Ceará será um dos focos da Embratur em promoção interna de turismo

Ceará será um dos focos da Embratur em promoção interna de turismo

Estado deve receber press trip organizada pela Embratur para promover o turismo interno no Brasil

As belezas naturais, a possibilidade de aliar praia, serra e sertão em um só lugar e a fama de um povo hospitaleiro são alguns fatores que contribuem para que os viajantes mantenham o Ceará no topo da lista entre os destinos que querem visitar. O presidente da Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur), Gilson Machado Neto, diz que o Estado é essencial para o setor de turismo no País, já que tem um grande potencial atrativo, o que é importante para fortalecer mercado doméstico.

De acordo com o executivo, dados do Google demonstram que as procuras por “turismo de natureza”, especialidade do Ceará, saltaram de 10% para 54% durante a pandemia do novo coronavírus, o que leva a Organização Mundial do Turismo (OMT) a mencionar o Brasil como o País que tem o melhor potencial atrativo na retomada econômica do setor no pós-pandemia.

“Em 2019, o Ceará já vinha tendo destaque nos números para o turismo, apresentando crescimento maior do que estados vizinhos do Nordeste, inclusive. A região e o Ceará incluído são essenciais para o setor no Brasil”, afirmou.

Divulgação do trade

Um dos objetivos da Embratur atualmente, lembrou Gilson Machado Neto, é realizar campanhas publicitárias para ajudar a divulgar os locais que investem em “turismo de natureza”, um dos indutores da retomada econômica do setor.

A instituição, pontuou o executivo, continuará ajudando o trade nacional dentro do País até seis meses após o término da pandemia, quando voltará a divulgar o Brasil no exterior. No entanto, a conexão com o trade nacional, com os estados e com os municípios, permanecerá para mostrar aos demais que a segurança sanitária dos locais é garantida.

“Precisamos aproveitar esse momento de restrições de viagens ao exterior para fortalecer nossas qualidades entre os próprios brasileiros. Neste primeiro momento, o ticket médio e até o tempo de permanência serão alterados, principalmente por causa de promoções que serão importantes para a retomada econômica. Já vemos aumento de procura para viagens aéreas, maior taxa de ocupação hoteleira, números mais positivos no comércio em geral. Claro, tudo também decorre de novas notícias com relação a vacinas, medicamentos e o controle da pandemia em cada localidade”, destacou o presidente da Embratur.

Impulso

Para o titular da Secretaria de Turismo (Setur), Arialdo Pinho, o Ceará é um dos locais mais procurados como destino há, pelo menos, cinco anos, estando sempre no pódio dos mais visitados. A divulgação que será feita pela Embratur neste ano, acredita ele, se dá por esses resultados e impulsionará o turismo do Estado.

“Nós estamos bem situados nacionalmente, e as campanhas publicitárias sempre serão bem-vindas. Fizemos uma recentemente, inclusive, mas o comitê de saúde da retomada ainda não autorizou a divulgação, para evitar aglomerações. A expectativa é que voltemos no primeiro semestre de 2021”, afirmou.

Conforme o secretário, a volta dos voos, especialmente os internacionais, ao Aeroporto de Fortaleza deixa representantes do setor do turismo otimistas de um modo geral, embora o patamar de faturamento pré-pandemia deva ser registrado em apenas dois anos, avalia o titular da Setur.

“Teremos que aprender a conviver com esse vírus. Alguns meses serão bons, outros ruins, mas isso é no mundo inteiro, não só aqui. Se a sociedade tivesse a consciência de seguir os protocolos de segurança sanitária, nós estaríamos muito bem. O problema é que uma parte faz, mas outra não. Tem gente achando que o vírus não existe, que o isolamento social é pressão. Até que um familiar pegue a doença”, disse o secretário. Para ele, a taxa de ocupação hoteleira no fim do ano deverá atingir o patamar de 70% do total.

‘Segunda onda’

Segundo a presidente do Visite Ceará, Ivana Bezerra, se houver uma “segunda onda” de Covid-19 no Estado, como foi apontado pelo Consórcio Nordeste na última sexta-feira (23), o turismo será bastante afetado, uma vez que o setor, na opinião da empresária, é um dos mais “sensíveis” quando comparado aos demais.

“Não é uma ‘segunda onda’, mas sim a primeira, que nunca deixou de existir. Logo no início, as pessoas tiveram cuidado, se resguardaram, e agora ‘baixaram a guarda’. Houve um relaxamento da população, e os casos da doença aumentaram. O turismo será impactado negativamente porque é um setor sensível e que depende muito de como anda a economia, de como está a situação no local de destino quanto à segurança sanitária. Ninguém vai arriscar a vida em uma viagem se tiver o risco de contaminação”, salientou ela.

Arrecadação tributária

Ivana Bezerra chama atenção para os municípios que têm o turismo como principal fonte de recursos e que tiveram – e continuam tendo – queda na receita, o que contribui significativamente para uma redução da arrecadação tributária no mês e no ano.

Para tentar reduzir os prejuízos, explica a presidente do Visite Ceará, o setor tem realizado campanhas publicitárias para fomentar o turismo doméstico no próprio Estado. “Estamos mantendo o foco no local agora. Fomos os primeiros a receber o selo mundial de qualidade mundial na questão da segurança sanitária, o que é importante”, ressaltou.

