Ceará e Estados Unidos Aço e ferro intensificam relação histórica de sucesso

Ceará e Estados Unidos Aço e ferro intensificam relação histórica de sucesso

Diversificação na pauta de exportações, viabilizada em grande parte pela estrutura do CIPP, também pode favorecer trocas comerciais entre Estado e aquele país

Se há uma relação comercial consolidada com o Ceará fora do território nacional, esta é a dos Estados Unidos, maior parceiro do Estado na balança comercial. E tal relação tornou-se ainda mais sólida nos últimos anos, com o fortalecimento das produções de minério de ferro e de placas de aço no parque industrial cearense, em grande parte fruto da ascensão da Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP). Esta é amplamente favorecida pela única Zona de Processamento de Exportação (ZPE Ceará) do País, onde está operando desde 2013 no Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP). O desafio, agora, no entanto, está na diversificação das mercadorias que seguem para e vêm dos portos da maior economia do planeta.

Ceará e Estados Unidos há muitas décadas já mantinham um bom entendimento econômico, mesmo antes da implementação do equipamento, situado entre os municípios de São Gonçalo do Amarante e Caucaia, com aquele país respondendo entre 20% e 25% das exportações cearenses. Mas essa relação atingiu seu ápice em 2019, ao ultrapassar, pela primeira vez, a marca do bilhão de dólares (mais precisamente US$ 1.013.937.372,00) em mercadorias embarcadas para o país norte-americano. Importações? Foram, ao todo, US$ 701,6 milhões, conforme dados do Comex Sat caracterizando um novo recorde.

Ainda que em ano já marcado para sempre como o da eclosão da grave crise provocada pela pandemia do novo coronavírus no Brasil, os bons números permanecem em algum grau, com a superpotência compradora de cerca de 38,3% do total que sai do Ceará para o exterior – US$ 364,5 milhões – nos seis primeiros meses de 2020. Destaque para aço, equipamentos para geração de energia eólica, castanha de caju e água de coco, de acordo com relatório mensal do Centro Internacional de Negócios do Ceará (CIN) da Federação das Indústrias do Estado (Fiec).

Mas a predominância desses insumos nas exportações que seguem para os portos norte-americanos, ressaltam especialistas, não anulam as possibilidades de diversificação dos produtos negociados para lá. Na verdade, tal posicionamento poderia até abrir espaço para outros segmentos, como opina o professor João Mário de França, diretor Geral do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece). “Em 2019, foram exportados 312 produtos para os Estados Unidos (considerando por NCM, Nomenclatura Comum ao Mercosul), concentrando quase 60% em produtos de aço. Mas isso não é ruim, é uma característica da própria estrutura das exportações atuais do Ceará, visto que é uma grande empresa exportando para este país e que foi instalada no Estado com esta finalidade”, explica ele.

Tal versatilidade nesse relacionamento com o país da América do Norte se confirma não só na participação expressiva de novas aquisições como também na consolidação de antigos “campeões” de vendas para o mercado externo.

“Novos produtos surgiram na pauta como partes de outros motores, geradores, grupos eletrogeradores, entre outros, além da água de coco, que passaram a estar entre os sete principais produtos exportados para os Estados Unidos, revelando uma certa diversificação da pauta para aquele país. Destaca-se ainda que produtos tradicionais da pauta de exportações cearenses, como castanha de caju, calçados, couros, cera vegetal, mel e frutas, ainda apresentam valores de vendas expressivos para os EUA, mostrando que esse país continua sendo um importante parceiro comercial com boa diversidade de produtos”.

João Mário de França, diretor geral do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece)
Com relação ao que é demandado do maior parceiro comercial do Estado, destaque para a ascensão do grupo “fibras de carbono, para usos não elétricos”, que em boa parte foi adquirido dos Estados Unidos e teve participação marcante no acréscimo de 419,1% dentre as importações cearenses em 2020, no acumulado do ano. Os dados são do Comex Stat.

