Yunare Marinho, sócio da CBPCE participou da Imersão – AI Experience China 2024

Yunare Marinho, sócio da CBPCE participou da Imersão – AI Experience China 2024

Em uma imersão direcionada para AI com o time da StartSe participei este mês de julho da World Artificial Intelligence Conference (WAIC) 2024 em Shanghai, um evento de mais de 300 mil pessoas e ultrapassou 1 bilhão de visualizações online e uma agenda de ecossistema em IA em Beijing e Shanghai.

O país embarca a inovação que passa pela educação e visão de longo prazo para atender os três pilares fundamentais da cultura chinesa: Pública, Privada e o Cidadão, com investimento direto do seu PIB na educação de ponta.
A WAIC 2024 promoveu diálogos multilaterais e cooperação internacional para a governança da IA, destacando a importância de estruturas éticas e responsáveis. A “Iniciativa de Shanghai” foi ponto central, abordando a necessidade de um sistema de governança global em IA, que inclua prevenção de riscos e segurança.

O discurso de abertura do Primeiro-Ministro, destacou a importância de parcerias globais e da inovação contínua para promover IA de forma responsável:
“A China está pronta para colaborar com outras nações para promover a inteligência artificial de maneira que beneficie o desenvolvimento global e o bem-estar da humanidade. Estamos comprometidos em liderar pelo exemplo, promovendo uma governança eficaz da IA que equilibre progresso e segurança.”

Vi uma capacidade inovadora e da visão de futuro da China. Esta combinação de herança cultural milenar e futuro tecnológico promissor faz da China um lugar verdadeiramente especial e evidenciou os avanços da China em pesquisa científica, especialmente no desenvolvimento de grandes modelos de linguagem (LLMs) e robôs humanoides. Esses desenvolvimentos estão redefinindo o possível e impulsionando a pesquisa básica e aplicada em IA.

O evento mostrou como a China está integrando a IA em diversas indústrias para melhorar a eficiência e promover inovações, como a automação avançada de laboratórios, eficiência industrial com modelos de séries temporais que remodela um novo paradigma de aplicações industriais e a implementação de tecnologia de IA para otimização de consumo de energia

A China tem um ecossistema digital vibrante. Com um Super App em 2 semanas parecia estar em cross-selling gamificado a todo instante. Todo mundo querendo encontrar formas de vender mais.

IA parece estar brotando em tudo, público e privado, em todos os aspectos e disciplinas de todos os negócios. Saúde, Educação, Manufatura, Serviços Financeiros. Dessa super panela de empreendedores e Big Corps atacando casos reais, já tem muita tese fantástica no plano da realidade.

Vimos em Beijing, a “sacada” do envelope vermelho ensina muitas coisas (ref, Tencent, maior empresa digital e de tecnologia da China, no Ano Novo Chinês 2014 e a relação com cultura para estimular o uso do QR code na população.
No ano novo chinês é cultura distribuir uma sacola vermelha com um valor financeiro dentro. E sempre neste período faltava dinheiro nos caixas eletrônicos pelo tamanho da população.

Então a Tencent fez o envio de 1 Yan (moeda chinesa) para todos dentro da sacola vermelha com um QR code para as pessoas acessarem ao dinheiro. Foi um sucesso e o governo direcionou a largada para IA através da experiência que trouxe um benefício a população e hoje vimos vídeos de comerciantes agricultores comercializando em vídeos os seus produtos com uso de QR code, transferências e on line. Sacada de gol da Tencent.

Impressiona a “ambidestria”: cultura de fazer acontecer (KPIs, execução de curto prazo) mas também a visão do futuro (objetivos de longo prazo Copy from China 2030 para se tornar a referência mundial em AI). Olha a mudança em 40 anos. A direção é a estratégia vem do topo e todos cumprem e apoia sem ter novos desdobramentos bilaterais no prazo certo.

Eles não pensam apenas (ou ficam presos) na melhoria incremental. Eles também são capazes de imaginar um futuro diferente e trabalhar do futuro para o presente (aka, AMZ working backwards).

