Google e Governo de Portugal assinam programa de cooperação

Google e Governo de Portugal assinam programa de cooperação

Nesta terça-feira o governo de Portugal anunciou acordo com a Google Portugal em apoio a transição digital e ferramentas e a formação que irão ajudar nas competências digitais e na empregabilidade, acelerando a recuperação econômica portuguesa.

O programa «Grow Portugal with Google» (g.co/GrowPortugal) está alinhado com as prioridades definidas pelo Governo nas competências digitais, empregabilidade, startups e inteligência artificial. O memorando de entendimento foi assinado pelo Ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital, Pedro Siza Vieira e pelo Country Manager da Google Portugal, Bernardo Correia.

Pedro Siza Vieira afirmou, na assinatura deste memorado, que “a necessidade de redefinir estrategicamente competências e atividades a serem desenvolvidas no âmbito Europeu coloca oportunidades e desafios às empresas em Portugal”.

“Temos de pensar coletivamente no que devemos fazer para afirmar Portugal como uma sociedade verdadeiramente desenvolvida assente na inovação, inclusiva e tecnologicamente avançada. Esta colaboração é disso exemplo e estou convicto que será um importante contributo para o reforço da capacitação digital da nossa população, imperativa para que possamos continuar a superar com sucesso os desafios da digitalização”, disse ainda.

Bernardo Correia, Country Manager, Google Portugal, por sua vez, disse que “a tecnologia tem de ajudar todas as pessoas – independentemente de onde moram, ou do seu nível de ensino”.

“Durante muito tempo, a Google tem vindo a investir nas competências digitais de forma a ajudar Portugal na sua viagem de transição digital. Este novo programa será, estou certo, um catalisador nesta retoma econômica e iremos continuar a trabalhar com o Governo, parceiros e associações para ajudar muitos Portugueses e as pequenas e grandes empresas deste país a dar o salto digital de que precisam para terem sucesso no mundo de hoje”, acrescentou.

Para António Valadas da Silva – presidente do IEFP – “num mundo cada vez mais digital, é determinante para o IEFP estar na linha da frente da disponibilização de canais e recursos que permitam responder às necessidades de cada um e garantir o acesso rápido à informação, nomeadamente às ofertas de emprego, e esta parceria com a Google vem ajudar o IEFP neste compromisso com os seus utentes”.

Segundo Valadas, com a experiência de Empregos na Pesquisa, é fácil ter acesso a informação atualizada sobre as ofertas de emprego sem necessidade de entrar no iefponline, só tendo que o fazer caso o utente pretenda candidatar-se à oferta.

“Uma iniciativa que, conforme refere, «insere-se num projeto mais alargado do IEFP que visa a modernização dos serviços e a utilização de ferramentas digitais, como mecanismos de customização dos serviços às necessidades e potencialidades dos nossos utentes.”

Programas previstos no memorando de entendimento

O memorando de entendimento estabelece seis programas para desenvolver uma rápida aceleração da adoção tecnológica, segundo divulgou o governo português:

– Empregos na Pesquisa Google (a partir desta terça-feira):
Em parceria com o Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), quando as pessoas pesquisarem por empregos no Google terão uma experiência imersiva que lhes permitirá explorar empregos na web e refinar as pesquisas para irem de encontro às suas necessidades. Esta experiência já ligou 10 milhões de pessoas a empregos em todo o mundo.

– Atelier Digital (a partir de 6 de outubro): Desde 2016, mais de 83,000 portugueses foram formados em competências digitais através do Atelier Digital – cursos online e presenciais em colaboração com o Conselho Coordenador dos Politécnicos Portugueses. Agora, a versão presencial do Atelier Digital foi convertido para o online, numa versão webinar com um total de 10 sessões com 10 politécnicos diferentes. Este ano, o nosso objetivo é treinar 32.000 portugueses em competências digitais, ou seja 10.000 mais do que em 2019.