Fonte: Diário do Nordeste em 24.10.2020

Ceará está em fase final de negociação para abrigar mais dois data centers

Ceará está em fase final de negociação para abrigar mais dois data centers

Outros dois players internacionais de TI estão “em processo de certificação para homologação junto à Etice”, adianta Maia Júnior

O Ceará poderá abrigar, em breve, até seis data centers, consolidando-se como um dos principais hubs de tecnologia de dados no continente. Maia Júnior, secretário do Trabalho e Desenvolvimento Econômico do Estado, confirmou que duas grandes empresas do setor estão finalizando entendimentos com o Governo do Estado. “Temos duas negociações na reta final de negociação além dos que já captamos para o Ceará. Já temos quatro, sendo três prontos e um estágio de implantação”, completou. Maia ressaltou ainda que, além de já ter projetos em andamento na área de tecnologia de dados com companhias do porte de IBM, Google, Microsoft, Amazon e Oracle, “o Ceará tem mais dois grandes grupos mundiais em processo de certificação para homologação como providers de TI junto à Etice (Empresa de Tecnologia da Informação do Ceará)”. “Essa cadeia do HUB tecnológico está em um momento muito propício de atração de investimentos”, avaliou. O gestor também comemorou o anúncio oficial da B2W (Lojas Americanas, Submarino e Ponto Frio) sobre a instalação de um centro de distribuição no Estado. A estrutura vai permitir ao grupo efetuar entregas em até 24 horas em endereços em um raio de até 400 km de distância do centro de distribuição.

Pandemia e o apetite para investir
Maia Júnior contabiliza ainda entendimentos com duas indústrias calçadistas (além da recém anunciada unidade da Vulcabrás para produção da Mizuno) e “quase 100 processos de solicitações de incentivos de empresas diversas”. “A gente esperava esses resultados até um pouco mais para frente, mas parece que o período de pandemia fez mostrar aos investidores, tanto do Brasil quanto de fora, que o Ceará está muito bem posicionado para receber grandes investimentos, em logística, em e-commerce e indústria de forma geral”.

Plano Pecém
Outra novidade que a Sedet deve apresentar até dezembro é um business plan para orientar a ocupação do Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP) e da ZPE. “É toda uma estratégia nova, finalizando o projeto com equipes do CIPP, da Sedet e do Porto de Roterdã. Queremos aprovar no conselho até o fim deste ano”, completa.

Fora da curva
Este plano de ocupação deve dar origem também a um guia sobre o CIPP e a ZPE “para que a gente possa ampliar a busca de grandes investimentos”. “O Pecém é um projeto bem fora da curva para o futuro do Ceará. É um projeto diferenciado, principalmente pela logística portuária de primeira linha”, prossegue Maia.

Mais 500 Pague Menos
Com valorização de 7,4% no valor da ação desde a sua estreia na B3, no mês passado, a Pague Menos projeta abrir 500 lojas no Brasil até 2025, chegando a cerca de 1,6 mil unidades. Segundo o CEO da companhia, Mário Queirós, filho do fundador Deusmar Queirós, dos R$ 713 milhões levantados com o IPO, quase 65% deve ir para a expansão da rede. A redução de endividamento vai consumir 20% do valor e 17% será direcionado para desenvolvimento de tecnologias e serviços. “Passamos a reforçar nosso discurso aos investidores de que somos uma rede nacional, com escala, e não regional”, afirmou o CEO, Mário Queirós, em entrevista ao Valor Econômico.

Produtos da Ceart ganham novo ponto de venda
Inaugurada ontem (15), no shopping Jardins Open Mall, a loja colaborativa BIRDS vai comercializar produtos de artesãos cearenses, via parceria com a Central de Artesanato do Ceará (CeArt). “É mais uma oportunidade para as pessoas terem acesso ao legítimo artesanato cearense. Convido a todos para que adquiram e valorizem o trabalho desses artistas”, afirma a primeira-dama do Ceará, Onélia Leite Santana, uma das articuladoras da parceria.

Fonte: O Otimista em 16.10.2020

Utilização de energia solar se populariza e apresenta crescimento de 80% no país

Utilização de energia solar se populariza e apresenta crescimento de 80% no país

Sistema que utiliza placas solares ganhou impulso com a pandemia. Dos negócios instalados em Fortaleza, 77,9% são em residências. Redução de impactos ambientais e economia na conta são vantagens na escolha do modelo

O uso mais intenso de energia durante a pandemia fez muitos usuários repensarem o consumo do recurso. Nesse contexto, a energia fotovoltaica ou solar surgiu como alternativa limpa, renovável e mais acessível para residências.
Além da redução no impacto ambiental, a instalação de um sistema de energia solar pode representar redução de 95% no valor da conta. Neste ano, até setembro, o setor apresenta crescimento de 80% no país. No Ceará, o serviço tem-se popularizado ao ponto de Fortaleza ser a terceira cidade no Brasil e primeira no Norte e Nordeste com maior capacidade instalada de energia fotovoltaica. Das 2.525 unidades geradoras localizadas na capital cearense, 1.969 são em residências, o que equivale a 77,9% do total.

Investimento
Segundo pesquisa do Canal Solar, portal gerador de conteúdo na área, os investimentos no setor ultrapassaram R$ 62 milhões entre janeiro a junho deste ano. O país conta com 285.366 mil sistemas fotovoltaicos instalados, segundo a Associação Brasileira Energia Solar Fotovoltaica (Absolar). Em dezembro de 2019, o país gerava 1 gigawatt (GW) de potência. Neste ano, a unidade de potência já é de 3.77 gigawatts. A ampliação do serviço acompanha tendências mundiais. Na Europa, a Agência Internacional de Energia (AIE) considera que a energia fotovoltaica será uma das principais matrizes de energia elétrica no continente até 2025. Entre as vantagens de ter um sistema do tipo estão a produção de energia limpa, diminuição dos efeitos socioambientais e redução na conta de energia.

