Energia das ondas: Ceará pode ser referência em geração, mas aguarda investimento

Energia das ondas: Ceará pode ser referência em geração, mas aguarda investimento

Piloto de energia ondomotriz foi testado no Porto do Pecém, na Região Metropolitana de Fortaleza, no início da década; paralisado, projeto aguarda capital

Muito tem se falado que o Ceará detém uma costa de 573 quilômetros e posição geográfica privilegiada, próximo à linha do Equador, e um litoral voltado para o hemisfério norte. Características que podem estimular, além da economia do turismo, investimentos em áreas pouco exploradas, como a geração de energia ondomotriz. Afinal, ondas oceânicas, assim como a irradiação solar e os fortes ventos presentes no Estado, também são fontes renováveis de energia. E o Ceará é beneficiado com uma regularidade climática de ondas o ano inteiro, recebendo essa massa de água sazonalmente em ambos os hemisférios.

A tecnologia voltada para energia ondomotriz ainda é embrionária, já que é a mais caçula das fontes renováveis. Entretanto, um projeto piloto foi implantado no dique de proteção do Porto do Pecém, em São Gonçalo do Amarante, na Região Metropolitana de Fortaleza, em 2006. Os testes só vieram seis anos depois. O empreendimento, o primeiro do gênero da América Latina, baseou-se em pesquisa realizada pelo professor Segen Farid Estefen, do Laboratório de Tecnologia Submarina (LTS) do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe/UFRJ).

De porte pequeno, o tanque tem condições de gerar 50 quilowatts de energia, o suficiente para abastecer cerca de 200 casas. O projeto, entretanto, não foi concluído no período previsto, de dois anos, e segue paralisado. “Mas a estrada está aberta para a iniciativa privada explorar essa fonte. Acreditamos que isso ocorrerá em um futuro próximo”, ressaltou o secretário executivo de Energia e Telecomunicações Adão Linhares Muniz, da pasta estadual de Infraestrutura.

Os primeiros resultados, de acordo com Muniz, foram positivos e fez com que o projeto evoluísse para um programa de Pesquisa e Desenvolvimento da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), patrocinado pela empresa Tractebel, depois pela companhia Engie Brasil. “As fontes eólica e solar estão na frente e ocupam uma participação relevante da matriz elétrica brasileira. A energia eólica offshore também entrará em uma sequência virtuosa nos próximos anos. Acreditamos que as fontes renováveis marinhas, tanto eólica offshore, de ondas e até mesmo de correntes terão seu protagonismo no tempo certo”, explica.

O secretário afirma, ainda, que a geração de fontes renováveis na costa e próximo ao consumo reduz as perdas de transmissão e distribuição. “Essas fontes podem produzir em horários quando a energia é mais cara. Como fontes intermitentes terão sempre uma geração excedente, que poderá vir a ser um grande diferencial para atração de investimentos através da oferta desse excedente por um preço diferenciado, em vez do incentivo fiscal”, disse.

Fonte: TrendsCE

UFC cria primeiro condomínio de inovação e empreendedorismo do NE

UFC cria primeiro condomínio de inovação e empreendedorismo do NE

Além de abrigar startups e empresas juniores, complexo também investirá em Inteligência artificial (IA) em parceria com universidade chinesa. Fundo criado irá ajudar no desenvolvimento dos projetos

O primeiro Condomínio de Inovação e Empreendedorismo do Nordeste estará vinculado à Universidade Federal do Ceará (UFC) e será inaugurado em agosto. Instalado em um prédio de cinco pavimentos e mais de 2 mil metros quadrados de área construída, será a sede administrativa do Parque Tecnológico da UFC, da Escola Integrada de Desenvolvimento e Inovação Acadêmica (EIDEIA), da Agência de Inovação (UFC Inova) e de um centro de pesquisa em inteligência artificial.

Pensado como um espaço de conexão entre a universidade e os setores produtivos, o reitor da UFC, Cândido Albuquerque, diz que o Condomínio e Parque Tecnológico, instalado no Campus do Pici, buscarão acolher as demandas das empresas e da sociedade, desenvolvendo soluções.

