Google e Governo de Portugal assinam programa de cooperação

Google e Governo de Portugal assinam programa de cooperação

Nesta terça-feira o governo de Portugal anunciou acordo com a Google Portugal em apoio a transição digital e ferramentas e a formação que irão ajudar nas competências digitais e na empregabilidade, acelerando a recuperação econômica portuguesa.

O programa «Grow Portugal with Google» (g.co/GrowPortugal) está alinhado com as prioridades definidas pelo Governo nas competências digitais, empregabilidade, startups e inteligência artificial. O memorando de entendimento foi assinado pelo Ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital, Pedro Siza Vieira e pelo Country Manager da Google Portugal, Bernardo Correia.

Pedro Siza Vieira afirmou, na assinatura deste memorado, que “a necessidade de redefinir estrategicamente competências e atividades a serem desenvolvidas no âmbito Europeu coloca oportunidades e desafios às empresas em Portugal”.

“Temos de pensar coletivamente no que devemos fazer para afirmar Portugal como uma sociedade verdadeiramente desenvolvida assente na inovação, inclusiva e tecnologicamente avançada. Esta colaboração é disso exemplo e estou convicto que será um importante contributo para o reforço da capacitação digital da nossa população, imperativa para que possamos continuar a superar com sucesso os desafios da digitalização”, disse ainda.

Bernardo Correia, Country Manager, Google Portugal, por sua vez, disse que “a tecnologia tem de ajudar todas as pessoas – independentemente de onde moram, ou do seu nível de ensino”.

“Durante muito tempo, a Google tem vindo a investir nas competências digitais de forma a ajudar Portugal na sua viagem de transição digital. Este novo programa será, estou certo, um catalisador nesta retoma econômica e iremos continuar a trabalhar com o Governo, parceiros e associações para ajudar muitos Portugueses e as pequenas e grandes empresas deste país a dar o salto digital de que precisam para terem sucesso no mundo de hoje”, acrescentou.

Para António Valadas da Silva – presidente do IEFP – “num mundo cada vez mais digital, é determinante para o IEFP estar na linha da frente da disponibilização de canais e recursos que permitam responder às necessidades de cada um e garantir o acesso rápido à informação, nomeadamente às ofertas de emprego, e esta parceria com a Google vem ajudar o IEFP neste compromisso com os seus utentes”.

Segundo Valadas, com a experiência de Empregos na Pesquisa, é fácil ter acesso a informação atualizada sobre as ofertas de emprego sem necessidade de entrar no iefponline, só tendo que o fazer caso o utente pretenda candidatar-se à oferta.

“Uma iniciativa que, conforme refere, «insere-se num projeto mais alargado do IEFP que visa a modernização dos serviços e a utilização de ferramentas digitais, como mecanismos de customização dos serviços às necessidades e potencialidades dos nossos utentes.”

Programas previstos no memorando de entendimento

O memorando de entendimento estabelece seis programas para desenvolver uma rápida aceleração da adoção tecnológica, segundo divulgou o governo português:

– Empregos na Pesquisa Google (a partir desta terça-feira):
Em parceria com o Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), quando as pessoas pesquisarem por empregos no Google terão uma experiência imersiva que lhes permitirá explorar empregos na web e refinar as pesquisas para irem de encontro às suas necessidades. Esta experiência já ligou 10 milhões de pessoas a empregos em todo o mundo.

– Atelier Digital (a partir de 6 de outubro): Desde 2016, mais de 83,000 portugueses foram formados em competências digitais através do Atelier Digital – cursos online e presenciais em colaboração com o Conselho Coordenador dos Politécnicos Portugueses. Agora, a versão presencial do Atelier Digital foi convertido para o online, numa versão webinar com um total de 10 sessões com 10 politécnicos diferentes. Este ano, o nosso objetivo é treinar 32.000 portugueses em competências digitais, ou seja 10.000 mais do que em 2019.

– Android Training Program (a partir de 14 de Outubro):
Em 2019, a Google, em parceria com instituições de educação, lançou o programa para formar os portugueses em programação. Até ao momento, foram realizados 14 eventos com um total de mais de 3.000 programadores formados. Agora, o Android Training Program é alargado para incluir formação em Cloud e machine learning e surgem novas parcerias com Universidades para eventos online com o objetivo de formar mais 3.000 programadores ao longo de 12 eventos.

– AI for Business (brevemente): A Inteligência Artificial tem o potencial para transformar a forma como funcionam os negócios – melhorando a competitividade global. O lançamento desta ferramenta em Portugal irá proporcionar às empresas obterem recomendações personalizadas sobre como podem implementar a IA nos seus negócios.

– A Google juntou-se ainda à Indico Capital Partners para lançar o programa de aceleração Indico Accelerator Program powered by Google for Startups. O programa está atualmente a decorrer com o apoio da StartUp Portugal e será concluído em Junho de 2021. O programa inclui mentoring, formação, masterclasses, apoio na obtenção de financiamento, recrutamento e segmentação de produto e de consumidores da parte da Google e da Indico.

– Em paralelo, a Google lançou com a AICEP três webinars gratuitos com foco na expansão internacional para mostrar como o digital pode ajudar as empresas, e em especial empresas de retalho, da escolha do mercado correto à preparação para ser uma empresa global.

No mês de julho, a Google assumiu um novo compromisso de ajudar 10 milhões de pessoas e negócios na Europa, Médio Oriente e África (EMEA) a encontrar empregos, na digitalização e a crescer.

