Novo fundo vai destinar US$ 68 milhões para agricultura sustentável no Brasil

Novo fundo vai destinar US$ 68 milhões para agricultura sustentável no Brasil

O recurso será destinado a agricultores de todos os portes que adotem em pelo menos 5% da área produtiva a chamada estratégia de integração lavoura-pecuária-floresta, ou para financiar a implantação do modelo em igual proporção num período de até três anos

Num momento em que o agronegócio brasileiro passa por duro escrutínio internacional devido aos seus impactos sobre o meio ambiente, um novo fundo pretende destinar US$ 68 milhões (R$ 385 milhões) em 2021 à agricultura sustentável no país.

Segundo os responsáveis pelo fundo, o valor deve ser ampliado ano a ano, podendo chegar a US$ 1,4 bilhão (R$ 7,9 bilhões) em 2026, o que superaria o Fundo Amazônia, que até 2019 havia recebido doações de R$ 3,4 bilhões.

Lançada nesta terça-feira (29), a iniciativa é uma parceria público-privada entre Embrapa, John Deere, Syngenta, Cocamar, Ceptis, Bradesco, Soesp, Iabs (Instituto Brasileiro para o Desenvolvimento e Sustentabilidade) e JPG Asset Management.

“O fundo demonstra que é possível atrair recursos internacionais para o agronegócio brasileiro, desde que nós tenhamos uma nova postura, em que a gente consiga transparecer de forma segura que a produção agropecuária nacional é composta em sua maioria de produtores que estão em conformidade ambiental e social”, diz José Pugas, sócio da Ceptis Agro, empresa que será responsável por monitorar a conformidade das fazendas a uma série de critérios ambientais e sociais.
O recurso será destinado a agricultores de todos os portes que adotem em pelo menos 5% da área produtiva a chamada estratégia de ILPF (integração lavoura-pecuária-floresta) ou para financiar a implantação do modelo em igual proporção num período de até três anos.

A integração lavoura-pecuária-floresta combina diferentes culturas em uma mesma área de produção. Segundo Pugas, isso permite produzir mais em menos espaço, evitando a expansão de fronteiras agrícolas e o desmatamento e reduzindo a emissão de gases do efeito estufa.

Conforme o executivo, o Brasil possui atualmente 17 milhões de hectares que adotam esse sistema -ou 170 mil quilômetros quadrados, equivalente em tamanho ao estado do Acre- e a meta da Rede ILPF, responsável pelo novo fundo, é chegar a 30 milhões de hectares até 2030.


Um projeto-piloto deve ser implantado até julho de 2021, totalizando 90 mil hectares em setes estados -Paraná, São Paulo, Bahia, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
Gerido pela JPG Asset Management e com o Bradesco como custodiante, o Saff (sigla em inglês para Financiamento Facilitado para Agricultura Sustentável) deve reunir recursos de fontes filantrópicas, concessionais -como bancos internacionais de desenvolvimento e fundos soberanos- e comerciais tradicionais.

“Começaremos o road show para investidores privados a partir de 20 de outubro”, diz Pugas, acrescentando que a primeira rodada de captação de recursos privados será destinada a 60 investidores reunidos no Laboratório de inovação global para finanças climáticas do IFC (Corporação Financeira Internacional), braço do Banco Mundial para o setor privado.
Entre os critérios para que os fazendeiros possam acessar os recursos estão o cumprimento integral do Código Florestal, além de critérios de conformidade social, como não ter o nome inscrito na lista suja do trabalho análogo à escravidão e não ter condenações por trabalho infantil.

Além desse critério mínimo, serão analisadas 140 variáveis através de um sistema de monitoramento chamado TrustScore, e quanto mais pontos o agricultor atingir, menores podem ser os juros do financiamento.

O financiamento pelo Saff deve ter custo de 4,5% a 9,1% ao ano para o produtor, dependendo do prazo de amortização e carência, do uso do crédito e da nota no sistema de monitoramento. Os agricultores também poderão usar créditos de carbono para reduzir o custo do financiamento.

Fonte: Diário do Nordeste em 30/09/2020

Ceará atraiu mais de R$ 56 bilhões em investimentos no mês de setembro

Ceará atraiu mais de R$ 56 bilhões em investimentos no mês de setembro

Quem encabeça a lista são os projetos de geração de energia offshore (capaz de aproveitar a força dos ventos nos mares)

Mesmo com a retração do PIB e a economia local aos poucos se recuperando, o Ceará faz o dever de casa no que diz respeito à atração de investimentos. Em setembro foram aproximadamente R$ 56,8 bilhões na somatória de projetos captados. É o que revela o titular da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Trabalho (Sedet), Maia Júnior.

