Ambiente doméstico é protagonista no consumo e nos gastos, segundo pesquisa

Ambiente doméstico é protagonista no consumo e nos gastos, segundo pesquisa

Embora comprometimento de 40% com necessidades básicas demonstre queda na renda, há saídas para motivar o consumo, através da criação de estratégias de se aproximar do cliente e garantir crédito e apoio para empresas

Com o isolamento social e a obrigatoriedade de ficar em casa por meses, o lar passou a ser o centro de atenção para trabalho, estudo e lazer. Assim, os gastos domésticos passaram a ser prioridade no orçamento não só pelas necessidades básicas, mas porque a casa virou protagonista no consumo.

Neste ano, o consumo no Ceará foi de R$ 119,5 bilhões e, em Fortaleza, R$ 59,94 bilhões. Nos dois casos, a maioria da verba foi destinada à habitação e limpeza, sendo R$ 29,96 bilhões (23,4%) no Estado e R$ 13,46 (22,5%) na capital. Juntando com alimentos e bebidas, que formam a categoria de itens essenciais de consumo para sobrevivência, o gasto no Ceará somou R$ 50,17 bilhões, o que representa 42% do orçamento comprometidos para despesas com o lar e alimentação. Em Fortaleza, o valor chegou a R$ 23,87 bilhões ou 39,9% do total.
Na opinião do conselheiro do Conselho Federal de Economia (Cofecon), Lauro Chaves, a mudança no consumo e nos hábitos é provocada, em 

grande parte, pelo isolamento social. Mas aspectos positivos e sinais de quais caminhos seguir nesse cenário. “Provavelmente as pessoas vão valorizar artigos que possibilitem a convivência doméstica e familiar em casa. Até surgir uma vacina, a circulação vai ser menor. Óbvio que ninguém vai ficar em lockdown seis meses, um ano, mas alguns hábitos mudam, mesmo com o fim do isolamento. Se antes saíam quatro, cinco casais para um show, um restaurante, agora saem dois, três no máximo. Isso quando a preferência não for fazer a programação toda em casa”, avalia.

Equipar a casa

Nesse contexto, surge o movimento de equipar as residências com bens e equipamentos que valorizam o bem-estar e o lazer dentro de casa. Isso inclui aquisição de móveis para melhor receber e trabalhar e eletrônicos e serviços para potencializar o acesso à internet. “Com o uso de aplicativos para trabalhar virtualmente ou para assistir às aulas, faz-se uma nova demanda. Não é só o computador, o smartphone, é também uma cadeira para trabalhar de forma mais confortável, é uma escrivaninha. Mais do que isso: agora é a necessidade, mas depois pode ser a opção de ficar em casa”, exemplifica.
Lauro Chaves acredita que urgente, agora, é garantir renda para que esse tipo de consumo não se restrinja aos itens básicos de sobrevivência. Antes da pandemia, o país contava com 13 milhões de desempregados. Em dois anos, houve redução para 11 milhões. A expectativa para o fim do ano é de que haja entre 15 milhões a 18 milhões de pessoas sem emprego formal no Brasil. Quando não há potencial de consumo, empresas e prestadores de serviço produzem e vendem menos. “Para reverter esse processo, precisamos fazer com que a renda aumente e a desigualdade diminua, para gerarmos o que na economia chamamos de ciclo virtuoso”, ensina o também consultor e professor da Universidade Estadual do Ceará (Uece). Do contrário, é o ciclo vicioso, que mantém a produção em baixa devido à demanda também reduzida.

Inovação para o “novo normal”

A palavra-chave para sobreviver a esse panorama é, na visão do consultor, inovação. “Temos que agregar valor a essa nova realidade. Profissionais liberais e microempreendedores individuais devem melhorar a forma de abordar e prestar o serviço. As demandas vão ser outras. As empresas vão ter que aprender muito durante esse movimento”, dia Lauro Chaves.
O especialista lembra que, entre 2014 e 2016, quando o país passou for recessão, os anos de 2017 a 2019 foram de recuperação devido ao equilíbrio das contas públicas e à efetivação das reformas previdenciária e trabalhista. Neste momento, o consultor acredita que a solução passa pela reforma tributária e pelo Novo Marco Legal do Saneamento, aprovado pelo Senado Federal em 24 de junho. “É preciso fazer um sistema tributário mais justo e simples. Atualmente, além de complexo, o atual é injusto”, ressalta. Na última terça-feira (21), o ministro da Economia, Paulo Guedes, entregou a primeira parte da proposta de reforma ao Congresso Nacional.

Novas demandas

Para o consultor financeiro e vice-presidente do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (Ibef), Raul Santos, Raul Santos, mesmo com o aperto na renda, o orçamento voltado mais para o ambiente doméstico revela novas demandas, que precisam ser supridas, mesmo com a produção ainda em fase de recuperação. “Até bem pouco tempo as pessoas pagavam a escola antes da prestação da casa. Agora não. Embora a educação continue tomando boa parte do orçamento e seja prioridade, o olhar para a casa mudou. Se antes a casa era quase um local de passagem, de dormida, agora reforçou o conceito de refúgio, abrigo, local da família”, diferencia.

Mudanças nos negócios

Nos negócios, isso também muda. Na opinião de Raul Santos, o consumidor está buscando mais conforto, espaço, em detrimento de outras facilidades, como distância do trabalho e rápido acesso a bens e serviços. “Os aplicativos permitiram que as pessoas resolvessem a distância de outra forma. Entre escolher um apartamento pequeno perto de tudo e uma casa distante, mas com mais espaço, a segunda opção está pesando mais. Parece que estar em um lugar agradável, confortável, espaçoso supre a deficiência na malha viária, de transporte e a distância. Essa é uma tendência que está surgindo no país todo e já é prática em países desenvolvidos”, analisa.