Porto como diferencial

Por ser uma grande empresa binacional, sendo uma joint venture formada pela brasileira Vale (50% de participação) e pelas sul-coreanas Dongkuk (30%) e Posco (20%), a Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP), de fato, foi pensada para se tornar um grande polo de atração de investimentos para o Ceará, alterando positivamente a dinâmica da pauta de exportações por aqui. Assim, o segmento produtor de “ferro fundido, ferro e aço” respondeu, em 2019, por 45,05% do total exportado pelo estado.

Outros fatores proporcionam vantagens comparativas significativas, segundo Macedo. São eles: estar na chamada “esquina do mundo”, com boa posição inclusive em relação ao Canal do Panamá, e seu calado e logística, que favorecem sobremaneira sua capacidade operacional. “Todo o leste americano se tornou uma rota importante para vários tipos de produtos e aproximou comercialmente o Ceará daquele mercado”, informa o especialista.

Para que a situação do Estado fique ainda mais favorável junto às pretensões econômicas da nação mais rica do mundo, o professor João Mário de França destaca a necessidade de não apenas diversificar a pauta de exportações como também atribuir maior valor agregado às mercadorias que seguem daqui para o hemisfério norte. Para tanto, tornou-se oportuno que o Governo do Estado olhasse para o outro lado do globo, mais precisamente para a Holanda:

“O Ceará vem desempenhando um importante papel no tocante a investimentos em logística e gestão com foco no comércio internacional, com a expansão do Porto do Pecém e a parceria com o porto de Roterdã, que vem provocando alterações significativas nos processos operacionais no terminal cearense com desburocratização de procedimentos e atendimentos mais eficientes. Contudo, o poder público precisa investir ainda mais em canais de comunicação para aproveitar o momento de retomada da atividade econômica em vários países e em especial naqueles que já são nossos parceiros comerciais a exemplo dos Estados Unidos”, avisa.

Fonte: TrendsCE em 04/08/20

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Exportações cearenses têm alta de 22,5% em junho

Exportações cearenses têm alta de 22,5% em junho

O Ceará exportou em junho US$ 148 milhões, um aumento de 22,5% em relação a maio e uma queda de 16,6% ante junho de 2019. No acumulado do ano, o volume exportado foi de US$ 950,9 milhões, uma redução de 15,9% se comparado com o mesmo período de 2019. Os dados são do estudo Ceará em Comex, realizado pelo Centro Internacional de Negócios da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC).

Em junho, as importações somaram US$ 144,3 milhões, uma queda de 38,8% em relação ao mês anterior. Se comparado com o mês de junho de 2019, o resultado foi uma retração de 14,8%. Apesar dos resultados mensais negativos, as importações cearenses apresentaram um desempenho positivo no acumulado do ano de 2020, com uma alta de 9,9% ante 2019, ultrapassando o montante de US$ 1,2 bilhões.

A participação da pauta exportadora cearense na balança comercial do Nordeste foi de 12,9% e no âmbito nacional foi de 0,93%. As importações cearenses apresentaram representatividade regional e nacional de 16,49% e 1,52%, respectivamente, quando analisado o período de janeiro a junho de 2020.

O Ceará em Comex mostra o peso do município de São Gonçalo do Amarante nas exportações cearenses, porém revela que os municípios de Aquiraz e Eusébio tiveram destaque no mês de junho mesmo diante da pandemia. Aquiraz exportou US$ 32 milhões, o que corresponde a um crescimento de 13,3%, alta impulsionada pelas vendas dos produtos à base de coco e de castanha de caju. Já o município de Eusébio se destacou pela exportação de cera de carnaúba, apesar da queda acentuada no total exportado da matéria prima pelo Ceará. O aumento visto no município foi de 10,9% e somou US$ 21,2 milhões.