Retomada
Mas o crescimento na pandemia não foi imediato. Os meses de março e abril foram de retração no setor. Só em meados de junho, com o início da retomada das atividades econômicas, a demanda por energia solar começou a crescer. Na Sou Solar, o mês de junho já equiparou o faturamento de fevereiro. Julho, agosto e setembro, por sua vez, registraram recordes sucessivos na receita. “Fizemos um trabalho muito forte de prospecção em abril, começamos a vender para gente que não era nosso cliente. Tínhamos muito material para fazer pronta entrega. Em maio fizemos uma série de treinamentos online e ações institucionais, trabalhamos um mix de produtos, relacionamentos, preços competitivos. Isso fez a diferença”, explica o biólogo e gerente executivo da empresa, Igor Batista.
A Sou Energy atua como distribuidora desses sistemas. Com cinco anos de mercado, é a maior no Norte e Nordeste e está entre as dez maiores do país. De acordo com o diretor da empresa, Carlos Kléber, nos últimos 12 meses o faturamento cresceu 300% em relação a novembro de 2019.

Contratações
Nos últimos meses, a empresa contratou e ampliou o espaço físico, funcionando em um prédio de 3.400m² na BR-116. “O estado que mais compra da gente é o próprio Ceará. Em seguida estão Minas Gerais, São Paulo, Pernambuco e Bahia”, pontua, acrescentando que a expectativa é que o faturamento duplique até dezembro.
Segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o Brasil tem 311.375 unidades geradoras de energia fotovoltaica em 5.042 municípios, sendo que 338.435 unidades recebem créditos – isso porque uma unidade geradora pode enviar energia solar para mais de um ponto receptor.
No Ceará há 8.306 unidades geradoras de todas as classes (residências, comércio, indústria) e 10.549 recebendo crédito em 177 municípios. A potência instalada no estado é de 129,4 megawatss. Quase 50% dessa potência, aproximadamente 60 MW, concentra-se na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). Sozinha, a capital abrange 35,7 megawatts.

Estado
Os municípios que concentram a maior parte da potência instalada são, além de Fortaleza, Juazeiro do Norte, Eusébio, Aquiraz, Iguatu, Limoeiro do Norte, Maracanaú, Russas e Caucaia, nessa ordem. Das 8.036 unidades cearenses, 6.040 são em residências.
Já em Fortaleza, dos 2.525 geradores de todas as categorias, 1.969 são em residências. O Ceará se destaca no ranking nacional. Isso porque Fortaleza é a terceira capital com maior capacidade instalada, ficando atrás apenas de Uberlândia e Rio de Janeiro.
Segundo Igor Batista, a classificação mineira se deve à isenção de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para usinas com capacidade acima de 5 megawatts de potência.
Na mesma lógica, o Rio ganhou isenção neste ano e alavancou o volume de unidades geradoras. Já Fortaleza se sobressai devido também ao volume de unidades, mas também às condições climáticas. “Tem sol em abundância, mas o clima não é extenuante e existe brisa. A estação de energia solar é influenciada pela temperatura. Tem que quer luz, mas quanto menor a temperatura, melhor. O ideal é ter mais ventilação e boa luminosidade, por isso a brisa de Fortaleza ajuda tanto”, justifica.

Moda sustentável com economia

A Estilo Feitiço decidiu produzir 100% da energia empregada em sua fábrica no bairro Montese, na Capital, e em toda a rede de lojas. O parque solar sobre a estrutura fabril de 1.500m² custou pelo menos R$ 800 mil, um investimento de retorno a médio prazo.
Manu Corrêa, gerente de marketing da Estilo Feitiço, lembra do compromisso da marca com a sustentabilidade. “Sabendo que a indústria da moda é uma das mais poluentes, quando temos possibilidade de reduzir os impactos, a gente faz. São exemplos o tingimento ou fibras mais naturais que a gente aplica sempre que possível na nossa cartela de matérias-primas. Ao analisarmos a possibilidade de ter energia limpa, abraçamos a causa”, justifica.

Ações
Ela lembra ainda ações de desestímulo ao uso de sacolas e canudos plásticos e às práticas cotidianas de reciclagem de papel e tecido, com descarte consciente dos demais resíduos. A Feitiço abandonou as sacolas plásticas no ano passado. “Temos reduzido também o uso de poliéster, que é um dos materiais de mais difícil decomposição. Fazemos parte de um meio que está pedindo ajuda. Temos por obrigação ajudar, porque queremos ser positivamente relevantes dentro da sociedade”, completa Manu.

Investimento recompensa

Ao lado de Fortaleza, municípios da Região Metropolitana são os que mais atraem projetos de energia solar. No caso das residências, o custo inicial fica em torno de R$ 20 mil para o consumo equivalente a R$ 500 em energia elétrica. O retorno do investimento pode ser em cerca de três a três anos e meio. Mas o maior valor é o impacto gerado no meio ambiente.

Segundo o biólogo Igor Batista, considerando que o equipamento não tem vida útil menor do que 15 anos, o consumidor teria um benefício de 10 anos economizando e gerando mais receita para outras aplicações domésticas. Além disso, a contribuição com o meio ambiente representa um valor agregado irrestrito. “De todas as formas de energia, há as extremamente poluentes, como o carvão mineral, que também é muito caro. É preciso investir em fontes renováveis e não poluentes. A energia renovável, como a solar, é extremamente limpa. No caso da hidrelétrica, a área que precisa ser alagada é gigantesca, que afeta áreas verdes e espécies animais e vegetais”, compara. Como informa Batista, a energia solar reduz o custo na geração e na transmissão do recurso.

Para instalar o sistema em uma casa, é preciso fazer um estudo do espaço, especialmente no telhado, que receberá os módulos fotovoltaicos. Cada placa solar acumula 18kg por metro quadrado, o que exige segurança na infraestrutura do espaço. “A empresa prepara o projeto, desenha, dá entrada na concessionária de energia. O mais comum é o modelo ligado à rede, em que o consumidor injeta energia excedente na rede e recebe crédito na sua conta”, explica Igor Batista. Já a concessionária troca o medidor de energia. Na prática, um sistema residencial, em uma casa que consome o equivalente a 30 KW por mês terá economia de 95% na conta. Os outros 5% se referem custos obrigatórios, como a taxa de iluminação pública.