– Android Training Program (a partir de 14 de Outubro):
Em 2019, a Google, em parceria com instituições de educação, lançou o programa para formar os portugueses em programação. Até ao momento, foram realizados 14 eventos com um total de mais de 3.000 programadores formados. Agora, o Android Training Program é alargado para incluir formação em Cloud e machine learning e surgem novas parcerias com Universidades para eventos online com o objetivo de formar mais 3.000 programadores ao longo de 12 eventos.

– AI for Business (brevemente): A Inteligência Artificial tem o potencial para transformar a forma como funcionam os negócios – melhorando a competitividade global. O lançamento desta ferramenta em Portugal irá proporcionar às empresas obterem recomendações personalizadas sobre como podem implementar a IA nos seus negócios.

– A Google juntou-se ainda à Indico Capital Partners para lançar o programa de aceleração Indico Accelerator Program powered by Google for Startups. O programa está atualmente a decorrer com o apoio da StartUp Portugal e será concluído em Junho de 2021. O programa inclui mentoring, formação, masterclasses, apoio na obtenção de financiamento, recrutamento e segmentação de produto e de consumidores da parte da Google e da Indico.

– Em paralelo, a Google lançou com a AICEP três webinars gratuitos com foco na expansão internacional para mostrar como o digital pode ajudar as empresas, e em especial empresas de retalho, da escolha do mercado correto à preparação para ser uma empresa global.

No mês de julho, a Google assumiu um novo compromisso de ajudar 10 milhões de pessoas e negócios na Europa, Médio Oriente e África (EMEA) a encontrar empregos, na digitalização e a crescer.

Fonte: Mundo Lusíada em 29/09/2020

Demanda por tecnologia: o crescimento de startups no Ceará em 2020

Demanda por tecnologia: o crescimento de startups no Ceará em 2020

Com o crescimento da demanda por serviços digitais, startups cearenses se desenvolveram durante o período de pandemia. Em um período no qual o acesso a tecnologias se expandiu com demandas tanto do público quanto de empresas, o segmento de startups, que por tradição já atua com o desenvolvimento de inovações, precisou se atualizar para dar conta de todas as solicitações.

No Ceará, estado que conta com 187 startups, de acordo com dados da Associação Brasileira de Startups (ABStartups), o contexto não foi diferente, com empresas ampliando e até surgindo em meio a pandemia do novo coronavírus. Sobre o ecossistema cearense do segmento, Delano Macêdo, conselheiro do Ninna Hub, equipamento para aceleração e incentivo de startups, define que o Estado está em processo de estruturação.

Em comparação com outros estados do Nordeste, como Bahia e Pernambuco, o Ceará demorou alguns anos para começar de fato a olhar o segmento com atenção, avalia Delano. Contudo, a presença de universidades e escolas técnicas no interior do Estado serão responsáveis por estimular ainda mais o surgimento de profissionais para o setor.

Entre as possibilidades de setores de atuação, o conselheiro destaca a saúde como um potencial, citando como exemplo a presença da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) no Distrito de Inovação em Saúde do Eusébio, além dos projetos para a região do Porangabussu, que também abrigará um Distrito. ”Há previsão de programas de startup em saúde para lá. Acho que logística é outra área (de destaque), considerando a posição equidistante do Estado no Nordeste.

Tem vários centros de distribuição de empresas grandes que estão se instalando no Ceará”.

Ainda sobre os principais setores no Ceará, Marília Diniz, analista do Sebrae-CE comenta que observa “muita força na área da educação, agronegócio, turismo e saúde. Iniciativas estão rodando bem em todos os setores, na área de energia solar está acontecendo, também tem o pessoal trabalhando com Inteligência Artificial (IA). Várias tecnologias de robotização, games”, elenca.

Em estudo intitulado “Mapeamento de Comunidades Emergentes Região Nordeste 2019”, a ABStartups informou que os segmentos de Educação (15%), Saúde e Bem estar (10,6%), Varejo/Atacado (10,6%), Comunicação e Marketing (6%) e Big Data (6%) são os líderes em atuação no Ceará.