De acordo com o consultor, o comprometimento do orçamento na faixa de 40% com habitação e alimentação deve permanecer neste ano, mas com tendência a cair para 30% no fim do ano. “Gasto com lar não é só para manter o imóvel. Está faltando produto da construção civil no mercado e bons profissionais, como pintores, bombeiros, marceneiros. Essa é a parte da crise que continua com demanda alta. Esse consumo só não está maior porque as lojas de material de construção estão desabastecidas. Se o cliente quiser uma grande quantidade de cimento, de piso não tem”, informa.

Contudo, para Raul Santos, a pandemia está mostrando que não basta ter o produto mais demandado para escapar da crise. Estratégias como possuir um canal de vendas tecnologicamente atualizado e em comunicação permanente com os clientes faz toda a diferença. “Independente de as pessoas irem ao local comprar, a empresa fala com ele, vai até ele, resolve”, complementa.

Juros

O vice-presidente do Ibef informa ainda que taxas de juros mais baixas motivam, nesse momento, o consumo. “Assim, a vontade de gastar coincide com a possibilidade de se endividar em um patamar de juros mais baixos, seja pro crédito pessoal ou por consignado”, analisa. Se esse olhar for voltado para o consumo local, regional e nacional, tanto melhor. Isso porque, com dólar e euro em alta, as viagens internas se tornam mais atraentes. No caso do Ceará, que tem um potencial natural de turismo, a vantagem é ainda maior. “Isso pode ser uma dinâmica interessante para nós, porque envolve uma cadeia gigantesca. A gente vive sempre momentos de verão. Com o vírus ainda em circulação, isso os programas outdoor, ao ar livre, são mais seguros. Nesse sentido, o Nordeste todo sai beneficiado, porque o turismo no Sul e Sudeste tem muito indoor. Temos, portanto, um ambiente naturalmente favorável”, acredita Santos.

Ele sinaliza que, nesse momento da economia, os microempreendedores e pequenos empresários mantenham o potencial de diversificar negócios, independente da pandemia. “O espírito empreendedor do brasileiro precisa ser incentivado. As pessoas querem ter um celular melhor, um carro, ampliar seu negócio ou mesmo mudar, se aquele não está dando certo. Antigamente qualquer pancada na vida voltava fazia a pessoa votar para o interior. Mas o brasileiro absorveu a possibilidade de mudança, saiu da classe D e E, migrou para a C e não quer retroceder”, reflete. Para incentivar esse processo, Santos acredita que é importante manter programas de apoio ao microempreendedor através de programas de crédito. “Os grandes empreendedores quebraram duas, três vezes. Essa mortandade dentro do pequeno empreendimento é normal, piora em um momento de crise, mas pode ser revertida com apoio e crédito, para que esse público continue buscando ter uma economia sustentável”, incentiva.

Fonte: O Otimista em 25/07/2020

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Mesmo com pandemia, novas contratações crescem 70% no Pecém

Mesmo com pandemia, novas contratações crescem 70% no Pecém

Entre janeiro e junho, 872 trabalhadores foram contratados na região, segundo levantamento do Sine/IDT Pecém. Empresas do Complexo Industrial e Portuário do Pecém são responsáveis por expansão do mercado local

Ainda que em meio à crise econômica provocada pela pandemia do novo coronavírus, empresas do Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp) têm conseguido expandir as operações e as contratações. Segundo o Sistema Nacional de Emprego do Instituto de Desenvolvimento do Trabalho (Sine/IDT) no Pecém, 872 pessoas foram contratadas no primeiro semestre desde ano, um crescimento de 70% em relação a igual intervalo de 2019.

O número também é maior que o observado no primeiro semestre de 2018, quando foram contratados 551 funcionários, um salto de 58%.

O gerente do Sine/IDT no Pecém, Grijalba Marques, ressalta que o avanço do mercado de trabalho na região se deu principalmente após o início da construção da Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP), em 2011. Ele estima que mais de 40 mil trabalhadores passaram pela construção da indústria, que atualmente emprega de 4 mil a 5 mil funcionários.

“Nosso maior atrativo é a siderúrgica e os serviços de empresas ligadas a ela, assim como o próprio Porto do Pecém. Esses geram muitos empregos. Eu até brinco que a CSP parece uma minicidade”, ressalta Marques. Ao longo dos anos, o gerente lembra que mais empresas foram se instalando no Cipp, contribuindo para a expansão do mercado de trabalho do entorno.

Ele ainda destaca a continuidade dos serviços prestados na instituição mesmo com o distanciamento social. “Apesar da pandemia, conseguimos, através das atividades online, manter os serviços funcionando e dar continuidade aos processos de contratação para empresas e atividades que não pararam”.

Marques admite que outros negócios da região suspenderam a operação e algumas até demitiram, como no caso das construtoras responsáveis por obras, mas acredita que com o retorno gradual, os projetos serão retomados, bem como os empregos.

Oferta de vagas
Além das contratações por meio do serviço público de emprego, as vagas ofertadas também cresceram em relação aos dois últimos anos. No primeiro semestre, 1.586 oportunidades foram disponibilizadas no Sine/IDT Pecém, sendo 396 deles apenas para empresas vinculadas à Associação das Empresas do Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Aecipp). O volume representa uma alta de 95% em relação a 2019 (810 vagas) e de 170% ante 2018 (587).

“Apesar disso, a pandemia gerou impacto. Nós estimávamos um número três vezes maior pela quantidade e grandeza de projetos previstos para este ano, como a própria duplicação da CE-155, a expansão da fábrica da Apodi, investimentos da Aeris, entre outros”, ressalta o gerente.

