Serviços e mercado de capitais impulsionam crescimento de Fortaleza

Serviços e mercado de capitais impulsionam crescimento de Fortaleza

Além disso, a capital cearense é também a cidade da região Nordeste com maior Índice de Governança Municipal, destacando-se em desempenho, finanças e gestão. Para manter a liderança no crescimento econômico, Fortaleza precisa superar desafios. Recentemente, a cidade de Fortaleza mostrou que faz jus ao próprio nome.

Dados de 2018 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados este mês, apontaram a capital cearense com a maior economia da Região Nordeste. Foram R$ 67,02 bilhões gerados em riqueza que a fizeram ultrapassar os números do Produto Interno Bruto (PIB) de Salvador, na Bahia, líder do ranking até então. Com esses valores, Fortaleza também tornou-se a 9ª economia do país.

“Esses resultados foram possíveis com ações da iniciativa privada, destacando a atuação de empresários e empreendedores da cidade, e também com ações do poder público do Estado do Ceará e da Prefeitura de Fortaleza. Eles têm criado um ambiente de excelência na gestão pública, dando mais confiança para os investidores, e ainda mantendo e ampliando os investimentos públicos”
Samuel Dias, secretário de Governo da Prefeitura de Fortaleza

Segundo Nicolino Trompieri Neto, economista e coordenador de Contas Regionais do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Estado do Ceará (Ipece), a liderança desse ranking é um ponto-chave para novos investimentos em Fortaleza. “Isso tem um impacto significativo porque mostra que a cidade tem uma economia dinâmica, que existem condições atrativas para as empresas se localizarem em um mercado como esse, chamando novos negócios para a região”, ele esclarece.

“Somamos a isso também o fato de Fortaleza ser hoje a capital que possui um hub internacional que permite o deslocamento mais próximo possível tanto para a Europa, quanto para os Estados Unidos. Esse cenário é atrativo, em termos de negócio, para qualquer investidor de fora do Ceará”
Nicolino Trompieri Neto, economista e coordenador de Contas Regionais do Ipece

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Fonte: trendsCE

Tecnologia e inovação redesenham economia cearense

Tecnologia e inovação redesenham economia cearense

O Ceará tem desenvolvido uma ambiência digital diferenciada em relação aos outros estados brasileiros, elevando a competitividade na atração de investimentos. Já são mais de 500 provedores de acesso à internet, empregando mais de quatro mil pessoas

O maior investimento em tecnologia e inovação desenha um cenário novo e promissor para a economia do Ceará. A estratégia de tornar o Estado um hub de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC), somada à posição geográfica privilegiada, tem atraído não só o olhar, mas também aportes significativos por parte de investidores.

Fortaleza, por exemplo, virou um polo de concentração de cabos submarinos. Já são 15 deles conectando a cidade ao mundo. Ao mesmo tempo, empresas de serviços digitais colocam a capital cearense no radar dos grandes data centers internacionais. Soma-se a isso, os milhares de quilômetros de fibra ótica cruzando o estado, formando o chamado Cinturão Digital. Uma teia de conexões capaz de gerar capilaridade e um leque enorme de oportunidades de negócios.

“A tecnologia da informação e comunicação é uma área meio. Necessária para a grande maioria das atividades econômicas. Nesse sentido, o Estado se coloca com um diferencial competitivo exatamente por possuir essa infraestrutura digital”
Adalberto Pessoa, presidente da Empresa de Tecnologia da Informação do Ceará (Etice)

De acordo com ele, nos últimos dez anos, o Estado investiu de forma maciça na construção de uma ambiência digital totalmente diferenciada em relação aos outros estados brasileiros, elevando a competitividade na atração de investimentos. “Hoje, temos o Cinturão Digital, que já é composto por mais de 14 mil quilômetros de fibra ótica, chegando aos 184 municípios do Estado, atendendo a diversas demandas de serviços públicos como escolas, hospitais, postos de saúde, segurança pública, entre outros, assim como da iniciativa privada”, ressalta.Segundo Pessoa, isso refletiu no número de empreendedores e na geração de mais emprego e renda. “De 2015 para cá surgiram mais de 500 provedores de acesso à internet espalhados pelo Estado, empregando mais de quatro mil pessoas, girando, só no ano passado, cerca de R$ 1 bilhão na economia cearense”, destaca.