Fonte: O Otimista em 12.10.2020

Ambiente promissor fará Ceará avançar na inovação, aponta estudo

Ambiente promissor fará Ceará avançar na inovação, aponta estudo

Segundo índice de inovação 2020, elaborado pela Federação das Indústrias do Ceará, o Estado apresenta uma capacidade para a inovação maior do que o seu real desempenho neste ano, o que sinaliza mais desenvolvimento futuro

Assim como em 2019, o Ceará ficou na 13ª posição no ranking nacional de inovação elaborado pela Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec) em 2020. No Nordeste, o Estado ficou na 3ª colocação, atrás de Pernambuco (11º) e da Paraíba (12º), segundo o Índice Fiec de inovação dos estados. No entanto, os demais indicadores sinalizam a formação de um ambiente promissor que deve fazer o Estado avançar nos próximos anos.

No ranking de “capacidades”, que avalia o ambiente para inovação dos estados, o Ceará ficou na 11ª posição, e no ranking de “resultados”, que avalia a inovação em si, o Estado ficou na 13ª colocação.

Apesar da melhora no ranking de capacidades, passando da 13ª colocação em 2019 para a 11ª posição neste ano, o Ceará manteve o 13º lugar tanto no ranking de resultados como no ranking geral. Para a Fiec, essa discrepância demonstra “uma aptidão ociosa do Ceará, uma capacidade maior que seu real desempenho, e que poderia estar sendo mais bem aproveitada para a efetividade de inovação”.

Embora o Ceará não tenha avançado em termos gerais, o economista Guilherme Muchale, gerente do Observatório da Indústria da Fiec, destaca a qualidade da pós-graduação, da participação de mestres e doutores na indústria e da produção científica. No entanto, ele diz que a indústria local não se beneficia completamente do potencial da produção acadêmica. “A qualidade das instituições tem evoluído muito nos últimos anos, mas a gente não consegue traduzir isso em resultado”, diz. “Os nossos mestres e doutores não têm conseguido aumentar o número de patentes no Estado, o que nos deixa na 19ª colocação no item ‘propriedade intelectual’. Além disso, estamos apenas na 23ª posição quanto à competitividade global dos setores tecnológicos, porque a nossa indústria ainda é muito concentrada em setores de baixa tecnologia”.

Produção científica

De acordo com o estudo, o Ceará ficou na 10ª posição tanto em “produção científica” como em “inserção de mestres e doutores na indústria”. No quesito “qualidade da pós-graduação”, ficou em 11º e em “qualidade da graduação”, em 16º. Para Muchale esses indicadores poderão ter reflexo no resultado geral dos próximos anos. “Como a capacidade de inovação do Estado está em uma melhor posição, é possível que haja um ganho no futuro. Fica mais fácil alavancar porque já há uma base de ciência e tecnologia no Estado. E isso nos deixa otimista”.

Ciência e tecnologia

Com relação aos investimentos públicos em ciência e tecnologia, o Ceará aparece na 14ª colocação no País e na 5ª posição no Nordeste. O indicador considera as despesas com ciência e tecnologia como porcentagem das despesas totais. “O investimento público em educação não tem trazido o mesmo ganho dos investimentos do setor privado”, diz Muchale.

Para o economista, a atração de mestres e doutores para a iniciativa privada tem sido um dos desafios para alavancar a inovação no Estado. “Essas capacidades seriam intensificadas com a inclusão dessas pessoas no setor privado, que apresenta uma maior capacidade para o desenvolvimento da inovação, transformando com mais velocidade conhecimento em riqueza. E o Ceará tem uma situação fiscal que favorece esses investimentos”, diz.

Para a Fiec, ao criar um ambiente propício por meio de investimentos, “o setor público pode ser altamente eficaz em mitigar” incertezas e estimular o setor privado a investir em inovação. “Parte fundamental desse apoio se dá por meio do investimento público em Ciência e Tecnologia (C&T), o qual funciona como catalizador do investimento privado, atraindo novos atores e compartilhando os riscos inerentes ao processo”.

Infraestrutura

Além dos investimentos diretos em ciência e tecnologia, Muchale diz que empreendimentos como a Zona de Processamento de Exportação (ZPE) é de extrema importância para o aumento da competitividade e desenvolvimento de áreas relacionadas à inovação, já que proporciona um intercâmbio e concorrência com mercados mundiais.

“A ZPE traz uma competitividade autêntica, sendo um vetor de desenvolvimento muito importante para o Estado. Mas, para isso, a gente precisa atrair indústrias intensivas em inovação e tecnologia. A gente já tem uma academia com robustez técnica, o que precisamos agora é de integração”.

No quesito “infraestrutura e inovação”, o Ceará ficou na 11ª colocação no Brasil e na 3ª posição do Nordeste, atrás de Pernambuco (8º) e Sergipe (9º). “O Ceará está bem na parte de infraestrutura de tecnologia, mas ainda está mal no que se refere a parques tecnológicos”, diz Muchale.

Fonte: Diário do Nordeste em 12.10.2020

Como acelerar 10 anos de avanços tecnológicos na sua empresa em poucos meses; Google ensina

Como acelerar 10 anos de avanços tecnológicos na sua empresa em poucos meses; Google ensina

Empresa criou programação especial para comemorar o Dia Nacional da da Micro e Pequena Empresa e auxiliar empreendedores

A restrição das atividades em decorrência da pandemia do novo coronavírus forçou e acelerou a digitalização de centenas de negócios, viabilizando a continuidade da operação no período. Para ajudar os empreendedores a fazer essa adaptação e potencializar os resultados de quem já deriu aos canais digitais, o Google inicia nesta segunda-feira (05) uma série de ações para auxiliar. Uma delas é como acelerar dez anos de avanços tecnológicos em poucos meses para acompanhar o crescimento do novo consumo à distância.

