Porto do Pecém bate recorde de embarque de placas de aço em 24h

Porto do Pecém bate recorde de embarque de placas de aço em 24h

Terminal atingiu a marca de mais de 34 mil toneladas de placas embarcadas em um único dia, o que traduz em aumento da produtividade do porto. Movimentação da carga avançou 25,6% na passagem de maio para junho

O Porto do Pecém (CE) alcançou um novo recorde na operação de embarque de placas de aço. Com o material produzido pela Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP), o terminal movimentou 34.169 toneladas da carga em 24 horas. No último sábado (18), a embarcação Mv Tong Da desatracou do Pecém em direção à China, carregado pelas placas, aonde deve chegar dia 25 de agosto.

Segundo Waldir Sampaio, diretor executivo de operações do Complexo do Pecém, a marca sinaliza a superação da capacidade operacional do Porto, tendo em vista que o contrato prevê o transporte de 10 a 12 mil toneladas de placas por dia. No próximo mês de agosto, acrescenta Sampaio, o Porto do Pecém completa quatro anos de trabalho com a exportação das placas feitas na CSP.

O recorde envolveu duas prestadoras de serviço operacionais do Porto: Tecer Terminais e a Unilink Transportes Integrados. Para Carlos Alberto Nunes, gerente comercial da Tecer, a marca demonstra que, com esse aumento de produtividade, há melhor uso da estrutura portuária.

“Quanto você aumenta seus níveis de produção, pressiona menos essa estrutura. Facilita pra empresa que embarca o navio, disponibiliza menos equipamentos e, para o Porto do Pecém, maximiza a disponibilidade de berço para outros clientes (embarcações)”, explica Nunes. Ele observa como esse movimento influencia na articulação do número de instalações portuárias.

“Questão da produtividade nos portos é importante por isso”, reforça. Nunes coloca que outros dois fatores influenciaram no alcance da marca: articulação na negociação do plano de transporte e o navio era do tipo “box” – com menor necessidade de trabalho de manuseio dentro da embarcação.

A movimentação específica desse tipo de carga cresceu 25,6%, de maio para junho, segundo levantamento divulgado pelo Porto do Pecém. “A Siderúrgica deu uma queda pequena de produção, de março pra abril, retomou em maio, e em junho voltou com a carga total – vimos por esse aumento com as placas”, contextualiza Waldir Sampaio.

Pandemia

Diante dos efeitos da crise do novo coronavírus, Sampaio não nega que o Porto tenha sido afetado pela crise, mas reforça que as operações “seguem normalmente”. O diretor situa que o equipamento é “indispensável para o Governo do Estado” no abastecimento de alimentos, medicamentos e produtos hospitalares, dentre outras cargas.

“O Porto do Pecém não parou em nenhum momento nessa pandemia. Não poderíamos prejudicar o abastecimento do Estado. Fomos afetados sim, já que quando uma fábrica para de produzir, os portos e aeroportos, que movimentam as cargas, também sofrem com a queda”, esclarece.

Fonte: Diário do Nordeste em 21.07.20

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Oportunidades de investimentos com as concessões no Ceará

Oportunidades de investimentos com as concessões no Ceará

Em meados da década de 1990 o governo federal foi alçado a convecção e privatização de infraestruturas e empresas públicas. Aquela época instaurou-se em novembro de 1993 pela então Comissão Diretora do Programa Nacional de Desestatização e ratificado posteriormente pelo Conselho Nacional de Desestatização.

No que tange a energia, telecomunicações, rodovias e ferrovias, tiveram sequência de leilões de contratos de duração média de 30 anos, havendo a rodada final dos leilões do plano no ano de 1998. Os estados seguiram a linha federal na primeira década no novo século, com o governo federal concedendo mais atividades, destaque para os aeroportos e geração de energias renováveis nos últimos anos (particular interesse para o Ceará para energia solar e eólica).

Foi um longo período de aprendizado e agora inicia-se a rodada de renovação e renegociação dos contratos da década de 1990: Energia, transportes e telecomunicações. Alguns já foram efetivados. Estes contratos revistos estabelecem condições de reestruturação dos mercados, notoriamente os regionais, podendo ser oportunidades de entrada de players externos na composição do novo contrato ou na inserção na abertura do mercado a competição após 30 anos de observação do Estado quanto ao amadurecimento do mercado. Isso é notório com o mercado de 5G e TV a Cabo e de energias renováveis.

O Ceará, no caso de telecomunicações, possui tecnologias em desenvolvimento regional e potencial de servir de modelo para escalonar experiências de cabeamento em outros Estados. Além disso, é uma entrada de grandes conexões no Brasil em decorrência de investimentos do Hub de Cabos de Angola, portanto possuindo uma alocação inicial favorável a crescimento acelerado em curto prazo, o que gera retorno mais rápido a investidores.

O mercado de energia cearense é expoente em geração de energias renováveis, com a possibilidade de uso de energia solar, mas com a ressalva que as linhas de transmissão e distribuição agora podem estar no páreo para disputa.

Isto faz o investimento mais atrativo ao investidor que poderá garantir a verticalização do seu negócio e potencializar ganhos da geração com distribuição e transmissão, ou então para a possibilidade de parceria na consecução de projetos de geração que exigem conexões hoje não disponíveis, mas negociáveis para implementação nas negociações em ocorrência pela ANEEL.

Por fim, salta aos olhos de qualquer investidor a oportunidade ferroviária com a Ferrovia Transnordestina. Esta tem trechos concluídos para conexão entre dois grandes portos (Pecém e Suape) e o potencial de integração com a Ferrovia Norte-Sul e Carajás, constituindo uma possibilidade de transporte misto de minério e agronegócio da região entre Maranhão-Piauí e Bahia.

A Transnordestina foi a última conclusão do ciclo de concessões da década de 1990 (em 1998). Tem uma obra parada em bitola larga que finalizada faria a composição de integração Centro-Oeste com o Norte-Nordeste para grandes transportes de carga. Eis uma grande oportunidade. As renegociações de contrato estão ocorrendo com cinco anos de antecedência, então, até 2023 espera-se uma disputa acirrada por esta possibilidade real de investimento com retornos de no mínimo 30 anos.