Ainda assim, Marques comemora o resultado. Na lista das empresas que mais abriram vagas esse ano estão a própria fabricante de pás eólicas <MC0>Aeris, com 217 oportunidades, e a CSP, com 84 ofertas.

Dentre as ocupações mais oferecidas no período estão: soldador, auxiliar de produção, eletricista, mecânico de manutenção de máquinas industriais, ajudante de obra, técnico instrumentista, montador de andaimes, auxiliar de cozinha e auxiliar técnico mecânico.

Parceria
Buscando facilitar o acesso às vagas em aberto e o encaminhamento de mão de obra qualificada, a Aecipp, em parceria com o Sine/IDT e o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE) Campus Pecém, lançou o Projeto Aproximar. O presidente da entidade, Ricardo Parente, ressalta que a associação busca fazer um papel de aglutinador, defendendo o interesse das associadas e o desenvolvimento econômico do entorno.

“Costumo dizer que o Cipp é a joia da coroa do Estado. Precisamos cuidar para que o desenvolvimento alcance a todos, de forma que todo mundo evolua. Nosso modelo de governança é pautado pelos 3Ps: as pessoas, os processos e os produtos”, afirma.

Entre as ações do projeto estão o encaminhamento de concludentes de cursos do IFCE a oportunidades de trabalho no Complexo, oficinas de como montar currículo e como se portar em uma entrevista de emprego e até mesmo a realização do primeiro curso de operador termoelétrico do Norte e Nordeste. Parente destaca que os professores foram funcionários das termelétricas instaladas no Cipp e que 50% da turma encerrou o curso com empregos.

“Ainda criamos um canal para aqueles que buscam uma colocação falarem conosco. É um banco de dados, em que já temos 7 mil currículos cadastrados, de residentes de Caucaia e de São Gonçalo, mas também do restante do Estado, do Brasil e até de fora. Já conseguimos gerar 1,8 mil oportunidades de trabalho e qualquer empresa pode consultá-lo”, revela.

Parente ainda detalha que a continuidade de geração de postos de trabalho mesmo durante a pandemia é resultado do planejamento de investimentos realizado pelas empresas a longo prazo.

Saldo negativo
O secretário do Desenvolvimento Econômico e Trabalho do Estado, Maia Júnior, por sua vez, pondera que não há motivos para comemorar o aumento de vagas em determinada região enquanto o saldo cearense ainda está negativo em 37 mil empregos.

“Nossa obrigação é gerar emprego. O governador Camilo Santana sempre nos cobra isso. Vínhamos com saldo razoável, dentro do esperado, até março, quando a pandemia começou a se instalar. É bom que as oportunidades continuem surgindo no Pecém, mas feliz eu vou ficar quando nosso saldo voltar a ser positivo”, reflete.

Ele ainda aponta que o desenvolvimento do mercado de trabalho na região se deu com a diversificação da economia. “Tem havido um crescimento importante no segmento de energias renováveis. Durante a pandemia, a primeira empresa no Cipp fechou, a Wobben. Mas outra fábrica em plena atividade e expansão adquiriu a instalação, a Aeris. Os segmentos químicos, hospitalares e de telecomunicações também têm avançado e empregado bastante”, aponta Maia Júnior.

Fonte: Diário do Nordeste em 23.07.2020

Portugal aprova programa de apoio aos investimentos dos emigrantes

Portugal aprova programa de apoio aos investimentos dos emigrantes

Nesta quinta-feira, o secretário de Estado da Internacionalização, Eurico Brilhante Dias, anunciou que o Governo aprovou um programa de apoio aos investimentos em Portugal feitos pelos emigrantes e a criação do Estatuto do Investidor da Diáspora.

“É um instrumento muito importante para ter mais investimento, em particular nas áreas territoriais de baixa densidade, de investidores da diáspora espalhados pelo mundo, e sabemos bem do peso desta diáspora no investimento nalgumas regiões do país”, disse o governante na conferência de imprensa a seguir ao Conselho de Ministros, que neste dia 23 aprovou este diploma.

O Governo, acrescentou, “criou um programa de apoio que permite diferenciar e apoiar aqueles que queiram investir no território português, mas que sejam identificados pelo estatuto do investidor da diáspora”, acrescentou Eurico Brilhante Dias.

Segundo a secretária de Estado das Comunidades Portuguesas, Berta Nunes, o programa de apoio ao investimento do emigrante terá incentivos fiscais e projetos especificamente destinados à diáspora.

“O Programa Nacional de Apoio ao Investimento da Diáspora, aprovado hoje em Conselho de Ministros, tem como objetivo atrair o investimento dos nossos emigrantes para Portugal e utilizar a nossa diáspora como plataforma de exploração dos nossos produtos e internacionalização das nossas empresas”, disse Berta Nunes à Lusa.

Questionada sobre os incentivos que este plano oferece aos emigrantes, Berta Nunes respondeu que as medidas têm uma componente fiscal aplicável a quem reúna as condições para beneficiar do Estatuto do Investidor da Diáspora e haverá nos Programas Operacionais regionais “avisos abertos especificamente para os investidores da diáspora que têm esse estatuto, ou [a publicação de] avisos mais gerais, mas com majorações nas candidaturas de emigrantes, de investidores da diáspora”.

O programa dirigido às micro, pequenas e médias empresas, visa essencialmente oferecer condições mais vantajosas aos emigrantes que queiram fazer investimentos no seu país, seja na área do turismo ou na construção, entre outras, e pretende garantir bons negócios.