Fonte: Mundo Lusíada em 29/09/2020

Na ONU, Portugal insiste no alargamento do Conselho de Segurança ao Brasil, Índia e África

Na ONU, Portugal insiste no alargamento do Conselho de Segurança ao Brasil, Índia e África

Nesta sexta-feira, o primeiro-ministro defendeu, perante a Assembleia Geral das Nações Unidas, que o papel da ONU “é mais do que nunca indispensável” e insistiu no alargamento do Conselho de Segurança ao Brasil, Índia e continente da África.

Estas posições estiveram na intervenção de António Costa em representação de Portugal na Assembleia Geral das Nações Unidas, cujo debate geral se iniciou na terça-feira e que, por causa da pandemia da covid-19, acontece por videoconferência com discursos pré-gravados por parte dos chefes de Estado e de Governo dos diferentes países.

“A ONU é mais do que nunca indispensável para dar resposta aos desafios que não conhecem fronteiras nem se compadecem com abordagens egoístas”, declarou o líder do executivo português logo no início do seu discurso.

Na mensagem que enviou à Assembleia Geral das Nações Unidas, o primeiro-ministro considerou que o sistema multilateral se encontra “sob pressão”.

“Num quadro de regresso da competição pelo poder, à escala global, verificam-se crescentes limitações na cooperação em resposta a ameaças e desafios comuns. Depois, surgem novas áreas que requerem soluções multilaterais na definição de regimes normativos e de cooperação”, apontou, dando como exemplos a inteligência artificial e robotização, a criação de redes inteligentes e gestão de infraestruturas, os dados 5G e a restruturação de inteiros setores da economia.

Neste ponto, o primeiro-ministro português deixou uma crítica à manutenção da composição do Conselho de Segurança das Nações Unidas, considerando mesmo que é uma das organizações internacionais que revela “dificuldades em responder a desafios e ameaças”.

“O caso do Conselho de Segurança é paradigmático. Revela capacidade limitada de reação a crises e conflitos e a sua composição não espelha as realidades geopolíticas do século XXI. É por isso que Portugal defende o alargamento de membros permanentes e não-permanentes, designadamente ao continente africano e, pelo menos, ao Brasil e à Índia”, disse.

Na atual conjuntura mundial, António Costa defendeu que a ONU continua “imprescindível para a preservação da paz e segurança mundiais”, para “o desenvolvimento sustentável e a defesa e promoção dos Direitos Humanos”.

“E esta assembleia a que me dirijo continua a ser o parlamento da Humanidade. Não há outro. Portugal continuará, portanto, a apoiar convictamente o sistema das Nações Unidas, tanto ao nível político como financeiro”, frisou.

O líder do executivo especificou depois que Portugal manterá “uma agenda ambiciosa” de compromissos para fortalecer a capacidade da ONU “na resposta às principais áreas da agenda internacional, incluindo os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, as alterações climáticas, as migrações, o acolhimento dos refugiados, os assuntos do mar e a sustentabilidade dos oceanos”.

“A liderança e as reformas introduzidas pelo secretário-geral têm sido essenciais para tornar a ação da organização mais eficaz e flexível. Conta, por isso, com todo o nosso apoio”, disse, numa direta mensagem de elogio a António Guterres.

Ainda em relação à agenda diplomática portuguesa, António Costa defendeu a importância das parcerias internacionais, “em particular a cooperação tripartida entre as Nações Unidas, a União Africana e a União Europeia”.

“Portugal empenhar-se-á, durante a sua presidência da União Europeia em 2021, no aprofundamento da parceria entre a Europa e África. O papel da União Europeia como ator global, aberto ao mundo, defensor do multilateralismo e de trocas econômicas benéficas para todos, será uma prioridade da nossa presidência da União Europeia”, prometeu.

Plano Global

Costa transmitiu seu apoio ao “plano global” do secretário-geral das Nações Unidas contra a covid-19 e frisou que Portugal valoriza o papel de coordenação da Organização Mundial de Saúde (OMS).

O primeiro-ministro português defendeu a tese de que o atual “quadro de emergência global” reforça a necessidade de cooperação entre os Estados e as organizações internacionais na resposta ao desafio sanitário e às suas consequências socioeconômicas.

“A ONU é um elemento central desses esforços, incluindo através do Plano Global de Resposta Humanitária à Covid-19, promovido pelo secretário-geral, António Guterres. Apoiamos a sua implementação e valorizamos o papel de coordenação da OMS”, acentuou.

António Costa afirmou depois que uma das “prioridades essenciais” da presidência portuguesa do Conselho da União Europeia, a partir de 01 de janeiro de 2021, será a da recuperação do crescimento e do emprego “e incrementar a resiliência das economias, das sociedades e do Estado”.

“É necessário, também, reforçar a cooperação para o desenvolvimento e a capacidade do sistema das Nações Unidas de agir nesse domínio. Portugal reforçou as suas contribuições para as várias agências das Nações Unidas, com destaque para a OMS, a Organização Internacional das Migrações, o Alto-Comissariado para os Refugiados, o Programa Alimentar Mundial ou a UNICEF”, disse.

Neste ponto, o primeiro-ministro dramatizou mesmo a missão do combate às desigualdades econômicas e sociais no mundo.

“A segurança internacional não é compatível com uma distribuição de recursos tão desigual à escala global, sobretudo em conjugação com os desequilíbrios demográficos e os fenômenos de degradação ambiental que frequentemente lhe estão associados. Precisamos de um novo compromisso global baseado na dignidade humana, equilibrando o acesso concreto às oportunidades e à esperança”, sustentou António Costa neste seu segundo discurso de fundo perante a Assembleia Geral das Nações Unidas.

No domínio da agenda ambiental, António Costa advertiu que a crise provocada pela pandemia de covid-19 “não serve de desculpa para se interromperem as políticas contra a atual emergência climática, que constitui uma ameaça existencial para todos”.

