O Ceará está realmente na boca do gol, por Duna Uribe

O Ceará está realmente na boca do gol, por Duna Uribe

| DESENVOLVIMENTO PELO PORTO | Ao O POVO, Duna Uribe, diretora executiva Comercial da Companhia de Desenvolvimento do Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp S/A), traça um panorama do Porto em São Gonçalo do Amarante e como ele tem peso no crescimento da economia

Alguns a chamam de Duna gringa, apelido que ela já não se ofende mais, dado pelo seu jeito de cidadã global ao voltar ao Brasil após mais de 20 anos fora. Cedida pela holandesa Port of Rotterdam, Duna Gondim Uribe ocupa há quase três anos o cargo de diretora executiva Comercial da Companhia de Desenvolvimento do Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp S/A) em São Gonçalo do Amarante, no Ceará.

Soteropolitana, ela tem família cearense e diz que o “coração fica quentinho” ao trabalhar aqui. Mas seu espírito é viajador e não descarta ter de voltar para a Holanda para novas missões, afora esta atual de desenvolver o parceiro Complexo do Pecém, administrado pela joint venture Cipp S/A, com 70% do Governo do Estado e 30% do Porto de Roterdã.

E falando em empresas, Duna esclarece sobre como é o seu comando. Mostra que gosta de passar conhecimento e que, na mesa de negociação, deve haver clareza e objetividade para atrair novos investidores. Porém, há desafios, e um deles é um problema nacional: a ambiência de negócios.

Há também alguns entraves que a Cipp S/A precisa resolver, um deles é com a Petrobras. E Duna detalha nesta entrevista ao O POVO quais as perspectivas, potencialidades e desafios para o Complexo e como o desenvolvimento do Porto sinaliza para como a economia de um país está melhorando. Mas de “fantástico” mesmo é o que ela classifica e o que coloca o Ceará “na boca do gol”: o hub de hidrogênio verde.

O POVO – Quando a senhora recebeu essa missão, quando estava no cargo de liderança no Porto de Roterdã, de vir para o Ceará e colocar os planos para o Complexo do Pecém em prática, qual era a sua visão inicial do Pecém e o que mudou?

Duna Uribe – Eu estava no Porto de Roterdã agindo como líder de Projetos e foi interessante, porque eu participei do projeto de parceria entre o Governo do Estado e o Porto de Roterdã. O Pecém para mim não era novidade quando eu recebi o convite para assumir a liderança da área Comercial (do Complexo do Pecém). E, na verdade, quando nós, e aí eu me refiro aos holandeses, viemos do Porto de Roterdã para fazer essa consultoria, enxergou- se grande potencial para o Pecém e houve uma paixão pelos dois lados, que se caracterizou nesse interesse de formatar essa parceria. Foi bem bacana porque eu já tinha essa vivência, pouca né, num espaço curto de tempo, mas já tinha essa vivência de conhecer o potencial do Pecém.

E agora com já dois anos e meio na liderança Comercial, eu acho que eu consigo entender um pouco mais de perto os desafios, o potencial enorme. Mas quais são os desafios para que a gente possa fazer esse potencial realmente se materializar, se realizar?

Costumo dizer que o brasileiro, e eu acho que especialmente o nordestino, é um povo muito resiliente. Apesar de todas as dificuldades, das barreiras, vários desafios encontrados, ele quer fazer acontecer, ele quer seguir em frente e com muita fé e com muita esperança.

OP – E quais são os desafios?

Duna Uribe – Eu acredito que os desafio se englobem mais no teor de clima de negócios, ambiência de negócios. E eu não estou colocando nem o Pecém, eu estou colocando a minha vivência, que tem sido fora do Brasil. Minha vivência como adulta, como profissional, que foi nos Estados Unidos, foi na Holanda. E nesses países existe muito a facilidade de fazer negócios.

As regras são muito claras desde o início. Toda a questão de como fazer negócios, com quem… E quando você chega no ambiente de países em desenvolvimento, e aí realmente não é algo próprio do Brasil e nem do Nordeste, é algo próprio do mundo em desenvolvimento, ainda existem essas barreiras, os desafios no sentido de ambiente de negócios. Então eu acredito que o que a gente vem trabalhando muito, e conectado com o Governo do Estado, é para fazer essa ambiência de negócios ficar ainda melhor.