Apesar da crescente adesão das micro e pequenas empresas ao ecommerce, levantamento do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) revela que 12% dos que ainda não utilizam o ecommerce não sabem como aplicar ao seu negócio.

Recente pesquisa do Google em parceria com a IPSOS também demonstra que 54% dos participantes estão comprando mais em lojas online durante a pandemia e que 43% deles não veem mais razão para ir até a loja física quando têm a opção de comprar online.

Analisando os dados gerais do ecommerce no Brasil, como cada segmento se adaptou e as iniciativas individuais que mais geraram retorno, o Google elencou tendências e dicas de posicionamentos que deram certo durante a pandemia.

1- Uso do marketplace

Segundo a Associação Brasileira do Comércio Eletrônico (Abcomm), apenas em março, 107 mil novos estabelecimentos se registraram no ambiente online. A opção pode ser mais rápida e barata do que desenvolver uma plataforma própria em meio à crise.

2 – Lojistas físicos que apostaram no online

Empresas físicas que resolveram apostar nos canais digitais acabaram saindo na frente e com um aumento de tráfego superior. Enquanto lojas presentes on e offline avançaram 63% no tráfego em junho, aquelas exclusivamente virtuais apresentaram alta de 39%, segundo dados do SimilarWeb.

3- Crescente concorrência

Outra tendência capturada pelo Google é que, com o maior número de compras de produtos do dia a dia através da internet, as lojas iniciaram um corrida para disponibilizar em seus canais tais itens e capturar parte das vendas, aumentando a concorrência e com marcas diversificando seus segmentos de atuação.

Dessa forma, a plataforma enumerou três estratégias para vender em canais digitais:

– Acelerar os planos de vender no e-commerce, focando em produtos de higiene ou não perecíveis
– Prezar por entregas bem feitas e dentro dos prazos
– Tornar possível entregas mais robustas, como acontece nos deliveries de supermercado

Dia Nacional da Micro e Pequena Empresa

Aproveitando as comemorações do Dia Nacional da Micro e Pequena Empresa, o Google preparou uma programação para ajudar empreendedores. Uma das ações é um treinamento no Google Academy sobre o novo comportamento do consumidor e insights para ajudar o pequeno negócio a se reinventar.

Já para aqueles que precisam dar os primeiros passos nas vendas on-line, atrair clientes e ter sucesso nessa nova empreitada, o Google e a Loja Integrada lançam a Jornada Quero Vender Online, que será realizada entre os dias 6 e 8 de outubro, começando sempre às 12h.

Os empreendedores também poderão contar com mentorias, que acontecerão entre os dias 13 de outubro a 24 de novembro, e abordarão temas desde como tirar uma ideia do papel a gestão das emoções para empreender.

Além dos novos projetos, a plataforma continua com o programa Cresça Suas Vendas com o Google que, até o momento, já ajudou mais de 35 mil negócios a criarem suas lojas virtuais. Nele, os inscritos recebem ferramentas e cursos de graça.

Fonte: Diário do Nordeste em 05.10.2020

Luso-brasileiro projeta fábrica de aviões e criação de 1.200 empregos no Alentejo

Luso-brasileiro projeta fábrica de aviões e criação de 1.200 empregos no Alentejo

O português CEiiA e a brasileira Desaer vão esta sexta-feira(25/09) lançar, em Évora, na presença de dois ministros, o programa de desenvolvimento e industrialização do ATL-100, uma aeronave leve de transporte até 19 passageiros e 2,5 toneladas de carga.

O CEiiA, que tem mais de três centenas de engenheiros em Matosinhos a projetar produtos e sistemas de última geração por ar, terra e mar, e a Desaer, empresa brasileira especializada no desenvolvimento de aeronaves, lançam esta sexta-feira, 25 de setembro, em Évora, nas instalações do centro de engenharia no PACT (Parque do Alentejo de Ciência e Tecnologia), o Programa ATL-100.

Este programa resulta da “joint venture” entre o CEiiA e a Desaer e visa “o desenvolvimento e industrialização de uma aeronave ligeira de nova geração para um mercado de curtas distâncias, multi-configurável para maior flexibilidade na logística de passageiros e mercadorias, desenhada para menores custos operacionais e maior sustentabilidade, prevendo a evolução para plataforma neutra em carbono”, explica o centro de engenharia português, em comunicado.

O ATL-100 está configurado para o transporte de passageiros até 19 pessoas e para carga até 2,5 toneladas.

“Com este programa, queremos reforçar de forma definitiva aquele que é o polo aeronáutico nacional em Évora, com o desenvolvimento de um programa completo e inovador que nos permite criar um novo integrador a partir de Portugal, para a industrialização e operação de aeronaves de nova geração”, afirma Miguel Braga, da direção do CEiiA.

Já Roberto Figueiredo, acionista da Desaer, realça que “esta parceria, que agrega competências complementares do setor aeroespacial de Portugal e do Brasil, além de ser um importante projeto de inovação tecnológica e de criação de emprego em ambos os países, assume ainda mais relevância num contexto de crise do setor provocado pela pandemia Covid-19”.

Trata-se do primeiro programa aeronáutico completo que vai desde o desenvolvimento, industrialização e operação de aeronaves de nova geração a partir de Portugal. O lançamento oficial do programa contará com as presenças da ministra da Coesão Social e do ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.