Outro item analisado pelo Centro Internacional de Negócios da FIEC é a relação aos países de destino das exportações cearenses. O Ceará reduziu em 27% as exportações para os Estados Unidos, somando apenas US$ 364,5 milhões no acumulado desse ano. O país foi responsável por comprar cerca de 38,3% do total vendido pelo Ceará para o exterior. Os principais produtos de interesse do país foram: aço, equipamentos para geração de energia eólica, castanha de caju e água de coco.

Em segundo lugar no ranking dos principais países de destino das exportações cearense, a China importou o valor histórico de US$ 104,9 milhões, impulsionado pela procura de produtos do setor siderúrgico e do setor de minérios. As exportações para o país cresceram 397,3% apenas no acumulado desse ano.

“Já chegamos a ter 48% de tudo que o Ceará vende sendo enviado para os Estados Unidos. Hoje, o país é responsável por 38%das exportações cearenses, então esse é um reflexo negativo”, avalia a gerente do Centro Internacional de Negócios, Karina Frota. De acordo com ela, um país que apresentou destaque em 2020 foi o Canadá, com crescimento de 262,9% nas aquisições de produtos do Ceará, somando US$ 87,3 milhões. Os produtos a base de aço foram os principais produtos destinado para o parceiro.

Confira o estudo completo AQUI

Fonte: FIEC Online em 15.07.2020

Portal do governo disponibiliza solicitações de importação e exportação de produtos controlados

Portal do governo disponibiliza solicitações de importação e exportação de produtos controlados

A partir de agora, demandas como solicitar, alterar ou cancelar autorização sobre importação e exportação de produtos controlados – consideradas prioritárias no enfrentamento à pandemia de coronavírus (Covid-19) – podem ser realizados no Portal do governo federal, o Gov.br.

A digitalização de nove serviços relacionados a produtos controlados integra o Plano Digital da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que começou a ser implementado no ano passado. Desde então, 99 serviços da Anvisa foram transformados em digitais.

Ainda na última semana, outros sete tipos de solicitações relacionadas a saneantes e uma a agrotóxicos também passaram a ter acesso on-line. Com o Plano Digital e a consequente aceleração da digitalização de seus serviços públicos, a expectativa, conforme a Anvisa, é melhorar o acesso dos usuários e otimizar ainda mais o trabalho de servidores e os recursos disponíveis.

“O plano possui uma visão estratégica, alto engajamento com relação às entregas e alinhamento com os padrões e ferramentas utilizados pelo governo federal para melhorar a vida da sociedade”, afirma o secretário de Governo Digital do Ministério da Economia, Luis Felipe Monteiro.

A Secretaria de Governo Digital é o órgão central da transformação digital do governo federal e apoia os demais nas ações nessa área. São 700 serviços do governo federal já digitalizados desde janeiro do ano passado, o que gera economia de R$ 2,2 bilhões anuais. Quem mais poupa é o cidadão – R$ 1,5 bilhão por ano – ao deixar de se deslocar para os órgãos públicos e gastar com despachantes para agilizar a solução de suas demandas.

A Estratégia de Governo Digital recém publicada estabelece a meta de 100% de digitalização nos mais de 3,3 mil serviços do governo federal até o final de 2022.

Serviços recém-digitalizados pela Anvisa

Os nove procedimentos relacionados a produtos controlados agora disponíveis no Gov.br são:

> Autorização de Importação de substância, planta ou medicamento controlado;
> Autorização de Exportação de substância, planta ou medicamento controlado;
> Autorização de Fabricação para Fim Exclusivo de Exportação;
> Autorização para Fim de Desembaraço Aduaneiro;
> Autorização Especial Simplificada para Estabelecimento de Ensino e Pesquisa;
> Certificado de Não Objeção para Importação;
> Certificado de Não Objeção para Exportação;
> Cota de Importação Inicial;
> Renovação de cota de importação.