Investidores que tenham a perspectiva em um Estado olhem bem para o Ceará: Energia, Telecomunicações e Transportes são mercados tradicionais brasileiro e com crescimento garantido e estável. Além disso, o novo marco do saneamento e as Parcerias Público-Privadas estaduais indicam que a dinâmica do mercado é muito salutar a investidores interessados em crescimento acelerado.

* Pesquisador em Economia dos Transportes e professor da Universidade Federal do Ceará (UFC)

Fonte: Trends CE em 21.07.20

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Sebrae Ceará realiza live sobre oportunidade de venda dos pequenos negócios para o governo

Sebrae Ceará realiza live sobre oportunidade de venda dos pequenos negócios para o governo

Evento vai reunir especialistas da área jurídica no dia 29 de julho

O Sebrae Ceará realiza no dia 29 de julho uma live para falar sobre a oportunidade de venda dos pequenos negócios para o governo. A transmissão ao vivo ocorre às 16h, no portal da entidade.

Participam do encontro Edilberto Pontes, vice-presidente do Tribunal de Contas do Ceará; Giovani Pacelli, superintendente regional da Controladoria Geral da União no Ceará; e Andrei Aguiar, advogado, mestrando em Direito e consultor jurídico do Sebrae.

Fonte: Focus em 21.07.20

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Turismo doméstico deve alavancar retomada do setor; Ceará desponta

Turismo doméstico deve alavancar retomada do setor; Ceará desponta

Hotéis, pousadas e atrativos turísticos cearenses se programam para reabrir em meados de agosto e governo prevê movimentação mais significativa, lenta e gradual, a partir de setembro. Clima e variedade de preços favorecem Estado

Ainda em meio a um cenário de pandemia, a reabertura das barracas de praia e agências de viagem, bem como a extensão do horário de funcionamento dos estabelecimentos de alimentação fora de casa na Capital abre margem também para o início do retorno das atividades turísticas no Ceará. De forma lenta e gradual, o setor deve registrar maior movimentação a partir de setembro, prevê o secretário do Turismo do Estado, Arialdo Pinho.

A maioria dos hotéis e equipamentos turísticos, como parques aquáticos, deverão reabrir as portas entre agosto e setembro, segundo estima o secretário, o que deve estimular o retorno dos turistas. “Eu sou cauteloso. Nossa retomada será devagar e começará com mais força a partir de setembro, mas a maioria das vendas será para novembro e dezembro”, avalia.

Apesar da previsão do secretário, há quem já se sinta seguro o suficiente para fazer viagens dentro do próprio Estado. A advogada Eduarda Souza está visitando praias do litoral cearense desde o fim de junho. Jjá esteve na Praia das Fontes e Paracuru, ambos utilizando casas próprias para se hospedar. Neste fim de semana, ela e a família escolheram a Praia da Baleia, em Itapipoca, e ficarão em pousada pela primeira vez após o início da pandemia.

“Ainda há muito receio do ‘novo’ normal, então ficamos reticentes com algumas coisas. Por exemplo, em Paracuru, não fomos até a praia mesmo. Já na Praia das Fontes, fomos, mas não chegamos a ir à cidade à noite passear na praça e tomar um sorvete, levar as crianças para passeios. Então, sentimos falta de opções”, conta.

Mesmo sendo hipertensa e, portanto, do grupo de risco, ela diz estar tranquila e entender que tem que tomar as precauções necessárias, mas sem desespero. “Sempre gostamos de viajar! Viajamos bastante aqui, como também a outros estados. Meu esposo é do Piauí, meu irmão mora no Rio Grande do Norte e tenho escritório de advocacia em Recife e Natal também”. Na lista de próximos destinos, ela inclui Pernambuco, ainda sem data, e, com o restante da família, a Praia de Peroba, em Alagoas.

E assim como Eduarda, os brasileiros estão priorizando as viagens nacionais para o restante desse ano. Levantamento da Associação Brasileira de Operadoras de Turismo (Braztoa) e do Laboratório de Estudos de Sustentabilidade e Turismo da Universidade de Brasília mostra que 60% dos entrevistados que ainda planejam alguma viagem em 2020 preferem destinos nacionais.

E nesse contexto, o Ceará sai na frente em relação a estados de outras regiões do País pelo próprio clima, atrativos e variedade de preços disponíveis, conforme aponta o vice-presidente do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças do Ceará (Ibef), Raul dos Santos Neto.

“O primeiro fator que favorece as viagens nacionais mesmo sem pandemia é o câmbio. O dólar e o euro estão caros, então dificulta as viagens para o exterior. Fora isso, ainda temos a questão da segurança pessoal. É diferente você pegar um avião para a Holanda e adoecer lá do que ir para Salvador”, ressalta.

Sobre o clima, ele lembra que as temperaturas altas e ventos fortes do Nordeste reduzem o risco de contaminação, passando uma maior sensação de segurança aos visitantes. “Nosso Estado ainda ganhou uma infraestrutura diversificada em termos de preços, temos opções que cabem no bolso de todos. É um turismo democrático”, acrescenta.

O vice-presidente do Ibef pondera que as próprias mudanças no mercado de trabalho favorecem as viagens em família, como em casos em que é difícil sincronizar as férias dos pais com as dos filhos. “Com o home office, levando um notebook e usando a internet do hotel, um dos dois pode continuar trabalhando. As empresas já estão bem mais abertas a isso”.

Hotéis e pousadas

O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis no Ceará (ABIH-CE), Régis Medeiros, aponta que a maioria dos hotéis estão se programando para reabrir entre o fim de julho e agosto. Com a maior parte ainda fechada, a ocupação tem girado em torno de 5% a 10%.

“Nossa expectativa é conservadora, de uma retomada lenta. Precisamos avisar aos parceiros comerciais que estamos começando a ter hoteis de portas abertas e barracas de praia para as pessoas saberem e começarem a pensar em vir pra cá. Precisamos mostrar tranquilidade e que estamos seguindo os protocolos sanitários”, aponta.

Ele ressalta que a cadeia do turismo está fazendo um trabalho de divulgação através das redes sociais para atrair o visitante novamente. Em relação ao turista internacional, Medeiros acredita que estes demorem um pouco mais a voltar ao Ceará.

