Ceará tem formalização de novas empresas mais rápida

Ceará tem formalização de novas empresas mais rápida

O tempo médio para formalização de novas empresas no Ceará, agora, é de três dias. Desde março deste ano o processo ficou entre os mais rápidos do Brasil. De acordo a Junta Comercial do Ceará (Jucec), autarquia vinculada à Secretaria do Desenvolvimento Econômico e Trabalho (Sedet), reduziu, o Estado está na segunda posição entre os participantes do ranking elaborado pelo Projeto Empreendedor Digital, uma parceria entre Sebrae Nacional e juntas comerciais para simplificar o registro empresarial.

Conforme aponta a classificação, o processo de abertura de empreendimentos leva 12 horas para a constituição automática na Jucec, dois dias para inscrição estadual emitida pela Secretaria da Fazenda do Ceará (Sefaz-CE) e sete minutos para a obtenção da inscrição municipal da Sefin.

Para a presidente da Jucec, Carolina Monteiro, “a redução do tempo de formalização é resultado de parcerias para implantação da Redesim no Estado, além do trabalho realizado pelo Projeto Empreendedor Digital que tem conseguido automatizar e, com isso, tornar mais ágil o processo de abertura de empresas”. A Junta Comercial é a executora de toda a parte tecnológica e de inovação do Projeto e, segundo Carolina, “a Empresa de Tecnologia e Informação do Ceará (Etice) será o hub tecnológico de todo registro mercantil no Brasil”, considerando que o projeto realizado nas dez juntas comerciais será, posteriormente, expandido para todo o País.

O desempenho obtido pela Jucec é resultado da implementação do registro automático na Autarquia e à melhoria do sistema de liberação de inscrição estadual da Sefaz-CE, um dos requisitos necessários para o início das atividades da nova empresa. Em agosto do ano passado, a Sefaz passou a integrar completamente à Rede Nacional para a Simplificação do Registro e da Legalização de Empresas e Negócios (Redesim). Para isso, precisou virtualizar o processo para o ingresso dos empreendedores no Cadastro Geral da Fazenda (CGF).

Fonte: Jornal O Estado do Ceará em 11.05.20

Turismo precisa de R$ 50 mi para se recuperar da pandemia no CE

Turismo precisa de R$ 50 mi para se recuperar da pandemia no CE

Demanda foi apresentada por empresas cearenses a bancos

Um dos setores mais prejudicados pela pandemia do novo coronavírus, o segmento de turismo e evento no Ceará demanda pelo menos R$ 50 milhões em crédito para, pelo menos, amenizar os efeitos da crise.

A necessidade foi apresentada, ontem (12), durante encontro virtual promovido pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) entre 300 empresas representantes do Banco do Nordeste (BNB) e da Caixa.

O gestor de Acesso ao Crédito para os Pequenos Negócios do Sebrae Ceará, Sílvio Moreira, aponta que, através do acompanhamento da instituição a entidades representativas do setor, o próprio segmento solicitou um contato mais próximo com os bancos.

“A gente vem mantendo um alinhamento com as entidades representativas do turismo. Nós conversamos e apresentamos as principais opções de crédito. No último alinhamento, eles mesmos disseram que queriam se aproximar do BNB e da Caixa porque eles têm melhores condições. Então, criamos esse encontro virtual de crédito, para apresentar as linhas e intermediar o contato”, afirma.

Segundo ele, na inscrição, os empresários informaram dados e valores que pretendem solicitar. As informações serão repassadas aos bancos para formulação de propostas. “As linhas têm condições e algumas restrições, mas são as melhores disponíveis no mercado apontadas pelo próprio setor”, ressalta Moreira.

Opções de crédito
No caso da Caixa, o gestor do Sebrae aponta que a principal vantagem é a não apresentação de garantias. “É uma parceria da Caixa com o Sebrae. A própria instituição entra como avalista, não sendo preciso apresentar garantia real, como carro, imóvel. Já a principal condição é que os sócios da empresa e o negócio não possuam restrições, ou seja, não estejam negativados”.

No caso do BNB, a linha de crédito apresentada foi o FNE Emergencial, criada após o início da chegada da pandemia ao País. Moreira aponta que o diferencial dessa opção são os baixos juros, de apenas 2,5% ao ano, uma das mais baixas tarifa, segundo Moreira.