“Além do que, parte desses provedores, principalmente os de médio e grande porte, que conseguiram concessão de pares de fibra ótica do Cinturão Digital, acabaram se tornando provedores de âmbito regional, pois construíram, a partir daí, suas próprias redes. Para se ter uma ideia, o Governo do Ceará investiu, inicialmente, em oito mil quilômetros de cabos de fibra ótica no Cinturão Digital. Porém, os três maiores provedores instalados no Ceará têm hoje mais de 25 mil quilômetros de cabos de fibra ótica, ou seja, três vezes mais”
Júlio Cavalcante, secretário executivo de Comércio, Serviços e Inovação da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Trabalho do Estado do Ceará (Sedet)

Atualmente, além do Ceará, esses provedores de acesso à internet cobrem outros estados do Nordeste, como Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Maranhão e até estados do Norte e Centro-Oeste. “Tudo interligado a partir do Ceará, tornando o Estado um grande centro de internet de alta velocidade e hub de comunicação de dados que conecta o país a diversos continentes”, afirma. Segundo Cavalcante, nos últimos cinco anos, o Governo do Ceará investiu R$ 70 milhões só no Cinturão digital. Soma-se a isso mais R$ 3 milhões nos corredores digitais.

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Investimentos em energias renováveis no Ceará são esperados pelo setor em 2021

Investimentos em energias renováveis no Ceará são esperados pelo setor em 2021

Os investimentos e fomentos mais esperados para 2021 estão relacionados às energias limpas. Para isso, é necessária ambiência favorável aos negócios, com estratégias assertivas para atração de capital e geração de emprego e renda

Após estagnação imposta pelas dificuldades da pandemia, o setor elétrico no Ceará espera volta do crescimento já em 2021. Assim como outros segmentos industriais, reinvenção e adaptações foram imperativas às empresas.
O Sindicato das Indústrias de Energia e de Serviços do Setor Elétrico do Estado do Ceará (Sindienergia) destaca que foram agregados investimentos em ações de prevenção e, principalmente, adotados protocolos de saúde e segurança para que a energia pudesse ser fornecida sem interrupções de qualquer ordem.
“Sentimos o impacto da pandemia, como todos os segmentos e toda a sociedade. Tivemos retração de novos negócios e investimentos. Porém, como um todo, conseguimos manter nossas atividades por sermos essenciais, independente da situação”, analisa o presidente do Sindienergia, Luís Carlos Queiroz.
Ele acrescenta que as empresas de infraestrutura de redes buscaram melhoria da produtividade para manter o atendimento, principalmente aos consumidores residenciais, cujo consumo cresceu e demandou mais estrutura de atendimento. O consumo anual de energia elétrica no Brasil em 2019 foi de cerca de 482 TWh. Se o crescimento médio próximo a 1% ao ano for mantido em 2020, o número deve chegar a impressionantes 487 TWh.

Projetos
Além dos investimentos contínuos do setor em energias renováveis, são esperados projetos de infraestrutura de redes de interligação e aumento na demanda de energia em 2021. “Estamos confiantes na retomada da atividade produtiva e com isso voltamos a expectativa para novos investimentos e melhoria no crescimento. A perspectiva para os próximos anos é, portanto, positiva”, completa Luis Carlos.

Ele mira ainda a ampliação da entidade, atraindo novos associados para somar aos atuais 60 empresários. “Acredito que o papel de auxiliar na condução desse processo no Ceará será bastante desafiador, estratégico e nos provoca a apoiar esse crescimento com celeridade, utilizando as muitas ferramentas já existentes em favor do trabalho das empresas”, finaliza.

Avanços
Com o controle da pandemia e a consequente retomada da confiança do mercado, devem ser restabelecidos os investimentos, as atividades das cadeias produtivas, o ritmo industrial e o crescimento tão almejado. Os investimentos e fomentos mais esperados para 2021 estão relacionados às energias limpas, ou seja, as fontes renováveis. Para isso, é necessária ambiência favorável aos negócios, com estratégias assertivas para atração de capital e geração de emprego e renda.

O Brasil usa três vezes mais energia limpa do que a média mundial. A energia solar cresceu 92% em 2019 no país e deve quadruplicar nos próximos 10 anos. Só em outubro de 2020, o setor de energia solar no país alcançou 305 mil empreendimentos de energia solar fotovoltaica em operação, beneficiando pelo menos 400 mil unidades operadoras.

