros chamarizes para investidores.

“O fato de possuir uma Zona de Processamento de Exportação garante ao CIPP um certo grau de segurança econômica. Isso porque as empresas que ali estão têm a produção voltada para o mercado internacional, como é o caso da siderurgia da CSP (Companhia Siderúrgica do Pecém, empresa baseada no complexo). Nesse contexto, também destacam-se as operações de pás eólicas, que, apesar de não estarem na ZPE, tem grande parte da produção escoada pelo Porto”, explica Igor Pontes, PhD em Logística e professor da Faculdade CDL.

Foram mais de 18 milhões de toneladas movimentadas no Pecém apenas em 2019, conforme dados do Observatório da Indústria da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), mas a expectativa é de que esses números se tornem ainda mais expressivos quando, enfim, forem concluídas as obras da ferrovia Transnordestina, que vai oferecer 30 mil toneladas/ano em capacidade de transporte. Há a expectativa de que as obras na via, que em seu trecho cearense, de 527Km de extensão, que vai ligar o porto à cidade de Missão Velha, na Região do Cariri, cheguem a 30% até o fim deste ano. A intervenção foi iniciada em 2006 e acabou paralisada em 2016, sendo retomada no segundo semestre de 2019.

Inovação como a “grande chance”

De olho no desenvolvimento econômico, o Estado do Ceará busca olhar para o futuro alicerçado em capital humano, que passa, inexoravelmente, pela educação. De acordo com dados da Secretaria de Educação do Estado (Seduc) e baseando-se em estudos sobre a qualidade do ensino, o Ceará possui 55 escolas de ensino médio entre as 100 mais bem avaliadas do Brasil.

Na transição dos jovens para o mercado de trabalho, a palavra inovação tem sido quase onipresente. Pelo Estado, surgem diversas iniciativas voltadas para o tema, caso do Projeto Clusters Econômicos de Inovação (link para a matéria dos clusters), que reúne setor produtivo, poder público e instituições acadêmicas com o objetivo de gerar mais e melhores oportunidades de emprego e empreendedorismo nas 14 regiões de planejamento do Ceará. Dessa maneira, por meio da inserção de ideias inovadoras, que podem vir ainda a incentivar a criação de novas startups nos respectivos clusters econômicos de maior potencial e cuja formação de ensino superior e profissionalizante tenha maior oferta na região, busca-se o tão almejado desenvolvimento.

A ação é conjunta das secretarias do Desenvolvimento Econômico e Trabalho (Sedet) e Ciência e Tecnologia e Educação Superior (Secitece) e a vinculada Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Funcap).

Para gestores locais, a busca por alternativas que não mirem a evolução do PIB estadual apenas pelas lentes da execução massiva de obras de infraestrutura representa a oportunidade de fazer a economia do Ceará crescer de forma ainda mais rápida e segura, mesmo em tempos de economia nacional estagnada.

“É o grande momento que temos para poder fazer nesta crise um novo desenvolvimento diferenciado para o Estado, fugindo simplesmente da questão dos ativos físicos, que são as fábricas, os prédios, as máquinas, e usando algo que temos de muito rico, que são exatamente as cabeças que estão espalhadas pelo Interior”, ressalta Júlio Cavalcante, secretário Executivo de Comércio, Serviço e Inovação da Sedet, e responsável pelo Projeto Clusters Econômicos

Cavalcante acrescenta que essas jovens mentes podem ser encontradas em diversas instituições de ensino, “com uma vontade enorme de resolver problemas. Elas poderão contar com uma estrutura de Comunicação e Internet, num investimento complementado pela iniciativa privada que faz com que o Estado seja um dos mais conectados em banda larga do Brasil.

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Fonte: Trends CE em 30.06.20