A gente ter uma melhoria na ambiência de negócios, para que quando o empresário, as empresas venham fazer negócios no Ceará, se encontrem com um clima, com o ambiente, que realmente dê as boas-vindas, que pegue na mão do investidor e fale: ‘Eu vou lhe ajudar’. Quando tenho encontro com algum novo investidor, sempre falo: “Veja o Complexo do Pecém como alguém para facilitar o seu negócio. Eu quero entender o seu plano de negócios para poder, no meu papel, lhe facilitar”. É para fazer seu negócio aqui, que ele não vá para outro local.

OP – Em relação à mulher no posto executivo… Temos a Rebeca (Oliveira, diretora executiva de Relações Institucionais do Complexo do Pecém), que já estava aqui antes da sua vinda ao Pecém. Tem o Porto do Mucuripe com mulher à frente (a diretora presidente da Companhia Docas, Mayhara Chaves). Então há uma mudança de mais mulheres na liderança… Mesmo no Exterior, mas aqui também no Ceará, como enxerga a mulher em cargos executivos como o seu?

Duna Uribe – Excelente ponto… Eu acho que isso precisa ser falado, debater essa presença feminina, essa presença da diversidade nas camadas de tomadores de decisão, porque se a gente tem uma proporção de 50%/50% população masculina e feminina, e se a gente falar que todas as decisões, sejam elas na esfera política, acadêmica, corporativa estão sendo tomadas por 50% da população, nós não estamos escutando metade da nossa população. Não somente aqui no Brasil, mas no mundo todo. Então eu sou realmente apaixonada por esse tema e creio que qualquer ambiente somente tem a se beneficiar por colocar na mesa mulheres e homens tomadores de decisão.

Porque são visões diferentes, ideias diferentes. E está comprovado que empresas que têm no seu board, que têm na sua estrutura de Conselho, na sua estrutura de alta liderança, tomadores e liderança com histórico diferenciado uns dos outros, como isso traz um bom resultado ao negócio. Eu fico extremamente feliz de ter colegas avançando em cargos de alta liderança. No caso do Mucuripe, na Presidência. E eu acho que isso é importante, porque a mulher que está ali em um cargo de analista, ou de uma gestão ainda inferior em hierarquia, ela consegue visualizar algo que ela possa vir a ter. Acho que é extremamente importante, eu acho que traz o equilíbrio e o que puder fazer para fomentar isso eu vou fazer.

Leia a matéria completa no Páginas Azuis do Jornal O Povo

Fonte: Jornal O Povo

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Porto de Fortaleza embarca 3.315 toneladas de frutas para Europa

Porto de Fortaleza embarca 3.315 toneladas de frutas para Europa

O primeiro carregamento da safra de frutas 2020-2021 saiu do Porto de Fortaleza, na madrugada da última segunda-feira (28), com destino à Europa. A previsão é que, até o início de fevereiro de 2021, um total de 63 mil toneladas de frutas deixem o porto com destino a outros países.

Entre os produtos a serem embarcados até fevereiro do ano que vem, 3.315 toneladas – entre melancias de Mossoró, no Rio Grande do Norte, e uva e melão de Petrolina (Pernambuco) – já seguiram para a Europa. Ao longo dos próximos meses, a estimativa da administração do porto é que haja um carregamento por semana, intercalado pelos navios Marfret Guyane e Contship Zoe, em uma operação da BF Forthsip/Progeco.

A primeira viagem desta safra, com 135 contêineres reffers, está sendo realizada pelo navio Marfret Guyane. A previsão é que haja uma escala direta em Point-a-Pitre, que é um porto de transbordo, para então seguir para Europa (Thames, UK / Zeebrugge, Belgium). Do Porto de Fortaleza, no Ceará, até a primeira parada são sete dias ou 168 horas em alto-mar. Além do percurso para a Europa, esse modal marítimo também movimenta uma escala semanal de frutas e outras cargas em geral para o Caribe, tendo como destino seguinte a Europa.