No Ceará, o cenário de ascensão do setor não é diferente: 13,3% da potência eólica instalada no Brasil, com 2,054 GW; 8,8% da potência solar fotovoltaica instalada, com 218 MW, já considerando as usinas em Aquiraz (Região Metropolitana de Fortaleza); e por 5,2% da potência termelétrica instalada no país, com 2,158 GW. Os números são da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Entre eólicas e solares, a promessa é que o estado adicione 1,368 GW à matriz energética nos próximos anos.

Fonte: O Otimista

Ivens Jr, presidente do Conselho da M.Dias Branco, sobre 2021: “Desafiador”

Ivens Jr, presidente do Conselho da M.Dias Branco, sobre 2021: “Desafiador”

Pode até parecer desanimador, mas o empresário pondera sobre o futuro: “Tempos desafiadores impõem cautela e prudência, mas nada de desânimo. Oportunidades vão surgir e é preciso estar preparado para saber aproveitá-las”.

Quem conversa com Ivens Dias Branco Jr. acerca do que virá em 2021 ouve uma avaliação repleta de precaução: “Estamos acompanhando todos os acontecimentos e procurando nos preparar para o próximo ano. Acredito que será um ano muito desafiador”.

Por “desafiador” entenda-se que o cabeça da empresa que lidera o competitivo mercado nacional de massas e biscoitos fincou os pés no chão diante de tempos que vão continuar difíceis, mas pondera: “Tempos desafiadores impõem cautela e prudência, mas nada de desânimo e nem pânico. Oportunidades, com certeza, irão surgir. É preciso estar preparado para saber aproveitá-las.”

O setor que tem o trigo importando como matéria prima trabalha com uma variável que as empresas não controlam: o câmbio. A desvalorização do Real diante do Dólar foi o maior obstáculo da M.Dias Branco durante 2020.

Fonte: Focus

Turismo ajuda a alavancar desenvolvimento de Fortaleza

Turismo ajuda a alavancar desenvolvimento de Fortaleza

Nos últimos anos, Capital cearense passou a receber um fluxo mais intenso de visitantes domésticos e internacionais. Ações de divulgação do destino e aprimoramento da infraestrutura dão mais relevância à atividade

Responsável por cerca de um terço das riquezas produzidas por Fortaleza, o turismo foi um importante vetor do desenvolvimento socioeconômico da Capital nos últimos anos. A atividade integra o setor de serviços, que corresponde a 70% do Produto Interno Bruto (PIB) do Município, e tem o seu fortalecimento assinalado pelo aumento no número de voos que recebeu nos últimos anos, passageiros domésticos e internacionais e, consequentemente, crescimento da atividade econômica – a mais pujante entre todas as capitais nordestinas em 2018.

O economista e professor Allisson Martins reforça que o turismo é “elemento-chave na economia local” e catalisa atividades econômicas como alojamento, alimentação, transportes e atividades recreativas, culturais e desportivas. “Nos últimos anos, é notório o fluxo consistente de voos e de passageiros, especialmente estrangeiros, de forma mais recente, consolidando Fortaleza como cidade do turismo de lazer e negócios”, detalha.

De fato, números da Empresa Brasileira de Transporte Aéreo (Infraero) e da Fraport Brasil, administradora do Aeroporto de Fortaleza desde 2017, mostram crescimento no número de voos e de passageiros embarcados e desembarcados de 2012 para cá. Em 2019, 7,2 milhões de passageiros passaram pelo terminal cearense – 1,2 milhão a mais que os 5,9 milhões em 2012, um crescimento de 22%. Foram 59,6 mil pousos e decolagens de aeronaves do terminal aeroportuário de Fortaleza, entre voos domésticos e internacionais.

O titular da Secretaria do Turismo do Município de Fortaleza, Alexandre Pereira, afirma que cada turista que vem a Fortaleza deixa, em média, R$ 3 mil, impactando mais de 50 setores da economia local. “Quando o turista chega ao aeroporto, ele impacta positivamente quem trabalha no aeroporto, o motorista de táxi ou de aplicativo que ele solicita para se locomover, o hotel, desde o dono à camareira, porteiro e recepcionista, faz compras, movimenta as barracas de praia, então são muito setores impactados”.

Ele detalha que o turismo é baseado em três pilares, sendo um deles a infraestrutura, e que ações como as obras de requalificação de algumas áreas, a exemplo da Avenida Beira-Mar, cuja previsão de conclusão é janeiro de 2021 (as obras estão com execução de quase 100%, assim como as da Avenida Desembargador Moreira), são fundamentais para a atração de turistas.