O turista vai voltar

O turista vai voltar

Acho que todo mundo já ouviu alguém falar, pelo menos uma vez, que dessa vida só levamos as nossas experiências. Quando morremos, de nada adianta ter aquele carro ou aquela roupa caríssima. Experimentamos um pouco disso nesses dias de quarentena. Carros parados na garagem, roupas e joias guardadas no armário, e nós em casa, esperando que tudo passe.

Por que falo de uma máxima tão conhecida e quase clichê? Porque é aí que o turismo entra. Em dias como esses, de confinamento, lembramos das nossas viagens e tentamos, na medida do possível, planejar a próxima. Conhecer lugares novos, comer bem, estar ao ar livre, viver. Acumular experiências, ampliar nossa visão do mundo.

Hoje, estamos todos preocupados com o futuro. É mesmo difícil fazer previsões. Mas acredito que assim como o setor está ansioso para voltar a funcionar, as pessoas estão ansiosas para voltar a viver. E a viver de uma forma diferente, dando ainda mais valor às experiências do que aos bens materiais. E acredito que é aí que começaremos nossa retomada.

Conforme a Organização Mundial do Turismo, no documento Recommendations for Action, o setor de turismo está entre os mais afetados nessa crise causada pela pandemia da Covid-19, com milhões de empregos em risco. Mas também é um dos que mais tem condições de impulsionar a recuperação da economia global. O documento reforça também que o turismo gera oportunidades de desenvolvimento e permite uma coesão dentro das nações. Por isso é importante que o seja apoiado não somente agora nesse tempo de crise, mas também durante o processo de recuperação.

Por essa razão, precisamos primeiro lutar, juntos, contra esse vírus. Uma vez livre do vírus, o Ceará pode voltar a ser promovido com força total pelo Brasil e pelo mundo. O turista vai voltar. Enquanto isso não acontece, trabalhamos para dar apoio ao setor com diversas ações já anunciadas pelo Governo do Ceará. Por enquanto, pensar com calma e agir com cautela é a melhor opção. Buscar a melhor linha de crédito que se adequa a sua realidade e tentar se manter para voltar à ativa com toda a força.

O turismo do Ceará é forte. Assim como os cearenses. Juntos vamos conseguir retomar nossas atividades e voltar a ser o destino que mais cresce no Brasil.

Por Arialdo Pinho, Secretário do Turismo do Ceará

Fonte: Revista Vemtambém em 04.05.20

Setor de eventos em compasso de espera

Setor de eventos em compasso de espera

Responsável por cerca de 14,4 mil empregos diretos e indiretos no Ceará, o setor de eventos deve ser um dos mais afetados pela pandemia.

“Provavelmente seremos um dos últimos setores a retomar as atividades. Nossa expectativa é encaixar os eventos adiados para o segundo semestre, mas talvez não seja possível remanejar tudo, porque não sabemos até quando essa crise irá durar”, afirma Enid Câmara, presidente da Abeoc-CE. Levantamento da entidade estima impacto de até R$ 188 milhões só no Ceará.

Fonte: O Otimista em 04.05.20

Hotéis no Ceará planejam abertura a partir de julho, informa ABIH-CE

Hotéis no Ceará planejam abertura a partir de julho, informa ABIH-CE

A decisão, entretanto, está vinculada aos números da pandemia no Estado, divulgados pelas autoridades locais de saúde. Mas a expectativa é que agosto seja o mês da retomada

A maior parte da rede hoteleira local e até mesmo internacional espera começar a receber hóspedes a partir de 1º de julho, apesar de alguns hotéis já estarem abertos antes dessa data. É o que afirma a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Ceará (ABIH-CE), que congrega 58 associados.

De acordo com a vice-presidente da associação, Ivana Bezerra, o setor espera ter um incremento somente a partir de agosto, sendo que as vendas online de alguns hotéis terão início já no próximo mês, objetivando os meses de julho e agosto. Ela informa ainda que a cautela para o início da venda de pacotes deve-se ao medo de que o quadro da pandemia de covid-19 se agrave e os hotéis se vejam novamente às voltas com cancelamentos e restituição dos valores pagos. “Não adianta vender antes e as coisas piorarem”, diz.