Quem encabeça a lista são os projetos de geração de energia offshore (capaz de aproveitar a força dos ventos nos mares). Com capacidade de produção estimada em 5,2 GW, são R$ 50 bilhões. “O Ceará está se posicionando na dianteira. Cada GW representa R$ 10 bilhões. Uma torre offshore é capaz de gerar 15 MW de energia. Já uma onshore (em terra) gera 4,2 MW. Conseguimos também uma fábrica de aerogeradores no valor de R$ 400 milhões”, pontua.

Maia também elenca a refinaria da Noix Energy, na Zona de Processamento de Exportação (ZPE), no Pecém. Os investimentos giram em R$ 4,2 bilhões. No rol entra a assinatura do memorando de entendimento da usina de Itataia, cujo investimento gira em R$ 2,2 bilhões.

“São segmentos econômicos estruturadores que só confirmam o pioneirismo do Estado”, reforça Maia.

Vulcabras em Horizonte
Após a Vulcabras fechar acordo com a Alpargatas para a aquisição da Mizuno do Brasil, Maia relata que o time da secretaria entrou em campo para atrair os investimentos para o Ceará.

“No mesmo dia do anúncio, entrei em contato com o Pedro (Grendene). Falei para o governador da situação e ele se prontificou a buscar o negócio”, destacou. Ainda relevou que a Vulcabras foi assediada por outros Estados.

“Eles ainda vão detalhar o projeto para poder formalizar o acesso às políticas de incentivo. Será praticamente uma nova fábrica, apesar de fazerem no mesmo complexo fabril”, complementou Maia sem destacar o montante a ser investido no novo empreendimento.

Fonte: Jornal Focus em 28.09.2020

Metrópole do Ceará Global 2020 ainda está disponível para visitação

Metrópole do Ceará Global 2020 ainda está disponível para visitação

Desembarque numa incrível experiência imersiva em Fortaleza: A Metrópole Virtual do CEARÁ GLOBAL ainda está disponível.

Não deixe de entrar e conhecer todos os estandes virtuais e conhecer o mundo que veio para o Ceará e o Ceará que está ganhando o mundo.

Para acessar, basta colocar o e-mail e celular previamente cadastrados, visite os prédios e conheça a programação do evento dentro de cada um deles.

Acesse já: http://bit.ly/metropoleCG

Fonte: CBPCE em 23/09/2020

Ibef-CE lança e-book sobre o compromisso em melhorar o conhecimento em Finanças e seus fundamentos

Ibef-CE lança e-book sobre o compromisso em melhorar o conhecimento em Finanças e seus fundamentos

O Ibef Ceará lançou nos últimos dias um e-book para ajudar quem está passando por tempos de crise neste momento desafiador.

Ocorre que muitas famílias estão sofrendo com a perda do emprego, ou por alguma redução na renda. Neste ebook, você vai apreciar uma série de dicas que vão te ajudar a enxergar além da crise e te motivar a tomar uma atitude diante das dificuldades.

Para acessar o ebook completo http://bit.ly/ibef-ce

Ceará lidera ranking de competitividade entre estados do Norte e Nordeste

Ceará lidera ranking de competitividade entre estados do Norte e Nordeste

O Ranking de Competitividade dos Estados 2020, divulgado, na última quinta-feira (17), pelo Centro de Liderança Política (CLP) coloca o Ceará na liderança dos estados das regiões Norte e Nordeste. Levando em consideração todos os entes da Federação, o estado está em décimo lugar.

O estudo analisa 10 pilares estratégicos, com base em 73 indicadores que medem o nível de eficiência da gestão pública nas 27 unidades federativas. O Ceará ficou com nota geral 49,5, numa escala que vai de 0 a 100. O estado ficou acima da média nacional que é de 47,5. O principal destaque ficou no quesito Solidez Fiscal, onde conquistou o quarto lugar. Na edição do ano passado, o Ceará ficou na sexta posição.

A titular da Secretaria da Fazenda do Ceará (Sefaz-CE), Fernanda Pacobahyba, atribui o desempenho à disciplina financeira do estado. “Nesse quesito solidez fiscal, nós conseguimos sair do sexto lugar, que obtivemos no ano passado, para o quarto lugar nacional e primeiro lugar do Nordeste. Isso nos deixa realmente muito felizes. O Estado do Ceará foi avaliado pelo seu índice de liquidez, de poupança corrente, de solvência fiscal, de resultado primário, mas, entre todos os indicadores desse pilar, destacamos a taxa de Investimento Público do Estado. Mais uma vez, o Ceará lidera os investimentos públicos nacionais em relação à sua Receita Corrente Líquida”, ressaltou.