“Acredito que somente próximo ano. Mas caso os índices continuem melhorando talvez o pessoal do kitesurf ainda venham, já que a temporada de ventos se estende até novembro e eles são realmente aficionados pelo esporte”.

Para o secretário Arialdo Pinho, o turista internacional deve voltar ao Estado no fim do ano também, se diferenciando do visitante brasileiro apenas pelo nível de gastos. “A diferença que existe é na despesa. O brasileiro gasta cerca de um terço do turista estrangeiro. A diária é maior, pela força do câmbio mesmo”, aponta.

Mesmo deixando menos recursos, o titular da Setur destaca o viajante nacional ainda é a grande maioria dos visitantes que o Ceará recebe, somando cerca de 3,5 milhões por ano. Sobre a infraestrutura de transporte necessária para que o turismo ocorra, ele afirma que aos poucos os voos no Aeroporto de Fortaleza estão retornando, mas que o patamar atual continua muito aquém do registrado antes da pandemia. “Tínhamos em torno de 4 mil voos por mês. Hoje estamos só com 400, cerca de 10%. Ainda é muito lento”.

Entre os pequenos hotéis e pousadas, 60% ainda permanecem fechados, de acordo com Vera Lucia da Silva, presidente da Associação dos Meios de Hospedagem e Turismo (AMHT). Segundo ela, os estabelecimentos que estão abertos estão recebendo público apenas corporativo, deixando a ocupação em 25%. Ela lembra que em um mês de julho normal os leitos estariam lotados.

“Nos próximos 12 meses, a preferência será realmente por viagens dentro do Brasil. E temos conseguido passar uma segurança para nossos hóspedes. Muitos têm nos relatado que estamos mais criteriosos com os protocolos que em outros estados”, ressalta.

Programação

O presidente da Associação Brasileira de agências de Viagens no Ceará (Abav-CE), Murilo Santa Cruz, orienta que o melhor momento para programar as próximas férias é agora, em virtude dos preços baixos e promoções. “É possível confirmar passagens para Miami em março de 2021 por US$ 340, para a Europa por US$ 450. São valores bem baixos. Quando a biosegurança estiver garantida, seja com remédio eficaz ou vacina, a procura vai pressionar os preços a voltarem ao patamar de antes. Então, as melhores oportunidades estão agora”.

Nesta primeira semana de retorno dos atendimentos presenciais nas agências de Fortaleza, ele aponta que já há certa movimentação, mas que os pacotes procurados são para novembro e dezembro. “Estamos tendo procura por destinos nacionais e internacionais também. Ainda não conseguimos precisar muito, mas a expectativa é que tenhamos uma grande movimentação, até pela vontade de sair que o confinamento provocou”.

Fonte: Diário do Nordeste em 18.07.20

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Startups ganham força em meio à disrupção econômica

Startups ganham força em meio à disrupção econômica

Ceará conta com uma das maiores comunidades do Nordeste e o apoio de entidades como o Sebrae, o que pode ajudar na captação de investimentos
Com a proposta de buscar soluções para os variados desafios do mundo empresarial, as startups têm chamado cada vez mais a atenção de investidores, que vislumbram nas jovens empresas uma boa possibilidade de retorno, sem a necessidade de um aporte tão significativo. No Ceará, as comunidades têm crescido ao longo dos anos e, com o apoio de entidades como o Sebrae, tendem a ganhar ainda mais força no atual momento de disrupção e retomada da atividade econômica, onde a inovação deixou de ser opção e virou necessidade.

De acordo com dados da Associação Brasileira de Startups (ABStartups), em 2019, o Rapadura Valley, a comunidade de inovação do Ceará, localizada em Fortaleza, contava com 81 startups ativas, o que correspondia a 14,1% do número total do Nordeste. Dessas, 43,4% já estavam em fase de operação e 50% tinham como alvo o B2B (empresas), mercado forte em toda a região. “Sobre o faturamento das iniciativas, destaca-se que 22,86% destas faturaram, no último ano, entre R$ 50 mil e R$ 250 mil”, destaca o mapeamento da entidade.

Membro do Rapadura Valley, Mário Alves, que também é sócio e consultor da Indigital.lab, diz que, atualmente, a comunidade conta com mais de 70 startups cadastradas e mais de 200 empreendedores. Segundo ele, o Ceará certamente possui muito mais gente atuando no ecossistema da inovação, mas que ainda não foi identificada. “É difícil mapear com efetividade, pois a atividade é muito dinâmica, mas temos nos organizado ao longo dos últimos anos e buscado o contato com todas as pessoas ativas. Acredito que temos mais de mil”, opina.

Em 2019, o Rapadura Valley venceu a categoria comunidade revelação no Startup Awards, a maior premiação do ecossistema nacional, o que deu ainda mais destaque ao potencial da comunidade cearense. Para Mário, com o atual momento de incertezas e de preocupação com o futuro da economia, é natural que o meio empresarial busque aumentar o contato com ideias inovadoras e, consequentemente, os investimentos em iniciativas que possam trazer soluções.

“O grande diferencial das startups é a proximidade com o mundo digital, até porque é lá que elas nascem. O atual período ensinou às empresas o quanto é importante ter presença digital para obter vantagem competitiva, então creio que os grandes empresários vão querer estar mais próximos dessa mentalidade, o que deve gerar crescimento de alianças e de investimentos”, diz Mário Alves.

Dentre os segmentos de atuação das startups cearenses, o grande destaque é a área de educação (Edtech), com 15% das iniciativas mapeadas pela ABStartups. “Não é à toa que alguns cases de sucesso da comunidade são da área, entre eles temos a Agenda Edu e a Arco Educação – empresa que começou como uma startup e, atualmente, possui capital aberto na bolsa norte-americana Nasdaq e é avaliada em mais de US$ 2 bilhões”, diz o relatório da Associação.

Além de educação, outras áreas que se destacam entre as startups cearenses são: saúde e bem estar, com 10,6% de participação; varejo e atacado, também com 10,6%; e os segmentos de comunicação e marketing, big data (análise de dados) e direito, ambos com 6% de participação. “São formas de pensar diferente, que podem oferecer grandes ganhos às empresas. Ter esse conhecimento de processos e de ferramentas é essencial”, destaca Mário Alves.