Ivana diz ser difícil definir, com precisão, a data para a retomada das atividades em todo o Estado. “O que posso dizer é que a grande maioria dos hotéis pretende retomar entre julho e agosto, mas as administrações mudam esses prazos constantemente, à medida que os números locais da pandemia são divulgados. A retomada tem que ser com muita cautela para que se volte bem”, diz.

O Hotel Dom Pedro Laguna, em Aquiraz, pertencente ao grupo português Dom Pedro, fez uma aposta alta e retomou suas atividades, mesmo estando o Estado do Ceará sob decreto de isolamento social. A decisão partiu de sua matriz lusitana. Ivana Bezerra informa que até agora a ABIH não recebeu declaração de nenhuma outra rede hoteleira local disposta a retomar as atividades.

O secretário de Turismo de Fortaleza, Alexandre Pereira, diz que os hotéis não estão proibidos pelo decreto de abrir. “Eles fecharam porque não há hóspedes”, afirma. Segundo Pereira, se eles seguirem os protocolos de segurança, determinados pelas autoridades municipais e estaduais de saúde, ele não vê problema na retomada das atividades hoteleiras. “É uma decisão estratégica das redes abrirem ou não. Em alguns locais do Brasil, alguns hotéis estão recebendo o pessoal da saúde. Não vejo problema. A própria ABIH disponibilizou leitos caso o Estado precisasse para isolamento”, lembra.

Fonte: O Otimista em 05.05.20

Força da língua portuguesa é feita do gênio de todos os povos lusófonos – Portugal

Força da língua portuguesa é feita do gênio de todos os povos lusófonos – Portugal

O Presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, declarou neste 5 de Maio que a “força comum” da língua portuguesa é feita do gênio de todos os povos lusófonos e de ser uma língua de “futuro, viva e diversa”.

Numa mensagem, a propósito do Dia Mundial da Língua Portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa sustentou que a força da “nossa língua comum” é feita do “gênio de angolanos, brasileiros, cabo-verdianos, guineenses, moçambicanos, são-tomenses e portugueses, falando há séculos em casa e nas diásporas”.

O chefe de Estado português evocou, neste contexto, grandes nomes das letras da lusofonia, de Camões (Portugal) a Craveirinha (Moçambique), de Jorge Amado (Brasil) a Helder Proença (Guiné-Bissau), de Pepetela (Angola) a Germano Almeida (Cabo Verde), de Fernando Silvan (Timor-Leste) a Alda Espírito Santo (São Tomé e Príncipe).

Marcelo Rebelo de Sousa foi uma das personalidades lusófonas que participou na cerimônia ‘online’ que nesta terça-feira assinalou o primeiro Dia Mundial da Língua Portuguesa, juntando mais de duas dezenas de personalidades lusófonas da política, letras, música ou desporto.

A Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) oficializou a data no ano passado, mas desde 2009, que era comemorado, a 05 de maio, o Dia da Língua e da Cultura Portuguesa, instituído pela CPLP – Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.

O chefe de Estado português sublinhou também o potencial de futuro da língua portuguesa, bem como a sua diversidade e dispersão geográfica.

“O gênio de ser uma língua de futuro, viva, diversa na unidade, que muda no tempo e no espaço, continuando a ser a mesma no essencial”, disse.

Na mensagem, Marcelo Rebelo de Sousa enviou ainda “um abraço muito forte” e “em português” a todos os lusófonos num tempo em que é preciso união “perante um vírus, um inimigo comum”, numa alusão à pandemia da covid-19.

A Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) declarou, em novembro do ano passado, 05 de maio como Dia Mundial da Língua Portuguesa, mediante proposta de todos os países lusófonos apoiada por mais 24 Estados, incluindo países como a Argentina, Chile, Geórgia, Luxemburgo ou Uruguai.

Reconhecimento
O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, considerou a proclamação pela UNESCO do Dia Mundial da Língua Portuguesa “um justo reconhecimento” da relevância global do idioma.

“A proclamação do 05 de maio como Dia Mundial da Língua Portuguesa é o justo reconhecimento da sua relevância global” disse António Guterres, numa mensagem alusiva à data.