O Ceará também conquistou bons resultados em Educação, Infraestrutura, Sustentabilidade Ambiental, Sustentabilidade Social, Eficiência na Máquina Pública e Inovação.

Acesse o site do ranking: http://www.rankingdecompetitividade.org.br/

Fonte: O Otimista em 18/09/2020

Governo Federal pretende atrair R$ 10 bilhões com venda de portos

Governo Federal pretende atrair R$ 10 bilhões com venda de portos

O presidente Jair Bolsonaro espera, até o fim de 2022, repassar 31 portos à iniciativa privada. Caso esta ação se concretize, a arrecadação total deve chegar a mais de R$ 10,7 bilhões.

Este valor foi estimado pelo secretário de Portos do Ministério da Infraestrutura, Diogo Piloni, em entrevista ao jornal Valor Econômico. Segundo Piloni, quatro terminais em portos têm licitação agendada para o dia 18 de dezembro: dois em Aratu (BA), para a movimentação de grãos e minérios, um de veículos em Paranaguá (PR) e um de granéis líquidos em Maceió (AL).

Piloni ainda afirma que a equipe econômica deu sinal verde para o valor pago pelos grupos vencedores nos leilões seja revertido diretamente a favor das autoridades portuárias (Companhias Docas).

Fonte: Terra Brasil em 21.09.2020

Ministro diz que Nordeste terá investimentos de R$ 26 bi para expansão energética

Ministro diz que Nordeste terá investimentos de R$ 26 bi para expansão energética

O chefe da pasta participou junto ao presidente Jair Bolsonaro nesta quinta-feira da inauguração de nova etapa do complexo solar de Coremas (PB)

O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, destacou nesta quinta-feira, 17, que 56% da previsão da expansão da capacidade de geração de energia elétrica brasileira até 2026 se dará na Região Nordeste. Segundo ele, os investimentos devem chegar a cerca de R$ 26 bilhões.

O chefe da pasta participou junto ao presidente Jair Bolsonaro nesta quinta-feira da inauguração de nova etapa do complexo solar de Coremas (PB).

Durante o evento, o ministro ressaltou em especial o potencial energético da região na produção de energias limpas, a eólica e solar. “O Nordeste se destaca pela sua extraordinária contribuição nas gerações solar e eólica, fontes que representam hoje cerca de 11% da nossa capacidade de geração e serão 25%, em 2030”, disse.

O ministro também citou o perfil acima da média mundial do País de produção de energia limpa. “As nossas fontes limpas e renováveis representam 85% da geração de energia elétrica brasileira, enquanto a média no resto do mundo é 24%”, disse.

Ele também mencionou a segurança energética do Brasil, mesmo durante a pandemia da covid-19. “O Brasil é um exemplo para o mundo em termos de sustentabilidade na geração e energia elétricas. Estamos vendo na pandemia alguns países com apagões e aqui estamos com segurança energética; fontes limpas 85% da energia.”

Fonte: Diário do Nordeste em 17.09.2020

Economia cearense cresce duas vezes mais que média nacional em julho

Economia cearense cresce duas vezes mais que média nacional em julho

Considerado a prévia do PIB, Índice de Atividade Econômica do Banco Central aponta avanço de 4,75% da economia do Ceará em julho, superior à média do País no período, de 2,15%, e a do Nordeste, de 1,6%

Após crescer 6,71% de maio para junho, a atividade econômica no Ceará avançou 4,75% na passagem de junho para julho, superando o desempenho obtido pela região Nordeste (1,60%) e pelo Brasil (2,15%).

Já na comparação com julho de 2019, a atividade no Ceará apresentou retração de 0,95%, mas também superou os resultados registrados na média regional (-3,59%) e nacional (-4,89%). O dado é referentes ao Índice de Atividade Econômica do Banco Central – Ceará (IBC-CE), divulgado ontem (15).

Para Ricardo Coimbra, presidente do Conselho Regional de Economia Ceará (Corecon-CE), a queda dos números de casos de coronavírus no Estado aliada à retomada gradual das atividades vem contribuindo para a recuperação econômica cearense. E a tendência é que o Estado permaneça nessa trajetória nos próximos meses.

“O Ceará vem tendo esse crescimento da atividade de forma escalonada sem que haja crescimento dos números efetivos da doença. Isso vai gerando uma recuperação mais sólida e constante nas próximas etapas”, diz.
Coimbra destaca ainda que os resultados de agosto e setembro tendem a ser ainda melhores devido à reabertura de outras atividades no Estado.