Apoio para o desenvolvimento

Para auxiliar no amadurecimento de suas ideais, as startups cearenses contam com o importante apoio do Sebrae-CE, que, através de algumas iniciativas, tem ajudado a comunidade do Estado a crescer mais forte e capacitada. Uma dessas ações é o programa StartupCE, que realiza uma pré-aceleração de startups selecionadas e a capacitação de seus empreendedores para que posam colocar suas ideias de negócio inovadoras no mercado de forma rápida e consistente.

“O programa seleciona de 20 a 25 empresas e atua na parte de início da startup, através de oficinas, mentorias e rodas de conversa com outros empreendedores. Ao final, há uma apresentação oficial daquelas ideias ao ecossistema”, explica a analista do Sebrae-CE, Marilia Diniz. Segundo ela, já foram realizados três ciclos do StartupCE, com mais de 70 startups e 200 empreendedores participantes. Neste ano, o programa ainda não ocorreu por conta das limitações impostas pela pandemia, mas ajustes estão sendo feitos para o lançamento do próximo ciclo.

“Temos conseguido manter um grau de mortalidade bem abaixo da média. Das startups que passaram pelo programa, 50% continuaram com o mesmo projeto e se desenvolveram, enquanto que, nacionalmente, este índice costuma ser de apenas 20%. Mesmo quem desiste de determinada ideia acaba empreendendo em outros segmentos de uma forma mais capacitada”, destaca Marilia Diniz.

A analista também esclarece que, além do StartupCE, há vários programas nacionais que o Sebrae-CE apoia e executa. Um exemplo é o Capital Empreendedor, que ajuda no momento de buscar financiamento e acessar os investidores. “Tem também o InovAtiva, que é um programa de mentoria e aceleração nacional, em parceria com o Ministério da Economia, assim como o Nexos, que promove a conexão de startups com médias e grandes empresas, através de desafios. Outro exemplo é o Sebrae Conecta, que fornece consultoria e suporte às empresas que precisam, conectando-os com mentores e consultorias. Há uma ação bem ampla, local e nacionalmente”, comenta.

Ainda de acordo com a analista do Sebrae-CE, o que pode contar a favor das startups no atual cenário de retomada da economia é a agilidade, uma das características mais marcantes dessas iniciativas. “As startups mudam, agem e aprendem rápido. Elas ‘erram barato’, o que é fundamental num cenário onde é preciso gastar pouco e criar ações com rapidez”, opina Marilia. Para ela, esse modelo de atuação tem muito a oferecer à sociedade e a potenciais investidores. “Creio que elas podem se destacar muito neste momento de reajuste”, completa.

Desafios a superar

Mesmo em um cenário favorável, ainda há alguns desafios a serem superados para a criação de um ambiente efetivamente promissor às startups cearenses, explica Machidovel Trigueiro, professor da Universidade Federal do Ceará (UFC) e da Florida International University (FIU/USA). Segundo o acadêmico, que possui pesquisas em Stanford na área de Direito das startups e Inteligência Artificial, o Ceará possui “duas questões limitantes” que devem ser melhoradas.

“Temos a questão da infraestrutura, principalmente no que diz respeito ao acesso à internet para pessoas das regiões mais afastadas do Ceará. Se vencermos esta barreira, haverá uma revolução de oportunidades no Estado, pois estamos perdendo ideias inovadoras e jovens talentos por conta dessas limitações no Interior”, destaca o professor.

Ainda de acordo com Machidovel, outro problema é o crédito, que tem ficado mais escasso no atual período de crise. “Os bancos não estão liberando recursos com facilidade para essas empresas, o que dá ainda mais importância aos investidores privados”, conta.

Para o professor, ao conseguir superar esses desafios, as startups certamente poderão oferecer diferenciais às empresas em meio à economia do “novo normal”, onde muitos processos precisarão ser aperfeiçoados. “As empresas não têm mais como fugir do digital. Quem achar que vai continuar da mesma forma que antes, acabará fechando as portas. Não consigo enxergar uma grande empresa, hoje, sem tecnologia e, mais à frente, sem Inteligência Artificial”, pontua. Dentro deste contexto, diz, as startups podem auxiliar nessa evolução.

Oportunidades no Ceará

Sobre possíveis oportunidades para os empreendedores cearenses, Machidovel Trigueiro, que também é criador da startup Mememoria, que tem como objetivo eternizar digitalmente as memórias em vida, cita alguns setores ainda pouco explorados como opção para quem estiver disposto a apostar em uma ideia. “Um segmento que ainda vejo ser pouco trabalhado pelas startups é o de Turismo, que, inclusive, tem muita força no Ceará. Com o reaquecimento do setor após a pandemia, pode haver uma boa oportunidade de negócio surgindo”, opina.

“Ainda existe muito o que fazer no setor de educação, na agroindústria e na área de logística, que tem um espaço muito grande. Já na questão das fintechs, que são startups ligadas ao setor financeiro, não vejo muita opção para a comunidade cearense concorrer com a evolução que já há no Sul e Sudeste. É um segmento muito saturado e desenvolvido naquelas regiões”, diz Machidovel.

Por fim, o professor e empreendedor avisa que é preciso muita preparação e conhecimento para apostar as fichas numa startup. Conforme diz, “se é para abri-la amanhã, o ideal é que por trás disso haja meses de estudo preliminar”. Para ele, além de estudar profundamente o mercado, os empreendedores também devem buscar uma área que realmente consigam se identificar.

“Procure uma atividade que lhe dê prazer, não só porque pode dar dinheiro. O mercado não está para brincadeira, então é necessário a paixão por aquela atividade para fazê-la crescer. Ademais, é preciso ver como inserir a tecnologia naquela ideia. Não adianta abrir, hoje, um novo negócio sem tecnologia”, finaliza.

Fonte: Trends CE 22/07/2020

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Sebrae orienta donos de pequenos negócios que buscam crédito no mercado

Sebrae orienta donos de pequenos negócios que buscam crédito no mercado

Não é de hoje que a participação dos pequenos negócios no mercado de crédito não condiz com a sua grande importância na economia nacional, que atualmente correspondem a 29,5% do PIB e mais da metade dos postos de trabalhos formais no país. Em análise feita pelo Sebrae com dados disponibilizados pelo Banco Central desde 2012 até o 1º trimestre deste ano, observa-se que enquanto a concessão média de crédito para os pequenos negócios foi de cerca de 14,7%, para as médias e grandes empresas esse percentual é acima de 85%. Com o avanço da pandemia, os problemas estruturais que dificultam o acesso ao crédito por parte das micro e pequenas empresas ganharam mais visibilidade.