“Toda essa infraestrutura, com um novo aeroporto, possibilita essa atração de turistas. O segundo pilar é a promoção turística de Fortaleza como destino, porque a gente disputa esse turista com outros lugares do mundo”, detalha Alexandre Pereira.

De acordo com o titular da Setfor, o terceiro pilar é a capacitação. “Eu acho que talvez esse seja o pilar mais importante. Não é só a capacitação dos atores do turismo de Fortaleza, mas das pessoas que moram na Cidade. Cada vez mais nós temos que fazer uma cidade que seja boa para nós, fortalezenses. Se for boa para nós, vai ser boa para qualquer turista. Não existe estratégia de cidade para turismo, existe estratégia de uma cidade que monta uma estrutura para o turismo e cuida das pessoas, capacita os agentes que trabalham na cidade, e aí ela estará pronta para receber o turista, porque ela é boa para o morador”, reforça o secretário.

Na avaliação dele, isso fez com que Fortaleza se tornasse o destino mais cotado para turismo em janeiro de 2021, conforme levantamento do site Decolar.com, o que sugere uma recuperação gradual do fluxo mesmo após o baque provocado pela pandemia.

Pereira também ressalta o resultado mais recente do Produto Interno Bruto da Capital cearense, divulgado esta semana pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e pelo Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica (Ipece), no qual Fortaleza aparece com R$ 67,02 bilhões em riquezas produzidas no ano de 2018, ultrapassando pela primeira vez desde 2002 a capital baiana Salvador.

“Em 2011, por exemplo, a economia de Fortaleza, então 2º lugar entre as capitais do Nordeste, apresentava um Produto Interno Bruto inferior a Salvador em torno de R$ 3 bilhões e superava Recife em R$ 3,7 bilhões. Os dados recentes publicados pelo IBGE mostram uma rápida evolução e pujança econômica da nossa Capital nos últimos anos”, explica Allisson Martins. “Fortaleza superou a capital soteropolitana em R$ 3,4 bilhões e abriu uma vantagem em relação a Recife de R$ 14,6 bilhões”, diz.

Ele explica que o turismo é importante dentro do processo de desenvolvimento econômico de Fortaleza ao longo dos últimos anos, mas destaca ainda outras atividades dentro do próprio setor de serviços que tiveram destaque no crescimento da Capital. “Em grande medida, alcançar o posto de cidade mais rica do Nordeste decorre sobretudo do avanço do setor de serviços na economia de Fortaleza, que engloba atividades de comércio, turismo, transportes, saúde, educação e atividades financeiras, por exemplo”, pontua Martins.

“As atividades de educação e saúde, além das externalidades positivas nos ganhos de produtividade e qualidade de vida, também demonstram trajetória econômica crescente e referências em âmbitos nacional e internacional, inclusive com empresas listadas em bolsas de valores, que ativam diferentes atividades e ramos econômicos, como mão de obra especializada, serviços de informação, entre outros”, acrescenta o professor e economista.

Perspectivas
Para Allisson Martins, o cenário atual aponta para um futuro promissor. “As atividades de Serviços apresentam tendência global de crescimento, fundamentalmente baseada na economia do conhecimento, de maneira que os serviços de informação e comunicação serão atividades extremamente relevantes”, detalha. Ele arremata que, nesse sentido, Fortaleza possui diferenciais importantes sob a ótica geográfica e de infraestrutura, com o hub de telecomunicações na Praia do Futuro.

Fonte: Diário do Nordeste em 18.12.2020

BR do mar: A mudança da logística brasileira para a rota marítima

BR do mar: A mudança da logística brasileira para a rota marítima

Cabotagem está em foco no projeto BR do Mar, que avança no Congresso e pode ser aprovado no início de 2021. Mercado espera que a nova legislação possa corrigir problemas e estimular rotas pelo mar

Aprovado na Câmara dos Deputados e em discussão no Senado, o projeto que estimula o transporte marítimo de cargas entre portos nacionais, o BR do Mar, significaria mudança de perspectivas na logística nacional. Há um grande potencial não desenvolvido no Brasil, que, devido à falta de segurança jurídica e estrutura de política portuária, desestimulava investimentos. A proposta do Governo projeta mudar isso.

E a iniciativa é para transformar a costa brasileira num verdadeiro ponto de transporte por cabotagem. De acordo com o Projeto de Lei (PL 4.199/2020), as empresas poderão alugar um navio vazio para navegação entre portos do País, a partir da liberação progressiva do uso de embarcações estrangeiras, o que dará um reforço à oferta nacional.