“Esses números só vão aparecer mais a frente, então é provável que a gente tenha uma melhora mais efetiva do que o outros estados na nossa região”, prevê o economista.

“Além disso, a solidez fiscal do Estado do Ceará também contribuiu nessa perspectiva de uma retomada mais sólida. O Estado manteve sua capacidade de investimento, de pagamento de suas contas, gerando até a possibilidade de ajuda na área econômica com a postergação do pagamento de imposto”.

Expectativa revisada

No acumulado de janeiro a julho, a atividade econômica cearense apresentou queda de 3,96%, ficando abaixo do resultado registrado no Nordeste (-3,17%). Mas no acumulado de 12 meses até julho, o Ceará apresentou retração de 1,39%, enquanto o Nordeste registrou queda de 1,56%.

Divulgado mensalmente pelo Banco Central, o IBC é considerado a prévia do Produto Interno Bruto (PIB) do País, regiões e estados.

Em junho, a expectativa do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece) era de queda de 4,92% do PIB estadual para 2020. Mas, diante da recuperação da atividade, Coimbra avalia que o resultado seja revisado

“O crescimento do Ceará acima do patamar nacional e do Nordeste deve gerar uma perspectiva de que o impacto da quarentena no PIB de 2020 seja menor do que se esperava inicialmente, podendo ficar com uma queda de 1,8% a 2%, em vez de uma retração de quase 5% como se imaginava”.
No primeiro trimestre, parcialmente afetado pela quarentena, o PIB do Ceará apresentou queda de 0,45% enquanto o do Brasil caiu 0,3%.

Fonte: Diário do Nordeste em 16/09/2020

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Sebrae-CE seleciona empresas parceiras para Rota das Emoções

Sebrae-CE seleciona empresas parceiras para Rota das Emoções

Serão selecionadas 50 empresas dos municípios que integram o roteiro turístico. Objetivo do Sebrae-CE é reunir as empresas da região para fomentar negócios

O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-CE) está selecionando 50 empresas interessadas em integrar o Clube de Parceiros da Rota das Emoções. As inscrições abertas até o próximo dia 19 deste mês.

O objetivo é selecionar empresas dos municípios que integram o roteiro turístico (Jijoca de Jericoacoara, Camocim, Chaval, Cruz e Barroquinha) para o fomento de negócios. De acordo com o Sebrae-CE, as empresas vão conhecer possíveis parceiros em outros municípios da Rota das Emoções e poderão apresentar seus diferenciais e conceder benefícios aos parceiros e clientes VIP indicados.

“Assim, iremos estimular o consumo e a movimentação da economia neste período de retomada e na baixa estação de 2021”, diz a articuladora do Sebrae-CE, Suilany Teixeira. As empresas farão parte do projeto de forma gratuita.

Conforme o Sebrae-CE, para participar do Clube de Parceiros, os interessados deverão atender a alguns critérios: ser dos setores de hospedagem, alimentação fora do lar ou agência de receptivo; formalizadas e com o Cadastur atualizado; com sede em um dos cinco municípios cearenses que integram a Rota das Emoções; participar do Projeto Rota das Emoções do Sebrae/CE e ter implantado protocolos de segurança sanitária.

Maratona

Além de realizar a inscrição, as empresas interessadas em integrar o clube deverão participar da maratona de negócios online, que será realizada nos dias 23 e 24 de setembro. É nessa ocasião que os empreendedores ou representantes irão apresentar os seus empreendimentos, os diferenciais e os benefícios que estarão à disposição dos outros integrantes do clube.

A oficialização do Clube de Parceiros será realizada no dia 01 outubro de 2020 e ele permanecerá válido até 30 de junho de 2021. A divulgação das empresas integrantes do Clube de Parceiros será feita no site oficial da Rota das Emoções, e reproduzido por todas as 50 empresas participantes em seus sites e redes sociais. As inscrições podem ser feitas aqui. http://bit.ly/clubedeparceiros

Fonte: Diário do Nordeste em 16/09/2020

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Um manifesto para redefinir o capitalismo — 50 anos após Friedman

Um manifesto para redefinir o capitalismo — 50 anos após Friedman

Movimento IMPERATIVE 21 quer aproveitar efeméride para mostrar que o capitalismo centrado apenas no acionista ficou para trás. Faz parte desse movimento em Fortaleza, Adriana Bezerra(Flow Desenvolvimento Integral), sócia CBPCE.