De acordo com o presidente do Sebrae, Carlos Melles, a natureza da falta de acesso ao crédito por parte dos pequenos negócios decorre de problemas informacionais no mercado de crédito relacionados às características do segmento. “Os pequenos negócios têm muita dificuldade de prestar informações corretas e de qualidade para o sistema financeiro. Poucos tem sistema contábil e gestão financeira organizada. Dependendo dos critérios exigidos pelo banco, quanto mais informações corretas e de qualidade os empreendedores possam fornecer às instituições financeiras, maior a probabilidade de conseguirem empréstimos”.

A 5ª edição da Pesquisa “O impacto da pandemia de coronavírus nos pequenos negócios”, realizada pelo Sebrae, em parceria com a FGV, entre os dias 25 de junho e 30 de junho, com a participação de 6.470 empresários, mostrou que o aumento na proporção de empresas que buscam empréstimo (de 39% para 46%) não tem acompanhado o ritmo de liberação de crédito, que continua lento, com aumento de 16% para 18%. O levantamento também que revelou que entre os principais motivos para a recusa dos bancos, está a negativação (19%); sendo o CPF com restrição a principal razão pela não obtenção de crédito entre os MEI e a negativação no CADIN/Serasa, no caso das microempresas e empresas de pequeno porte.

Para ajudar os donos de pequenos negócios que pensam em buscar crédito ou que não sabem o que considerar como importante na hora de procurar uma instituição financeira, o Sebrae preparou orientações importantes:

1. Atenção ao controle financeiro com informações detalhadas do seu negócio
O dono do pequeno negócio precisa estar livre de restrições para ter êxito na solicitação de crédito, pois essa é a principal condição para ter acesso ao crédito. A maioria dos bancos faz esse tipo de exigência. A depender da política de crédito de cada instituição, esses fatores são mais ou menos relevantes e intensificados. Por isso, é tão importante ter melhor controle e cuidados com sua gestão financeira. Ter conhecimento sobre o próprio negócio e sobre os números é fundamental, com um registro contábil detalhado. São todas informações úteis para a tomada de crédito e, muitas, vezes exigidas pelas instituições financeiras.

2. Pesquise em outras instituições financeiras, além dos grandes bancos. Se você já procurou algum banco para solicitar empréstimo, mas não deu certo, não se deixe levar pela negativa. A 5ª edição da pesquisa sobre impacto da pandemia nos pequenos negócios mostrou que outras instituições financeiras, como cooperativas de crédito e bancos regionais estão com maior nível de aprovação de empréstimos para as micro e pequenas empresas. Para te ajudar nesta tarefa, o Sebrae criou uma coletânea com mais de 170 linhas de crédito para pequenos negócios que foram lançadas durante a pandemia. Você pode acessar aqui. O documento apresenta as linhas de crédito disponíveis em bancos públicos federais, bancos privados com atuação nacional, bancos regionais e agências de fomento, cooperativas financeiras e fintechs.

3. Avalie se não há alternativas que podem suprir a sua necessidade de crédito
Antes de buscar o crédito, procure analisar a real necessidade da sua empresa e garantir meios para um futuro pagamento. Avalie se há medidas alternativas que podem ser tomadas e que não envolvem o crédito propriamente dito, como negociação com os fornecedores para conseguir mais prazo para pagamento, descontos e renegociações de custos fixos. No momento em que muitos negócios estão com dificuldades, uma possibilidade é negociar.

4. Procure o Sebrae para receber orientações sobre crédito assistido.
Se você concluir que realmente precisa do crédito neste momento, mas ainda não se sente seguro para procurar uma instituição financeira, saiba que o Sebrae oferece a possibilidade de crédito assistido, em que você recebe orientações, inclusive para utilizar esses recursos da melhor forma. Na Caixa Econômica, por exemplo, pesquisa apontou que os empresários encaminhados pelo Sebrae tiveram três vezes mais chance de obter um empréstimo no banco. Conheça mais sobre o crédito assistido do Sebrae acessando este link. 

No Portal Sebrae, os empresários também podem encontrar diversos materiais informativos sobre controle das finanças para enfrentar a pandemia. Clique aqui para conhecer um conteúdo específico sobre quais os principais pontos que os bancos analisam para aprovar o crédito.

Fonte: Sebrae-ce em 15/07/20

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Parcerias Público-Privadas são oportunidades para ampliar investimentos no Ceará

Parcerias Público-Privadas são oportunidades para ampliar investimentos no Ceará

Diante da crise econômica desencadeada pela pandemia da Covid-19, é natural que, por algum tempo, os grandes investimentos públicos fiquem restritos por questões orçamentárias. Neste cenário, as Parcerias Público-Privadas (PPPs) despontam como alternativa para garantir a continuidade do desenvolvimento regional, sem que haja desequilíbrio financeiro. No Ceará, este tipo de parceria tem ganhado espaço e tende a ser ainda mais estimulado pelo Governo, que trabalha em projetos viáveis e atrativos, sem abrir mão do interesse coletivo.

Atualmente, o Ceará conta com apenas uma PPP efetivamente contratada, que diz respeito aos serviços de atendimento ao cidadão Vapt Vupt, com três unidades em Fortaleza, uma em Juazeiro do Norte e outra na cidade de Sobral. Assinado em novembro de 2013, com o valor total de R$ 640,6 milhões, a parceria tem um prazo de concessão de 15 anos. Além disso, o Governo estuda uma nova PPP para a administração da Arena Castelão, tendo em vista que o contrato anterior, assinado em novembro de 2010 por R$ 518,6 milhões, e que virou referência nacional pelo bom andamento, venceu em dezembro de 2018.

A grande prioridade no momento, entretanto, é o projeto de implantação, operação e manutenção de uma planta de dessalinização de água marinha, que forneça água para consumo humano nas estruturas hidráulicas existentes da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). Conforme Ticiana Gentil, titular da Coordenadoria de Captação de Recursos e Alianças com o Público e o Privado (Cocap), da Secretaria do Planejamento e Gestão (Seplag), o projeto, que já teve seu edital lançado, está tendo um grande interesse por parte do setor privado.