Os novos sete serviços digitais relacionados a saneantes e um a agrotóxicos:

> Alteração de registro de saneantes;
> Renovação de registro de saneantes;
> Cancelamento de registro de saneantes;
> Registro de saneantes de risco 2;
> Autorização de ativo novo para uso domissanitário;
> Emissão de certificado de registro de saneante;
> Comunicação da fabricação de saneante exclusivo para exportação;
>Solicitação de alteração de monografia do ingrediente ativo – uso domissanitário (agrotóxicos).

(*) Com informações da Ascom/Anvisa

Fonte: Comex do Brasil em 25/05/20

Ceará exportou R$ 434 milhões em calçados nos primeiros quatro meses do ano

Ceará exportou R$ 434 milhões em calçados nos primeiros quatro meses do ano

A pandemia de COVID-19 derrubou as exportações de calçados no Ceará em 20,5% no quadrimestre (janeiro a abril). As informações são da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados).

O Estado enviou 13,46 milhões de pares para o exterior, número inferior aos 16,9 milhões registrados no primeiro quadrimestre de 2019. Ao todo, foram R$ 434 milhões contra R$ 563 milhões em comparação com mesmo período do ano passado, queda de 22,9%.

O Rio Grande do Sul, maior exportador do Brasil, perdeu 17,5% de volume e 24,8% em faturamento no comparativo com o mesmo período do ano passado.

A Abicalçados informa que as perdas ocorreram pelo fato de os maiores compradores internacionais ,(Estados Unidos, Argentina e França) brecaram as importações. “Entre janeiro e abril, os norte-americanos importaram 3,1 milhões de pares por R$ 298 milhões, quedas de 35,4% em volume e de 26,7% em faturamento na relação com o mesmo período do ano passado”, destaca a entidade.

Fonte: Focus em 13.05.20

Habilitação de embarcações para exportação de pescado à União Europeia pode ser feita on-line

A habilitação de embarcações pesqueiras para fornecimento de matéria-prima para o processamento industrial de produtos da pesca destinados à União Europeia já pode ser feita on-line, por meio do portal Gov.br. A habilitação é feita pela Secretaria de Aquicultura e Pesca do Ministério da Agricultura.

A solicitação pode ser feita por qualquer cidadão, pessoa física ou jurídica, que se enquadre como responsável por embarcação pesqueira ou técnico responsável, de acordo com a IN 57/2019. Após o cumprimento de todas as etapas e, estando em plena conformidade com os requisitos da norma, o solicitante receberá o Certificado Oficial de Conformidade da Embarcação Pesqueira em via digital.

Demais informações relacionadas ao programa de Controle Oficial de Conformidade de critérios higiênico-sanitários em embarcações pesqueiras de produção primária e de congelamento via salmoura atuantes na cadeia produtiva de produtos de pescado destinados à UE, estão disponíveis no site do Ministério da Agricultura.

Segundo a Secretaria de Aquicultura e Pesca, as exportações de pescado e produtos de pescado nacionais à União Europeia continuam suspensas e, para que seja pleiteada a avaliação de reabertura deste mercado, é necessária a devida implementação do programa de Controle. Para tanto, é fundamental a manifestação de empresas, armadores e representantes do setor que tenham interesse em exportar para a União Europeia, solicitando a habilitação de embarcações pesqueiras conforme os requisitos da IN nº 57/2019.

Fonte: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento em 27.04.2020

Exportações cearenses aumentam 52,9% em relação a fevereiro

As exportações cearenses apresentaram um aumento de 52,9% em março quando comparamos com o mês anterior. O valor de US$ 211,7 milhões foi o melhor resultado mensal em 2020. Se comparado com o mês de março de 2019, o valor obteve um crescimento de 28,7%. No que se refere às importações, o resultado do mês de março de 2020 também foi positivo, com um crescimento de mais de 66,4% se comparado com o mês de fevereiro. O valor corresponde ao dobro do resultado do mesmo período do ano anterior. As informações são do estudo Ceará em Comex, elaborado pelo Centro Internacional de Negócios da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC).