A partir de quatro anos de aprovação da PL, não haverá limites para o afretamento, desde que observadas as condições de segurança definidas. Outro progresso a ser implementado será o uso de bandeira do país de origem destes navios. Isso permitiria uma flexibilização, ao vincular obrigações legais, desde comerciais, fiscais e trabalhistas ao país da bandeira do navio, desde que os tripulantes tenham a garantia mínima de 13º salário, adicional de um terço de férias, Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e licença-maternidade. E mais, a tripulação dos navios deve ter 2/3 de brasileiros.

Dentre as metas do Ministério da Infraestrutura, está a ampliação da carga anual de contêineres transportados, de 1,2 milhão de TEUs (unidade de medida para cargas) obtidos no ano passado, para 2 milhões de TEUs, em 2022. Também prevê incrementar em 40% a capacidade da frota marítima dedicada à cabotagem nos próximos três anos.

Para o diretor do Centro de Estudos em Transporte da Fundação Getúlio Vargas (FGV Transportes), Marcus Quintella, os benefícios do incentivo ao transporte de cargas entre portos nacionais vão desde ao aumento de competitividade, desburocratização do setor portuário – que até então afastava usuários -, até a qualificação de empresas atuantes na operação e de novos negócios no setor.

“Na matriz de transporte nacional, a cabotagem representa 11%, e se restringe praticamente (aproximadamente 80%) à movimentação de líquidos e gasosos. Precisamos avançar muito ainda no transporte de contêineres, cargas gerais.”

O diretor do FGV Transportes ainda aponta que o projeto vai ajudar no desenvolvimento do conceito de multimodalidade logística, diminuindo custos aos empresários e reduzindo as emissões de gases. “Teoricamente, vai tirar os caminhões das rodovias. Logicamente, o BR do Mar vem mudar esse perfil do Brasil – que transporta 60% das suas cargas nas estradas – ao retirar as grandes distâncias dos caminhões”, completa Quintela.

Pedro Moreira, presidente da Associação Brasileira de Logística (Abralog), parceria da Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores (ABAD) no Comitê Logística, destaca que o BR do Mar proporcionará a entrada de mais empresas neste mercado, que tem atualmente três prestadoras de serviço.

Segundo dados da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), 160 milhões de toneladas de cargas foram transportadas por cabotagem de janeiro a outubro deste ano. Pedro afirma que ainda é pouco e há grande potencial de exploração. “Os custos elevados inibem a utilização da cabotagem. Esse é um dos motivos que o Agro e outros setores da economia, como o Atacadista-Distribuidor, ainda utilizam pouco esse modal”.

Carlos Alberto Nunes Filho, gerente comercial da Tecer Terminais Portuários Ceará e diretor da Câmara Brasil-Portugal na área de Logística, diz que a aprovação da PL estabeleceria uma política de longo prazo positiva para a logística nacional, com potencial positivo para os portos cearenses.

O projeto de cabotagem consolida o Estado como hub portuário, opina Carlos Alberto, servindo para entrada e saída de cargas do Ceará e de estados vizinhos. Ele cita o caso de percurso de mercadorias em longas distâncias, como automóveis, que saem em caminhões-cegonha desde São Paulo numa operação custosa e arriscada, vide o aumento do roubo de cargas. Lembra que um caminhão abasteceria uma concessionária, já o navio renderia todo o Estado.

“A operacionalização deve ser mais rápida do que esperamos. Existe uma expectativa de curto prazo por novas rotas – como a que foi confirmada no Porto do Pecém para o Espírito Santo na semana passada, de cargas que estão na rodovia indo para o (modal) marítimo”, analisa.

PROJETO BR DO MAR
A medida legislativa tem como objetivos:
– Aumentar a oferta da cabotagem, incentivar a concorrência.

– Criar novas rotas e reduzir custos.

– Entre outras metas, o Ministério da Infraestrutura pretende ampliar o volume de contêineres transportados, por ano, de 1,2 milhão de TEUs (unidade equivalente a 20 pés), em 2019, para 2 milhões de TEUs, em 2022.

– Além de ampliar em 40% a capacidade da frota marítima dedicada à cabotagem nos próximos três anos, excluindo as embarcações dedicadas ao transporte de petróleo e derivados.

+ Para a formulação do programa foram realizadas reuniões com autoridades do governo, usuários, armadores, representantes da construção naval e sindicatos de marítimos.

O QUE É CABOTAGEM?
A cabotagem é a navegação entre portos ou pontos do território brasileiro utilizando via marítima ou fluvial. É um modo de transporte seguro, eficiente e que tem crescido mais de 10% ao ano no Brasil, quando considerada a carga transportada em contêineres.