“A Cagece (Companhia de Água e Esgoto do Ceará), dona do projeto, já recebeu mais de 170 questionamentos sobre esta PPP, o que nos deixa otimistas. A ideia é termos a maior planta de dessalinização da América Latina, com vazão mínima de um metro cúbico por segundo (1 m³/s) e capacidade de suprir as necessidades de 720 mil pessoas num primeiro momento”, destaca Ticiana.

Além da planta de dessalinização, o Governo do Estado também estuda, por meio de um convênio com a Caixa Econômica Federal, o projeto de PPP para a implantação do Aterro Sanitário do Cariri, que visa atender os municípios da região. “Antes de acontecer a pandemia, o Governo já trabalhava fortemente nessa interação com o setor privado, posto que essas parcerias geram desenvolvimento, empregos e arrecadação ao Ceará. Agora, com planejamento de longo prazo e ouvindo todas as secretarias, a tendência é de que esses projetos sejam ainda mais estimulados, sempre com transparência”, diz Ticiana.

Ainda de acordo com a titular da Cocap, o fato de o Ceará possuir uma responsabilidade fiscal elevada, sendo referência no Brasil, oferece ainda mais atratividade às empresas privadas interessadas em PPPs. Ela lembra, ainda, que o Estado também conta com uma Lei de Garantias desde 2014, o que passa mais segurança financeira às possíveis parcerias; um grupo técnico focado exclusivamente em PPPs; e um Tribunal de Contas Estado (TCE) que analisa a viabilidade dos projetos, reduzindo os riscos de os mesmos serem interrompidos.

Benefício mútuo

Para Eugênio Vieira, advogado na área de infraestrutura, o grande diferencial de uma PPP é o fato de ela oferecer, efetivamente, benefícios tanto ao poder público, como também para os entes privados que fazem parte da parceria. “No caso do poder público, ele poderá fazer os investimentos necessários, mesmo com recursos mais escassos no atual momento, podendo diferir o pagamento no longo prazo. Além disso, há a vantagem de ter, através do particular, um acréscimo de know-how para conduzir a atividade com maior eficiência”, opina.

Pelo lado do setor privado, Eugênio destaca que, em um cenário de incertezas como o atual, o fato de uma empresa ter a garantia de recebimento numa PPP, trabalhando num modelo onde já estima o seu retorno de capital, traz importante segurança financeira diante da instabilidade econômica vivida pelo País. “São investimentos vultuosos, que oferecem uma segurança considerável. Além disso, a taxa de retorno é competitiva, na comparação com investimentos em títulos públicos, por exemplo”, comenta. Sobre os setores com maior potencial de atrair PPPs no Ceará, o advogado aposta suas fichas em quatro segmentos.

“Eu vejo a área de saneamento básico, com a aprovação do novo marco regulatório, com enorme potencial a ser explorado via PPPs. Além disso, o setor de energias renováveis, considerando que o poder público é um dos principais consumidores de energia, tem tudo para ganhar força e ser mais flexibilizado. Também vejo possíveis parcerias em projetos que possam ser relevantes para o turismo do Estado e no sistema penitenciário, onde é possível vincular melhorias nas unidades à administração privada”, pontua Eugênio Vieira.

O advogado cita, ainda, alguns equipamentos do Ceará, a exemplo da Centrais de Abastecimento do Ceará (Ceasa), como possibilidade de fazer parte de uma PPP para maximizar sua eficiência. Ademais, projetos estruturantes, como a melhoria de rodovias por todo o Estado, também são mencionados por Vieira.

O que diz a lei

No Brasil, as PPPs são reguladas pela Lei Federal 11.079/2004, que oferece as diretrizes para que cada Unidade da Federação crie sua própria legislação. No Ceará, a modalidade de contratação foi editada antes mesmo da lei federal, mas acabou adaptada em 2009, com a Lei 14.391, que trata das PPPs no Estado. O primeiro contrato assinado pelo Estado ocorreu em 2010, para a reforma do estádio Castelão, escolhido para receber jogos da Copa do Mundo da Fifa.

De forma resumida, a Parceria Público-Privada pode ocorrer por meio de duas modalidades: concessão patrocinada ou administrativa. No primeiro caso, o contrato envolve a concessão de serviços públicos ou de serviços e obras públicas, com a cobrança de tarifa aos usuários, que funciona como um complemento à contraprestação mensal paga pelo parceiro público ao privado.

Já na concessão administrativa, não há a cobrança de tarifas ao usuário, uma vez que as contraprestações mensais são realizadas exclusivamente pelo parceiro público ao privado, a partir do início da operação dos serviços. Este tipo de concessão, o mais comum no Brasil, ocorre quando o projeto, mesmo sendo de interesse público, não é rentável ou competitivo para o setor privado.

“A lei também estabelece que o parceiro privado atinja determinados níveis de qualidade e de atendimento do serviço. Há índices que o poder público vincula ao pagamento das contraprestações. Se a empresa não atingir a qualidade e eficiência determinadas no edital, ele pode receber menos recursos do Governo ou até mesmo perder aquela concessão”, explica o advogado Eugênio Vieira.

Desafios para prosperar

Consultor referência nacional em projetos de PPPs, o engenheiro civil André Barbosa, presidente da Oficina Brasileira de Projetos de Infraestrutura Social e Econômica (OBPI), destaca que a eficiência é o grande ponto a ser observado em uma Parceria Público-Privada, ainda mais num cenário de escassez financeira. “O Governo não terá recursos novos para aplicar, então o ideal é destinar as despesas já existentes a projetos que tragam mais eficiência naquela área. Isso é o que justifica uma PPP por parte do poder público”, comenta.

Como forma de conseguir captar bons investimentos através de PPPs, André também menciona que um dos desafios do poder público é criar um ambiente institucional de atração e de boa recepção para com a iniciativa privada, demonstrando que há o interesse e a boa vontade em fazer as parcerias acontecerem.

“Neste aspecto, creio que o Ceará é atrativo, pois tem um histórico positivo com as empresas que o procuram. Há, portanto, uma ambiência positiva no Estado, que também é financeiramente bem administrado. Isso não quer dizer que não há desafios a serem superados, como a severa restrição fiscal e a burocracia presente em praticamente todos os estados brasileiros”, comenta André Barbosa.