“Pelo contrário, tem de ser aprofundada a coordenação entre a Agenda 2030 do Desenvolvimento Sustentável e o Acordo de Paris sobre o Clima, contribuindo para criar sociedades menos vulneráveis aos impactos de eventos climáticos extremos. Mas também é essencial aprofundar a relação entre oceanos e alterações climáticas, com especial atenção aos pequenos Estados insulares. Por isso mesmo, Portugal reafirma o seu compromisso em coorganizar, com o Quênia, a Conferência dos Oceanos das Nações Unidas, em 2021, e conta com a participação de todos os Estados-Membros da ONU, ao mais alto nível”, afirmou.

Na sua intervenção, António Costa saiu ainda em defesa das “sociedades livres, plurais e tolerantes, que rejeitam o racismo, a xenofobia, a homofobia e o populismo e que trabalham pela inclusão, pela igualdade de gênero e pela liberdade de expressão”.

“A pandemia colocou novas exigências à promoção e proteção dos direitos humanos. Portugal respondeu imediatamente a essas exigências, estendendo, designadamente, o acesso ao Serviço Nacional de Saúde a todos os migrantes e refugiados, independentemente do seu estatuto e situação legal, nas mesmas condições previstas para os cidadãos nacionais. Portugal tem desempenhado um papel ativo no acolhimento de migrantes e refugiados, numa expressão inequívoca de solidariedade”, referiu.

Neste contexto, o primeiro-ministro reafirmou o “total apoio” de Portugal ao Pacto Global para as Migrações Ordenadas, Seguras e Regulares.

“No quadro da Organização Internacional das Migrações, somos um dos países piloto na sua implementação. Portugal é um país pioneiro na abolição da pena de morte, opondo-se à sua aplicação em quaisquer circunstâncias. Nesse sentido, apelo à aprovação da resolução bienal sobre a moratória da pena de morte, que será apresentada durante esta sessão da Assembleia-Geral”, acrescentou.

Fonte: Jornal Mundo Lusiada em 25.09.2020

Portugal Exportador 2020, evento terá versão presencial e digital

Portugal Exportador 2020, evento terá versão presencial e digital

Em 2020 com novidades: o Portugal Exportador terá uma versão presencial e digital, com a introdução de uma nova plataforma digital – a ser anunciada brevemente.

O caminho para a exportação faz-se no dia 18 de Novembro, no PT Meeting Center da FIL – Feira Internacional de Lisboa, no Parque das Nações.

PME’s, startups, empresas, conferências com oradores nacionais e internacionais, Embaixadas, Câmaras de Comércio, Web-buyers, cafés temáticos, B2B meetings.

Mais informações em www.portugalexportador.pt

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Portugal prorroga regularização de imigrantes feita por conta da pandemia

Portugal prorroga regularização de imigrantes feita por conta da pandemia

Brasileiros devem ser os mais beneficiados pela medida, que atingirá cerca de 130 mil pessoas

Prevista para durar até 30 de outubro, a regularização de imigrantes feita pelo governo de Portugal no começo da pandemia, em 18 de março, foi ampliada e deve se estender por 2021.

Cerca de 130 mil estrangeiros foram beneficiados pela regularização inicial, feita para garantir que, em um momento de crise sanitária e econômica, os migrantes tivessem igualdade de acesso ao sistema de saúde pública e aos programas de apoio social.

O número exato de beneficiários pela medida por nacionalidade ainda não foi divulgado, mas já se sabe que os brasileiros lideram o ranking.

A ampliação do prazo, que foi publicada em um despacho do governo, vale apenas para quem tinha dado entrada no processo até 18 de março, quando entrou em vigor no país o estado de emergência por conta do novo coronavírus, e que até agora não foi atendido pelas autoridades para a análise do processo.

As informações foram publicadas pelo jornal português Público.

Nesses casos, para continuar com seu status migratório regular, o estrangeiro precisa provar que já fez um agendamento junto ao SEF (Serviço de Estrangeiros e Fronteira), órgão responsável pela migração no país.

Na prática, a prorrogação da regularização deve se estender pelo próximo ano. Nos grupos de apoio a brasileiros e outros imigrantes, há vários relatos de quem só tenha conseguido um agendamento para maio ou junho de 2021. Ou seja: mais de um ano após a manifestação de interesse na regularização.

Com o aumento constante do número de estrangeiros residindo em Portugal –em 2019 eram mais de 590.348 pessoas, número mais elevado desde 1976, quando as estatísticas começaram a ser contabilizadas—, a estrutura de atendimento para emissão de autorizações de residência não tem dado conta da demanda.

Longas filas de espera e atrasos nos documentos têm sido constantes.

O governo de Portugal ainda não se manifestou, no entanto, sobre a situação dos migrantes que deram entrada no processo de regularização após 18 de março e que, portanto, não foram beneficiados pela concessão de documentação.

Maior comunidade estrangeira em Portugal, os brasileiros são, consequentemente, os principais afetados.

Nos últimos anos tem havido um crescimento da quantidade de residentes. Em 2019, o aumento oficial foi de 43,5% em relação ao ano anterior, um recorde. Atualmente, um em cada quatro imigrantes em Portugal é brasileiro.

Ainda assim, o número real de brasileiros é superior à cifra oficial de 151.304 residentes. Não entram nesta conta os que têm dupla cidadania portuguesa ou de outro país da União Europeia e, obviamente, os que não têm status regular no país.