EIXOS DO PROGRAMA: foca em quatro eixos temáticos – frota, indústria naval, custos e porto.

FROTA – O programa estimula a frota em operação do País para que as Empresas Brasileiras de Navegação (EBNs) tenham maior controle e segurança na operação de suas linhas. Desta maneira, propõe que a empresa que detém frota nacional poderá se beneficiar de afretamentos a tempo (quando o navio é afretado com a bandeira estrangeira, o que permite que ela tenha menores custos operacionais).

EXPECTATIVAS
+ Empregos

O PL traz a obrigatoriedade de tripulação composta por, no mínimo, 2/3 de brasileiros, nos afretamentos a tempo, viabilizada com a estratégia da subsidiária estrangeira.

+ Segurança Jurídica

O regime de admissão temporária para embarcações afretadas, sem registro de declaração de importação, com suspensão total do pagamento dos tributos federais, já é previsto em Instrução Normativa da Receita Federal, e passa a constar em Lei.

+ Novos investidores

Criação da Empresa Brasileira de Investimento na Navegação (EBN-i), que irá constituir frota e fretar as embarcações para EBN’s operarem, dispensando a necessidade de estas investirem em frota própria.

– Burocracia

Determinação para que os processos realizados nos portos sejam mais simples para a cabotagem do que para o comércio exterior. Possibilidade de usar meio digital como comprovante de entrega e recebimento de mercadoria. Não será mais necessário guardar o “canhoto” da nota.

Fonte: Ministério da Infraestrutura

EllaLink liga Europa e América Latina através do primeiro cabo submarino

EllaLink liga Europa e América Latina através do primeiro cabo submarino

A EllaLink anunciou hoje a chegada do seu sistema de cabos submarinos de baixa latência de última geração a Fortaleza, no Brasil. Este cabo chegará em breve a Portugal, ligando diretamente os dois continentes a partir de Sines e proporcionando um nível de conectividade internacional sem precedentes.

A rede EllaLink, que conecta diretamente a América Latina e a Europa, foi concebida para dar resposta às crescentes necessidades dos mercados europeu e latino-americano, fornecendo conectividade contínua de alta velocidade entre ambos os continentes. A chegada do cabo EllaLink resultará em melhorias para todas as plataformas de telecomunicações, bem como para os serviços na Cloud, todos os tipos de negócios digitais e ainda a indústria de gaming.

A rede EllaLink irá estender-se por todo o Brasil a partir da região do Ceará, conectando os pontos principais em São Paulo e Rio de Janeiro. Na Europa, a EllaLink oferece ligações seguras a Data Centers em Lisboa, Madrid e Marselha, em conjunto com os seus parceiros Equinix e Interxion. EllaLink ligará também a ilha da Madeira e Cabo Verde, tendo já em vista outros potenciais pontos de ligação com Mauritânia, Marrocos e nas Ilhas Canárias. O sistema Ellalink estará disponível no segundo trimestre de 2021.

A estação da EllaLink integra o Sines Tech – Innovation & Data Center Hub. A localização deste Hub combina, no mesmo espaço, acesso facilitado a terreno economicamente viável, redes de alta densidade de energia, rotas alternativas de fibra ótica de alta disponibilidade para Madrid e Lisboa, bem como um local robusto e seguro para a ligação de cabos submarinos e o desenvolvimento de Data Centers.

Fonte: EllaLink/AICEP

Novos fundos são um “recurso único” para a diáspora, segundo Governo

Novos fundos são um “recurso único” para a diáspora, segundo Governo

O secretário de Estado da Internacionalização, Eurico Brilhante Dias, disse neste dia 10, durante uma conferência sobre a diáspora, que os fundos desbloqueados esta tarde em Bruxelas constituem “recursos únicos” que os emigrantes podem aproveitar se escolherem investir em Portugal.

“Portugal nunca teve tantos recursos para executar em tão pouco tempo e fazer com que a nossa economia recupere desta pandemia e da grave crise a ela associada”, disse o governante, acrescentando que o acordo hoje anunciado em Bruxelas fornece “recursos únicos” para os emigrantes que queiram investir em Portugal.