O reitor lembra que todas as universidades no mundo têm espaços voltados ao desenvolvimento de tecnologia com pesquisa aplicada. “Hoje [ontem], mostramos nosso condomínio de empreendedorismo, que é um espaço onde o aluno vai poder desenvolver suas ideias e onde as startups e empresas juniores poderão apresentar suas pesquisas ou produtos aos empresários”, diz.

Além do condomínio, as instalações do complexo também incluirão uma incubadora de startups e espaço de coworking para atender estudantes, pesquisadores, executivos, empresários e gestores públicos. Abrigará ainda células da FIEC, Fecomércio e Sebrae, bem como agências juniores da universidade que não possuem sede própria. Segundo Albuquerque, o Nutec e a Embrapa serão alguns dos condôminos. “O condomínio será uma porta de entrada. Se um empresário precisar de uma pesquisa ou desenvolver uma solução ou produto, ele procurará nosso condomínio, podendo começar pela Sala da Fiec, de onde será encaminhado para o professor especialista na área

Laboratórios

Mais de 200 laboratórios da universidade cearense, que agora serão multiusuais, estarão conectados ao complexo. O Condomínio de Empreendedorismo e Inovação está vinculado a todas as áreas (Saúde, Tecnologia da Informação, Educação, Engenharia, Construção Civil, dentre outras. “Todos os professores da UFC terão acesso aos laboratórios e o aluno que tiver uma grande ideia, mas não tem o dinheiro ou espaço para desenvolver seu projeto, poderá ir para lá. “Hoje, eles fazem isso nos corredores ou bibliotecas da instituição”.

No quinto andar do edifício funcionará o Instituto de Inteligência Artificial, que estará vinculado ao gabinete do reitor e à Universidade Nankai, na província de Nankai (China), numa parceria entre as duas instituições. Albuquerque ressalta que a universidade chinesa se destaca no desenvolvimento de inteligência artificial. “Lá estão sendo desenvolvidos robôs para realização de cirurgia á distância via tecnologia 5G”.

Fundo próprio

A Universidade Federal do Ceará também criou um Fundo Patrimonial que permitirá à instituição ser sócia das empresas que forem geradas no Parque Tecnológico. Cândido Albuquerque espera que o fundo seja operacionalizado ainda este ano. “Estamos regulamentando para fixar o aporte inicial de recursos, mas o valor ainda não está definido”. Os recursos virão da receita própria da UFC, do aluguel de imóveis da instituição, das livrarias, restaurantes e da venda de imóveis não são utilizados pela universidade. “O Fundo tem ainda essa possibilidade de receber doações da iniciativa pública e privada e, fundamentalmente, de pessoas físicas”, diz o reitor.

No complexo também estará instalado um escritório de negócios voltado a discutir e firmar acordos de patentes entre a universidade e as empresas que desenvolverem produtos. O percentual de participação da UFC nessas patentes não será fixo. Albuquerque diz que ele será negociado caso a caso. No térreo do edifício haverá uma sala que funcionará como uma espécie de showroom de tudo o que está sendo ou foi produzido pelas empresas incubadas. Lá, empresários poderão conhecer os projetos e pesquisas que poderão agregar valor ao produto que ele busca desenvolver.

Presidentes de sindicatos já agendaram reuniões com pesquisadores

O reitor Cândido Albuquerque recebeu os presidentes da Federação das Indústrias do Ceará (Fiec), Ricardo Cavalcante, e da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Ceará (Fecomércio-CE), Maurício Filizola, ontem (30), no Pici, onde apresentou o empreendimento. A comitiva contou ainda com a presença de cerca de 10 presidentes de sindicatos industriais, interessados na potencialidade dos projetos que poderão ser desenvolvidos no local.

Cândido Albuquerque diz que, após a visitação, alguns negócios foram apalavrados e reuniões agendadas para a próxima semana. “A ideia foi muito bem recebida pelos presidentes”, diz. O presidente da Fiec, que também preside o Conselho Deliberativo do Sebrae-CE e representou a instituição na ocasião, acredita que através dessa iniciativa será possível alinhar demandas do setor produtivo às pesquisas desenvolvidas na universidade, beneficiando o desenvolvimento do Estado. Para Ricardo Cavalcante, o condomínio é um marco histórico que possibilitará a união da academia com o setor produtivo em prol do desenvolvimento do Ceará.