SuperApps: todos já havíamos ouvido falar nisto, mas é muito diferente ver ao vivo, ou seja, tudo integrado num único APP e vimos até a economia de carbono por indivíduo num app (ref, demo do “social score”; show me don’t tell me; será que alguém vai tentar/conseguir fazer uma super-app no Brasil?).

Para fazermos negócios aqui, o mais importante é entendermos e nos adaptarmos a “cabeça deles” (ref, existem muitas perspectivas sobre o que é certo ou errado, e o que e “ético”).
Temos que ter mais “agilidade cultural” (ref., aprender que aqui a água se bebe quente).

Humanos digitais e máquinas que pensam (isto parece tão estranho agora como deve ter sido imaginar um smartphone quando só existia o Motorola tijolão). Vimos isto com apresentadores de TV e eu mesmo gravei o meu Humano Digital que em breve mostrarei o produto que reduz tempo e posso atualizar o repertório para que ele tenha interação com perguntas. Imagina isso para autoatendimento médico, capacitação, tira dúvidas… possibilidades …

O importante é mapear a jornada do cliente (sempre haverá rixa entre marketing e vendas, então o importante é “a jornada”; alguém já imaginou pedir um iFood delivery dentro do trem? E vimos isto no caminho de Beijing para Shanghai com o Ifood entrando no vagão numa parada de estação a seguir ao pedido dentro do trem.

Porque algumas Apps parecem “feias”? Gamification é engajamento; all about human/social behavior (como mudar comportamentos em 1 bilhão de pessoas? Tocando no valor agregado delas e até a app do Didi(uber chinês) diz quanto tempo o farol ficará no vermelho).

Aqui na China o cross-selling é infinito; todo mundo querendo encontrar formas de vender mais. Vimos isto na loja da pérola com o sistema comercial em ação.

IA parece estar brotando em tudo, público e privado, em todos os aspectos e disciplinas e de todos os negócios. Não existe o dinheiro plástico (cartões) está tudo no alipay e wechat da alibaba, nem tampouco dinheiro em transações, apenas em grandes marcas internacionais via-se a máquina do visa…

Os chineses fazem rápido novos produtos para faturar agora, mas também estão trabalhando no “Next Leap”: Quantum AI (?).
Viemos para cá cheios de pensamentos pré-concebidos, mas descobrimos que existem muitas outras verdades do “outro lado da muralha”. Uma sociedade ocidental no consumo e no cotidiano da cidade e a barreira da língua que é uma realidade é também não falarem inglês era superada por aplicativo de tradução imediatamente proposto por eles, com agilidade e velocidade para interagir conosco.

Impactante foi perceber a diferença das mentalidades “doers”: imagem do Burj Khalifa VS. a infraestrutura de trens (ref., chegar mais alto VS. todos chegarmos mais longe).

A visita no supermercado do futuro, onde com a leitura do QR code, vimos a história do produto, composição, modo de preparo, ingredientes e receitas, fabricante, avaliações e a possibilidade do consumidor pedir on off para receber em casa com até 30 min no APP da rede de supermercado.

Em um outro modelo de supermercado onde na entrada era realizado uma leitura facial e leitura da palma da mão e no espaço tinham câmeras para acompanhamento da pessoa em todo o espaço, possibilitando que ao tocar em um produto e retirando da gôndola, na saída da catraca o valor deste produto era automaticamente debitado em sua conta bancária registrada no APP alipey.

Os carros elétricos possuem mátriculas/placas verdes e os carros diesel placas azuis, mas não sairão placas azuis.
A visita ao fabricante do sistema de carro Autônomo já presente em alguns pontos de cidades e estudos para ônibus pequenos, experimentamos isto.

Posso acrescentar o tema do Social Score, índice pessoal e público como uma leitura para fortalecer a mentalidade do bem. E que ajuda em muitas atividades; concursos, empréstimos, posicionamentos de Carreiras.

