Ítalo Bandeira: Como seremos melhores na pós-pandemia?

Ítalo Bandeira: Como seremos melhores na pós-pandemia?

Nossas vidas têm sido, em diversos aspectos, impactadas de forma profunda durante a pandemia da Covid-19. As prioridades são transformadas, sujeitamo-nos ao confronto com receios, medos, perdas, e tudo mais que a atual situação pode trazer. Somos instados a nos manifestar e reagir (ou não). Contudo, o fazemos de formas distintas. Muitos reagem de forma imediata, tomando decisões, apoiando pessoas, buscando oportunidades, se reinventando, e sendo solidários. Outros buscam o conceito trazido pela expressão: “se o pirão é pouco, primeiro o meu”, e mergulhados nesse pensamento individualista, não conseguem erguer a âncora que insiste em conduzi-los ao fundo do poço. Desespero inevitável.

Temos uma oportunidade, talvez única, de pensarmos no coletivo, na sociedade, derrubarmos barreiras sociais, olharmos o mundo, e, principalmente o outro, com uma lente diversa. Momento único também de pormos nossa fé à prova. Como diz o ditado, “primeiro colocamos os pés, e depois Deus vai colocando o chão”. Tradução da certeza de nossas ações somada à contribuição do imponderável. Descobrimos também, finalmente, que o mundo pode ser, em diversos aspectos, digital. Viagens e deslocamentos desnecessários serão evitados no futuro. Novas tecnologias poderão facilitar e dar acesso às soluções não pensadas até então.

O ser humano pode, mais uma vez, demonstrar sua capacidade de criar o novo, inovar o velho, romper paradigmas, e desenvolver sua constante adaptação. Como seremos melhores durante e após a pandemia? Seremos melhores, passando por uma mudança individual que contribuirá com a nova ordem coletiva: a) de inclusão de pessoas; b) de ações que levem ao impacto social positivo. É preciso propagar esperança e ser agente de transformação do todo, a partir do nosso novo olhar sobre nós mesmos e sobre o outro. Se o mundo não será mais o mesmo, como podemos sê-lo? Mas poderá ser melhor, certamente, em vários aspectos. “Como toda mudança deve, forçosamente, começar em alguma parte, será o indivíduo isoladamente que terá que tentar e experimentar levá-la avante. Esta mudança só pode principiar, realmente, em um só indivíduo; poderá ser qualquer um de nós”, Carl Gustav Jung.

*Ítalo Bandeira é sócio da CBPCE, pelo escritório da ABAX Consultoria 

Fonte: Jornal O Povo

Faturamento da indústria em agosto supera período pré-pandemia, diz CNI

Faturamento da indústria em agosto supera período pré-pandemia, diz CNI

Os níveis de emprego e de utilização de capacidade instalada também se mantiveram em alta no mês

O faturamento da indústria de transformação ultrapassou em agosto o patamar verificado no início do ano, antes da pandemia, informou nesta terça (6) a CNI (Confederação Nacional da Indústria). Os níveis de emprego e de utilização de capacidade instalada também se mantiveram em alta no mês.

Segundo a entidade, o faturamento real da indústria de transformação cresceu 2,3% entre julho e agosto. Na comparação com abril, considerado o pico da pandemia, a alta é de 37,8%. Para o gerente de análise econômica da CNI, Marcelo Azevedo, os dados confirmam recuperação em V da atividade industrial.

De acordo com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a produção industrial cresce há quatro meses consecutivos, depois de atingir o pior desempenho da história em abril. Em agosto, a alta do indicador medido pelo instituto foi de 3,2%.

O Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) mostrou nesta terça que a demanda por bens industriais no país subiu 5,9% em agosto, com destaque para os bens de consumo duráveis (14,2%), como veículos (18,6%), um dos segmentos mais atingidos pela pandemia.

“Importante é que a alta da atividade [industrial] veio acompanhada pelo crescimento do emprego, o que sugere maior confiança do empresário”, disse, em nota, o gerente da CNI.

Consumo de bens industriais cresce 5,9% em agosto, diz Ipea
De acordo com a entidade, o nível de emprego na indústria cresceu 1,9% em agosto, a primeira alta do ano, se aproximando do patamar onde se encontrava antes da crise. O número de horas trabalhadas teve alta de 2,9% no mês.

O rendimento médio real do trabalhador da indústria cresceu 2,8% e ainda está distante do patamar pré-pandemia, já que muitas empresas aderiram a medidas de preservação do emprego, como a redução de jornada ou suspensão de contrato.

O nível de utilização da capacidade instalada chegou a 78,1%, 2,1 pontos percentuais superior ao verificado no mês anterior. Com a evolução, ficou apenas 0,8 ponto percentual do indicador de fevereiro de 2020, antes do início da pandemia.

Na comparação com o mesmo mês anterior, o faturamento da indústria evoluiu 3,6%, mas os outros indicadores permanecem negativos: o nível de emprego é 3,3% menor, o número de horas trabalhadas cai 3,3% e o rendimento médio real recua 2,2%.