O programa StartupCE, realizado pelo Sebrae-CE, é uma das estratégias para incentivar o ambiente no Estado, com a pré-aceleração de iniciativas selecionadas. Marília comenta que a expectativa para o quarto ciclo do projeto, que já beneficiou 70 startups, abra inscrições no mês de setembro. Ainda não há mais detalhes sobre a nova edição do programa. Marília também reforça que os padrões de averiguação de uma startup, com a hipótese, o problema, a validação da hipótese e teste, aproximam o setor do método científico.

Dessa forma, potenciais erros no desenvolvimento ou foco da empresa acabam sendo modificados mais rapidamente, evitando perdas expressivas de investimento.

Ninna Hub
Com foco em ser um espaço para incentivar startups de diferentes segmentos no Ceará, o Ninna Hub, lançado em dezembro de 2019, reúne seis empresas em sua sede. Por conta do período de pandemia, um novo edital para a chegada de novas startups foi adiado. “Íamos lançar edital antes da pandemia, mas veio o lockdown, não fazia sentido fazer se o prédio não estava vivo.

Agora, estamos reabrindo a ideia do edital”, conta Delano Macêdo, ainda sem definir a data oficial para a chegada de novas iniciativas. O espaço possui capacidade para até 20 startups. Atualmente, o Ninna conta com cinco mantenedores. Ou seja, empresas que pagam uma mensalidade fixa, com contrato de um ano, e têm acesso às startups inseridas dentro do hub para estudarem inovações que se apliquem a cada necessidade. De acordo com Delano Macêdo, três deles foram conquistados durante o período de pandemia. Para os próximos meses, o hub pretende angariar novos mantenedores, com o desenvolvimento de programas de inovação mais curtos, com duração de até dois meses.

Para além do contato com empresas privadas, o hub se aproxima da academia, com a presença de uma unidade Centro de Empreendedorismo (CEMP) da Universidade Federal do Ceará (UFC) nas instalações do Ninna.

Em contrapartida, o hub contará com um espaço dentro da sede do CEMP, localizado no Campus do Pici. A estratégia é uma forma de fazer com que os estudantes tenham mais facilidade de apresentarem seus projetos e incentivar o ambiente de inovação.

Chatbot Maker
A mudança de foco e escopo faz parte do processo de desenvolvimento de uma startup. No caso da Chatbot Maker, criada em 2017 pelos amigos Thiago Amarante, CEO e CTO da empresa, e Marlos Távora, COO, o objetivo se manteve o mesmo: auxiliar o atendimento e relacionamento de empresas com os clientes de forma automatizada. Com experiência adquirida em três startups anteriores, o aporte de um investidor anjo foi um dos primeiros passos para o surgimento da Chatbot Maker.

A tecnologia de chatbot permite, por meio de um aplicativo de mensagens, que as empresas tenham uma IA para responder às solicitações de forma automática, sem a necessidade de um operador humano no processo. “(Em 2017) Vendíamos um produto que as empresas ainda não entendiam o que podia fazer com ela. Whatsapp ainda engatinhava no Brasil a ponto das empresas entenderem que elas poderiam fazer atendimentos nesses canais”, conta Thiago. No último trimestre, a Chatbot Maker cresceu 500% em número de clientes, saindo de 23 para 150, com 1,5 milhão de usuários interagindo com os clientes.

Hoje, a empresa conta com 13 pessoas na equipe. “Nós começamos como um serviço de consultoria, depois fomos para um serviço de construção de chatbot, depois fomos para um modelo mais de serviço, com mistura de construção com consultoria e, por último, agora um produto mais caixinha”, detalha Thiago. O CEO se refere a Suri, uma IA já automatizada, disponível nos canais de atendimento dos clientes, como Whatsapp, Messenger (Facebook) e o próprio portal da empresa. Dessa forma, a implantação do sistema é mais rápida e menos onerosa para o cliente, que paga uma mensalidade pelo serviço. Para os próximos passos da empresa, Thiago explica que está sendo preparada a tese de investimento, pois uma rodada de investimentos é prevista para o próximo trimestre. Também há planos para o desenvolvimento de um ticket de valor mais baixo, voltado para empresas de menor porte, como forma de ampliar o escopo de atuação da startup.