Com um cronograma de desenvolvimento a cinco anos, este projeto aeronáutico “prevê o envolvimento de mais de 30 empresas e universidades nacionais e internacionais, nomeadamente ligadas aos programas como o MIT”, estimando que o programa ATL-100 “tenha um impacto direto de 1.200 empregos qualificados na região do Alentejo”.

A atração para Portugal deste programa resulta da capacidade criada em Portugal nos últimos anos em programas como o KC-390.

De entre as dezenas de projetos que o CEiiA tem em curso, refira-se, por exemplo, a sua participação precisamente no Programa KC-390, o maior avião até ao momento desenvolvido pela também brasileira Embraer, e ter ganho um contrato para a conceção e o desenvolvimento de algumas das principais aeroestruturas do primeiro modelo de avião a construir pela chinesa Guanyi.

A Desaer é uma empresa de desenvolvimento e fabrico de aeronaves, localizada em São José dos Campos, no Brasil.

Foi em 2017 que ex-quadros da Embraer e do ITA fundaram a Desaer para criar o ATL “como resposta à oportunidade de substituir o Embraer Bandeirante, projeto já apresentado e validado pela Força Aérea Brasileira”.

Fonte: Jornal de Negócios em 24.09.2020

Ceará atraiu mais de R$ 56 bilhões em investimentos no mês de setembro

Ceará atraiu mais de R$ 56 bilhões em investimentos no mês de setembro

Quem encabeça a lista são os projetos de geração de energia offshore (capaz de aproveitar a força dos ventos nos mares)

Mesmo com a retração do PIB e a economia local aos poucos se recuperando, o Ceará faz o dever de casa no que diz respeito à atração de investimentos. Em setembro foram aproximadamente R$ 56,8 bilhões na somatória de projetos captados. É o que revela o titular da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Trabalho (Sedet), Maia Júnior.

Quem encabeça a lista são os projetos de geração de energia offshore (capaz de aproveitar a força dos ventos nos mares). Com capacidade de produção estimada em 5,2 GW, são R$ 50 bilhões. “O Ceará está se posicionando na dianteira. Cada GW representa R$ 10 bilhões. Uma torre offshore é capaz de gerar 15 MW de energia. Já uma onshore (em terra) gera 4,2 MW. Conseguimos também uma fábrica de aerogeradores no valor de R$ 400 milhões”, pontua.

Maia também elenca a refinaria da Noix Energy, na Zona de Processamento de Exportação (ZPE), no Pecém. Os investimentos giram em R$ 4,2 bilhões. No rol entra a assinatura do memorando de entendimento da usina de Itataia, cujo investimento gira em R$ 2,2 bilhões.

“São segmentos econômicos estruturadores que só confirmam o pioneirismo do Estado”, reforça Maia.

Vulcabras em Horizonte
Após a Vulcabras fechar acordo com a Alpargatas para a aquisição da Mizuno do Brasil, Maia relata que o time da secretaria entrou em campo para atrair os investimentos para o Ceará.

“No mesmo dia do anúncio, entrei em contato com o Pedro (Grendene). Falei para o governador da situação e ele se prontificou a buscar o negócio”, destacou. Ainda relevou que a Vulcabras foi assediada por outros Estados.

“Eles ainda vão detalhar o projeto para poder formalizar o acesso às políticas de incentivo. Será praticamente uma nova fábrica, apesar de fazerem no mesmo complexo fabril”, complementou Maia sem destacar o montante a ser investido no novo empreendimento.

Fonte: Jornal Focus em 28.09.2020

Governo Federal pretende atrair R$ 10 bilhões com venda de portos

Governo Federal pretende atrair R$ 10 bilhões com venda de portos

O presidente Jair Bolsonaro espera, até o fim de 2022, repassar 31 portos à iniciativa privada. Caso esta ação se concretize, a arrecadação total deve chegar a mais de R$ 10,7 bilhões.

Este valor foi estimado pelo secretário de Portos do Ministério da Infraestrutura, Diogo Piloni, em entrevista ao jornal Valor Econômico. Segundo Piloni, quatro terminais em portos têm licitação agendada para o dia 18 de dezembro: dois em Aratu (BA), para a movimentação de grãos e minérios, um de veículos em Paranaguá (PR) e um de granéis líquidos em Maceió (AL).

Piloni ainda afirma que a equipe econômica deu sinal verde para o valor pago pelos grupos vencedores nos leilões seja revertido diretamente a favor das autoridades portuárias (Companhias Docas).

Fonte: Terra Brasil em 21.09.2020

Ministro diz que Nordeste terá investimentos de R$ 26 bi para expansão energética

Ministro diz que Nordeste terá investimentos de R$ 26 bi para expansão energética

O chefe da pasta participou junto ao presidente Jair Bolsonaro nesta quinta-feira da inauguração de nova etapa do complexo solar de Coremas (PB)

O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, destacou nesta quinta-feira, 17, que 56% da previsão da expansão da capacidade de geração de energia elétrica brasileira até 2026 se dará na Região Nordeste. Segundo ele, os investimentos devem chegar a cerca de R$ 26 bilhões.

O chefe da pasta participou junto ao presidente Jair Bolsonaro nesta quinta-feira da inauguração de nova etapa do complexo solar de Coremas (PB).

Durante o evento, o ministro ressaltou em especial o potencial energético da região na produção de energias limpas, a eólica e solar. “O Nordeste se destaca pela sua extraordinária contribuição nas gerações solar e eólica, fontes que representam hoje cerca de 11% da nossa capacidade de geração e serão 25%, em 2030”, disse.

O ministro também citou o perfil acima da média mundial do País de produção de energia limpa. “As nossas fontes limpas e renováveis representam 85% da geração de energia elétrica brasileira, enquanto a média no resto do mundo é 24%”, disse.