O secretário-geral das Nações Unidas destacou a diversidade e multiculturalidade da língua portuguesa, considerando que esta se enriquece “no dia-a-dia de vários povos de todos os continentes”.

“Assumindo um papel fundamental na mobilização do conhecimento, com uma presença cada vez mais visível em diversas facetas culturais, adicionando valor nas dinâmicas globais da economia, da ciência e das parcerias internacionais, o português é efetivamente uma língua de comunicação global”, disse.

Recordando que, enquanto primeiro-ministro de Portugal, foi um dos fundadores da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), António Guterres considerou que a “comunidade que se tem aprofundado e fortalecido”, congregando um número cada vez maior de observadores associados.

“A CPLP é também a comunidade das pontes de língua portuguesa. Estou seguro que estas pontes continuaram a ser moldadas nos […] valores do multilateralismo efetivo e que o futuro da língua portuguesa continuará a ser moldado pela diversidade de todas as suas vozes”, disse.

Futuro
O primeiro-ministro de Portugal considerou o português uma “língua para o futuro” e um “instrumento privilegiado” para a globalização, numa mensagem alusiva ao dia.

“Fruto dos descobrimentos, mestiçou-se com outras línguas do mundo, mas é também uma língua para o futuro servindo de instrumento privilegiado para a globalização dos nossos dias”, disse António Costa, notando que é a quarta língua mais falada no mundo.

Citando estimativas de que apontam para que o português atinja 380 milhões de falantes em 2050 e no final do século quase 500 milhões, António Costa destacou o potencial de um idioma hoje falado por mais de 260 milhões de pessoas e língua oficial ou de trabalho de 32 organizações internacionais.

“O potencial econômico é vasto, assume-se como um fator de competitividade, quer como língua de cultura e conhecimento, quer como língua de política e de negócios, quer ainda como importante veículo na internet e nas redes sociais”, destacou.

Para António Costa, “a dispersão geográfica da lusofonia, a diversidade cultural dos seus povos e a complementaridade das suas economias constitui uma força” num espaço onde a língua portuguesa “serve de ponte entre continentes”.

“A língua portuguesa é hoje a pátria de muitas pátrias porque é em português que se entendem e cooperam os países que a tem como idioma oficial”, disse.

A língua é oficial em nove países-membros da CPLP (Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste) e Macau, bem como língua de trabalho ou oficial de um conjunto de organizações internacionais como a União Europeia, União Africana ou o Mercosul.

Fonte: Mundo Lusíada em 05.05.20

Governo oficializa concessão de cais pesqueiro do Mucuripe

O Ministério da Infraestrutura assinou o contrato do segundo ativo da pasta repassado à iniciativa privada em 2020. Com previsão de R$ 10 milhões de investimento, a concessão do cais pesqueiro do Porto de Fortaleza (CE) foi efetivada para a Compex Indústria e Comércio de Pesca e Exportação, que venceu o pregão eletrônico aberto em março. Por ano, a expectativa é de que cerca de 800 toneladas dos produtos pescados no cais sejam exportadas pela empresa.

Com os investimentos previstos, o governo espera que uma indústria pesqueira se desenvolva no local. Atualmente, a região do cais está desativada e apenas traz custos para a Companhia Docas do Ceará (CDC), aponta o gerente comercial da Compex, Leonardo Marinho. “Essa área, apesar de estar numa localidade nobre, estava desativada há cerca de 20 anos, ociosa. Então é uma oportunidade não só para a gente, mas para tornar área lucrativa para a companhia”, disse Marinho. Para usar o cais, a empresa pagará uma outorga de R$ 3,4 milhões durante os 20 anos de contrato.

A previsão é de que as obras sejam iniciadas no segundo semestre deste ano, por volta de julho e agosto, e as operações em março de 2021. Marinho espera que as orientações de isolamento em razão da pandemia do novo coronavírus já estejam resolvidas quando a empresa começar as atividades de reforma. Câmaras de frigorífico e locais de armazenagem e processamento de peixes e lagostas que vão para exportação devem ser construídos no cais. A expectativa do governo é de que 300 empregos sejam gerados com a concessão.