Mercadapp
Durante o período da pandemia, com a necessidade da população de ficar em casa e reduzir aglomerações, o uso de aplicativos para realizar compras em supermercados foi um dos segmentos que se desenvolveu em 2020. Fundada em 2016, a startup Mercadapp já possuía expertise no setor, mas o crescimento da demanda de clientes representou um novo desafio para a empresa. Durante o mês de março, a média de crescimento de vendas pelo aplicativo foi de 400%. Somente neste ano, mais de 50 milhões de reais já foram movimentados na plataforma.

De acordo com o CEO Gabriel Gurgueira, a equipe cresceu durante o período de pandemia, passando de 16 para 41 pessoas. “Como a gente tem uma solução que ganha senso de urgência nesse momento, acabamos tendo um crescimento considerável, que ampliou as margens de crescimento que a gente vinha tendo a cada ano. Nosso desafio foi justamente crescer de forma saudável num escopo tão rápido e como conseguir atender toda a demanda que nos foi deslocada. E conseguimos fazer todos os movimentos adequados, crescer bem no período, estabelecer boas relações”, explica.

O CEO destaca que um dos diferenciais da Mercadapp é já possuir uma base com mais de 150 mil produtos pronta para os novos clientes, o que reduz a necessidade de realizar novos cadastros. “E a gente ‘pluga’ também a assessoria, que já está embutida na nossa solução completa. Além da tecnologia, tem um assessor que vai estudar o caso do lojista, os resultados, vai sentar com ele ao menos uma vez ao mês, traçar plano, metas, definir quais campanhas podem ser executadas, já entendendo quais campanhas trazem melhores resultados. Indica em um benchmarking como ele está performando em relação a supermercados que temos na nossa base de porte semelhante, isso sem ferir a confiabilidade de nada.

”Com presença em 150 supermercados em 20 estados brasileiros, a meta da empresa para o primeiro trimestre de 2021 é chegar a 200 clientes, com cobertura em todo o território nacional. “A gente observa que houve uma aceleração na maturidade da venda online no Brasil, que Covid infelizmente disparou. Nossa tarefa é ajudar isso da melhor forma, fazendo com que seja mais produtivo pro lojista”, comenta Gabriel.

Logaroo
Criada em maio de 2020, durante o período de pandemia, a startup Logaroo trabalha na perspectiva de ser uma nova atuante no segmento de delivery. Samuel Batista, diretor de tecnologia da empresa, explica que a experiência para entrar no setor veio com o segmento de dark kitchens (restaurantes com funcionamento exclusivo via delivery), no qual os desenvolvedores da Logaroo estavam inseridos desde 2018.“Nascemos dentro de uma operação de dark kitchens, o Delivery Mall. Então, nossa operação já era mais do que desejadas por estes primeiros clientes de nossa operação.

Como estes clientes também possuem outros negócios em outras localizações, nosso serviço acaba sendo bastante recomendado justamente por sanar uma dor que é bastante recorrente dentre os operadores de dark kitchens: a entrega dos pedidos”, comenta Samuel. Apesar do setor ter uma concorrência bem estabelecida, a startup já conseguiu resultados relevantes, com 60 mil entregas realizadas em 50 bairros de Fortaleza, movimentando mais de R$ 2,6 milhões.

“Nos diferenciamos dos grandes players que também oferecem a logística pelo fato de garantirmos a disponibilidade de agentes de entrega para atender a alta demanda nos mais diferentes horários, já que as operações de dark kitchens onde operamos já garantem aos entregadores uma grande oferta de entregas. Dessa forma, alcançamos uma eficiência logística que traz ótimas avaliações aos restaurantes atendidos.

”Nos próximos meses, a startup tem como foco ampliar a equipe operacional, além de viabilizar atuações em outros estados do nordeste.