Ele também mencionou a segurança energética do Brasil, mesmo durante a pandemia da covid-19. “O Brasil é um exemplo para o mundo em termos de sustentabilidade na geração e energia elétricas. Estamos vendo na pandemia alguns países com apagões e aqui estamos com segurança energética; fontes limpas 85% da energia.”

Fonte: Diário do Nordeste em 17.09.2020

Refinaria entra no rol de grandes projetos privados no CE, que somam R$ 56 bilhões

Refinaria entra no rol de grandes projetos privados no CE, que somam R$ 56 bilhões

Iniciativa privada é responsável pela aplicação dos recursos no Estado, em parcerias com o governo estadual e com o federal, no caso da Usina de Itataia. Resultado aparecerá com geração de empregos e atração de novas indústrias

Ao fim deste mês, o Ceará deve somar R$ 56,64 bilhões em investimentos estruturantes, que não se limitam exclusivamente à instalação de empresas, mas à atração de novas indústrias e fomento de desenvolvimento local. Além do acordo firmado semana passada para estabelecimento de indústrias na área de energia (investimento de R$ 50,4 bilhões) e os R$ 4,240 bilhões anunciados ontem para a refinaria de petróleo, o Estado deve firmar, no fim de setembro, aplicação de mais R$ 2 bilhões para a construção da Usina de Itataia, no município de Santa Quitéria. Com os três aportes, o Ceará passa a ser destaque no país por movimentar tamanho volume em negócios estruturantes nestes meses de pandemia.

De acordo com o titular da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Trabalho do Ceará (Sedet), Maia Júnior, no fim do mês o projeto para a Usina de Itataia deve ser assinado pelo Estado, Governo Federal e Consórcio Santa Quitéria, formado pela estatal Indústrias Nucleares do Brasil (INB) e Empresa Galvani Indústria Comércio e Serviços S.A. A finalidade é explorar, na mina localizada no município de Santa Quitéria, urânio e fosfato. “Dentro de uma lógica estratégica, são três grandes projetos que vão ter como consequência uma boa geração de empregos e desenvolvimento local”, acredita o secretário.

São avanços para uma nova economia, na avaliação de Maia Júnior. Isso porque as atrações envolvem energias renováveis, bens e geração de energia solar e eólica. “Agora estamos consolidando as energias offshore. Atraímos uma fábrica semana passada. Com o projeto de energia, turismo, o hub de aviação e indústria de datacenter, o Ceará está criando – além das velhas economias, como agronegócio, têxtil, turismo e indústria de calçados – novas oportunidades de fortalecer sua base econômica. Do ponto de vista futuro isso tudo dá ao Ceará uma estrutura mais sólida de desenvolvimento”, considera.

Só com Itataia, o investimento estimado é de US$ 400 milhões de dólares, o que equivale a cerca de R$ 2 bilhões. Trata-se de um acordo semipúblico, pois o INB é o detentor de exploração da mina de urânio no Brasil, mas uma empresa do setor de fertilizantes que vai produzir o subproduto da mina, que é o fosfato. A produção local, segundo Maia Júnior, deve reduzir em 50% as importações brasileiras as fosfato e bicálcio. A expectativa é que a exploração e produção gerem em torno de 2.000 empregos diretos. A previsão é que a mina passe a operar por volta de 2023, sendo que o projeto deve ser iniciado no fim de 2021 ou início de 2022.

“São três notícias extraordinárias”, diz Maia Júnior. Além da refinaria e da Usina de Itataia, ele se refere ao contrato assinado semana passada com chinesa Mingyang Smart Energy, que construirá uma fábrica de aerogeradores para utilização em parques eólicos offshore, instalados no mar do Ceará. Com 15 fábricas na China, a companhia pretende investir R$ 400 milhões no Ceará. Somados aos investimentos do projeto Asa Branca e da Neoenergia, Maia Júnior informa que o Ceará soma R$ 50,4 bilhões em aplicações em energia limpa. “São três notícias extraordinárias para o Estado, em um momento difícil, em que o Nordeste todo teve articulação de atração”, diz.

“Considerada a maior jazida de urânio do Brasil, Itataia foi descoberta na década de 1970. Em 2004 formou-se o consórcio do Projeto Santa Quitéria (PSQ), formado pela estatal Indústrias Nucleares do Brasil (INB) e a Empresa Galvani Indústria Comércio e Serviços S.A. Segundo informações da INB, o PSQ está na agenda de prioridades do Governo Federal. A empresa aponta como justificativa a “recuperação do Brasil pós-pandemia da covid-19, com foco na balança comercial tanto para o urânio como para o fosfato”. O objetivo da exploração, segundo a estatal, é produzir fertilizantes fosfatados granulados destinados à agricultura, fosfato bicálcico utilizado para suplementação animal e urânio para a produção de energia elétrica.

Entre os benefícios do projeto a INB destaca ainda a condução de investimento pela iniciativa privada, a diminuição da importação de fertilizantes, a receita prevista, arrecadação de impostos, distribuição de produtos fosfatados nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste e desenvolvimento da “rota tecnológica”. Ainda conforme a estatal, a exploração em Itataia será baseada na economia de água, dispensará barragem de rejeitos, substituirá biomassa por coque de petróleo e terá maior aproveitamento do minério.

Pesquisas apontam que a produção do fosfato deve garantir a exclusão de elementos radioativos que representam risco para pessoas e ecossistema. Segundo informações do Ministério de Minas e Energia, o país importa urânio enriquecido no valor de R$ 100 milhões mensais para abastecer as usinas Angra I e II. O Movimento pela Soberania Popular na Mineração no Ceará defende que as comunidades atingidas participem das decisões e que o projeto contemplem políticas públicas que humanizem a economia, as relações com o espaço e minimizem riscos de contaminação.”