Segundo a diretora-presidente da Companhia Docas do Ceará, engenheira Mayhara Chaves, “o início da safra de frutas é mais um importante momento para o Porto de Fortaleza que, apesar da crise sanitária mundial, vem cumprindo o seu papel na cadeia de logística marítima. Nesse ritmo de movimentação, o Porto de Fortaleza vem conseguindo se superar a cada mês, se consolidando como um importante equipamento para carga geral, granéis sólidos (cereais e não cereais) e granéis líquidos”.

Fonte: O Otimista em 29/09/2020

Porto do Mucuripe aposta no mercado internacional e bate 3,1 milhões de toneladas de cargas em 2020

Porto do Mucuripe aposta no mercado internacional e bate 3,1 milhões de toneladas de cargas em 2020

Segundo a Companhia Docas do Ceará (CDC), minério de manganês, escória, óxido de magnésio, clínquer e castanha de caju embarcaram para países como Espanha e França

Apostando em parcerias e na internacionalização dos negócios, o Porto do Mucuripe movimentou de janeiro até o fim de agosto (27) o total de 3,1 milhões de toneladas de cargas.

No total, foram 1.360.329 toneladas (granéis líquidos), 817.380,485 (granéis sólidos cereais), 685.122 toneladas de granéis sólidos não cereais e 266.656 toneladas de carga geral.

Segundo a Companhia Docas do Ceará (CDC), minério de manganês, escória, óxido de magnésio, clínquer, coque de petróleo, pescados, couros, cera de carnaúba e castanha de caju que embarcam no Porto de Fortaleza para países como França, Bélgica, Índia, China, Estados Unidos, Reino Unido, Holanda, e Espanha.

A exportação no Mucuripe conta também com um item sazonal, no caso, as frutas. A safra neste ano terá início no dia 18 de setembro e deve se estender até o dia 26 de janeiro de 2021, com destaque para o melão, melancia, manga e uva.

Concessão de área de 25 mil m² do Porto

A próxima etapa do Porto do Mucuripe é o trabalho para a concessão de uma área de 25 mil metros quadrados que se encontra ociosa. No terreno passa a linha férrea da Transnordestina e está baseado o antigo pátio de triagem da ferrovia do Porto.

Em entrevista ao Focus na semana passada, a presidente da CDC, Mayhara Chaves, afirmou que o espaço é ideal para a implantação de diversos empreendimentos. “Poderá ser uma fábrica, uma área para instalação de uma misturadora ou qualquer outra coisa que não esteja ligada à área portuária. Uma agência de veículos ou instalação comercial, quem sabe”, explicou a executiva.

Fonte: Focus em 02/09/2020

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Movimentação no Porto de Fortaleza cresce 9% no 1º semestre, apesar da pandemia

Movimentação no Porto de Fortaleza cresce 9% no 1º semestre, apesar da pandemia

Os granéis sólidos foram responsáveis pela alta, enquanto os granéis líquidos se mantiveram praticamente estáveis.

Mesmo no cenário econômico abalado pela pandemia da Covid-19 no primeiro semestre deste ano, o Porto de Fortaleza registrou crescimento de 9% na movimentação de cargas, quando comparado ao mesmo período do ano passado.

A alta foi puxada pelos produtos: trigo, escória, clínquer, manganês, magnésio, vergalhão, tarugo de aço e os derivados de petróleo. As 2,34 milhões de toneladas registradas até o momento, representam 53% de tudo o que foi movimentado em 2019 (4,4 milhões de toneladas).

Granéis

Os granéis sólidos cresceram 19% em junho comparado ao mesmo mês de 2019, passando de 909.195t para 1.080.406t. Com o segundo melhor desempenho, aparece a carga geral, registrando aumento de 10,5%, (+20.459t). Os granéis líquidos se mantiveram praticamente estáveis, passando de 1.030.956 toneladas para 1.041 toneladas.

