O consumo do amanhã
Artigo do superintendente do Sebrae/CE, Joaquim Cartaxo
É do conhecimento geral que a pandemia provocou mudanças nos hábitos de vida e consumo tocante aos indivíduos em todo o mundo. Tendências em movimento foram aceleradas, como o crescimento e disseminação da cultura digital no dia a dia da sociedade. De mais a mais, o isolamento social, necessário para conter a transmissão do coronavírus, levou muitas pessoas a estabelecer novos padrões relacionados ao consumo de produtos e serviços.
Tais mudanças foram estudadas em O Consumo do amanhã, pesquisa desenvolvida pela Innovaty Business Intelligence, que contém informações sobre o consumo do brasileiro durante a pandemia e aponta tendências para o futuro pós pandemia. As buscas realizadas pelos consumidores nos últimos meses se encontram dentre os dados apresentados, os quais evidenciam o crescimento referente ao entretenimento, saúde, alimentação, cuidados com a casa, educação e beleza.
Observando o segmento entretenimento, o termo “Amazon Kindle” cresceu em média 80% neste período de pandemia, indicando a consolidação da leitura digital no lugar da leitura relacionada ao livro físico, por exemplo. Os usuários de streaming como, por exemplo, Spotify (música) e Netflix (TV On Demand) cresceram.
Quanto ao segmento saúde, segundo a pesquisa, aumentou os downloads de aplicativos associados a atividades físicas, bem como o número de acessos aos sites alusivos às drogarias.
Anota o estudo que as restrições, determinadas pelos protocolos sanitários, referentes ao funcionamento de restaurantes levaram muitos brasileiros a cozinhar em casa e a pedir delivery. O Google registrou que busca por receitas caseiras e a procura por eletrodomésticos e acessórios de cozinha cresceu durante a quarentena.
Também se expandiu os downloads de aplicativos tocantes aos serviços de entrega alimentar. Ifood, Rappi e Uber Eats registraram quase 9 milhões de downloads, somados, no mês de março.
Analisando as questões relacionadas aos cuidados com a casa, foi identificado o crescimento de 35% na busca por materiais de construção. Destaca-se o termo “tinta de parede” que aumentou em 61% a busca. Da mesma forma, os tutoriais “Do it Yourself” (faça você mesmo) que expandiram a procura na Internet.
Desde o início da pandemia, os cursos online do segmento educacional cresceram 63%. O mesmo percentual foi registrado na busca por cursos de inglês online.
Com os salões de beleza e barbearias proibidos de funcionar, as pessoas optaram por recorrer a dicas na Internet voltadas aos cuidados com a aparência. Houve ainda maior propensão a comprar utensílios deste segmento, percebido, por exemplo, pelo aumento em 65% das buscas por máquinas de cortar cabelo.
Conhecer os hábitos de busca na Internet pode ser o percurso promissor para empreendedores perceberem tendências presentes e futuras e se prepararem adequadamente para atender aos anseios, desejos e expectativas dos consumidores. Mesmo incerto, cenários e diálogos com futuro indicam aos empreendedores caminhos que “se faz ao caminhar” como cantava o poeta espanhol Antonio Machado.
Joaquim Cartaxo – arquiteto urbanista e superintendente do Sebrae/CE
Fonte: Agência Sebrae de Notícias em 15.07.2020