“Vamos divulgar as condições que fazem parte deste plano e pretendem ser um impulsionador forte, para que os nossos emigrantes possam investir e que façam bons investimentos, não percam as suas poupanças, sendo bom para eles e para a economia do país”, acrescentou a governante.

Para além da criação do estatuto do Investidor da Diáspora, atribuído pela secretaria de Estado das Comunidades, o programa “beneficia da transversalidade e da criação de uma rede apoio, com pontos focais nas várias secretarias de Estado e com ligação às câmaras municipais”, que vão receber formação para apoiarem o investimento dos emigrantes, concluiu Berta Nunes.

Fonte: Mundo Lusíada em 23/07/20

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Novos empreendedores podem apostar no MEI para abrir o próprio negócio

Novos empreendedores podem apostar no MEI para abrir o próprio negócio

Com registro simples, a modalidade de microempreendedor individual reúne diversas vantagens para os pequenos negócios. Sebrae pode apoiar desde a elaboração do plano de negócio até a orientação para o crédito e como ampliar o recurso.

Com a economia dando sinais de recuperação, este é um bom momento para quem deseja abrir negócio, afirma Alice Mesquita, Secretária Executiva da Diretoria do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Estado do Ceará (Sebrae-CE). O empreendedor precisa ficar atento às oportunidades que estão surgindo e muitas delas são negócios novos, revela a profissional. “Mesmo assim, é preciso entender sobre a atividade, buscar informações sobre o mercado e o público que se deseja atender, se existe alguma legislação específica relacionada a esse tipo de negócio e de que forma se dá a operação”, orienta Alice.

Uma das opções para o profissional autônomo é registrar-se como microempreendedor individual (MEI). Ao se cadastrar como tal, ele passa a ter CNPJ e, por isso, a contar com facilidades em abertura de conta bancária, pedido de empréstimos e emissão de notas fiscais, além de ter obrigações e direitos de uma pessoa jurídica.

Dentre outras vantagens de ser MEI, Alice Mesquita cita: poder participar do Programa de Compras Governamentais, ter acesso a produtos especiais para empresas em bancos e fazer compras com preço diferenciado. Ao se formalizar o MEI, o empresário adquire alguns benefícios, como se tornar beneficiário da Previdência Social (INSS), auxílio-doença, aposentadoria por idade e salário-maternidade, pontua a colaboradora do Sebrae-CE.

Onde investir
Alice Mesquita avalia que todos os setores ligados à saúde estão em alta, sejam cuidados com a saúde pessoal como pequenos fornecedores de produtos e serviços para centros de saúde, sejam equipamentos, manutenção, vestuário etc. “Além desses setores, ganharam destaque os negócios que conseguiram se moldar ao ambiente digital, oferecendo produtos e serviços de forma remota. Essa é uma modalidade que com certeza terá continuidade, mesmo com o retorno das atividades presenciais”, defende.

Por onde começar
Em todo início é preciso cautela e, de preferência, que o empreendedor elabore um plano de negócio para dar mais segurança relacionada ao investimento, ensina Alice Mesquita. Ela diz que, nesse momento, é preciso pensar na atividade e em como minimizar os riscos, com cuidado para não aplicar recursos financeiros além do necessário.

Para elaborar o plano de negócio, o primeiro passo é saber quem é o público-alvo e que tipo de necessidade desse público será atendida. Depois, é conhecer o mercado, quais outras empresas se apresentam como concorrentes e de que forma elas atendem as mesmas necessidades do seu público.

A parte operacional do plano de negócio deve conter quais produtos ou serviço(s) a empresa irá oferecer, as quantidades e a necessidade de mão de obra. Com isso é possível calcular a parte financeira que envolve os custos para produção, aquisição de maquinários e pagamento de despesas gerais da empresa, incluindo o pagamento de funcionários e a retirada do empresário (pró-labore).

Processo de abertura do MEI
Alice Mesquita explica que o registro como microempreendedor individual é feito de forma simples. Todo o processo é direto no Portal do Empreendedor, basta ter os documentos pessoais RG, CPF, título de eleitor e endereço com CEP. O empreendedor faz um cadastro no Portal de Serviços do Governo Federal através do próprio Portal do Empreendedor para gerar uma senha pessoal. Essa senha será utilizada também para monitorar os serviços disponibilizados para a empresa, como a retirada dos boletos para o pagamento mensal.

Depois de obtido o CNPJ, o MEI terá como obrigação pagar a parcela mensal do DAS (Documento de Arrecadação do Simples Nacional) e fazer a declaração anual entre os meses de janeiro e maio também através do Portal do Empreendedor, indica a profissional.

Quem pode abrir um MEI
O MEI é ideal para atividade que não precisa de mão de obra intensiva, já que ele admite apenas um funcionário. O limite de faturamento anual é de R$ 81 mil e não é permitida a entrada de sócios. O processo de registro é muito simples e ocorre de forma imediata. “Mas é importante que o empreendedor conheça a atividade escolhida e, caso necessite, procure apoio para a gestão do negócio. Isso pode fazer toda a diferença”, reforça Alice Mesquita.

Para saber os detalhes sobre o registro como microempreendedor individual, o interessado deve procurar o Sebrae-CE, que vai prestar todas as informações, além de trazer as orientações de como trabalhar a ideia de negócio, a capacitação para a modelagem e a elaboração do plano de negócio, a capacitação para a gestão operacional, a gestão de vendas e finanças, e também na orientação para o crédito, para identificar o melhor momento, a melhor linha de crédito disponível e como aplicar o recurso, detalha a profissional.

O atendimento do Sebrae atualmente está ocorrendo através dos canais remotos: o 0800 570 0800 é um atendimento telefônico e funciona como WhatsApp; o site www.ce.sebrae.com.br também tem um chat para conversar de forma online com um dos analistas. Em breve, a instituição retornará com o atendimento presencial agendado, informa Alice Mesquita.