“Há uma nova fase que se abre com esta necessidade de recuperar as economias e os investidores da diáspora vão encontrar em Portugal recursos únicos que vão poder aproveitar e ter um canal dedicado para isso, particularmente os que queiram estabelecer Pequenas e Médias Empresas nas áreas da saúde, infraestruturas, setor agroalimentar, energias renováveis e mobilidade elétrica, em que temos de ser mais resilientes”, elencou o governante.

Eurico Brilhante Dias falava no webinar ‘Investimento da Diáspora’, que decorre esta tarde em formato virtual a partir de Lisboa, e no qual o ministro dos Negócios Estrangeiros e a ministra da Coesão Territorial deram o pontapé de saída, ainda antes de o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, ter anunciado na sua conta oficial na rede social Twitter um “acordo sobre o Quadro Financeiro Plurianual e o Pacote de Recuperação ‘NextGenerationEU’”.

“Temos de ter medidas específicas para o perfil específico do investidor da diáspora”, disse a ministra Ana Abrunhosa, salientando os 18 milhões de euros captados e os 300 empregos criados ao abrigo dos programas de incentivo ao investimento da diáspora em Portugal, como o Programa Regressar, que oferece condições fiscais mais vantajosas para os emigrantes que queiram voltar ao seu país de origem e que já apoiou 2500 pessoas, num custo de 5 milhões de euros para o Estado.

“Temos um gravíssimo problema de falta de mão de obra em Portugal, e estas pessoas que vêm da diáspora, que as estatísticas dizem estar na casa dos 30 anos e metade com licenciatura, são um grupo qualificado e estão em idade de constituir família, o que ajuda a aumentar a população, que é outra das necessidades em Portugal”, disse a ministra.

Por seu turno, o chefe da diplomacia portuguesa, Augusto Santos Silva destacou que “os portugueses nos mais de 180 países onde estão têm uma força enorme, em primeiro lugar cultural, mas também linguística, institucional e econômica”, colocando o número de emigrantes portugueses num valor perto dos seis milhões.

O webinar Investimento da Diáspora tem como objetivo apresentar o Programa Nacional de Apoio ao Investimento da Diáspora (PNAID) e dar a conhecer os apoios, benefícios e oportunidades para o investimento das comunidades portuguesas em Portugal. Esta é uma iniciativa conjunta das Secretarias de Estado das Comunidades Portuguesas e da Valorização do Interior, que tutelam o PNAID.

Fonte: Mundo Lusíada

O dilema de taxar grandes fortunas no Brasil por Raul Santos, diretor CBPCE.

O dilema de taxar grandes fortunas no Brasil por Raul Santos, diretor CBPCE.

No mundo, a ideia de tributar grandes fortunas surgiu espontaneamente dentro de um contexto liberal, ao contrário do que pensa boa parte da opinião pública, que acha ter sido idealizado por socialistas convictos. Os liberais se fundamentaram no princípio da igualdade de oportunidades, permitindo uma contribuição maior dos mais afortunados com a finalidade de uma redistribuição ordenada de renda.

Ocorre que vários dos países que tentaram implementar esta ideia repentinamente vem se deparando com um forte êxodo de empresários bem sucedidos, que além de detentores de vasto patrimônio, também são responsáveis pela geração de empregos, da dinâmica econômica e de parte do desenvolvimento de suas nações. Na América do Sul, este assunto vem caminhando a passos largos na vizinha Argentina, que está próxima da aprovação definitiva no Congresso do que eles chamam de Lei da Contribuição Solidária e Extraordinária.

O povo argentino vem enfrentando uma sequência de crises econômicas e escândalos de corrupção, gerando um ambiente conturbado onde a economia amarga resultados ruins. O Brasil há tempos vem flertando com a ideia de criar uma tributação especifica que incidiria sobre grandes fortunas. Embora previsto desde 1998 na Constituição Federal Brasileira, o imposto sobre grandes fortunas (IGF) nunca foi regulamentado. O novo imposto incidiria, a princípio, com alíquota de 2,5% sobre o valor do patrimônio de indivíduos que possuem bens consolidados declarados acima de R$ 50 milhões de reais. O dilema não é apenas taxar grandes fortunas e sim gerar a credibilidade necessária para que os governos destinem os recursos arrecadados de fato para áreas estratégicas como educação, saúde e infraestrutura.

No Brasil, a sequência de eventos envolvendo elevado nível de corrupção nas esferas municipal, estadual e federal não tem gerado a ambiência necessária para implementação de tal iniciativa, sob pena de revolta junto aos mais abastados que ocupam o topo da elite privada do país. De forma objetiva, taxar grandes fortunas é interessante e poderá a qualquer tempo ajudar no progresso sustentável de uma nação, desde que venha na forma de diálogo, em um momento de estabilidade interna em que os entes governamentais gozem de boa credibilidade para gerir adequadamente estes recursos.