Os produtos vão para cerca de dez países, com destaque para os Estados Unidos, Austrália e nações da Ásia. Segundo o gerente comercial da Compex, a empresa prevê assistir a um aumento de 15% no faturamento a partir do uso do cais. Ele destacou que a localização nobre irá facilitar a aquisição de matéria de boa qualidade. “Vamos ter produto de melhor qualidade para vender”, disse.

“Este é o primeiro leilão que fazemos para este tipo de empreendimento e um bom indicativo da atratividade de nossa carteira para o pós-crise”, afirmou o ministro da Infraestrutura Tarcísio de Freitas. O contrato de concessão foi assinado por meio da Companhia Docas do Ceará, que é ligada à pasta.

Segundo em 2020

O primeiro ativo concedido à iniciativa privada em 2020 dentro do programa de concessões da pasta foi a BR-101/SC. A rodovia foi arrematada em fevereiro pela CCR. Para este ano, 40 ativos sob supervisão do Ministério da Infraestrutura estão programados para ir a leilão, além de quatro renovações antecipadas de ferrovias.

Fonte: Diário do Nordeste em 21.04.2020

Caixa e Sebrae oferecem R$ 7,5 bi em linhas de crédito para micro e pequenas empresas

A Caixa e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) anunciaram nesta segunda-feira parceria para facilitar o acesso de microempreendedores individuais (MEI), micro e pequenas empresas ao crédito durante a pandemia de coronavírus. A expectativa é injetar R$ 7,5 bilhões em linhas de crédito facilitado ao setor, segundo o presidente da Caixa, Pedro Guimarães.

A parceria utiliza linhas disponibilizadas pela Caixa e garantias complementares serão concedidas pelo Sebrae por meio do Fundo de Aval às Micro e Pequenas Empresas (Fampe).

Em nota enviada à imprensa, o vice-presidente de Varejo do banco, Celso Leonardo Barbosa, diz que os empresários contarão com uma plataforma de crédito assistido, com prazo de carência de até 12 meses para começar a pagar “e prazos flexíveis para pagamento”.

As garantias do Sebrae são fruto de uma negociação com o Ministério da Economia, que, em medida provisória (MP) publicada no início deste mês, deixou a entidade de fora do corte temporário de 50% nas contribuições do Sistema S, uma das medidas colocadas em prática para fazer frente aos efeitos econômicos da pandemia. Poupado do corte, o Sebrae usou os recursos para reforçar o Fampe.

Redução de 40% nas taxas de juros
Guimarães disse que a linha de crédito em parceria com o Sebrae permitirá a redução de cerca de 40% nas taxas de juros em relação às praticadas hoje e aumentará a oferta de crédito. “Os R$ 7,5 bilhões representam 1% do total da carteira da Caixa, mas são importantes dentro de um segmento que tem baixa oferta de crédito”, disse.

Para o microempreendedor individual, o valor máximo a ser contratado por CNJP será de R$ 12,5 mil. O prazo de carência será de nove meses, o prazo para pagamento de 24 meses e as taxas de juros, de 1,59% ao mês.

Para as microempresas, o valor máximo de crédito será de R$ 75 mil, a carência será de 12 meses, o prazo para pagamento de 30 meses e a taxa de juros, de 1,39% ao mês.

No caso das empresas de pequeno porte, o valor máximo chegará a R$ 125 mil, a carência será de 12 meses, o prazo para pagamento de 36 meses e a taxa de juros de 1,19% ao mês.

Por ora, afirmou Guimarães, a linha estará disponível apenas para clientes adimplentes. “Quem estiver negativado, nesse primeiro momento, não estará nessa linha, mas há outras linhas de renegociação na Caixa”, disse.

Sem subsídio
Questionado se a liberação de R$ 7,5 bilhões para micro e pequenas empresas ficou abaixo do esperado, o presidente da Caixa disse que as operações só serão realizadas se for para o banco “ganhar dinheiro”. Havia expectativa de que a injeção chegasse a R$ 12 bilhões.

“As operações só serão realizadas se for para a Caixa ganhar dinheiro. Não fazemos operação de subsídio com ninguém. Neste governo, nesta gestão, não há a mais leve possibilidade de a Caixa realizar qualquer operação que não seja sustentável no longo prazo”, disse.