Fonte: Diário do Nordeste em 23/07/20

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Sócios CBPCE participam de webinars amanhã (23)

Sócios CBPCE participam de webinars amanhã (23)

CABRAL & GAYA
A sócia da Cabral e Gaya Advogados e da CBPCE, Karyna Gaya, participará de uma conversa sobre os primeiros passos para adaptação das empresas à Lei Geral de Proteção de Dados, a live acontece no canal do Medeiros Advocacia no youtube nesta quinta-feira (23) a partir de 12h

Acesse aqui: https://bit.ly/cabralegaya

PRÁTICA EVENTOS /EXPOLOG
A Prática Eventos, sócia da CBPCE e realizadora da Feira Expolog, fará amanhã um webinar sobre comércio exterior, onde contará com a participação da Karina Frota, Gerente do Centro Internacional de Negócios da FIEC, Matheus Miller, advogado, Sérgio Ferreira, Lider do escritório da APEX-Brasil Nordeste e será mediado por Marcelo Bandeira, Consultor, o evento acontece nesta quinta-feira (23) a partir das 17 horas no canal da Prática Eventos no Youtube

Acesse aqui: https://bit.ly/praticaeventos

Fonte: CBPCE em 22.07.20

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Porto do Pecém bate recorde de embarque de placas de aço em 24h

Porto do Pecém bate recorde de embarque de placas de aço em 24h

Terminal atingiu a marca de mais de 34 mil toneladas de placas embarcadas em um único dia, o que traduz em aumento da produtividade do porto. Movimentação da carga avançou 25,6% na passagem de maio para junho

O Porto do Pecém (CE) alcançou um novo recorde na operação de embarque de placas de aço. Com o material produzido pela Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP), o terminal movimentou 34.169 toneladas da carga em 24 horas. No último sábado (18), a embarcação Mv Tong Da desatracou do Pecém em direção à China, carregado pelas placas, aonde deve chegar dia 25 de agosto.

Segundo Waldir Sampaio, diretor executivo de operações do Complexo do Pecém, a marca sinaliza a superação da capacidade operacional do Porto, tendo em vista que o contrato prevê o transporte de 10 a 12 mil toneladas de placas por dia. No próximo mês de agosto, acrescenta Sampaio, o Porto do Pecém completa quatro anos de trabalho com a exportação das placas feitas na CSP.

O recorde envolveu duas prestadoras de serviço operacionais do Porto: Tecer Terminais e a Unilink Transportes Integrados. Para Carlos Alberto Nunes, gerente comercial da Tecer, a marca demonstra que, com esse aumento de produtividade, há melhor uso da estrutura portuária.

“Quanto você aumenta seus níveis de produção, pressiona menos essa estrutura. Facilita pra empresa que embarca o navio, disponibiliza menos equipamentos e, para o Porto do Pecém, maximiza a disponibilidade de berço para outros clientes (embarcações)”, explica Nunes. Ele observa como esse movimento influencia na articulação do número de instalações portuárias.

“Questão da produtividade nos portos é importante por isso”, reforça. Nunes coloca que outros dois fatores influenciaram no alcance da marca: articulação na negociação do plano de transporte e o navio era do tipo “box” – com menor necessidade de trabalho de manuseio dentro da embarcação.

A movimentação específica desse tipo de carga cresceu 25,6%, de maio para junho, segundo levantamento divulgado pelo Porto do Pecém. “A Siderúrgica deu uma queda pequena de produção, de março pra abril, retomou em maio, e em junho voltou com a carga total – vimos por esse aumento com as placas”, contextualiza Waldir Sampaio.

Pandemia

Diante dos efeitos da crise do novo coronavírus, Sampaio não nega que o Porto tenha sido afetado pela crise, mas reforça que as operações “seguem normalmente”. O diretor situa que o equipamento é “indispensável para o Governo do Estado” no abastecimento de alimentos, medicamentos e produtos hospitalares, dentre outras cargas.

“O Porto do Pecém não parou em nenhum momento nessa pandemia. Não poderíamos prejudicar o abastecimento do Estado. Fomos afetados sim, já que quando uma fábrica para de produzir, os portos e aeroportos, que movimentam as cargas, também sofrem com a queda”, esclarece.

Fonte: Diário do Nordeste em 21.07.20

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Oportunidades de investimentos com as concessões no Ceará

Oportunidades de investimentos com as concessões no Ceará

Em meados da década de 1990 o governo federal foi alçado a convecção e privatização de infraestruturas e empresas públicas. Aquela época instaurou-se em novembro de 1993 pela então Comissão Diretora do Programa Nacional de Desestatização e ratificado posteriormente pelo Conselho Nacional de Desestatização.

No que tange a energia, telecomunicações, rodovias e ferrovias, tiveram sequência de leilões de contratos de duração média de 30 anos, havendo a rodada final dos leilões do plano no ano de 1998. Os estados seguiram a linha federal na primeira década no novo século, com o governo federal concedendo mais atividades, destaque para os aeroportos e geração de energias renováveis nos últimos anos (particular interesse para o Ceará para energia solar e eólica).

Foi um longo período de aprendizado e agora inicia-se a rodada de renovação e renegociação dos contratos da década de 1990: Energia, transportes e telecomunicações. Alguns já foram efetivados. Estes contratos revistos estabelecem condições de reestruturação dos mercados, notoriamente os regionais, podendo ser oportunidades de entrada de players externos na composição do novo contrato ou na inserção na abertura do mercado a competição após 30 anos de observação do Estado quanto ao amadurecimento do mercado. Isso é notório com o mercado de 5G e TV a Cabo e de energias renováveis.