“Todo o saber está na academia e, nesse sentido, é grande a contribuição que ela pode dar à sociedade e ao setor produtivo, encontrando saídas para problemas enfrentados no mercado. Esse condomínio será uma oportunidade para a gente desenvolver novos processos e novos produtos, tanto nas empresas do formato tradicional quanto nas startups. Será um novo momento para a gente da Federação e para a sociedade em geral também”, opinou.

Cavalcante destacou ainda o olhar contemporâneo e de projeção que o equipamento traz para a UFC. “O maior patrimônio do Ceará são as pessoas. Temos que parar de perder as inteligências daqui para outros estados e países. Se universidade e mercado estiverem unidos, poderemos não só reter esses profissionais, mas, ao mesmo tempo, dar à sociedade as respostas que ela demanda”, acrescentou.

O presidente da Fecomércio, Maurício Filizola, destacou que o setor produtivo já está alinhado, atuando em cooperação, em diversas ações e agora a universidade chega para somar. “Quando o setor produtivo se une com a universidade nós temos a possibilidade de ampliar essa interação e dar mais resultado para a economia e para o desenvolvimento da sociedade. O condomínio é uma extensão do que estamos fazendo, agora com a universidade, para que na prática a gente traga ferramentas de apoio aos empresários em benefício também do desenvolvimento da sociedade”, comentou.

A fala do presidente da Fecomércio foi bastante ligada ao momento atual, com setores como comércio, serviços e turismo entre os mais fragilizados pela pandemia do novo coronavírus: “A pandemia nos trouxe esse olhar de cooperação. E hoje nós estamos vendo aqui a cooperação sendo fortalecida entre a Universidade, a indústria, o comércio. Isso tem tudo para melhorar nossa economia e tornar nosso Estado, conhecido por seu povo resiliente, ainda mais grandioso. Antes, havia uma distância, que está sendo superada hoje”. Ex-aluno do Curso de Farmácia da UFC, disse sentir-se grato de estar colaborando com o crescimento da casa que o formou.

Fonte: O Otimista em 31/07/20

Siga a CBPCE nas redes sociais.

Tecnologia pioneira desenvolvida em Portugal pode inativar mais de 99% do vírus de covid-19 no ar

Tecnologia pioneira desenvolvida em Portugal pode inativar mais de 99% do vírus de covid-19 no ar

Uma tecnologia pioneira, que consegue inativar, num minuto, 99,97% das partículas de vírus SARS-CoV-2 no ar – e que chega aos 100% no espaço de cinco minutos –, acaba de ser desenvolvida em Portugal, foi hoje anunciado.

A nova tecnologia no combate à covid-19 foi criada no âmbito de um projeto liderado pelo Campus de Tecnologia e Inovação da BLC3, em Oliveira do Hospital, em parceria com a Universidade do Minho e as Faculdades de Farmácia das universidades de Lisboa e de Coimbra, disse hoje à agência Lusa o coordenador da investigação, João Nunes.

“Em um minuto, de 16.982 partículas de vírus SARS-CoV-2, numa amostra apenas cinco partículas não foram inativadas (‘mortas’, no senso comum), o que deu um resultado de 99,97%. E, ao fim de cinco e 15 minutos, obteve-se uma inatividade total, 100%, e sem qualquer variação no comportamento do vírus”, sublinha João Nunes.

O ensaio foi efetuado em 27 amostras diferentes, sendo “todos os resultados validados cientificamente”, acrescenta o investigador e presidente da associação BLC3.

Para o trabalho, foi igualmente importante o contributo de médicos do Centro de Saúde de Oliveira do Hospital, no interior do distrito de Coimbra.

Ao estudarem o comportamento do vírus, os investigadores concluíram que “um dos pontos mais fracos [do vírus], que não conseguiu evoluir ao longo de milhares de anos, foi a resistência à radiação solar”, refere João Nunes.