Outro ponto destacado por André é que os projetos de PPPs devem ser bem assessorados para evitar a perda de tempo e de recursos em ideias que não sejam efetivamente viáveis. Segundo ele, é preciso deixar de lado o “excesso de otimismo” e focar em questões técnicas para que as parcerias possam prosperar.

“A chave do sucesso é a gente procurar ao máximo a viabilidade daquele projeto, fazendo uma análise minuciosa dos riscos e das especificidades do possível contrato. É preciso ter a certeza de que aquela configuração é realmente factível, pois não há mais tempo ou recursos para se investir em hipóteses”, finaliza.

Fonte: TrendsCe em 17.07.2020

Setor produtivo espera 100% de adesão ao Compre do Ceará

Setor produtivo espera 100% de adesão ao Compre do Ceará

Expectativa do presidente da Fiec é que projeto perdure no mercado local

A campanha Compre do Ceará deverá durar pelo menos seis meses a partir do lançamento, impulsionando a circulação de mercadorias locais. Mas para o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Ceará, Ricardo Cavalcante, a expectativa é que essa iniciativa possa se consolidar no Estado e que tem apoio de todas as empresas da cadeia produtiva cearense.

A perspectiva foi apresentada ontem à tarde, na sede da Fiec, durante o evento de lançamento da segunda fase do projeto, que deverá contar com peças de divulgação para a população e de incentivo de participação para os negócios.

Ricardo Cavalcante ainda disse que a campanha tem o objetivo de dar mais suporte aos pequenos empresários ou às pessoas que estão entrando agora no mercado, buscando alguma oportunidade durante a crise gerada pela pandemia do novo coronavírus. Ele afirmou esperar que o Compre do Ceará possa gerar uma marca positiva no mercado.

“Esse projeto, eu espero que se torne algo que fique marcado, como dizem as nossas personalidades. E é importante que esse projeto beneficie o pequeno empresário, aquele que tem só um funcionário, mas que pode acabar contratando mais um no segundo mês. A gente tem de fomentar a evolução desses pequenos empresários, porque são eles que estão se lançando no mercado nesse momento de dificuldade”, disse.

Adesão

Já o presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Ceará (Fecomércio-CE), Maurício Filizola, afirmou que a expectativa do setor produtivo é a adesão de todas as empresas locais à campanha. Com foco nas ferramentas de comunicação, o projeto espera gerar mais engajamento com o tempo, fazendo com que mais empresas possam aderir ao passo que mais pessoas consumam os produtos cearenses. Filizola disse que os sindicatos empresariais também terão papel fundamental no processo.

“A comunicação chegará às empresas pelos sindicatos e também pela imprensa. Além disso, teremos o site com várias peças que os empresários possam marcar seus produtos ou empresas com um selo cearense e aí, sim, a população, vendo isso possa aderir”, destacou o presidente da Fecomércio.

Fonte: Diário do Nordeste em 17/07/20

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Edição 2020 do Ceará Global debate negócios internacionais, atração de investimentos estrangeiros e cooperação internacional

Edição 2020 do Ceará Global debate negócios internacionais, atração de investimentos estrangeiros e cooperação internacional

O evento deste ano acontece em formato especial, pela internet. Nos dias 25, 26 e 27 de agosto os participantes terão diferentes canais temáticos para acompanhar a programação que se desenvolverá sobre um mapa virtual da Região Metropolitana de Fortaleza e dos prédios e locais mais importantes para os negócios internacionais do Ceará

O Ceará tem investido nas últimas décadas para garantir uma posição de destaque no processo de desenvolvimento econômico regional e nacional. Diferenciais como a localização estratégica, educação pública, equilíbrio fiscal, os investimentos em infraestrutura, e as recentes conquistas dos hubs (portuário, aéreo e tecnológico) têm ajudado a desenvolver o estado, através da abertura de novos negócios e da geração de mais empregos.

Atento a esta realidade, o Ceará Global, principal evento voltado para a internacionalização da economia do Ceará, chega à quarta edição entre os dias 25, 26 e 27 de agosto, com o tema: O Futuro em 360º. Este ano, o evento ganha edição especial e, pela primeira vez, ocorre de forma online, por meio de plataformas de streaming. Por meio de transmissões virtuais, os participantes terão acesso a palestras, cases e workshops sobre os principais temas que envolvem o comércio exterior e o investimento estrangeiro no estado.

A Presidente da Câmara Setorial de Comércio Exterior da ADECE e coordenadora do Núcleo de Práticas em Comércio Exterior (Nupex) da Unifor, Mônica Luz, explica que o Ceará Global surgiu para dar visibilidade aos esforços do estado na elaboração de sua política de internacionalização. “O Ceará conta com uma localização geográfica estratégica e uma excelente infraestrutura portuária e aeroportuária, além de uma rede de fibra ótica que conecta o Brasil ao mundo, e toda essa ambiência traz otimismo e novas perspectivas econômicas”, reforça.

Diferencial
Este ano, o evento será totalmente online, possibilitando uma imersão total através de uma plataforma integrada, levando novidades e experiências para mostrar as conexões que existem entre o Ceará e o mundo. A expectativa dos organizadores é alcançar uma audiência superior a 10 mil participantes durante toda a programação. Segundo Rômulo Soares, um dos idealizadores do movimento Ceará Global em 2016, “a edição deste ano faz referência à necessidade de olharmos em 360º antes de escolher caminhos. Além disso, a idéia de levar o mapa da Região Metropolitana de Fortaleza para o mundo virtual será uma forma de mostrar como a cidade se tornou uma das mais importantes metrópoles de influência regional do Nordeste”.

Ao longo dos três dias de evento online, serão mais de 19 horas de programação com palestrantes e conteúdos para empreendedores que atuam em negócios e cooperação internacional. Os participantes contarão, ainda, com diversas experiências em realidade virtual que mostrarão por dentro como operam os ambientes ligados à internacionalização da economia.