Investimento na refinaria é de R$ 4,240 bi, com implantação em até 30 meses

Após mais de 60 anos de espera, finalmente o Ceará terá uma refinaria – não pública, como foi ventilado no início dos anos 2000, mas com investimento privado. Nessa quarta-feira, o memorando de entendimento para a instalação do projeto foi assinado entre Governo do Estado e a companhia brasileira Noxis Energy. Com investimento de R$ 4,240 bilhões, a refinaria de petróleo deve gerar 150 empregos diretos e 3.000 indiretos. O maior impacto, contudo, é para o desenvolvimento local. Através da refinaria, novas indústrias podem se instalar no Estado, inclusive montadora de veículos. O fator determinante para a efetivação do projeto neste ano de incertezas econômicas foi o fato de o Ceará ser o único estado brasileiro com uma Zona de Processamento de Exportação (ZPE) em pleno funcionamento.

O governador Camilo Santana assinou o documento com o diretor-presidente da Noix, Gabriel Debellian, e Márcio Dutra, principal investidor. Os secretários do Desenvolvimento Econômico e Trabalho (Sedet), Maia Júnior, e do Meio Ambiente (Sema), Arthur Bruno, também estavam presentes. “Sempre tivemos um objetivo de implantar no Ceará uma refinaria e uma siderúrgica. Em 2017 conseguimos abrir a Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP), formada pela brasileira Vale e as coreanas Dongkuk e Posco, um grande investimento de todas as partes. Agora, para a instalação da refinaria da Noxis Energy, nós também nos colocamos à disposição para viabilizar a sua instalação. É um grande investimento para o nosso Estado e para os cearenses”, aponta o governador.

Após o licenciamento ambiental, a implantação está prevista para ocorrer no máximo em 30 meses. Em funcionamento, a refinaria terá como principal produto o óleo combustível marítimo (bunker), com capacidade de refino de 50.000 BBL/dia. Mas, plenamente implantada, a produção prevista é de 1.500.000 (hum milhão quinhentos mil) toneladas/ano de combustível, até 2025. Sediada no Rio de Janeiro, a Noxis Energy atua na área de refino de petróleo com plantas em processo de instalação em locais estratégicos ao longo da costa brasileira.

“Estar no Ceará é muito estratégico para a nossa empresa, pois o Estado apresenta condições favoráveis em posicionamento geográfico em um mercado com demanda significativa de derivados num raio de 200 km, instalações necessárias como o moderno Porto do Pecém, e pode atender também o Porto de Itaqui no Maranhão. Por falta de oferta, os navios vêm para o Brasil supridos de combustível para a viagem de retorno, e assim nos colocamos como principal fonte de reabastecimento de um bunker limpo, que terá uso compulsório nas embarcações já em 2020, reduzindo o teor de enxofre de 3,5% para 0,5%”, explica Gabriel Debellian. O presidente da Noxis garante também que a prioridade para a mão de obra essencial da refinaria será de cearenses.

Originalmente, a refinaria seria instalada no Maranhão. Contudo, a localização e as vantagens estratégicas locais foram preponderantes. Na avaliação do secretário Maia Júnior, daqui em diante o momento é de desenvolver projetos e obter licenças ambientais e de órgãos públicos licenciadores de obras. A ação, para o secretário, representa um segundo grande passo para a estruturação da política de desenvolvimento econômico, pois se trata de um investimento estruturador. O outro projeto a que Maia Júnior se refere é a Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP).

“Como a ideia inicial era de um projeto voltado para exportação, o fato de o Ceará ter a única ZPE em funcionamento no Brasil foi um fator decisivo”, ressalta. Como contrapartida, o Estado oferta terrenos que hoje estão alugados e incentivos fiscais. Como já é definido pela ZPE, a produção e exportação do petróleo refinado não gerará imposto. Desse modo, a vantagem local é mais ampla. “A refinaria vai gerar um outro de consumo e indústrias complementares. Como vamos exportar, estamos agregando valor ao petróleo bruto, produzindo combustíveis, criando novas economias, fortalecendo a visão de futuro do porto e consolidando todo o arranjo planejado para o Pecém”, contextualiza.

Como reforça o secretário, “uma indústria não se abre nem se fecha da noite para o dia, sempre foi base de desenvolvimento em qualquer país do mundo”. Apesar de considerada de pequeno porto, Maia Júnior afirma que a refinaria pode ser ampliada de acordo com a demanda. Além disso, a instalação suscita uma nova lógica de crescimento no setor. Como se trata de uma indústria de base, a expectativa é que sua instalação agregue a vinda de outras indústrias, como a petroquímica. “Com essa nova estruturação, os desdobramentos futuros incluem negócios complementares, como a indústria automobilística, por exemplo. Não há mais impeditivo de se formar a complementação da cadeia, com uma base de refino, atrelada à indústria petroquímica”, sinaliza.

O secretário lembra ainda que a refinaria resgata antigos planejamentos para o Ceará, de outros governos. Isso porque desde os anos 1960 se ventila a possibilidade de o estado ter uma refinaria de petróleo. A condição mais próxima ocorreu no início dos anos 2000, quando a instalação de uma refinaria da Petrobras mobilizou estados nordestinos a barganharem a obra. Na ocasião, a decisão foi pelo estado de Pernambuco, onde a Refinaria Abreu e Lima foi instalada, está em operação, mas neste ano passa pela possibilidade de ser privatizada. No Nordeste, o outro equipamento do tipo é a Refinaria Landulpho Alves-Mataripe, construída nos anos 1960 na Bahia e também, à época, vislumbrada para ser instalada no Ceará. Na região, portanto, a refinaria cearense será a terceira, mas a primeira privada.

Fonte: O Otimista em 16.09.2020