A tecnologia agora desenvolvida, denominada AT MicroProtect, baseia-se num “conceito novo de ‘física inversa’, que integra um sistema de emissão de comprimentos de ondas, de forma controlada e orientada, muito mais eficiente do que a radiação solar (novo princípio da mecânica de fluidos aplicado ao escoamento e propagação do vírus em termos aéreos), com o desenvolvimento de algoritmo matemático e físico sobre o comportamento do vírus”, explicita.

O equipamento não recorre ao uso de químicos e apenas precisa de energia elétrica.

“Uma das formas mais perigosas e menos controláveis” de o vírus que está na origem da pandemia da covid-19 (SARS-CoV-2) se transmitir entre as pessoas é pelo ar.

A tecnologia deve, assim, sustenta João Nunes, ser aplicada prioritariamente na proteção dos profissionais do setor da saúde, nos meios de transportes aéreos e terrestres e no interior de edifícios ocupados por um elevado número de pessoas, como aeroportos e centros comerciais ou lares de idosos.

Mas “também é possível aplicar à hotelaria e restauração e outros locais com o problema de qualidade do ar interior”, destaca ainda o cientista, adiantando que também foram desenvolvidos “um sistema e câmara de proteção entre profissionais de saúde e utentes”, e um modelo de criação de “zonas de antecâmara nos hospitais para a realização mais segura do processo de tiragem”.

O projeto já está, entretanto, a avançar na aplicação da tecnologia a outros vírus e bactérias multirresistentes.

A Organização Mundial de Saúde alertou recentemente para os perigos da transmissão por via aérea do novo coronavírus, mas isso, frisa, já faz parte da preocupação do consórcio liderado pela BLC3 “desde o início da pandemia” – o projeto AT MicroProtect nasceu em 14 de março.

Em três semanas, foi desenvolvido o conhecimento e tecnologia, tendo sido depois necessário algum tempo para aceder a estirpes do vírus SARS-CoV-2 isoladas e certificadas, para validar cientificamente todo o processo, relata João Nunes.

Para isso, foi muito importante o apoio do laboratório norte-americano que também fornece amostras de vírus para o desenvolvimento de vacinas a nível mundial.

O consórcio teve acesso a uma estirpe isolada de Hong Kong (início da pandemia), outra dos EUA (fase final) e uma terceira de Itália (fase intermédia), esta em colaboração com uma universidade deste país.

“O vírus por si só não tem inteligência e nós, os humanos, temos inteligência e conhecimento e estas são as melhores armas que podemos usar contra ele”, afirma João Nunes, defendendo que “não se pode esperar só por uma resposta de vacinas e medicamentos perante uma situação de vírus aéreos”.

Os resultados comerciais da tecnologia serão “aplicados para a investigação”, acrescenta.

“Temos de aprender a estar preparados de outra forma, temos de ganhar capacidade rápida de agir”, tanto mais que “ainda não é certo quando existirá vacina”, realça o investigador, apontando este trabalho como um exemplo no setor da saúde em formato multidisciplinar (envolveu conhecimento das áreas da engenharia mecânica, da física, da microbiologia e da virologia).

“Hoje, temos um conhecimento científico de base muito aprofundado sobre o comportamento deste vírus”, que permitirá, destaca João Nunes, “o desenvolvimento de mais tecnologia e conhecimento e expandir aplicação a outros vírus e bactérias alvo de interesse para a segurança e saúde pública”.

Fonte: Portugal Digital em 28/07/20

Siga a CBPCE nas redes sociais.

Portugal é o 12.º país mais inovador da União Europeia

Portugal é o 12.º país mais inovador da União Europeia

Pela primeira vez, Portugal faz parte do grupo de países “fortemente inovadores”, atingindo a melhor posição de sempre no ranking do European Innovation Scoreboard 2020, publicação anual da Comissão Europeia.

Foi publicado a 23 de junho o European Innovation Scoreboard 2020, documento que fornece uma análise comparativa do desempenho da investigação e inovação nos países da União Europeia (UE), bem como em outros países europeus e países vizinhos regionais.