O Ceará, no caso de telecomunicações, possui tecnologias em desenvolvimento regional e potencial de servir de modelo para escalonar experiências de cabeamento em outros Estados. Além disso, é uma entrada de grandes conexões no Brasil em decorrência de investimentos do Hub de Cabos de Angola, portanto possuindo uma alocação inicial favorável a crescimento acelerado em curto prazo, o que gera retorno mais rápido a investidores.

O mercado de energia cearense é expoente em geração de energias renováveis, com a possibilidade de uso de energia solar, mas com a ressalva que as linhas de transmissão e distribuição agora podem estar no páreo para disputa.

Isto faz o investimento mais atrativo ao investidor que poderá garantir a verticalização do seu negócio e potencializar ganhos da geração com distribuição e transmissão, ou então para a possibilidade de parceria na consecução de projetos de geração que exigem conexões hoje não disponíveis, mas negociáveis para implementação nas negociações em ocorrência pela ANEEL.

Por fim, salta aos olhos de qualquer investidor a oportunidade ferroviária com a Ferrovia Transnordestina. Esta tem trechos concluídos para conexão entre dois grandes portos (Pecém e Suape) e o potencial de integração com a Ferrovia Norte-Sul e Carajás, constituindo uma possibilidade de transporte misto de minério e agronegócio da região entre Maranhão-Piauí e Bahia.

A Transnordestina foi a última conclusão do ciclo de concessões da década de 1990 (em 1998). Tem uma obra parada em bitola larga que finalizada faria a composição de integração Centro-Oeste com o Norte-Nordeste para grandes transportes de carga. Eis uma grande oportunidade. As renegociações de contrato estão ocorrendo com cinco anos de antecedência, então, até 2023 espera-se uma disputa acirrada por esta possibilidade real de investimento com retornos de no mínimo 30 anos.

Investidores que tenham a perspectiva em um Estado olhem bem para o Ceará: Energia, Telecomunicações e Transportes são mercados tradicionais brasileiro e com crescimento garantido e estável. Além disso, o novo marco do saneamento e as Parcerias Público-Privadas estaduais indicam que a dinâmica do mercado é muito salutar a investidores interessados em crescimento acelerado.

* Pesquisador em Economia dos Transportes e professor da Universidade Federal do Ceará (UFC)

Fonte: Trends CE em 21.07.20

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Brasil zera imposto de importação de equipamentos de energia solar

Brasil zera imposto de importação de equipamentos de energia solar

O governo brasileiro decidiu incluir diversos equipamentos de energia solar em uma lista de bens de capital cujos impostos de importação estão zerados até o final de 2021, de acordo com publicações no Diário Oficial da União desta segunda-feira.

A medida deve ajudar a impulsionar negócios no momento em que a desvalorização do real frente ao dólar aumenta custos de componentes para geração com a tecnologia, que depende principalmente de importações da China.

Por outro lado, as poucas empresas que fabricam equipamentos solares no Brasil poderão ver pressionada sua competitividade frente aos importados, que tradicionalmente já possuem vantagens em termos de custos.

A Câmara de Comércio Exterior (Camex), do Ministério da Economia, adicionou à lista dos chamados “ex-tarifários” uma dezena de módulos fotovoltaicos para energia solar, além de inversores e outros acessórios, como componentes dos chamados “trackers”, que permitem que os painéis de uma usina acompanhem o movimento do sol ao longo do dia para maximizar a produção.

Foram beneficiados dezenas de modelos de módulos solares, incluindo monocristalinos e bifaciais, além de alguns tipos de inversores trifásicos para sistemas fotovoltaicos e componentes utilizados nos “trackers”, como unidades de controle.

Também foram isentas do imposto de importação bombas para líquidos usadas em sistemas de irrigação movidos com energia solar, segundo as resoluções da Camex.

Os impostos de importação para módulos solares habitualmente são de 12%, enquanto os inversores pagam tarifas de 14%, por exemplo, disse à Reuters o presidente da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), Rodrigo Sauaia.

A entidade, no entanto, ainda avalia o impacto das medidas sobre o mercado, disse Sauaia, ao destacar que elas envolvem dezenas de diferentes itens.

Ele também afirmou que a associação não costuma se posicionar sobre o tema junto com o governo porque tem como associados tanto fabricantes locais quanto empresas que importam equipamentos.

A inclusão dos novos itens à lista de produtos isentos de tarifa na condição de ex-tarifários, terá efeitos a partir de 1º de agosto.

Instalações de geração solar têm crescido rapidamente no Brasil nos últimos anos e já respondem por cerca de 3 gigawatts em potência instalada, se consideradas grandes usinas.

Ainda assim, a fonte representa atualmente pouco menos de 2% da capacidade em operação no país, segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), com enorme potencial de expansão nas próximas décadas.

Fonte: Exame em 20.07.20

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Turismo doméstico deve alavancar retomada do setor; Ceará desponta

Turismo doméstico deve alavancar retomada do setor; Ceará desponta

Hotéis, pousadas e atrativos turísticos cearenses se programam para reabrir em meados de agosto e governo prevê movimentação mais significativa, lenta e gradual, a partir de setembro. Clima e variedade de preços favorecem Estado

Ainda em meio a um cenário de pandemia, a reabertura das barracas de praia e agências de viagem, bem como a extensão do horário de funcionamento dos estabelecimentos de alimentação fora de casa na Capital abre margem também para o início do retorno das atividades turísticas no Ceará. De forma lenta e gradual, o setor deve registrar maior movimentação a partir de setembro, prevê o secretário do Turismo do Estado, Arialdo Pinho.