Fonte: Folha em 09/09/2020

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Supermercados brasileiros abastecem a adega para o Festival Vinhos de Portugal

Supermercados brasileiros abastecem a adega para o Festival Vinhos de Portugal

Entre os dias 23 de outubro e 1 de novembro, os supermercados e lojas do Brasil vão dedicar suas atenções aos vinhos de Portugal. Com a pandemia do novo coronavírus, as pessoas estão consumindo vinhos em casa e o varejo despontou como o principal local de compra dos apreciadores para abastecerem suas adegas.

O aumento nas vendas de vinhos em supermercados – 50% nas regiões Sul e Sudeste, e 35% nas regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste – motivou a realização do primeiro Festival Vinhos de Portugal, ação inédita da Vinhos de Portugal em parceria com a ABRAS – Associação Brasileira de Supermercados, que irá ativar seus 96 mil estabelecimentos associados, para, no período, ampliarem a oferta de vinhos portugueses em suas prateleiras.

Os supermercados e lojas participantes vão contar com materiais exclusivos para os espaços reservados aos vinhos portugueses que participam da campanha, e os colaboradores vão receber treinamento sobre vinhos de Portugal com um dos mais experientes e respeitados profissionais do País, o consultor Carlos Cabral, que soma 40 anos de trabalho no mundo do vinho e mais de 23 anos atuando em uma grande rede de varejo.

Ele explica que o vinho português é um vinho fácil de comprar e entender o que está em seu rótulo, pois trata-se de um vinho que “fala a mesma língua dos brasileiros”. Os preços são atraentes em vinhos mais populares e há uma boa distribuição horizontal, atingindo todo o território nacional, e uma oferta diversificada para todos os segmentos.

Durante o festival, mais de 1.500 novos vinhos serão apresentados por quase 200 vinícolas, que além de fornecerem suas já tradicionais marcas, querem apresentar novidades. Portugal possui mais de 250 uvas nativas, cultivadas em 14 regiões vinícolas.

Portugal ocupa, desde 2016, a 2ª posição no ranking de importação de vinhos no Brasil; no primeiro semestre deste ano, registrou crescimento de 16,8% nesse mercado, com aumento de 17,2% em volume e de 18,6% em valor.

Hoje, o setor de supermercados representa quase 70% das vendas de vinhos no Brasil e foi responsável, em 2019, por 31% da importação e venda de vinhos portugueses no País.

Lojistas e supermercados que ainda não trabalham com rótulos portugueses ou querem ampliar o portfólio com novos rótulos, podem obter mais informações e orientações de importação pelo e-mail sandra.lebreiro@opalpublicidade.pt

Fonte: Jornal Mundo Lusiada em 06.08.2020

Portugal quer captar investimento dos cerca 5 milhões de portugueses e luso descendentes no estrangeiro

Portugal quer captar investimento dos cerca 5 milhões de portugueses e luso descendentes no estrangeiro

O Programa Nacional de Apoio ao Investimento da Diáspora (PNAID) quer apoiar e captar investimento dos cerca cinco milhões de portugueses e luso descendentes que vivem no estrangeiro, disse nesta quinta-feira na apresentação do plano a secretária de Estado das Comunidades Portuguesas.

Em Ourém, Berta Nunes detalhou os quatro eixos, 23 medidas e 85 submedidas que compõem o PNAID, desenhado entre vários ministérios e secretarias de Estado para apoiar os emigrantes que já investem em Portugal e captar outros milhões de portugueses e luso descendentes que, “segundo alguns cálculos”, estão espalhados “por mais de 190 países”.

“O que pretendemos com este programa é não só facilitar esse investimento, mas atrair mais e apoiar os investidores que queiram vir investir”, sublinhou a secretária de Estado, avançando que o Governo espera, através do PNAID, que acelerar “a atração do investimento da diáspora”.

Por outro lado, há a intenção de tornar visível essa aposta da comunidade emigrada no país de origem. Atualmente “já temos muitos emigrantes que estão a viver no estrangeiro a regressar e a investir ou a investir continuando nos países onde residem”, o que “passa despercebido”.

“Muitas vezes não temos a noção do contributo dos emigrantes nesta vertente do investimento”, frisou Berta Nunes, revelando que identifica “alguns preconceitos “na forma como país olha para os seus emigrantes.

Segundo a secretária de Estado, os preconceitos “existem porque há falta de conhecimento do que realmente significa para Portugal essa nossa diáspora” e, por isso, o PNAID contempla uma componente de comunicação desses projetos.

A par do envio de remessas e do peso no turismo, o investimento da emigração despenha um papel “muito importante” para a economia nacional, que o Governo quer ver reforçado com um conjunto de majorações e avisos dedicados para investidores da diáspora, financiados pelo Orçamento do Estado e fundos comunitários.

Os apoios abrangem diversas áreas, da agricultura ao turismo, passando pela habituação e educação, ficando reservada uma quota de 07%, cerca de 3.500 vagas no ensino superior “em todos os cursos, incluindo medicina e engenharias”, para emigrantes e familiares, de modo a permitir atrair luso descendentes e, com eles, os pais, “que também podem vir e fazer o seu investimento em Portugal”.

De acordo com Berta Nunes, não está fixada nenhuma meta para o PNAID, porque essa aposta dos emigrantes no país nunca foi quantificada:

“Não temos propriamente um termos de comparação, porque não há informação que nos diga as empresas que foram criadas e investimentos feitos ou que a percentagem é investimento da diáspora”.

O PNAID foi aprovado na semana passada e, após a formalização, a Secretaria de Estado da Valorização do Interior divulgará avisos de linhas de apoio dedicados a investidores portugueses a residir no estrangeiro.

Férias em Portugal

Os líderes das comunidades portuguesas no estrangeiro estimam que 60% dos emigrantes devem ir de férias a Portugal, segundo afirmou a secretária de Estado das Comunidades Portuguesas.