O estudo avalia os pontos fortes e fracos relativos aos sistemas nacionais de inovação e ajuda os países a avaliar as áreas nas quais precisam de concentrar os seus esforços para aumentar o seu desempenho em inovação. Para além disso, faz a distinção entre quatro tipos principais de atividade (condições estruturais, investimentos públicos e privados, atividades de inovação, impacto das atividades) que abrangem, no total, dez dimensões de inovação e 27 indicadores diferentes.

A edição 2020 do European Innovation Scoreboard destaca que o desempenho da inovação na UE continua a aumentar a um ritmo constante, e que, em média, o desempenho da inovação da UE aumentou 8,9% desde 2012, com o maior crescimento a verificar-se em Portugal, Lituânia, Malta, Letónia e Grécia.

Portugal é agora um país “fortemente inovador” e o 12.º mais inovador da União Europeia, ainda assim atrás da Suécia, que lidera o ranking da inovação e é seguida por países como a Finlândia, a Dinamarca, a Holanda e o Luxemburgo.

Em 2019, Portugal era líder do grupo dos países “moderadamente inovadores”, tendo em 2020 passado a integrar o grupo de países fortemente inovadores (aqueles que têm desempenho acima ou próximo da média da UE), onde estão os países acima referidos e também outros como a Alemanha e a França. Esta é a melhor posição de sempre de Portugal neste ranking sendo que, para além disso, é líder, pelo segundo ano consecutivo, na dimensão do ranking focada no nível de inovação nas pequenas e médias empresas (PME), seguido pela Finlândia, Áustria e Bélgica.

Segundo o estudo da Comissão Europeia, os pontos fortes em Portugal são o ambiente favorável à inovação, os sistemas de pesquisa e a introdução da inovação no mercado e nas organizações. De acordo com a publicação, o nosso país encontra-se acima da média da UE em indicadores como:

  • as publicações científicas em coautoria com autores fora do espaço comunitário;
  • a penetração da Banda Larga nas empresas;
  • o número de estudantes internacionais de doutoramento;
  • o registo de marcas comunitárias;
  • as despesas com inovação não-tecnológica;
  • a percentagem de empresas com formação em TIC;
  • a percentagem de PME’s com inovação de produtos ou processos, e também ao nível organizacional e de marketing;
  • a percentagem de PME inovadoras que colaboram com outras PME;
  • o emprego em empresas de elevado crescimento de setores inovadores.

Por outro lado, as dimensões em que o país apresenta resultados mais fracos são o impacto nas vendas e os vínculos e ativos intelectuais. Segundo o documento, Portugal encontra-se, ainda assim, abaixo da média europeia em indicadores como a disponibilidade de capital de risco privado, o investimento em I&D pelas empresas, o registo de patentes ou as exportações de serviços intensivos em conhecimento.

Fonte: Jornal Sapo em 17.07.2020

Tecnologias da Embrapa ajudam Ceará a dobrar produção de algodão

Tecnologias da Embrapa ajudam Ceará a dobrar produção de algodão

As tecnologias desenvolvidas pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) ajudaram o Ceará a dobrar a safra de algodão neste ano. O estado deve colher uma área de aproximadamente 2 mil hectares de algodão a partir deste mês, graças a novas cultivares desenvolvidas pela pesquisa, o manejo moderno e apoio de assistência técnica rural, além do incentivo de grandes empresas têxteis.

“Desde 2019, começamos a produzir em uma nova base tecnológica adaptada à região. Com a tecnologia de que dispomos hoje, o Ceará tem todas as condições de ter um algodão de alta produtividade e qualidade”, afirmou Fábio de Albuquerque, pesquisador da Embrapa. Segundo ele, os custos de produção no Ceará podem ser equivalentes à metade, ou até mesmo a um terço dos custos de cultivo de algodão no cerrado.

O Projeto de Modernização da Cultura do Algodão teve início no estado em 2018, liderado pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Trabalho do Ceará, com participação da Embrapa Algodão. O projeto também envolve diversas instituições de desenvolvimento da cadeia produtiva do algodão, secretarias municipais de Agricultura, instituições financeiras e representantes dos produtores.