Com a elevada demanda, alguns setores têm percebido dificuldades para encontrar matérias-primas, insumos ou mercadorias, com vem detectando o IBGE. A elevada procura e a taxa de câmbio pressionam a inflação de segmentos como a construção civil, por exemplo.

Fonte: Diário do Nordeste em 06/10/2020

Cooperativas apostam em sustentabilidade como diferencial no pós-pandemia

Cooperativas apostam em sustentabilidade como diferencial no pós-pandemia

Agricultores cooperados buscam sair na frente, com iniciativas de valorização do meio-ambiente e produtores

Cooperativas cearenses têm acrescentado ou impulsionado estratégias de sustentabilidade socioeconômica e ambiental para crescerem em meio à crise deixada pela pandemia. A saúde e a relação do homem com a natureza são preocupações ainda mais salientadas este ano.
Ainda que o setor alimentício não tenha sido tão prejudicado pela pandemia, medidas sustentáveis garantem projeção nas vendas. Conforme o Observatório da Indústria, da Federação das Indústrias do Ceará (Fiec), o setor cresceu 7,8% no 1º semestre, no Estado, contra 3,7% no Brasil. Ou seja, no cenário de acirramento, a inovação é oportunidade ao cooperativismo.
Para o presidente do Sindicato das Indústrias da Alimentação e Rações Balanceadas no Estado do Ceará (Sindialimentos), André Siqueira, a reinvenção é indispensável neste momento. “Foi preciso pensar novas alternativas para garantir as vendas. O uso do delivery foi de suma importância para a comercialização de produtos durante o isolamento social”.
Ele defende ainda o uso dos recursos naturais de forma responsável, inclusive como estratégia orçamentária das empresas. “Concretizar essas ideias é possível e viável. Alguns exemplos são a reutilização da água, o uso da casca de ovos ou cascas de frutas para adubo natural, produção enxuta e novas energias”, pontua André.
Associada ao Sindialimentos, a Cooperativa de Agricultores Familiares do Centro-Sul do Ceará (Coopercentro) intensificou processos de qualidade no período. “Nossos produtos passam por análises físico-químicas, para sabermos o que está indo para a mesa do consumidor. Isso foi um diferencial mostrado aos clientes”, frisa Lucivan Vieira, diretor da cooperativa. Ele ressalta ainda a sustentabilidade para geração de renda com respeito aos agricultores e meio-ambiente.

Produção
Centrada no município de Quixelô, distante 337 km de Fortaleza, a Coopercentro tem 24 produtores consorciados. Os principais produtos são laticínios e polpas de frutas, vindas de pomares livres de agrotóxicos. “Geramos nossa própria energia (solar) e reutilizamos a água da indústria, após filtragem, para irrigar o plantio da acerola. Resíduos de fruta são utilizados na alimentação animal”, exemplifica Lucivan. Uma novidade é o processamento de cascas de fruta para farinha, também direcionada à alimentação animal.
Também associada ao Sindialimentos, a Cooperativa Agroecológica da Agricultura Familiar do Caminho de Assis (Cooperfam), de Maranguape (Região Metropolitana de Fortaleza), comercializa polpas de frutas e hortifrutigranjeiro. Airton Kern, presidente da Cooperfam, calcula média de 300 entregas por semana, no início da quarentena. Os 82 agricultores familiares da cooperativa produzem 60 produtos orgânicos no catálogo.

Diversificação
Airton diz que a diversificação da clientela se deu ainda com algumas prefeituras da RMF. “80% do nosso faturamento vem do mercado institucional”. Outras novidades apontadas por ele são as certificações de orgânicos a oito sabores de polpa. Processos produtivos estão sendo revisados para estender as certificações a frutas e hortaliças. “Vamos adotar os critérios exigidos para a rastreabilidade dos produtos e incorporar no marketing as ações dos cooperados para garantir a sustentabilidade da nossa produção e do nosso negócio, não apenas economicamente, mas do ponto de vista humano. Acreditamos que o cooperativismo é a saída, principalmente para a manutenção dos pequenos produtores”, completa.
Visando a atualização tecnológica das empresas, o Sindialimentos realizou webinars de capacitação profissional e cursos na área financeira, logística, recursos humanos, e-commerce, entre outros; mediou processos com o Banco do Nordeste e Enel; e orientou a reabertura de mercado, seguindo os protocolos vigentes.
A “Plataforma de Negócios Cruzados” permite comunicação com o mercado local e externo, com divulgação do portfólio da empresa, networking, ambiente para aprendizado on-line e negociações.

Serviço:
O Sindialimentos disponibiliza gratuitamente para os empreendedores plantas arquitetônicas e memorial descritivo para construção de abatedouros de aves e entrepostos de ovos. O documento contém, detalhadamente, as proporções adequadas de área do terreno, área construída e a capacidade permitida para cada espaço. Interessados em obter o arquivo devem realizar a solicitação através do e-mail: sindialimentos@sfiec.org.br.

Fonte: O Otimista em 17.08.2020