Este domingo é uma data marcante para a história do capitalismo — e, para um grupo crescente de ativistas, pode ser o marco de um novo momento. Há 50 anos o economista americano Milton Friedman disse sua conhecida frase “The business of business is business” (O negócio do negócio é negócio). Era um resumo sem rodeios de um capitalismo centrado no acionista, que tinha como objetivo central a maximização dos lucros. Friedman seria escolhido Nobel de Economia em 1976.

Pois 50 anos depois um grupo de empresários, investidores e ativistas sociais tenta mostrar que o mundo mudou de vez, e que o capitalismo de “shareholder”, focado no investidor, deu lugar ao capilismo de “stakeholder”, focado em todos os públicos. Neste domingo este grupo, batizado de IMPERATIVE 21, publica um anúncio no jornal The New York Times com o título “Redefina o Capitalismo” e ao longo da semana fará uma série de eventos em grandes centros financeiros do mundo, como a Nasdaq, em Nova Iorque, e a B3, no Brasil.

“A pandemia deixou mais visível o que já estava ali. Um sistema econômico que foi desenhado para cuidar de alguns e não de muitos”, diz o americano Jay Coen, coordenador do IMPERATIVE 21. “É um sistema que foca em maximizar riqueza e não bem-estar, que privilegia o individualismo”.

“Um anúncio não muda nada, é apenas um sinal. Precisamos mostrar que estamos aqui, e que concordamos que o sistema precisa ser transformado. De uma economia de exclusão para uma de inclusão, uma economia que não é mais de ‘winner takes all’”, diz Coen.

Coen e seu grupo se unem a vozes que têm defendido não um retorno ao mercado pré-pandemia, mas um reinício no capitalismo e na forma de fazer negócios. “O normal não estava funcionando. Queremos ter certeza que vamos resetar a economia numa nova trajetória, e não recomeçar a economia. Precisamos pensar em todos os stakeholders, ou vamos terminar na mesma situação em que estávamos quando a próxima pandemia vier, ou quando a mudança climática se acentuar”, afirma.

Nos últimos 15 anos Coen, um ex-executivo da consultoria McKinsey, liderou o B Lab, um movimento que nasceu para mostrar que é possível ter negócios lucrativos e que criam empregos e ao mesmo tempo levam em consideração questões sociais e ambientais. Era o nascimento de um conceito que nos últimos meses se consolidou de vez, o ESG (sigla para Ambiental, Social e Governança, em inglês). O B Corp buscava unir empresas com os mais elevados conceitos de sustentabilidade, e hoje tem 3.500 empresas em 80 países, incluindo o Brasil.

Mas mais recentemente Coen viu que, o impacto destas empresas não era o suficiente. Passou, então, a buscar uma união mais ampla de esforços, com outras organizações. Os fundadores da coalizão global são o B Lab, The B Team, o CECP (Chief Executive for Corporate Purpose), Conscious Capitalism, Coalition for Inclusive Capitalism e Just Capital. No Brasil, a coalizão é formada pelo Sistema B (braço do B Lab na América Latina), Rede Brasil do Pacto Global, Instituto Capitalismo Consciente Brasil e Instituto Ethos.

Nasceu, assim, em abril, a rede IMPERATIVE 21. “A ideia é engajar todos os negocios — mesmo aqueles que não são empresas B. As empresas b lideram o caminho e facilitam para que outros as sigam a cultura do stakeholder”.

“Com a IMPERATIVE 21, nos unimos na missão de munir os líderes com os princípios de liderança do século 21 para guiarem as mudanças”, afirma Francine Lemos, Diretora Executiva do Sistema B.

O embrião da ação foi o Manifesto de Davos, lançado na edição 2020 do Fórum Econômico Mundial. Inspirada nesse aprendizado, a transformação proposta pela Imperative 21 se baseia em três pilares: design para uma economia de interdependência; investimentos para que todos os passos do sistema produtivo sejam mais justos; criação de valor para todos os stakeholders.

Coen afirma que a ideia não é desconstruir o conceito de Friedman, mas mostrar que o mundo mudou. “O próprio Friedman já falava que a responsabilidade de um negócio era maximizar o lucro operando dentro da lei e de forma ética. A lei muda à medida que as pessoas decidem que têm necessidades diferentes. E temos um entendimento maior dos riscos para a vida e para os mercados trazidos pela cultura do capitalismo focado no acionista”, afirma.

“Nos anos 70 a geração era muito focada no indivíduo, mas agora sabemos que estamos conectados, que o meu futuro está ligado ao seu”. É, para o americano, uma visão de mundo que ganhou força com a pandemia, mas que não tem volta.

Fonte: Revista Exame em 13.09.2020