Fonte: TrendsCE em 14/09/2020

UFC cria primeiro condomínio de inovação e empreendedorismo do NE

UFC cria primeiro condomínio de inovação e empreendedorismo do NE

Além de abrigar startups e empresas juniores, complexo também investirá em Inteligência artificial (IA) em parceria com universidade chinesa. Fundo criado irá ajudar no desenvolvimento dos projetos

O primeiro Condomínio de Inovação e Empreendedorismo do Nordeste estará vinculado à Universidade Federal do Ceará (UFC) e será inaugurado em agosto. Instalado em um prédio de cinco pavimentos e mais de 2 mil metros quadrados de área construída, será a sede administrativa do Parque Tecnológico da UFC, da Escola Integrada de Desenvolvimento e Inovação Acadêmica (EIDEIA), da Agência de Inovação (UFC Inova) e de um centro de pesquisa em inteligência artificial.

Pensado como um espaço de conexão entre a universidade e os setores produtivos, o reitor da UFC, Cândido Albuquerque, diz que o Condomínio e Parque Tecnológico, instalado no Campus do Pici, buscarão acolher as demandas das empresas e da sociedade, desenvolvendo soluções.

O reitor lembra que todas as universidades no mundo têm espaços voltados ao desenvolvimento de tecnologia com pesquisa aplicada. “Hoje [ontem], mostramos nosso condomínio de empreendedorismo, que é um espaço onde o aluno vai poder desenvolver suas ideias e onde as startups e empresas juniores poderão apresentar suas pesquisas ou produtos aos empresários”, diz.

Além do condomínio, as instalações do complexo também incluirão uma incubadora de startups e espaço de coworking para atender estudantes, pesquisadores, executivos, empresários e gestores públicos. Abrigará ainda células da FIEC, Fecomércio e Sebrae, bem como agências juniores da universidade que não possuem sede própria. Segundo Albuquerque, o Nutec e a Embrapa serão alguns dos condôminos. “O condomínio será uma porta de entrada. Se um empresário precisar de uma pesquisa ou desenvolver uma solução ou produto, ele procurará nosso condomínio, podendo começar pela Sala da Fiec, de onde será encaminhado para o professor especialista na área

Laboratórios

Mais de 200 laboratórios da universidade cearense, que agora serão multiusuais, estarão conectados ao complexo. O Condomínio de Empreendedorismo e Inovação está vinculado a todas as áreas (Saúde, Tecnologia da Informação, Educação, Engenharia, Construção Civil, dentre outras. “Todos os professores da UFC terão acesso aos laboratórios e o aluno que tiver uma grande ideia, mas não tem o dinheiro ou espaço para desenvolver seu projeto, poderá ir para lá. “Hoje, eles fazem isso nos corredores ou bibliotecas da instituição”.

No quinto andar do edifício funcionará o Instituto de Inteligência Artificial, que estará vinculado ao gabinete do reitor e à Universidade Nankai, na província de Nankai (China), numa parceria entre as duas instituições. Albuquerque ressalta que a universidade chinesa se destaca no desenvolvimento de inteligência artificial. “Lá estão sendo desenvolvidos robôs para realização de cirurgia á distância via tecnologia 5G”.

Fundo próprio

A Universidade Federal do Ceará também criou um Fundo Patrimonial que permitirá à instituição ser sócia das empresas que forem geradas no Parque Tecnológico. Cândido Albuquerque espera que o fundo seja operacionalizado ainda este ano. “Estamos regulamentando para fixar o aporte inicial de recursos, mas o valor ainda não está definido”. Os recursos virão da receita própria da UFC, do aluguel de imóveis da instituição, das livrarias, restaurantes e da venda de imóveis não são utilizados pela universidade. “O Fundo tem ainda essa possibilidade de receber doações da iniciativa pública e privada e, fundamentalmente, de pessoas físicas”, diz o reitor.