Em Ourém, Berta Nunes salientou que não há números concretos, mas disse que “as percepções dos líderes das comunidades é que virão 60% dos emigrantes”.

Contudo, sublinhou, não há certezas, porque “na fronteira terrestre não há controle” e só no fim de agosto, através das informações das autarquias “será possível saber se vieram como habitual ou muito menos”.

O Governo está a tentar, revelou, através das operadoras de telecomunicações, somar dados de “quantos portugueses com telemóvel português atravessaram a fronteira”, de modo a melhorar a monitorização das entradas.

Esse controle, que atualmente não existe, vai permitir ter informação mais rigorosa do peso dos emigrantes nos fluxos turísticos:

“Temos a noção de que grande parte dos nossos turistas são emigrantes ou luso descendentes. Essa é uma forma de ajudar o país que não tem grande visibilidade, porque não temos esses números. Esta é mais uma razão para os queremos ter”, disse Berta Nunes, referindo-se às entradas de emigrantes.

A secretária de Estado das Comunidades Portuguesas, que estará sábado, ao final da manhã, na fronteira de Vilar Formoso para “ter mais percepção de como está a vinda dos emigrantes”, mostrou-se ainda preocupada com os efeitos econômicos nas comunidades de origem.

“Toda esta crise sanitária está a levar-nos a uma crise econômica que tem várias componentes e esta é mais uma”, porque a quebra no número de regressos nas férias “traduz-se também numa menor dinamização da economia local e também em mais problemas”.

Segundo Berta Nunes, o Governo espera que “venham todos aqueles que puderem”, embora seja certo que “alguns não virão porque estão desempregados, perderam rendimentos ou têm problemas no trabalho”.

Alguns empregadores, concretamente na Suíça e Alemanha, têm feito pressão sobre os trabalhadores portugueses:

“Os líderes das comunidades com quem temos conversado, disseram-nos que alguns patrões que dizem: ‘Se fores a Portugal e se tiveres de fazer quarentena, não te pago a quarentena e podes ter problemas no trabalho’”. Isso retrai as pessoas, sobretudo quando os empregos são um pouco precários”.

A secretária de Estado lembra que em países em que as comunidades de portugueses são numerosas, como Alemanha, Suíça, França, Espanha ou Luxemburgo, “não há nenhuma restrição a vir para Portugal nem a ir”.

“Nessas grandes comunidades, com exceção com o Reino Unido com quem temos um problema particular, todos os nossos emigrantes podem ir e vir. A expectativa é que não haja nenhum problema nem à vinda nem à volta”, sublinhou.

Fonte: Mundo Lusíada em 01/08/20

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Galp, EDP, Martifer, Ren e Vestas avaliam criação de cluster industrial de hidrogênio verde em Sines

Galp, EDP, Martifer, Ren e Vestas avaliam criação de cluster industrial de hidrogênio verde em Sines

A EDP, a Galp, a Martifer, a REN, a Vestas e diversos parceiros Europeus propõem-se avaliar a viabilidade do projecto H2 Sines, que visa implementar um cluster industrial de produção de hidrogénio verde com base em Sines. O projecto compreende «uma importante dimensão internacional, tanto pela sua vocação exportadora, como pela mobilização de parceiros com vasta experiência na cadeia de valor do hidrogénio».

O projecto pretende alavancar as vantagens competitivas dos recursos naturais endógenos renováveis, contribuindo para a reindustrialização das economias portuguesa e europeia numa base mais sustentável, bem como para o equilíbrio da balança comercial.

A produção de hidrogénio verde contemplada pelo projecto H2 Sines integra e optimiza toda a cadeia de valor, incluindo a geração de electricidade renovável, a produção de hidrogénio e a sua distribuição, transporte, armazenamento, comercialização e exportação.

No âmbito deste projecto pan-europeu, foi assinado um MoU internacional para estudar a viabilidade da criação de uma cadeia de valor para a exportação do hidrogénio de Sines para o Norte da Europa.

Para além da vertente exportadora, «o hidrogénio verde a produzir em Sines poderá ser utilizado a nível nacional nos sectores industriais e dos transportes, bem como para injecção na rede de gás natural, contribuindo para o esforço de descarbonização da economia e para o reforço da competitividade dos bens transaccionáveis nacionais no espaço europeu», segundo comunicado.

Numa primeira fase, prevê-se a instalação de um projecto-piloto de 10MW de electrólise que, ao longo da corrente década, possa, em função de critérios económicos e tecnológicos, evoluir até 1GW de capacidade de electrólise, suportada, a prazo, por cerca de 1,5GW de capacidade de geração de energia eléctrica renovável para alimentação dos electrolisadores.

O projecto responde ao desafio lançado pelo Governo português no âmbito da Estratégia Nacional para o Hidrogénio, «muito particularmente pela sua dimensão exportadora, mas também pelo contributo potencial que se prevê venha a dar na transição do tecido industrial português para uma matriz energética sustentável. Cumpre, assim, todos os critérios para uma candidatura ao estatuto de Projecto Importante de Interesse Europeu Comum (IPCEI).»

A entrada de parceiros adicionais encontra-se suportada em demonstrações de interesse de empresas de dimensão internacional do sector energético, bem como de produtores de tecnologia para a cadeia de valor do hidrogénio.