O resultado do primeiro trimestre somou US$ 555,5 milhões em exportações no ano de 2020, que corresponde a uma pequena retração de 0,5%, quando comparado com o primeiro trimestre de 2019. As importações no trimestre aumentaram 41,3%, alcançando o valor de US$ 668,9 milhões. Esse crescimento refletiu no aumento negativo da variação do saldo comercial. Em geral, o resultado do primeiro trimestre do comércio exterior cearense foi positivo, considerando as incertezas no cenário econômico mundial em virtude da disseminação do novo coronavírus.

Os países asiáticos foram os primeiros a paralisarem suas atividades econômicas, seguidos da Europa e Estados Unidos, e consequentemente, do Brasil. Na tentativa de diminuir a contaminação pelo vírus, o Governo do Estado do Ceará decretou paralisação das atividades e isolamento social no dia 18 de março de 2020.

O resultado geral das exportações brasileiras foi positivo, considerando principalmente os resultados de estados com menor capacidade exportadora. Para o Ceará, que se mantém em 14º lugar, o trimestre de 2020 correspondeu ao melhor resultado dos últimos três anos em participação nacional, com uma representatividade de 1,12%. Entre os estados do Nordeste, o Ceará permanece como o terceiro principal exportador e obtém 15,4% de representatividade nas exportações da região.

O município de São Gonçalo do Amarante obteve um crescimento de 1,3% das exportações no primeiro trimestre de 2020, totalizando mais de 57% de tudo que é vendido ao exterior pelo Estado do Ceará. O montante de US$ 288 milhões é representado pincipalmente pelo setor siderúrgico.

Caucaia e Sobral apresentaram desempenhos negativos de 8,5% e 18,2%, respectivamente. O destaque positivo ficou para Icapuí que dobrou o valor exportado no trimestre, totalizando US$ 16,5 milhões, alavancado pelo setor de fruticultura, tradicional do município.

Os três setores que mais exportaram no primeiro trimestre de 2020 apresentaram variações negativas quando comparado com o mesmo período do ano anterior. Uma pequena retração de 1,7% nas exportações do setor de “ferro fundido, ferro e aço” demonstra que o setor permanece em equilíbrio, apesar da redução da atividade industrial no mundo, efeito da paralisação de grande parte das atividades econômicas que tem como objetivo conter a disseminação da Covid-19.

Apesar da queda de 10,7% no principal produto siderúrgico exportado pelo Ceará, que corresponde a “outros produtos semimanufaturados de ferro ou aço não ligado, de seção transversal retangular, que contenham, em peso, menos de 0,25 % de carbono”, observa-se um crescimento superior a 845,1% na exportação de “produtos semimanufaturados de ferro ou aço não ligado, que contenham, em peso, 0,25% ou mais de carbono”, produto menos habitual na pauta exportadora cearense.

O setor calçadista sofreu uma retração de 13,5%. Apenas o grupo de produtos de “Outros calçados cobrindo o tornozelo, parte superior de borracha, plástico” decresceu 30,8% se comparado com o mesmo período no ano anterior.

Apesar das dificuldades de produção como consequência da proibição da pulverização aérea de agrotóxicos estabelecida pelo Governo do Estado, o ano de 2020 começou positivo para o setor da fruticultura cearense. As exportações de melões frescos cresceram 143,1%, totalizando US$ 13,9 milhões.

Já as vendas de castanhas de caju permaneceram em equilíbrio somando US$ 27,4 milhões. No total, as exportações do setor ultrapassaram o valor de US$ 46,7 milhões, que corresponde a um crescimento de 21,4% no trimestre. Os Estados Unidos e Holanda foram os principais destinos das frutas cearenses.

O setor “Minérios, escórias e cinzas” cresceu 484% no ano, superando o valor de US$ 11,5 milhões. Ceará iniciou as exportações de manganês no ano passado e tem como principal destino a China.