No complexo também estará instalado um escritório de negócios voltado a discutir e firmar acordos de patentes entre a universidade e as empresas que desenvolverem produtos. O percentual de participação da UFC nessas patentes não será fixo. Albuquerque diz que ele será negociado caso a caso. No térreo do edifício haverá uma sala que funcionará como uma espécie de showroom de tudo o que está sendo ou foi produzido pelas empresas incubadas. Lá, empresários poderão conhecer os projetos e pesquisas que poderão agregar valor ao produto que ele busca desenvolver.

Presidentes de sindicatos já agendaram reuniões com pesquisadores

O reitor Cândido Albuquerque recebeu os presidentes da Federação das Indústrias do Ceará (Fiec), Ricardo Cavalcante, e da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Ceará (Fecomércio-CE), Maurício Filizola, ontem (30), no Pici, onde apresentou o empreendimento. A comitiva contou ainda com a presença de cerca de 10 presidentes de sindicatos industriais, interessados na potencialidade dos projetos que poderão ser desenvolvidos no local.

Cândido Albuquerque diz que, após a visitação, alguns negócios foram apalavrados e reuniões agendadas para a próxima semana. “A ideia foi muito bem recebida pelos presidentes”, diz. O presidente da Fiec, que também preside o Conselho Deliberativo do Sebrae-CE e representou a instituição na ocasião, acredita que através dessa iniciativa será possível alinhar demandas do setor produtivo às pesquisas desenvolvidas na universidade, beneficiando o desenvolvimento do Estado. Para Ricardo Cavalcante, o condomínio é um marco histórico que possibilitará a união da academia com o setor produtivo em prol do desenvolvimento do Ceará.

“Todo o saber está na academia e, nesse sentido, é grande a contribuição que ela pode dar à sociedade e ao setor produtivo, encontrando saídas para problemas enfrentados no mercado. Esse condomínio será uma oportunidade para a gente desenvolver novos processos e novos produtos, tanto nas empresas do formato tradicional quanto nas startups. Será um novo momento para a gente da Federação e para a sociedade em geral também”, opinou.

Cavalcante destacou ainda o olhar contemporâneo e de projeção que o equipamento traz para a UFC. “O maior patrimônio do Ceará são as pessoas. Temos que parar de perder as inteligências daqui para outros estados e países. Se universidade e mercado estiverem unidos, poderemos não só reter esses profissionais, mas, ao mesmo tempo, dar à sociedade as respostas que ela demanda”, acrescentou.

O presidente da Fecomércio, Maurício Filizola, destacou que o setor produtivo já está alinhado, atuando em cooperação, em diversas ações e agora a universidade chega para somar. “Quando o setor produtivo se une com a universidade nós temos a possibilidade de ampliar essa interação e dar mais resultado para a economia e para o desenvolvimento da sociedade. O condomínio é uma extensão do que estamos fazendo, agora com a universidade, para que na prática a gente traga ferramentas de apoio aos empresários em benefício também do desenvolvimento da sociedade”, comentou.

A fala do presidente da Fecomércio foi bastante ligada ao momento atual, com setores como comércio, serviços e turismo entre os mais fragilizados pela pandemia do novo coronavírus: “A pandemia nos trouxe esse olhar de cooperação. E hoje nós estamos vendo aqui a cooperação sendo fortalecida entre a Universidade, a indústria, o comércio. Isso tem tudo para melhorar nossa economia e tornar nosso Estado, conhecido por seu povo resiliente, ainda mais grandioso. Antes, havia uma distância, que está sendo superada hoje”. Ex-aluno do Curso de Farmácia da UFC, disse sentir-se grato de estar colaborando com o crescimento da casa que o formou.

Fonte: O Otimista em 31/07/20

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Startups ganham força em meio à disrupção econômica

Startups ganham força em meio à disrupção econômica

Ceará conta com uma das maiores comunidades do Nordeste e o apoio de entidades como o Sebrae, o que pode ajudar na captação de investimentos
Com a proposta de buscar soluções para os variados desafios do mundo empresarial, as startups têm chamado cada vez mais a atenção de investidores, que vislumbram nas jovens empresas uma boa possibilidade de retorno, sem a necessidade de um aporte tão significativo. No Ceará, as comunidades têm crescido ao longo dos anos e, com o apoio de entidades como o Sebrae, tendem a ganhar ainda mais força no atual momento de disrupção e retomada da atividade econômica, onde a inovação deixou de ser opção e virou necessidade.