Ele completou dizendo que a liberação pode ser maior, mas que hoje a expectativa da Caixa, a partir de análises internas, é de R$ 7,5 bilhões. “É um dia depois do outro. Se houver um volume de demanda onde as pessoas tenham uma resposta melhor do que nós estamos esperando, pode chegar a R$ 12 bilhões.”

Em entrevista ao Valor no fim de março, o presidente do Sebrae, Carlos Melles, já havia citado a cifra de R$ 12 bilhões. Questionado agora sobre a liberação, Melles disse que nem um volume maior de recursos seria suficiente para suprir a necessidade de crédito dos negócios menores. “Não é suficiente, nem os primeiros modelos nossos, de R$ 24 bilhões, são suficientes em relação à demanda e representação da micro e pequena empresa no Brasil”, disse.

Melles citou que há outras iniciativas em debate, como projeto de lei, em discussão na Câmara, que quer destinar recursos do Tesouro para linhas de crédito e tratativas com outros bancos, inclusive o BNDES.

O presidente do Sebrae disse ainda que, num primeiro momento, o Fampe está colocando mais de R$ 500 milhões nas operações. “Nosso desafio é aumentar o volume de recursos para dar conforto nessa alavancagem”, disse. A expectativa é de que a destinação de R$ 1 bilhão do fundo permita a liberação dos R$ 12 bilhões em empréstimos.

Sem milagre também
No anúncio da linha de crédito para micro e pequenas empresas em parceria com a Caixa, Melles disse que não se deve esperar “milagre dessa operação”, citando a redução de juros de cerca de 40%.

“Nós também podemos melhorar muito o ambiente se tivermos mais garantias nesse processo. Aí as taxas poderão aí chegar a até 0,8% ao mês, o que é muito mais favorável”, afirmou.

Na entrevista ao Valor no fim do mês passado, Melles havia citado taxas de cerca de 0,6% ao mês como um patamar “confortável”. A linha anunciada hoje, no entanto, tem juros que variam de 1,19% ao mês a 1,59% ao mês.

Fonte: Valor Econômico em 20.04.2020

PIB cearense cresce 2,11% em 2019 e tem desempenho melhor que o nacional

Dados divulgados pelo Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece) apontam que o Produto Interno Bruto (PIB) do Ceará teve desempenho melhor que o nacional em 2019. Enquanto o indicador teve crescimento de 2,11% no estado, Brasil cresceu apenas 1,1%. Setor com maior destaque foi a indústria, que teve retomada no ano passado após queda em 2018 ocasionada pela greve dos caminhoneiros.

Dos três setores que compõem o PIB – Indústria, Serviços e Agropecuária – o primeiro apresentou crescimento de 4,08% no Ceará, em 2019, bem acima do nacional: de 0,5%. Já o segmento de Serviços fechou o ano passado com elevação de 1,78%, também superando o índice no Brasil: de 1,3%. Já o setor agropecuário cearense evoluiu 1,33% em 2019, desempenho equivalente ao nacional, que foi de 1,3%.

O coordenador de contas regionais do Ipece, Nicolino Trompieri, explica que melhor desempenho do Ceará em comparação ao Brasil se dá em grande parte devido ao fato de o Ceará ter um setor de serviços mais abrangentes, principalmente no comércio e turismo. Ele também destaca o crescimento da produção de energia em cerca de 40% ligado à ativação das termelétricas, o que levou a um crescimento maior da indústria.

No setor industrial do Ceará, em 2019, o melhor resultado ficou com o segmento de Eletricidade, Gás e Água (SIUP), com 11,33%, seguido pela Construção Civil, com 3,88%, e Transformação, com 1,25%, enquanto a Extrativa Mineral amargou declínio de -7,21%. Já no setor de Serviços, o melhor resultado ficou com o Comércio, com 4,07%, seguido por Intermediação Financeira, com 2,18%; Transportes, com 1,98%; Alojamento e Alimentação, com 0,98%, e Administração Pública, com 0,26%. Outros Serviços decresceu -1,79%.

Nicolino pondera que, apesar dos números positivos referentes a 2019 não se pode ainda ter uma perspectiva otimista para esse ano. “O momento é de muita cautela para a previsão de 2020 por causa dos efeitos negativos muito grandes da pandemia, são efeitos que passam por várias atividades. É uma crise muito diferente de outras, que tem um problema sanitário, que tá afetando fortemente toda a economia. Por conta desses vários efeitos ainda é cedo para a gente poder dar um tamanho desse efeito negativo para a economia”, analisa.