Fonte: Logística Moderna em 05/08/20

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Atento aos detalhes, Ceará busca aprimorar relações comerciais com Portugal

Atento aos detalhes, Ceará busca aprimorar relações comerciais com Portugal

Estado quer ampliar ainda mais as interações com o mercado português, que, apesar de ainda representar baixo volume de mercadorias, possui alto valor estratégico para o comércio exterior cearense

Portugal está ainda longe de ser um dos principais parceiros comerciais do Ceará. Tal afirmação é uma realidade, se observados apenas os números “frios” que põem o país da Península Ibérica apenas como 21º colocado no ranking de exportações efetivadas pelo Estado – ou míseros 0,59% do total. No entanto, se as relações entre as partes forem observadas mais de perto, sob outro prisma, há ainda um largo potencial estratégico a ser explorado. E não se está falando apenas de semelhanças culturais ou relativas à língua.

Foram apenas US$ 13,2 milhões transferidos do outro lado do Oceano Atlântico para cá em troca de mercadorias durante o ano de 2019, segundo dados colhidos pelo Observatório da Indústria da Federação das Indústrias do Estado (Fiec). Se comparado ao quase US$ 1 bilhão exportado para os Estados Unidos, atual líder disparado nessa movimentação (44,9%), de fato, é muito pouco. No detalhe, entretanto, observa-se que a variação em relação ao ano anterior chegou a 102,9% positivos, um crescimento que já vem se sacramentando na série a partir de 2016, ano em que US$ 7.566.834 entraram nos cofres do Estado oriundos de Portugal. Com relação às importações, US$ 6,9 milhões foram negociados em mercadorias oriundas do “Além-Mar” em 2019, num incremento de 47,6% em relação a 2018.

A liderança absoluta entre os produtos comercializados para o país europeu continua sendo a dos combustíveis e óleos minerais e seus subprodutos, que tiveram um incremento de quase 300% nas vendas em 2019 em comparação a 2018. Antes, em 2017, o segmento já atingira a expressiva marca de mais de US$ 14 milhões, ajudando a compor o melhor desempenho das exportações cearenses para Portugal (US$ 21.076.352, no total, à época). Outro setor que se destacou neste intercâmbio, no ano passado, foi o de calçados, seguido pelo de frutas.

Para a gerente do Centro Internacional de Negócios (CIN) da Fiec, Karina Frota, os números ora modestos – em 2018, o Ceará era apenas o 15º estado brasileiro com maior volume de mercadorias negociadas com Portugal, segundo levantamento do CIN – não devem indicar que o mercado lusitano pode ser, de alguma maneira, desprezado. Pelo contrário:

“O Ceará tem sólidas relações comerciais com Portugal, porém, em termos de valor exportado, o resultado é pouco expressivo. É relevante lembrar que no que se refere aos Investimentos Estrangeiros Diretos, Portugal é um importante parceiro. Iniciar a internacionalização da empresa/negócio por Portugal é uma alternativa inteligente, pois o país lusitano é um dos 27 membros da União Europeia”, comenta ela.

A secretária executiva da Câmara Brasil Portugal no Ceará, Clivânia Teixeira, segue um raciocínio semelhante, indicando uma visão que pode vir a ser vencedora nos anos vindouros. “Sem falar na origem comum, localização geográfica e língua, Portugal e Ceará são entradas atlânticas estratégicas, se considerarmos Portugal como porta de entrada para a União Europeia e Ceará como uma das entradas para o Brasil”, argumenta.

Clivânia Teixeira lembra a importância dos trabalhos realizados pelas câmaras de comércio como “legítimas agentes da diplomacia econômica nos locais em que estão instaladas”, especialmente para manter as relações comerciais entre os países aquecida. “Em 2001, quando surgiu a Câmara Brasil Portugal no Ceará, tínhamos, se muito, umas cinco câmaras portuguesas em funcionamento no Brasil. Hoje, já temos 17 instituições, que fazem parte de uma federação, e 60 Câmaras Portuguesas no mundo distribuídas em mais de 40 mercados”, contabiliza.

Pelo fim dos “clichês”

As semelhanças entre Brasil e Portugal, a começar pela língua e hábitos culturais herdados pela antiga colônia de sua matriz, como não poderia deixar de ser, acabam sendo uma espécie de “clichê” quando se pensa em relações internacionais entre os dois países. Tal visão limitada, de acordo com o diretor de Finanças da Câmara de Comércio Brasil Portugal no Ceará, Raul dos Santos Neto, não deve mais nortear o vai e vem de mercadorias e a prestação de serviços entre as duas nações. “O fato de haver essa semelhança na língua pode acabar sendo uma armadilha, pois muitas vezes a pessoa pensa que montar um negócio em outro país acabe sendo a mesma coisa lá em Portugal, e vice-versa. E não é bem assim que funciona”, assevera, apontando o principal papel dos consulados e câmaras de comércio, consistindo em estreitar mais essas culturas, para que sejam tão alinhadas quanto são as línguas.

“Acredito que a grande dificuldade para os portugueses, ao chegar ao Brasil, seria a de encontrar um canal correto para investir em um país tão complexo em seu ambiente de negócios e de dimensões continentais. Ao longo dos anos, muitos foram enganados, não só no Ceará, mas no Brasil inteiro, se associando a pessoas que não tinham um bom histórico de negócios. Seria interessante que, ao procurar fazer acordos por aqui, o fizessem através dos consulados, câmaras de comércio e indústria, para que os investimentos fossem mais bem sucedidos”, indica Santos, que também é vice-presidente do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças do Ceará (Ibef).

Setores com potencial

Segundo Clivânia Teixeira, o Ceará tem focado em algumas áreas que podem alavancar parcerias estratégicas com e a partir de Portugal (para a União Europeia). “Destacamos os setores/atividades de agronegócios, energias renováveis, economia do mar, logística, infraestrutura, agricultura biológica, produtos gourmet, tecnologia (robótica e afins), comunicação e saúde, além de serviços que envolvam a geriatria (saúde, lazer e acompanhamento, etc.) e franchising em várias atividades, entre outros”.