A maioria dos hotéis e equipamentos turísticos, como parques aquáticos, deverão reabrir as portas entre agosto e setembro, segundo estima o secretário, o que deve estimular o retorno dos turistas. “Eu sou cauteloso. Nossa retomada será devagar e começará com mais força a partir de setembro, mas a maioria das vendas será para novembro e dezembro”, avalia.

Apesar da previsão do secretário, há quem já se sinta seguro o suficiente para fazer viagens dentro do próprio Estado. A advogada Eduarda Souza está visitando praias do litoral cearense desde o fim de junho. Jjá esteve na Praia das Fontes e Paracuru, ambos utilizando casas próprias para se hospedar. Neste fim de semana, ela e a família escolheram a Praia da Baleia, em Itapipoca, e ficarão em pousada pela primeira vez após o início da pandemia.

“Ainda há muito receio do ‘novo’ normal, então ficamos reticentes com algumas coisas. Por exemplo, em Paracuru, não fomos até a praia mesmo. Já na Praia das Fontes, fomos, mas não chegamos a ir à cidade à noite passear na praça e tomar um sorvete, levar as crianças para passeios. Então, sentimos falta de opções”, conta.

Mesmo sendo hipertensa e, portanto, do grupo de risco, ela diz estar tranquila e entender que tem que tomar as precauções necessárias, mas sem desespero. “Sempre gostamos de viajar! Viajamos bastante aqui, como também a outros estados. Meu esposo é do Piauí, meu irmão mora no Rio Grande do Norte e tenho escritório de advocacia em Recife e Natal também”. Na lista de próximos destinos, ela inclui Pernambuco, ainda sem data, e, com o restante da família, a Praia de Peroba, em Alagoas.

E assim como Eduarda, os brasileiros estão priorizando as viagens nacionais para o restante desse ano. Levantamento da Associação Brasileira de Operadoras de Turismo (Braztoa) e do Laboratório de Estudos de Sustentabilidade e Turismo da Universidade de Brasília mostra que 60% dos entrevistados que ainda planejam alguma viagem em 2020 preferem destinos nacionais.

E nesse contexto, o Ceará sai na frente em relação a estados de outras regiões do País pelo próprio clima, atrativos e variedade de preços disponíveis, conforme aponta o vice-presidente do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças do Ceará (Ibef), Raul dos Santos Neto.

“O primeiro fator que favorece as viagens nacionais mesmo sem pandemia é o câmbio. O dólar e o euro estão caros, então dificulta as viagens para o exterior. Fora isso, ainda temos a questão da segurança pessoal. É diferente você pegar um avião para a Holanda e adoecer lá do que ir para Salvador”, ressalta.

Sobre o clima, ele lembra que as temperaturas altas e ventos fortes do Nordeste reduzem o risco de contaminação, passando uma maior sensação de segurança aos visitantes. “Nosso Estado ainda ganhou uma infraestrutura diversificada em termos de preços, temos opções que cabem no bolso de todos. É um turismo democrático”, acrescenta.

O vice-presidente do Ibef pondera que as próprias mudanças no mercado de trabalho favorecem as viagens em família, como em casos em que é difícil sincronizar as férias dos pais com as dos filhos. “Com o home office, levando um notebook e usando a internet do hotel, um dos dois pode continuar trabalhando. As empresas já estão bem mais abertas a isso”.

Hotéis e pousadas

O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis no Ceará (ABIH-CE), Régis Medeiros, aponta que a maioria dos hotéis estão se programando para reabrir entre o fim de julho e agosto. Com a maior parte ainda fechada, a ocupação tem girado em torno de 5% a 10%.

“Nossa expectativa é conservadora, de uma retomada lenta. Precisamos avisar aos parceiros comerciais que estamos começando a ter hoteis de portas abertas e barracas de praia para as pessoas saberem e começarem a pensar em vir pra cá. Precisamos mostrar tranquilidade e que estamos seguindo os protocolos sanitários”, aponta.

Ele ressalta que a cadeia do turismo está fazendo um trabalho de divulgação através das redes sociais para atrair o visitante novamente. Em relação ao turista internacional, Medeiros acredita que estes demorem um pouco mais a voltar ao Ceará.

“Acredito que somente próximo ano. Mas caso os índices continuem melhorando talvez o pessoal do kitesurf ainda venham, já que a temporada de ventos se estende até novembro e eles são realmente aficionados pelo esporte”.

Para o secretário Arialdo Pinho, o turista internacional deve voltar ao Estado no fim do ano também, se diferenciando do visitante brasileiro apenas pelo nível de gastos. “A diferença que existe é na despesa. O brasileiro gasta cerca de um terço do turista estrangeiro. A diária é maior, pela força do câmbio mesmo”, aponta.

Mesmo deixando menos recursos, o titular da Setur destaca o viajante nacional ainda é a grande maioria dos visitantes que o Ceará recebe, somando cerca de 3,5 milhões por ano. Sobre a infraestrutura de transporte necessária para que o turismo ocorra, ele afirma que aos poucos os voos no Aeroporto de Fortaleza estão retornando, mas que o patamar atual continua muito aquém do registrado antes da pandemia. “Tínhamos em torno de 4 mil voos por mês. Hoje estamos só com 400, cerca de 10%. Ainda é muito lento”.

Entre os pequenos hotéis e pousadas, 60% ainda permanecem fechados, de acordo com Vera Lucia da Silva, presidente da Associação dos Meios de Hospedagem e Turismo (AMHT). Segundo ela, os estabelecimentos que estão abertos estão recebendo público apenas corporativo, deixando a ocupação em 25%. Ela lembra que em um mês de julho normal os leitos estariam lotados.