O aumento na produção encontra mercado no próprio estado. O polo têxtil robusto do Ceará é o terceiro maior do país, com pelo menos quatro grandes empresas do setor com unidades no estado. Atualmente, a produção de algodão no estado se concentra em três polos principais: Cariri, Sertão Central e Chapada do Apodi.

Pragas
O estado passou décadas lidando com o bicudo, a principal praga do algodão e responsável por uma queda na produção durante muito tempo. “Quando o bicudo chegou, não tínhamos tecnologia para combater e perdemos a luta contra o inseto. Fazia uns 30 anos que não produzíamos algodão”, disse o produtor Marcos Landim, da região do Cariri cearense.

A praga ainda existe, mas hoje é possível identificar de maneira precoce o ataque praga e controlá-la. “Hoje em dia, nós temos tecnologia para prever a quantidade de bicudo que haverá por área e quando ele vai atacar”, explicou Landim.

Siga a CBPCE nas redes sociais. Estamos no Facebook, no LinkedIn, no Twitter e no Instagram. Assista aos nossos vídeos no canal do YouTube e assine a nossa newsletter para receber notícias semanalmente.

Fonte: Agência Brasil em 07.07.20

Fortaleza Online completa cinco anos e alcança 52 serviços digitais

Fortaleza Online completa cinco anos e alcança 52 serviços digitais

O Programa Fortaleza Online completou cinco anos após seu lançamento com 52 serviços disponíveis à população da Capital cearense. Ao todo, foram mais de 733 mil documentos emitidos entre licenças, autorizações, alvarás e isenções. Os serviços estão disponíveis 24 horas, sete dias da semana.

No setor da construção, Fortaleza foi a primeira cidade brasileira a concluir um documento de Alvará de Construção em 30 minutos. Antes da virtualização do serviço, a emissão do documento era realizada no prazo de 30 a 60 dias úteis.

Também estão disponíveis serviços como Certificado de Inspeção Predial, Certidão de Logradouro, Confinantes, Endereço e Número, Licença Ambiental Simplificada, Plano de Gerenciamento de Resíduos, Licença de Publicidade, Autorização de Utilização Sonora, dentre outros.

“Mais que desburocratizar, o Fortaleza Online pretende aproximar o Poder Público do cidadão, possibilitando que as oportunidades de ascensão econômica e social promovida pela implantação de novos empreendimentos, edificações e intervenções urbanísticas propiciem uma cidade mais justa, inclusiva, sustentável e competitiva”, destaca a titular da Secretaria Municipal de Urbanismo e Meio Ambiente (Seuma), Águeda Muniz.

Siga a CBPCE nas redes sociais. Estamos no Facebook, no LinkedIn, no Twitter e no Instagram. Assista aos nossos vídeos no canal do YouTube e assine a nossa newsletter para receber notícias semanalmente.

Fonte: Focus em 07.07.20

Tecnologia, desigualdade e incerteza

Tecnologia, desigualdade e incerteza

Bill Gates em 2015, no decorrer da palestra “A próxima epidemia? Não estamos preparados”, lembrava que a guerra nuclear era o desastre mais temido quando criança. Na oportunidade, alertou: “hoje, o maior risco de catástrofe global não se parece com uma bomba, mas sim com um vírus. Investimos muito em armas nucleares, mas bem pouco em um sistema para barrar uma epidemia. Não estamos preparados”.

O Ebola era a epidemia daquele período e o mundo mobilizava-se na tentativa de controlá-la. Gates estava correto ao profetizar o perigo de catástrofes globais provocadas por vírus. A pandemia do coronavírus é uma dessas catástrofes. A mesma agudizou a questão da incerteza na agenda mundial.

Edgar Morin, pensador francês, ao refletir sobre a catástrofe da Covid-19 observa que “não sabemos se devemos esperar o pior, o melhor, ou ambos misturados: caminhamos na direção a novas incertezas”, porque os efeitos políticos, econômicos, nacionais e planetários resultantes do isolamento social são ainda desconhecidos.

Assinale-se que cada crise guarda peculiaridades com as circunstâncias histórica, política, cultural, socioeconômica, tecnológica, científica em que se dá.