A cera de carnaúba, tradicional produto exportado pelo estado, sofreu uma retração de 42% e apresentou o pior resultado desde 2010, se analisados os valores exportados no primeiro trimestre dos anos anteriores. Os Estados Unidos e Alemanha permanecem como os principais compradores do produto.

Apesar da retração de 8%, os Estados Unidos permanecem como o principal comprador de produtos cearenses. A participação das suas compras estão em 33% e totalizam US$ 183 milhões.

Destacam-se o crescimento surpreendente de países como o Canadá, Turquia, Bélgica e Polônia. Países que não apresentam tradição nas compras cearenses, aparecem como principais compradores em virtude da demanda por produtos à base de ferro e aço, provenientes da indústria siderúrgica do estado.

O México e Coreia do Sul reduziram suas demandas por produtos siderúrgicos cearenses, levando a uma retração de 53,7% e 31%, respectivamente. A China, primeiro país afetado pelo novo coronavírus, comprou produtos cearenses no montante de US$ 34 milhões, com destaque para produtos de aço, manganês, cera de carnaúba, peixes e crustáceos. As exportações cearenses para a China em 2020 são o melhor resultado da história entre as relações comerciais do estado com o país, quando consideramos o primeiro trimestre dos últimos anos.

As importações brasileiras aumentaram em 4,3% no primeiro trimestre de 2020. O resultado positivo nas importações cearenses apresentam o melhor resultado para um primeiro trimestre em participação nas importações cearenses, cerca de 1,52%.

Analisando os municípios, pela primeira vez desde os resultados do primeiro trimestre de 2014, Fortaleza aparece como o principal município importador do estado. O montante de US$ 234,6 milhões corresponde a 36% das compras do estado no exterior. O crescimento superior a 75,2% se comparado com o mesmo período do ano anterior. Os principais produtos importados foram combustíveis, trigo e óleo de palma.

Grande destaque para o município de Aquiraz que comprou o montante de US$ 76,5 milhões, oito vezes o valor importado no mesmo período do ano passado, que se deu principalmente pela demanda de maquinas e peças da indústria automotiva.

Enquanto isso, os municípios de Maracanaú e Caucaia, onde estão concentradas grandes indústrias, sofreram uma diminuição de 9,2% e 1,4% respectivamente, na compra de produtos e matéria prima do exterior.

O principal produto importado pelo estado nesse primeiro trimestre permanece sendo a hulha betuminosa. O total importado foi de US$ 83,3 milhões, que corresponde a 12,6% de redução se comparado com o mesmo período do ano passado. Outros combustíveis, como óleo diesel e gasolinas (exceto para aviação) seguem com altas de 225% e 284%, respectivamente. No total, a demanda por combustíveis cresceu 85% e alcançou o valor histórico de US$ 256 milhões apenas nos primeiros três meses do ano.

O setor que corresponde a “Reatores nucleares, caldeiras, máquinas, aparelhos e instrumentos mecânicos, e suas partes” alcançou US$ 62,3 milhões em compras, crescendo 205%. Mais da metade desse montante corresponde aos produtos do grupo “Redutores, multiplicadores, caixas de transmissão e variadores de velocidade, incluindo os conversores de torque”. Apenas esse produto cresceu 3740% no início desse ano.

Insumo para a indústria de massas e panificação, os óleos de dendê bruto foram os produtos mais procurados no exterior entre as gorduras e óleos vegetais. O produto é fornecido principalmente pela Colômbia e pela Indonésia. Em compensação, a demanda por cereais obteve uma redução de 7,9% no período.

A procura por produtos químicos orgânicos também sofreu redução no período de 3,6%. Apenas o Glifosato, proveniente especialmente da China e destinado principalmente para a indústria de agrotóxicos, apresentou uma queda superior a 12%.