Já Raul dos Santos destaca hotelaria, energias renováveis (ambas de grande porte), serviços de dessalinização e a gastronomia (esta no varejo) como os melhores canais para se estabelecer parcerias comerciais entre os dois países nos próximos anos.

Turismo

O diretor de Finanças da Câmara Brasil Portugal no Ceará também ressalta a força do turismo como elo consistente entre as duas nações. “Temos uma costa com empreendimentos cada vez melhores, com mais infraestrutura. Também destaco a malha aérea, que, hoje, é bem verdade, está prejudicada pela pandemia (do novo coronavírus), mas o retorno das atividades do nosso hub, continuará permitindo que os voos cheguem ao Ceará com mais facilidade, com turistas do mundo todo”, lembra.

“Em se tratando do Ceará, desde que a TAP se instalou e mais recentemente com a instalação do hub aéreo, intensificou-se o fluxo de viajantes. O turismo é uma atividade abrangente que move todas as cadeias produtivas, contribuindo naturalmente para o incremento e verticalização das relações estratégicas e comerciais como um todo, não apenas locais, mas internacionais”.

Semelhanças

“Tanto Brasil como Portugal têm o foco crescente de estimular os pequenos negócios a partir dos programas de incentivos e investimentos para este setor, relação operacionalizada em Portugal pelo IAPMEI (Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e à Inovação daquele país) e no Brasil pelo Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas). Portugal vem se destacando nos últimos anos como um dos países mais seguros para se viver, desenvolvendo não apenas políticas promocionais de fomento ao turismo, como incentivos à atração de novos negócios a partir de fundos de investimentos”, compara Clivânia Teixeira.

Mudanças e aprimoramentos

Na opinião de Santos Neto, as diferenças culturais – e até comportamentais – entre os consumidores dos dois países devem estar sempre no campo de visão dos empresários que queiram reforçar os acordos comerciais com a nação co-irmã. “O português tem um consumo bem mais consciente. Ou seja, tem a cultura de ir ao supermercado e comprar só o que precisa, ao contrário do brasileiro, que em regra gosta de encher o carrinho de compras. Enquanto o português só adquire uma roupa nova quando a antiga já não lhe serve mais, o brasileiro compra muito mais guiado pela moda. Um cumpre suas próprias tarefas dentro de casa, dispensando a contratação de empregados, o outro tem esse hábito de possuir alguém para lhe servir. E isso reflete bastante no mundo dos negócios”, exemplifica o dirigente.

Clivânia Teixeira, por sua vez, indica uma atenção especial às importações como outra orientação estratégica na relação Ceará-Portugal. “É (preciso) ampliar e organizar a cooperação entre os players que atuam nas relações internacionais do Estado. Além disso, devemos lembrar que comércio exterior é via de mão dupla, ou seja, há que se acolher a importação para gerar relacionamento e reciprocidade”, recomenda, ressaltando a necessidade de uma manutenção de políticas constantes de atração de investimento, “cuidando de fatores preponderantes como infraestrutura e segurança jurídica, bem como todo o fluxo de atividades relacionado à movimentação de mercadoria”, complementa a secretária executiva da Câmara Brasil Portugal no Ceará.

Fonte: Trends CE em 29/07/20

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Tecnologia pioneira desenvolvida em Portugal pode inativar mais de 99% do vírus de covid-19 no ar

Tecnologia pioneira desenvolvida em Portugal pode inativar mais de 99% do vírus de covid-19 no ar

Uma tecnologia pioneira, que consegue inativar, num minuto, 99,97% das partículas de vírus SARS-CoV-2 no ar – e que chega aos 100% no espaço de cinco minutos –, acaba de ser desenvolvida em Portugal, foi hoje anunciado.

A nova tecnologia no combate à covid-19 foi criada no âmbito de um projeto liderado pelo Campus de Tecnologia e Inovação da BLC3, em Oliveira do Hospital, em parceria com a Universidade do Minho e as Faculdades de Farmácia das universidades de Lisboa e de Coimbra, disse hoje à agência Lusa o coordenador da investigação, João Nunes.

“Em um minuto, de 16.982 partículas de vírus SARS-CoV-2, numa amostra apenas cinco partículas não foram inativadas (‘mortas’, no senso comum), o que deu um resultado de 99,97%. E, ao fim de cinco e 15 minutos, obteve-se uma inatividade total, 100%, e sem qualquer variação no comportamento do vírus”, sublinha João Nunes.

O ensaio foi efetuado em 27 amostras diferentes, sendo “todos os resultados validados cientificamente”, acrescenta o investigador e presidente da associação BLC3.

Para o trabalho, foi igualmente importante o contributo de médicos do Centro de Saúde de Oliveira do Hospital, no interior do distrito de Coimbra.

Ao estudarem o comportamento do vírus, os investigadores concluíram que “um dos pontos mais fracos [do vírus], que não conseguiu evoluir ao longo de milhares de anos, foi a resistência à radiação solar”, refere João Nunes.

A tecnologia agora desenvolvida, denominada AT MicroProtect, baseia-se num “conceito novo de ‘física inversa’, que integra um sistema de emissão de comprimentos de ondas, de forma controlada e orientada, muito mais eficiente do que a radiação solar (novo princípio da mecânica de fluidos aplicado ao escoamento e propagação do vírus em termos aéreos), com o desenvolvimento de algoritmo matemático e físico sobre o comportamento do vírus”, explicita.

O equipamento não recorre ao uso de químicos e apenas precisa de energia elétrica.

“Uma das formas mais perigosas e menos controláveis” de o vírus que está na origem da pandemia da covid-19 (SARS-CoV-2) se transmitir entre as pessoas é pelo ar.