Antes da pandemia, a projeção é que o PIB cearense crescesse 2,38% em 2020, enquanto o Brasil cresceria 2,25%. Conforme Trompieri, o Ipece está revendo as projeções e analisando os impactos da paralisação da economia para poder traçar novas perspectivas. “Daqui a um tempo a gente deve divulgar a primeira previsão mais apurada de acordo com os últimos fatos. Temos que aguardar o mês de junho, quando a gente marca o PIB do primeiro trimestre, assim como o Brasil”, diz.

Ipece também divulgou o Ipece Conjuntura – Boletim da Conjuntura Econômica Cearense, documento que traz uma análise mais completa do último trimestre. “Detalha bem mais os números retratados no PIB, analisa vários outros indicadores, comércio, indústria, de forma mais detalhada que o próprio número do PIB. É um complemento”, coloca Nicolino.

Fonte: O Otimista em 15.04.2020

Edifício Andrea e Praça Portugal são temas de trabalhos contemplados no Prêmio de Literatura Unifor

Em sua 8ª edição, a premiação contempla 21 escritores e promove a publicação de dois livros de contos com trabalhos inéditos. O livro sobre a Praça Portugal e o conto a respeito do Edifício Andrea foram os primeiros colocados no concurso.

A dinâmica da cidade inspira produções nas mais diversas linguagens, e com a escrita literária não é diferente. As escolhas dos autores Simone Pessoa, 57 anos, e Cançado Thomé, 39 anos, ambos contemplados com o primeiro lugar na 8ª edição do Prêmio de Literatura Unifor, nas categorias “Obra Inédita” e “Trabalhos Inéditos”, respectivamente, comprovam isso. Eles optaram por registrar fatos de uma Fortaleza em movimento e, com a premiação, em breve poderão disponibilizar seus contos publicados, ao lado de outros 19 autores também selecionados pelo concurso.

Enquanto Simone se ofereceu como escrivã de histórias da Praça Portugal, Cançado Thomé tentou depurar em memórias a tragédia do Edifício Andrea, que desabou na Capital cearense, em outubro de 2019, matando nove pessoas. Os dois personificaram os lugares retratados, conferindo a eles o papel de narradores.

“Um dia, enquanto rodeava a Praça, pus-me a me perguntar quantas situações pitorescas deviam ter acontecido ali, quantos personagens curiosos protagonizaram dramas na Praça Portugal e em seu entorno? Em seguida, imaginei, quantas histórias interessantes a Praça poderia nos contar, se ela pudesse falar?”, conta Simone Pessoa.”

Sobralense, a autora confessa que aquele ponto de Fortaleza sempre exerceu fascínio sobre ela e, neste livro “Batizada pelo Sol, Festejada pelo Vento: Contos de uma Praça Portugal”, ela optou por trazer recortes de vida inspirados na realidade, mas todos com “fortes tintas da ficção”. “A imaginação foi o traço preponderante desses contos”, pontua. O processo de escrita inicial durou quatro meses, e foi estimulado pela polêmica mais recente de extinção da Praça. Para o prêmio, ela tirou o projeto da gaveta e atualizou-o, perfazendo 104 páginas.

Cançado Thomé, por sua vez, é natural de Goiânia, mora na capital cearense há dez anos, mas considera Teresina sua cidade-natal. Ele trabalhou o conto “Andréa de Dionísio” pouco depois do incidente com o Edifício, acompanhando o desdobrar diário dos acontecimentos. “O conto tem um estilo mais pessoal, mais introvertido. Esta não é minha forma de escrita mais usual, mais fluida, então, escrever Andréa de Dionísio foi um desafio técnico e emocional”, admite.

Por exigência da premiação, o conto tem menos de cinco páginas e foi escrito em cerca de duas semanas. “À época que escrevi, eu estava fazendo um curso sobre contos na plataforma Carreira Literária. Um dos materiais estudados no curso foi ‘O ovo e a galinha’, da Clarice Lispector. Não digo que foi uma referência direta e explícita, mas certamente eu fui influenciado pela genialidade daquela obra”, acredita. Aliás, sobre este aspecto, a praça de Simone ama o português Fernando Pessoa e sabe de cor trechos de poemas do poeta luso que ela faz questão de citar em vários momentos de seu livro.