Raul Santos
Vice-presidente do IBEF- Ceará e diretor da Câmara Brasil Portugal – Ceará

Fonte: Publico A

Governo deve conceder transposição do São Francisco à iniciativa privada em 2021

Governo deve conceder transposição do São Francisco à iniciativa privada em 2021

A empresa vencedora cuidará da operação dos reservatórios, estações de bombeamento e 477 quilômetros de canais, que alcançam os estados do Ceará, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte

A transposição do rio São Francisco deve ser concedida à iniciativa privada no próximo ano. O governo planeja fazer o leilão de concessão em julho de 2021.

A empresa vencedora cuidará da operação dos reservatórios, estações de bombeamento e 477 quilômetros de canais, que alcançam quatro estados do Nordeste – Pernambuco, Paraíba, Ceará e Rio Grande do Norte.

O governo tem feito sondagens com investidores e busca empresas de grande porte que poderiam operar um sistema de complexidade alta. No radar da equipe econômica, estão companhias como a brasileira Weg, que já atua em sistemas de distribuição de água e irrigação em outros países.

Programa de Parcerias de Investimentos

“O nosso objetivo é garantir o suprimento hídrico. Nas secas que ocorreram no Nordeste de 2013 a 2016, os quatro estados e o governo federal gastaram de R$ 4 bilhões a R$ 5 bilhões em medidas emergenciais para garantir o acesso da população à água”, disse à reportagem o diretor de programa da secretaria do PPI (Programa de Parcerias de Investimentos), André Arantes.

A transposição do São Francisco é a maior intervenção hídrica do Brasil. As obras começaram em 2007, durante o governo Lula. O objetivo é interligar as águas do São Francisco a rios dos quatro estados beneficiados.

A obra está 97% concluída, segundo o governo. O eixo leste do empreendimento foi inaugurado em 2017 e está em fase de pré-operação. O eixo norte tem previsão para início das operações no primeiro semestre de 2021.

Entre as justificativas para a privatização, o governo argumenta que o empreendimento, de alto custo, é dependente do Orçamento da União, limitado por causa da crise fiscal.

O plano da concessão é uma parceria entre o PPI, do Ministério da Economia, e o Ministério do Desenvolvimento Regional. Membros do Executivo argumentam que o governo não deveria atuar diretamente na operação de sistemas desse tipo, mas sim se preocupar com a regulação da atividade, assim como faz no setor elétrico.

Os investimentos da União na obra já alcançam R$ 10,8 bilhões e o valor total para a conclusão é estimado em R$ 12 bilhões. Além disso, o custo anual de operação e manutenção do sistema gira em torno de R$ 280 milhões, valor integralmente bancado pelo Tesouro Nacional.

Concessão
Os contratos da concessão devem ter duração de 25 a 30 anos. Para fazer a modelagem, o governo contratou o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). Ainda não há definição do modelo, e a conclusão dos estudos deve ser apresentada no primeiro trimestre do próximo ano.

Para atrair interessados, o governo permitirá que eventuais investidores gerem energia solar junto ao sistema da transposição, já que a região recebe alto nível de incidência do sol.

“Nós temos uma demanda bastante firme de energia, que é algo equivalente a 70% do custo de operação e manutenção do sistema. Então, tem um potencial atrativo para uma empresa interessada em prover a autoprodução para o projeto”, afirmou Arantes.

A ideia é que a empresa ou o consórcio vencedor possa usar a energia para alimentar a operação e eventualmente vender o excedente de energia produzida.

Além disso, o empreendimento vai gerar receita por meio da distribuição da água que flui pelos canais. Cada estado beneficiado pagará pelo volume que entrar em seu sistema. A forma de pagamento ainda está em discussão entre os entes e a União.

Os técnicos do governo afirmam que uma das premissas da concessão será a obrigação de que o operador preste o serviço cobrando valores baixos, possíveis de serem pagos pelos usuários.

“A gente tem buscado primordialmente a redução de custo. A ideia é perseguir a modicidade tarifária com a garantia da prestação do serviço pelo setor privado”, disse o diretor de programa do PPI.

A estimativa do governo é que a transposição beneficiará até 12 milhões de pessoas em 390 municípios quando a operação estiver em pleno funcionamento.

Fonte: Diário do Nordeste em 23.11.2020