A demanda do produtos norte-americanos cresceu 124% no primeiro trimestre de 2020, se compararmos com o mesmo período do ano anterior. O país é o principal fornecedor dos combustíveis comprados pelo Ceará. Mais de 38% de tudo o que o Ceará compra no exterior é proveniente dos EUA e atingiu o valor de US$ 236,7 milhões se considerado apenas os três primeiros meses do ano.

A instabilidade provocada pela Covid-19 não comprometeu a relação do Ceará com a China. O estado adquiriu produtos como máquinas e partes para a indústria automotiva, glifosato, painéis e módulos solares e obras de ferro e aço. O montante correspondeu a US$ 138,5 milhões e um crescimento de quase 26% se comparado com o ano passado. O market-share do país corresponde a 20,7% das aquisições cearenses no exterior.

No que se refere a relação do Ceará com países da América do Sul, a Argentina que é principal fornecedor de cereais para o estado, obteve uma redução de 0,9% por produtos no país. Já produtos como a hulha betuminosa e os óleos de palma provenientes da Colômbia contribuíram diretamente para um incremente de 125% na demanda por produtos colombianos.

Grande destaque para as relações do Ceará com a Dinamarca. A compra no montante de US$ 30 milhões apenas nesse ano, promoveu um crescimento superior a 1175%. O principal produto fornecido pelo parceiro corresponde a partes e maquinas que tem como destino a indústria automotiva.

É importante destacar o crescimento de 72% nas operações de importação através do modal aéreo. Em virtude das ações de melhoria e promoção do hub aéreo cearense, essa modalidade poderá ser mais explorada pelas empresas cearenses no futuro.

Clique AQUI para acessar o Ceará em Comex na íntegra.

Fonte: SFIEC em 17.04.2020

Ceará se prepara para exportar melão para China

Ceará se prepara para exportar melão para China

Uma comitiva de agrônomos chineses estará no Ceará para visitar as áreas de produção de melão, no período de 13 a 18 de janeiro. Os chineses vão verificar requisitos fitossanitários para a exportação de melões brasileiros para a China. Um protocolo foi recentemente assinado entre o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e a Administração Geral de Aduanas da República Popular da China.

Na avaliação da presidente da Agência de Defesa Agropecuária do Ceará (Adagri), Vilma Freire, a vinda da comitiva chinesa ao Ceará e Rio Grande do Norte abre uma possibilidade interessante para os dois estados – livres da mosca da fruta – iniciarem um canal de exportação para o mercado asiático.

A missão técnica do governo chinês tem o objetivo de auditar a certificação fitossanitária nas áreas livres de moscas das frutas (ALP) nos dois maiores estados produtores de melão do Brasil: Ceará e Rio Grande do Norte.

A inspeção será acompanhada pela equipe técnica da Adagri, liderada pela diretora de sanidade vegetal, Neiliane Sombra. Após a inspeção, a previsão é que nos próximos meses o Ceará inicie os embarques de melão para a China, via porto do Pecém.

O melão produzido no Ceará já é exportado para União Europeia, Estados Unidos, Chile, Argentina, Uruguai e Rússia, e num futuro próximo para a China e Vietnã.

“Com início das exportações para a China, a expectativa de volume exportado é bastante positiva. O setor deve inclusive ampliar a área plantada,” afirmou Sílvio Carlos, secretário-executivo do Agronegócio da Sedet.

Exigências cumpridas
Entre os dias 7 e 9 de janeiro, a Adagri realizou curso para habilitar técnicos em fitossanidade no município de Limoeiro do Norte para atender aos requisitos fitossanitários do governo Chinês.

Exportações com foco no Agronegócio
Após cinco anos de chuvas abaixo da média, o Ceará voltou a ser ator importante nas exportações de frutas. Em 2019, o Ceará vendeu ao exterior mais U$ 62 milhões de dólares nesse segmento; e o melão liderou a lista com U$ 41,5 milhões de dólares.

Fonte: Ceará Portos em 10.01.20