PREMIAÇÃO
Os vencedores da 8ª edição do Prêmio de Literatura Unifor, anunciada em novembro de 2019, tiveram seus trabalhos avaliados por uma Comissão Julgadora composta por docentes de Literatura em Língua Portuguesa. Idealizada pelo professor da Universidade de Fortaleza e colunista do caderno Verso, Batista de Lima, a premiação foi criada em 2006 com o intuito de estimular a produção literária no ambiente universitário. A solenidade presencial de anúncio dos premiados, que iria acontecer no último dia 23 de março, teve de ser cancelada devido à pandemia do coronavírus. Logo, o resultado foi disponibilizado online na última quinta-feira (2).

Nesta edição, Simone Pessoa conquistou a publicação de seu livro numa tiragem de 400 exemplares, além de passagens aéreas para São Paulo, onde visitará a Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin. Já Cançado Thomé integra o time de 20 participantes que terão seus contos reunidos em uma coletânea impressa com tiragem de 20 exemplares para cada candidato. Mas, além disso, por ter sido o primeiro colocado no ranking elaborado pelo júri, também receberá passagens aéreas para conhecer a Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro.

Em nota, a Comissão destacou que “tendo em vista o período de isolamento social decorrente das ações de prevenção ao novo coronavírus, assim como a suspensão temporária das atividades da Universidade de Fortaleza, a entrega dos livros aos vencedores e o agendamento das viagens do prêmio serão realizados a partir de data ainda a ser definida e comunicada”.

Para Cançado Thomé, que já tem alguns trabalhos publicados, a exemplo de libretos para ballets, com peças montadas como “O Julgamento”, “Le Jardin des Merveilles” e “Mediadora de Deusas”, além de outros livros coletivos de contos, a exemplo de “Quase Nome” e “Pélagos – Contos do mar”, a premiação veio em boa hora. “É um incentivo para continuar estudando e aprimorando minha escrita”, afirma ele, que também publica na página Leitura Livre.

Simone, por sua vez, autora de livros como “Dissertação não é bicho-papão: desmitificando monografias, teses e escritos acadêmicos”, “O Pequeno Hércules e outras fábulas contemporâneas” e da coletânea de crônicas “Bolsa de Mulher e Metacrônica”, destaca que o prêmio é um marco importante em sua trajetória. “Sobretudo pela seriedade com que é realizado e capitaneado pelo professor e escritor Batista de Lima e o fato de ter abrangência nacional, o que naturalmente credencia maior qualificação ao Prêmio. Por outro lado, está sendo uma oportunidade maravilhosa de divulgar meu trabalho e fazer com que minha escrita encontre mais leitores”, observa.

PRÓXIMOS PASSOS
Tanto Cançado Thomé como Simone Pessoa traçam planos literários para o futuro. O primeiro está com dois romances em estágio de revisão, com intenção de publicar um deles em 2020 ou 2021. Além disso, pretende continuar disponibilizando produções mais curtas em plataformas livres.

“Os meios de publicação digital têm sido um grande canal para escritores independentes. Contar histórias é uma atividade que sempre existirá. Compreendendo que cada um pode ter um lugar, mesmo que pequeno, para alcançar um leitor, a literatura é uma atividade recompensadora (mesmo que nem sempre financeiramente)”, salienta.”

Já a sobralense, quer fazer o lançamento do livro contemplado pelo Prêmio de Literatura Unifor logo que passar o período de isolamento na pandemia, e, se possível, na própria Praça Portugal. Ela também aguarda a disponibilização de duas obras de literatura infantil que estão sendo ultimadas pela editora cearense Armazém da Cultura, e, por esses dias, estará lançando pela Amazon, o e-book “Uma menina em tempos de coronavírus”, uma historinha que contextualiza o momento em que estamos vivendo. “Esse também é destinado a crianças, mas que fará todo o sentido para adultos”, adianta.

Fonte: Diário do Nordeste em 03.04.2020