Mônica enfatiza como o público irá vivenciar uma agenda imersiva ligada aos negócios internacionais. “Recriamos na internet um mapa interativo com as principais entidades que atuam em negócios internacionais no Estado do Ceará. O evento acontecerá virtualmente dentro de cada uma delas e dividimos, em cada um desses prédios, a programação do evento pelo perfil dos participantes e seus interesses”, aponta. Outro destaque será a realização de um Hackaton, evento que acontecerá nos mesmos três dias com o objetivo de reunir pessoas de negócios, desenvolvimento e designers para apresentar soluções inovadoras para a internacionalização de pequenos e médios negócios.

O Ceará Global é uma iniciativa articulada pela Câmara Setorial de Comércio Exterior e Investimento Estrangeiro (CS COMEX & IE), com a co-realização do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Estado do Ceará (SEBRAE/CE), Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC), Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Ceará (FECOMÉRCIO/CE), Câmara Brasil Portugal, Universidade de Fortaleza (UNIFOR), organização da Prática Eventos e Muvon e tem o Jornal O Povo como media partner.

SERVIÇO:
Ceará Global 2020: o futuro 360º
Dias 25, 26 e 27 de agosto de 2020
INSCRIÇÕES: https://bit.ly/cearaglobal2020

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Balança comercial mostra a construção de um novo Ceará

Balança comercial mostra a construção de um novo Ceará

Os números das transações internacionais do Ceará no primeiro semestre de 2020 disponibilizados pelo Ministério da Economia trazem detalhes importantes, para além da esperada redução das transações internacionais durante o período da COVID-19.

Como escrevi em outra ocasião, as crises são oportunidades para se sair da zona de conforto e se perceber que setores que até há poucos anos não tinham expressão na nossa pauta de transações internacionais, estão sendo revelados.

Em resumo, neste primeiro semestre, as exportações cearenses retraíram 15%, as importações cresceram 9.9% e, somadas, geraram um déficit de US$ 255 milhões. Essa realidade nos faz retornar aos números de 2017, quando o Ceará exportou cerca de US$ 965 milhões e importou US$ 1,11 bilhões.

Para deixar bem claro que esse resultado precisa ser contextualizado, é bom lembrar que há 7 anos atrás precisávamos de um ano inteiro para alcançar esses mesmos números que produzimos em seis meses. A evolução é expressiva!

Mas há algumas mudanças que precisam ser salientadas. Por exemplo, as fatias detidas pelos principais parceiros comerciais do Ceará mudaram um pouco este ano em comparação aos anos anteriores. Os EUA continuam sendo responsáveis por cerca de 1/3 das trocas internacionais cearenses. Mas a China, que representava 10% no ano passado, saltou para 16%, aumentando a sua participação na fatia do bolo, permanecendo o segundo principal parceiro comercial do estado.

Por sua vez, olhando apenas as exportações, alguns detalhes a serem observados: em comparação ao mesmo período do ano passado, o Ceará reduziu suas vendas para os EUA (-27%), México (-53%), Holanda (-12%) e Coreia do Sul (-31%). Contudo, as vendas externas cresceram para China (397%), Canadá (262%) e, para a Turquia e a Bélgica, superaram um crescimento de mais de 1.000% cada.

Definitivamente, os produtos semiacabados de ferro ou aço são a principal fonte de divisas externas. Em menos de 4 anos a Companhia Siderúrgica do Pecém tornou o Ceará o segundo maior exportador brasileiro desse item da pauta de exportação, deixando no estado atrás apenas do Rio de Janeiro.

Sozinha, essa indústria, que ocupa a 13ª posição das exportações totais do Brasil, é a 1ª do Ceará e equivale a 54% de tudo o que o estado vende para o exterior. Em outras palavras, a cada US$ 100,00 que o Brasil recebe com a venda desses produtos, US$ 29,00 vão para o Complexo do Pecém, em São Gonçalo do Amarante ou, com outras palavras também oportunas, quase 30% das exportações brasileiras desse produto saem da Zona de Processamento de Exportações do Ceará. Não é à toa que a ZPE cearense é o exemplo mais bem sucedido dessa plataforma, em território brasileiro. Nesse contexto, é importante relembrar também que a planta siderúrgica foi concebida originalmente para permitir a duplicação da sua capacidade produtiva.

Além da siderurgia, as indústrias de calçados, de geradores elétricos giratórios e frutas completam o paretos cearense. Juntas, representam quase 80% do que o Ceará vende. Destas, um destaque positivo para as frutas frescas que foi o único produto representativo da pauta exportadora que cresceu em relação ao mesmo período de 2019: exatos 10,6%.

Dentre os demais produtos exportados, uma menção aos minérios vendidos pelo Ceará. O estado quase triplicou os embarques de outros minérios e concentrados dos metais de base.

A importação, por sua vez, foi dominada no primeiro semestre por combustíveis e trigo, descarregados no Porto do Mucuripe e carvão, descarregado no Porto do Pecém e que é a matéria prima destinada a abastecer o processo produtivo da Siderúrgica, mas também das termoelétricas localizadas naquele complexo e que, juntas, têm um papel relevante no abastecimento de energia na região nordeste. Os três produtos representam cerca de 37% de tudo o que o estado importa.

Uma visão geral na lista de produtos que compõem as exportações e importações cearenses, revela que a pauta importadora do Ceará é bem mais diversificada que a sua pauta exportadora e possui uma menor concentração de atores. Talvez por isso, não sofreu tanto como as exportações sofreram.

Finalmente, um destaque para as oportunidades que existem na formação de novos clusters no Ceará. O primeiro, ligados às energias renováveis, em face do parque existente e potencial eólico e solar na área de abrangência da cidade de Fortaleza, que é considerada pelo IBGE como metrópole de influência regional. A essa região metropolitana estão conectados parte dos estados do Rio Grande Norte, Piauí e Maranhão e uma população de cerca de 21 milhões de pessoas.

Além da indústria relacionado às energias renováveis, destaco ainda a pesca e a fruticultura. Juntos, considero que são importantes indústrias desse novo Ceará.

*Advogado, vice-presidente da Federação de Câmaras de Comércio Exterior e Ex-Presidente do Conselho de Relações Internacionais da FIEC e do Conselho Setorial de Comercio Exterior e Investimento Estrangeiro da ADECE/Ceará e 3 vice-presidente de relações institucionais da CBPCE

Fonte: TrendsCE em 14.07.20

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