Prospectando tendências pós-pandemia Covid-19, algoritmos, padrões, protocolos hiperconectados povoam com intensidade o cotidiano das pessoas, empresas e governos. Nesse sentido, a transformação digital segue veloz substituindo o presencial e incrementando a denominada low touch economy, a qual pretende restringir contato físico entre as pessoas e objetos que possam disseminar o vírus.

Rotinas, negócios, trabalhos profissionais, costumes, hábitos estão mudando por conta dos algoritmos, padrões, protocolos mencionados. Independente das mazelas, a tecnologia continuará a avançar e a automatizar os modos de vida.

Combinar avanço tecnológico e erradicação das desigualdades entre regiões e pessoas é o desafio planetário. A pandemia da Covid-19 expôs dramaticamente essas desigualdades marcadas pela quantidade de contaminados, número inaceitável de óbitos e o pós de incertezas.

Joaquim Cartaxo – arquiteto urbanista e superintendente do Sebrae/CE

Siga a CBPCE nas redes sociais. Estamos no Facebook, no LinkedIn, no Twitter e no Instagram. Assista aos nossos vídeos no canal do YouTube e assine a nossa newsletter para receber notícias diariamente.

Fonte: Sebrae-CE em 22.06.20

O novo modelo nacional de estado social – Programa de Renda Básica Brasileira

O novo modelo nacional de estado social – Programa de Renda Básica Brasileira

Foi apresentado no Congresso Nacional, na última segunda-feira (01.06.2020), um projeto de Lei Complementar (PL-3023-202) para criação do Programa de Renda Básica Brasileira, pelo deputado federal Eduardo da Fonte (PP/PE) que, além de perenizar o esforço feito pela concessão do auxílio emergencial (Lei nº. 13.982/2020), propõe, também, unificar no programa ora proposto, o Bolsa Família, o Bolsa Verde e outros programas federais de redução de pobreza. Mas o principal objetivo é viabilizar a chamada Renda Básica Universal que, segundo autores progressistas, poderá criar no mundo um novo modelo de Estado Social, justamente diante da pandemia que assola o mundo, bem como pela crescente substituição de trabalhadores humanos por robôs. A proposta de uma remuneração mínima independente do emprego não é nova, mas ganha cada vez mais adeptos em vários países do mundo.

A ideia ganha popularidade crescente ligada à percepção de que os empregos se tornarão cada vez mais raros. Pela primeira vez na história, a tecnologia não aumenta os empregos, na verdade os substitui. A ideia da remuneração sem trabalho, que para alguns a princípio pode parecer estranha, não é nova. Os aluguéis, os dividendos, os juros, todos são formas já seculares e consagradas de remuneração sem trabalho.

Cada vez mais o capital substitui o trabalho. O sonho de Karl Marx da revolução pelos operários e pelos agricultores está a cada dia mais longe, porque cada vez mais na indústria e no campo se precisa mais de capital do que de trabalho humano, com aumento de produtividade e escala. O emprego formal está em decadência. Na verdade, só resta uma solução: estabelecer novos modelos de proteção social desvinculados do emprego.

Na verdade, vários países já despertaram para essa realidade, agora o Brasil com esse projeto, segue a Espanha e o Chile, que em plena quarentena, também apresentaram projetos de lei semelhantes, em que propõem programas idênticos de um “Ingresso Mínimo Garantizado” contra a pobreza.

Na trilha de vários outros países europeus, que já possuem programas semelhantes, como Portugal, Alemanha, França, Reino Unido, Itália, Áustria, Bélgica, Holanda e Luxemburgo.

Mesmo em países menos ricos, como a Grécia, Chipre e Eslovênia, vigora algum tipo de renda social solidária.

Como se vê vários países já garantem algum tipo de “renda básica universal” que está moldando no mundo um novo modelo de Estado Social.

Esperamos que esse programa de renda básica brasileira seja a vacina certa que a pandemia e a revolução tecnológica exigem para imunizar a falta de empregos formais.

