O Ceará na transição energética
O Ceará na transição energética
A transição energética, que visa substituir os combustíveis fósseis por energias renováveis, impacta positivamente o estado do Ceará. No Brasil, na geração de eletricidade, predominam as energias renováveis que participam com 82,6%, valor muito superior à média mundial.
O mesmo não ocorre em outras atividades, na indústria e nos transportes, que demandam carvão e derivados do petróleo em maior proporção.
Para promover a substituição dos combustíveis fósseis em todas essas atividades, a principal opção escolhida foi o hidrogênio verde (H2V) que é produzido com o uso de energias renováveis.
O H2V pode substituir os combustíveis fósseis na maioria dos seus usos. Permite ser armazenado e transportado para países que detém potencial de energias renováveis suficiente para atender suas necessidades.
No cenário internacional, o Brasil é destaque, pois poderá produzir o H2V ao menor custo. A região Nordeste é privilegiada por deter gigantesco potencial de energia eólica (dos ventos) e solar, que são as fontes de energias mais competitivas. Diante desse cenário favorável, o Ceará partiu na frente com seu projeto de HUB de H2V no Pecém. Empreendedores internacionais do setor de energia estão desenvolvendo seus projetos de produzir H2V no Ceará.
Os investimentos previstos são bilionários. Em grande parte, serão realizados no Ceará, mas para maior benefício, o Ceará terá que atrair a cadeia produtiva, como já ocorre com a energia eólica em que temos fábrica de turbinas e pás eólicas.
Os últimos acontecimentos decorrentes do conflito na Ucrânia resultaram em aumento substancial do preço do petróleo e do gás natural. Esse fato contribui para acelerar a transição energética.
Países da União Europeia estudam a antecipação de suas metas de H2V para reduzir a dependência atual do gás russo.
Muitos são os desafios para que o Ceará alcance o êxito nesse projeto. Nós, cearenses, temos que apoiá-lo acreditando que seu sucesso posicionará nosso estado num patamar mais elevado de desenvolvimento social e econômico.
Por Jurandir Picanço, Consultor de energias da FIEC, Membro da Academia Cearense de Engenharia ACE.