Há 30+ anos viam os os chineses em pequenos stands nas feiras tech em San Francisco e Las Vegas. Eles eram desdenhados e até ridicularizados. Hoje eu vi aqui uma super feira high-tech quase que exclusivamente de chineses para chineses.
Os chineses copiam tudo – e até se orgulham disto – mas transformam continuamente as cópias até o momento que ninguém mais lembra direito como eram os originais.

Vimos na WAIC World Artificial Inteligence Conference 2024 em Shanghai uma nova geração de “doers startupeiros”, aquele mix de jovens e inexperientes CEOs + CTOs cheios de energia (e todos eles muito mais preparados que eu quando estive no lugar deles). A feira forte em sistemas para áreas de saúde, finanças, mobilidade humana, robótica, inovação, startups, palestras para manufatura e capacitação ágil.

Há 30+ anos viam os Jack Welch ser perguntado: “E a China?”, e ele respondeu “Preste muita atenção!”. Hoje eu me pergunto: “E a IA na China?”, e eu me respondo “Preste muita atenção!”

“Faça tudo muito rápido – com agilidade. Mas também muito devagar – com consistência.” (Esta foi a minha tentativa frustrada de criar um pseudo-provérbio chinês; o que eu tentava falar é que os chineses parecem gostar e saber explorar as ambiguidades… ambidestria, dualidade, yin-yang.

Vimos que 10% de investimento é para educação que possibilitam formar phd’s voltados para projetos que retornam ao estado acelerando o crescimento do país e hoje as universidades chinesas em vários rankings globais já aparecem entre as melhores e eles querem ser referências.

Vimos um regime de trabalho forte: 996 é o número, ou seja, inicia às 09 horas e cai até as 21 horas, com duas horas de intervalo em 6 dias, folgando aos domingos. E para comércio trabalha se direto.

A WAIC 2024 promoveu diálogos multilaterais e cooperação internacional para a governança da IA, destacando a importância de estruturas éticas e responsáveis. A “Iniciativa de Shanghai” foi ponto central, abordando a necessidade de um sistema de governança global em IA, que inclua prevenção de riscos e segurança.

O discurso de abertura do Primeiro-Ministro, destacou a importância de parcerias globais e da inovação contínua para promover IA de forma responsável:
“A China está pronta para colaborar com outras nações para promover a inteligência artificial de maneira que beneficie o desenvolvimento global e o bem-estar da humanidade. Estamos comprometidos em liderar pelo exemplo, promovendo uma governança eficaz da IA que equilibre progresso e segurança.”

Vi uma capacidade inovadora e da visão de futuro da China. Esta combinação de herança cultural milenar e futuro tecnológico promissor faz da China um lugar verdadeiramente especial e evidenciou os avanços da China em pesquisa científica, especialmente no desenvolvimento de grandes modelos de linguagem (LLMs) e robôs humanoides. Esses desenvolvimentos estão redefinindo o possível e impulsionando a pesquisa básica e aplicada em IA.

O evento mostrou como a China está integrando a IA em diversas indústrias para melhorar a eficiência e promover inovações, como a automação avançada de laboratórios, eficiência industrial com modelos de séries temporais que remodela um novo paradigma de aplicações industriais e a implementação de tecnologia de IA para otimização de consumo de energia

A China tem um ecossistema digital vibrante. Com um Super App em 2 semanas parecia estar em cross-selling gamificado a todo instante. Todo mundo querendo encontrar formas de vender mais.

IA parece estar brotando em tudo, público e privado, em todos os aspectos e disciplinas de todos os negócios. Saúde, Educação, Manufatura, Serviços Financeiros. Dessa super panela de empreendedores e Big Corps atacando casos reais, já tem muita tese fantástica no plano da realidade.

Para os chineses, copiar não é um problema; o verdadeiro objetivo é melhorar e evoluir continuamente, mesmo que a partir do que já foi criado.

“A jornada de mil milhas começa com um único passo.” – Lao Tzu
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Yunare Marinho Targino