Fonte: Diário de Pernambuco em 09.06.2020

A2IT Tecnologia e o caso de sucesso da VdA em destaque na Exame de Maio

A2IT Tecnologia e o caso de sucesso da VdA em destaque na Exame de Maio

Fundada em 2006, a A2IT Tecnologia resultou na fusão da Additive Tecnologia e da ATWB Consultoria, duas empresas da área de tecnologias da informação do Grupo Additive, que tem negócios em setores de atividade que vão das tecnologias da informação (TI) ao media digital, gestão de investimentos e participações e eventos e turismo.

É atualmente uma empresa fornecedora de soluções informáticas empresariais, com competências em todas as áreas das TI, tem 500 certificações e ganhou mais de 50 prêmios nacionais e internacionais.

Portugal, Brasil e Espanha
A empresa tem 100 colaboradores e um corpo técnico em outsoursing e está presente em todo território português, com escritórios e centros de apoio em Lisboa, Porto, Portimão, Funchal e nas ilhas açorianas de S. Miguel, Santa Maria e Terceira.

Sua sede em território brasileiro fica em Fortaleza, onde conta com 25 pessoas nos seus quadros, tem mais um escritório em Belo Horizonte e centros de apoio em Natal, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre e conta também com um centro de apoio em Madrid, Espanha.

Leia o artigo completo neste link: https://bit.ly/artigo-a2it

Acordo por data center da Amazon no Ceará é ‘questão de tempo’

Acordo por data center da Amazon no Ceará é ‘questão de tempo’

Segundo fonte ligada às negociações, a pandemia atrasou as negociações do novo investimento, mas empresa está dando indícios de que fará aportes no Estado com a abertura de vagas de trabalho

Adiado mais uma vez e posto em suspensão durante a pandemia do novo coronavírus, o acordo entre o Governo do Estado e a Amazon Web Services está mais próximo de acontecer. A previsão, contudo, é que as negociações sejam concretizadas apenas no segundo semestre deste ano.

Um dos indicativos de um “final feliz” para as tratativas é o fato de a empresa já estar anunciando vagas de emprego na Capital. A informação foi repassada por uma fonte interna à gestão estadual. O investimento para projetos no Ceará, no entanto, ainda não foi revelado.

“Estamos mais perto de fechar, mas creio que, considerando todo esse cenário atual, isto venha a ocorrer apenas durante o segundo semestre deste ano. Enquanto isso, eles estão fazendo um trabalho de estruturação de equipe e parcerias de negócios com diversas empresas na região”, explicou a fonte.

Há algumas semanas, a Amazon Web Services vem oferecendo vagas ligadas ao setor de recursos humanos para operar em Fortaleza em uma rede social. Entre as oportunidades listadas na plataforma, estão cargos de “Senior Human Resources Assistant” (assistente de recursos humanos), “Human Resources Business Partner” (recursos humanos – parceiro de negócios), e “Operations Manager” (gerente de operações).

Desde meados de 2016, o Governo negocia para que a empresa invista em um data center no Ceará. As negociações estavam previstas para serem encerradas ainda no segundo semestre do ano passado, mas foram interrompidas por questões técnicas de viabilidade. Estado e AWS já trabalham em outros projetos que deverão proporcionar economia de R$ 380 milhões ao Governo a partir da utilização de tecnologia de armazenamento em nuvem.

Perspectiva
Perguntado sobre a movimentação da AWS, a fonte ouvida pela reportagem – ligada às negociações – classificou a oferta de vagas como um “ótimo indicativo”. A pessoa ainda lamentou a pandemia do novo coronavírus, que teria retardado o processo de articulação da parceria. O principal impacto considerado foi a redução da atividade econômica registrada em todos os países impactados pela doença.

“É um ótimo indicativo, senão não estariam fazendo essa estruturação. Creio ser uma questão de tempo. Fomos atrasados pela pandemia, mas o projeto continua em evolução bastante positiva”, disse. “Assim, creio ser uma questão de tempo a alavancagem dos investimentos deles no Ceará”, completou.

Apesar dos impactos do coronavírus, a pandemia é, também, um dos potenciais do acordo, considerando que o setor de tecnologia da informação poderá sair fortalecido da crise pelo aumento de demanda por conectividade. A negociação ainda é incerta pelas questões de saúde.

Fonte: Diário do Nordeste em 06.05.20