De acordo com a diretora-presidente da Companhia Docas do Ceará, Mayhara Chaves, o crescimento contínuo do granel sólido neste ano possibilitou igualar a movimentação de granel líquido de 2019, que liderou o volume de cargas do ano anterior.

De janeiro a junho deste ano, os granéis sólidos responderam por 46% da movimentação total e os granéis líquidos por 45%. No mesmo período ano passado, respectivamente, foram 43% e 48%. A carga geral se manteve estável em 9%.

“A movimentação eficiente dos granéis sólidos está consolidando essa carga no Porto de Fortaleza, que só não foi maior devido à pandemia da Covid-19. Em relação aos granéis líquidos, o período de isolamento social iniciado em março deu uma freada no consumo, que agora já está voltando próximo da normalidade e em breve teremos um desempenho melhor desta carga” Mayhara Chaves (diretora-presidente da CDC).

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Fonte: Diário do Nordeste em 08.07.20

Porto de Fortaleza projeta expansão em 2020, sem competir com Pecém

Porto de Fortaleza projeta expansão em 2020, sem competir com Pecém

Para a diretora-presidente da Companhia Docas do Ceará, Porto de Fortaleza deve focar mais em granéis sólidos

A crise causada pelo novo coronavírus vem afetando a economia como um todo no País e no Estado, mas alguns setores vêm registrando impactos diferentes. Sem mencionar percentuais, a diretora-presidente da Companhia Docas do Ceará (CDC), Mayhara Chaves, diz que a expectativa para 2020 ainda é de crescimento no Porto do Mucuripe apesar da retração da atividade econômica. A perspectiva foi apresentada durante transmissão ao vivo organizada pelo Brasil Export – Forum Nacional de Logística e Infraestrutura Portuária na última sexta-feira (15).

De acordo com a representante da Companhia Docas, o Porto de Fortaleza foi, sim, afetado pela crise do coronavírus, registrando uma queda na movimentação de algumas cargas, como os combustíveis, que apresentaram redução na demanda em todo o mundo. Contudo, para outros tipos, o fluxo de mercadorias no terminal apresentou um crescimento exponencial, o que fez com que a administração da empresa revisse a previsão para ano, mas mantivesse uma projeção positiva. Entre as cargas que tiveram alta, segundo Mayhara, está o trigo, que é uma das principais mercadorias desembarcadas no Porto do Mucuripe. A executiva, no entanto, não deu mais dados sobre a perspectiva otimista.

“A movimentação de trigo foi bem maior. A de granel sólido também vem se sustentando, e crescemos 14% mesmo tendo queda na movimentação de combustível. Fizemos um levantamento com os nossos clientes e a expectativa era de que nos mantivéssemos no mesmo patamar do ano passado, mas o cenário agora é outro e esperamos um crescimento em 2020”, disse.

A diretora-presidente ainda comentou que a Docas está considerando elaborar um planejamento para focar em tipos específicos de cargas para impulsionar ainda mais a evolução de movimentação.

Características

Mayhara explicou que a competição entre dois terminais no Ceará (Porto do Pecém e Porto do Mucuripe) não seria um problema, já que há a constatação de perfis diferentes. Ela destacou que o Porto de Fortaleza possuiu um potencial grande para movimentar granéis sólidos, enquanto que o Pecém teria dificuldades logísticas neste ramo de atuação.

A principal característica seria a estrutura de ponte do Pecém contra a estrutura continental construída no Mucuripe. Ela afirmou que competir com o Pecém na movimentação de contêineres poderia ser complicado, considerando a maior estrutura física do porto offshore.

“A companhia docas vem muito focada em contêiner, mas a gente precisa começar a focar mais na movimentação de granéis sólidos. O Porto do Pecém é muito eficaz na movimentação de contêineres, mas temos que focar nas cargas que movimentamos bem e que são importantes, como trigo e combustível”, disse.

Ela reforçou que a existência de dois portos no Estado não seria um problema, contanto que os terminais tivessem perfis específicos. “A gente pode se especializar como porto butique, movimentando cargas específicas, como o manganês, e outros tipos, pois têm sustentado o nosso crescimento a cada ano”.

Fonte: Diário do Nordeste em 18.05.20