A tecnologia deve, assim, sustenta João Nunes, ser aplicada prioritariamente na proteção dos profissionais do setor da saúde, nos meios de transportes aéreos e terrestres e no interior de edifícios ocupados por um elevado número de pessoas, como aeroportos e centros comerciais ou lares de idosos.

Mas “também é possível aplicar à hotelaria e restauração e outros locais com o problema de qualidade do ar interior”, destaca ainda o cientista, adiantando que também foram desenvolvidos “um sistema e câmara de proteção entre profissionais de saúde e utentes”, e um modelo de criação de “zonas de antecâmara nos hospitais para a realização mais segura do processo de tiragem”.

O projeto já está, entretanto, a avançar na aplicação da tecnologia a outros vírus e bactérias multirresistentes.

A Organização Mundial de Saúde alertou recentemente para os perigos da transmissão por via aérea do novo coronavírus, mas isso, frisa, já faz parte da preocupação do consórcio liderado pela BLC3 “desde o início da pandemia” – o projeto AT MicroProtect nasceu em 14 de março.

Em três semanas, foi desenvolvido o conhecimento e tecnologia, tendo sido depois necessário algum tempo para aceder a estirpes do vírus SARS-CoV-2 isoladas e certificadas, para validar cientificamente todo o processo, relata João Nunes.

Para isso, foi muito importante o apoio do laboratório norte-americano que também fornece amostras de vírus para o desenvolvimento de vacinas a nível mundial.

O consórcio teve acesso a uma estirpe isolada de Hong Kong (início da pandemia), outra dos EUA (fase final) e uma terceira de Itália (fase intermédia), esta em colaboração com uma universidade deste país.

“O vírus por si só não tem inteligência e nós, os humanos, temos inteligência e conhecimento e estas são as melhores armas que podemos usar contra ele”, afirma João Nunes, defendendo que “não se pode esperar só por uma resposta de vacinas e medicamentos perante uma situação de vírus aéreos”.

Os resultados comerciais da tecnologia serão “aplicados para a investigação”, acrescenta.

“Temos de aprender a estar preparados de outra forma, temos de ganhar capacidade rápida de agir”, tanto mais que “ainda não é certo quando existirá vacina”, realça o investigador, apontando este trabalho como um exemplo no setor da saúde em formato multidisciplinar (envolveu conhecimento das áreas da engenharia mecânica, da física, da microbiologia e da virologia).

“Hoje, temos um conhecimento científico de base muito aprofundado sobre o comportamento deste vírus”, que permitirá, destaca João Nunes, “o desenvolvimento de mais tecnologia e conhecimento e expandir aplicação a outros vírus e bactérias alvo de interesse para a segurança e saúde pública”.

Fonte: Portugal Digital em 28/07/20

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Portugal aprova programa de apoio aos investimentos dos emigrantes

Portugal aprova programa de apoio aos investimentos dos emigrantes

Nesta quinta-feira, o secretário de Estado da Internacionalização, Eurico Brilhante Dias, anunciou que o Governo aprovou um programa de apoio aos investimentos em Portugal feitos pelos emigrantes e a criação do Estatuto do Investidor da Diáspora.

“É um instrumento muito importante para ter mais investimento, em particular nas áreas territoriais de baixa densidade, de investidores da diáspora espalhados pelo mundo, e sabemos bem do peso desta diáspora no investimento nalgumas regiões do país”, disse o governante na conferência de imprensa a seguir ao Conselho de Ministros, que neste dia 23 aprovou este diploma.

O Governo, acrescentou, “criou um programa de apoio que permite diferenciar e apoiar aqueles que queiram investir no território português, mas que sejam identificados pelo estatuto do investidor da diáspora”, acrescentou Eurico Brilhante Dias.

Segundo a secretária de Estado das Comunidades Portuguesas, Berta Nunes, o programa de apoio ao investimento do emigrante terá incentivos fiscais e projetos especificamente destinados à diáspora.

“O Programa Nacional de Apoio ao Investimento da Diáspora, aprovado hoje em Conselho de Ministros, tem como objetivo atrair o investimento dos nossos emigrantes para Portugal e utilizar a nossa diáspora como plataforma de exploração dos nossos produtos e internacionalização das nossas empresas”, disse Berta Nunes à Lusa.

Questionada sobre os incentivos que este plano oferece aos emigrantes, Berta Nunes respondeu que as medidas têm uma componente fiscal aplicável a quem reúna as condições para beneficiar do Estatuto do Investidor da Diáspora e haverá nos Programas Operacionais regionais “avisos abertos especificamente para os investidores da diáspora que têm esse estatuto, ou [a publicação de] avisos mais gerais, mas com majorações nas candidaturas de emigrantes, de investidores da diáspora”.

O programa dirigido às micro, pequenas e médias empresas, visa essencialmente oferecer condições mais vantajosas aos emigrantes que queiram fazer investimentos no seu país, seja na área do turismo ou na construção, entre outras, e pretende garantir bons negócios.

“Vamos divulgar as condições que fazem parte deste plano e pretendem ser um impulsionador forte, para que os nossos emigrantes possam investir e que façam bons investimentos, não percam as suas poupanças, sendo bom para eles e para a economia do país”, acrescentou a governante.

Para além da criação do estatuto do Investidor da Diáspora, atribuído pela secretaria de Estado das Comunidades, o programa “beneficia da transversalidade e da criação de uma rede apoio, com pontos focais nas várias secretarias de Estado e com ligação às câmaras municipais”, que vão receber formação para apoiarem o investimento dos emigrantes, concluiu Berta Nunes.

Fonte: Mundo Lusíada em 23/07/20

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