“Nos próximos 12 meses, a preferência será realmente por viagens dentro do Brasil. E temos conseguido passar uma segurança para nossos hóspedes. Muitos têm nos relatado que estamos mais criteriosos com os protocolos que em outros estados”, ressalta.

Programação

O presidente da Associação Brasileira de agências de Viagens no Ceará (Abav-CE), Murilo Santa Cruz, orienta que o melhor momento para programar as próximas férias é agora, em virtude dos preços baixos e promoções. “É possível confirmar passagens para Miami em março de 2021 por US$ 340, para a Europa por US$ 450. São valores bem baixos. Quando a biosegurança estiver garantida, seja com remédio eficaz ou vacina, a procura vai pressionar os preços a voltarem ao patamar de antes. Então, as melhores oportunidades estão agora”.

Nesta primeira semana de retorno dos atendimentos presenciais nas agências de Fortaleza, ele aponta que já há certa movimentação, mas que os pacotes procurados são para novembro e dezembro. “Estamos tendo procura por destinos nacionais e internacionais também. Ainda não conseguimos precisar muito, mas a expectativa é que tenhamos uma grande movimentação, até pela vontade de sair que o confinamento provocou”.

Fonte: Diário do Nordeste em 18.07.20

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Após Cimeira, Presidente saúda “histórico resultado” que considera excelente para Portugal

Após Cimeira, Presidente saúda “histórico resultado” que considera excelente para Portugal

O Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, saudou o “histórico resultado” da reunião do Conselho Europeu, considerando que é excelente para Portugal e que a União Europeia deu “prova da sua força”.

Numa mensagem publicada no portal da Presidência da República, o chefe de Estado “saudou esta manhã em Madrid o histórico resultado do Conselho Europeu, que esta madrugada terminou em Bruxelas”.

Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, “ao acordar um orçamento de mil oitocentos e vinte mil milhões (1.820 mil milhões) de euros para os próximos sete anos, a União Europeia dá prova da sua força e da sua dinâmica, da capacidade de decidir democraticamente no diálogo, difícil mas profícuo, entre os seus 27 Estados-membros, no respeito de todos e na procura dos interesses comuns”.

“Para Portugal é também um excelente resultado com uma perspectiva de vir a receber mais de 45 mil milhões de euros, uma ajuda determinante para combatermos a crise social e econômica que a pandemia provocou, que deveremos usar com rigor e critério, constituindo uma nova esperança para o futuro de todos nós”, acrescenta o Presidente da República.

Marcelo Rebelo de Sousa encontra-se em Madrid desde segunda-feira, onde terá hoje um almoço com Felipe VI, que partiu de um convite feito pelo rei espanhol nas cerimônias de reabertura da fronteira entre Portugal e Espanha, no início deste mês.

Ainda de madrugada, em Bruxelas, o primeiro-ministro, António Costa, comentou o acordo alcançado no Conselho Europeu considerando que dá “um sinal de confiança” à Europa e a Portugal para a recuperação econômica na sequência da crise provocada pela pandemia de covid-19.

Em declarações aos jornalistas, após o Conselho Europeu ter chegado a acordo sobre um pacote total de 1,82 biliões de euros para retoma econômica, António Costa referiu que, “no total, entre verbas disponíveis através do próximo Quadro Financeiro Plurianual e verbas mobilizadas a partir do Fundo de Recuperação, Portugal terá disponíveis 45 mil milhões de euros” nos próximos sete anos.

“Terminou finalmente este Conselho Europeu – parece que foi o segundo mais longo da história das instituições europeias – e creio que terminou com um sinal importante de confiança para o esforço de recuperação econômica e social que a Europa e Portugal têm de apreender”, afirmou o chefe de Governo português, após o compromisso a 27 alcançado nesta cimeira, que teve início na sexta-feira.

António Costa assinalou que “foi aprovado pela primeira vez um instrumento específico de recuperação econômica, financiado com base em dívida emitida pela União Europeia e que financiará os programas nacionais de recuperação, quer sob a forma de subvenções, quer sob a forma de empréstimos”.

Para o primeiro-ministro, este Fundo de Recuperação junta-se “à ação firme que o Banco Central Europeu tem vindo a desenvolver desde o início da pandemia e também às três linhas de segurança que o Eurogrupo desenvolveu e aprovou de apoio aos Estados, às empresas e também ao emprego”.

Embora inicialmente os subsídios a fundo perdido tivessem “dimensão um pouco maior”, segundo António Costa o passo mais importante” foi os 27 terem assumido, “pela primeira vez e em conjunto, esta emissão de dívida para financiar um programa de recuperação” e com “uma dimensão suficientemente robusta”.

A este fundo acresce o orçamento da UE a longo prazo, relativamente ao qual o primeiro-ministro português destacou que “foi possível ultrapassar os bloqueios que tinham impedido a sua aprovação nas anteriores reuniões do Conselho Europeu”.

O acordo no Conselho Europeu surgiu pelas 05:30 (hora local, menos uma em Lisboa) de hoje, minutos depois de os chefes de Estado e de Governo da União Europeia (UE) terem retomado, em Bruxelas, os trabalhos formais a 27.

Nesta reunião, foi então aprovado um Quadro Financeiro Plurianual para 2021-2027 de 1.074 mil milhões de euros e um Fundo de Recuperação de 750 mil milhões, com pouco mais de metade em subvenções.

Relativamente ao Fundo de Recuperação, 390 mil milhões de euros serão atribuídos em subvenções (transferências a fundo perdido) e os restantes 360 mil milhões em forma de empréstimo.

Portugal deverá receber 15,3 mil milhões de euros em transferências a fundo perdido, no âmbito deste fundo.

Fonte: Mundo Lusíada em 21/07/20

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