De acordo com dados da Associação Brasileira de Startups (ABStartups), em 2019, o Rapadura Valley, a comunidade de inovação do Ceará, localizada em Fortaleza, contava com 81 startups ativas, o que correspondia a 14,1% do número total do Nordeste. Dessas, 43,4% já estavam em fase de operação e 50% tinham como alvo o B2B (empresas), mercado forte em toda a região. “Sobre o faturamento das iniciativas, destaca-se que 22,86% destas faturaram, no último ano, entre R$ 50 mil e R$ 250 mil”, destaca o mapeamento da entidade.

Membro do Rapadura Valley, Mário Alves, que também é sócio e consultor da Indigital.lab, diz que, atualmente, a comunidade conta com mais de 70 startups cadastradas e mais de 200 empreendedores. Segundo ele, o Ceará certamente possui muito mais gente atuando no ecossistema da inovação, mas que ainda não foi identificada. “É difícil mapear com efetividade, pois a atividade é muito dinâmica, mas temos nos organizado ao longo dos últimos anos e buscado o contato com todas as pessoas ativas. Acredito que temos mais de mil”, opina.

Em 2019, o Rapadura Valley venceu a categoria comunidade revelação no Startup Awards, a maior premiação do ecossistema nacional, o que deu ainda mais destaque ao potencial da comunidade cearense. Para Mário, com o atual momento de incertezas e de preocupação com o futuro da economia, é natural que o meio empresarial busque aumentar o contato com ideias inovadoras e, consequentemente, os investimentos em iniciativas que possam trazer soluções.

“O grande diferencial das startups é a proximidade com o mundo digital, até porque é lá que elas nascem. O atual período ensinou às empresas o quanto é importante ter presença digital para obter vantagem competitiva, então creio que os grandes empresários vão querer estar mais próximos dessa mentalidade, o que deve gerar crescimento de alianças e de investimentos”, diz Mário Alves.

Dentre os segmentos de atuação das startups cearenses, o grande destaque é a área de educação (Edtech), com 15% das iniciativas mapeadas pela ABStartups. “Não é à toa que alguns cases de sucesso da comunidade são da área, entre eles temos a Agenda Edu e a Arco Educação – empresa que começou como uma startup e, atualmente, possui capital aberto na bolsa norte-americana Nasdaq e é avaliada em mais de US$ 2 bilhões”, diz o relatório da Associação.

Além de educação, outras áreas que se destacam entre as startups cearenses são: saúde e bem estar, com 10,6% de participação; varejo e atacado, também com 10,6%; e os segmentos de comunicação e marketing, big data (análise de dados) e direito, ambos com 6% de participação. “São formas de pensar diferente, que podem oferecer grandes ganhos às empresas. Ter esse conhecimento de processos e de ferramentas é essencial”, destaca Mário Alves.

Apoio para o desenvolvimento

Para auxiliar no amadurecimento de suas ideais, as startups cearenses contam com o importante apoio do Sebrae-CE, que, através de algumas iniciativas, tem ajudado a comunidade do Estado a crescer mais forte e capacitada. Uma dessas ações é o programa StartupCE, que realiza uma pré-aceleração de startups selecionadas e a capacitação de seus empreendedores para que posam colocar suas ideias de negócio inovadoras no mercado de forma rápida e consistente.

“O programa seleciona de 20 a 25 empresas e atua na parte de início da startup, através de oficinas, mentorias e rodas de conversa com outros empreendedores. Ao final, há uma apresentação oficial daquelas ideias ao ecossistema”, explica a analista do Sebrae-CE, Marilia Diniz. Segundo ela, já foram realizados três ciclos do StartupCE, com mais de 70 startups e 200 empreendedores participantes. Neste ano, o programa ainda não ocorreu por conta das limitações impostas pela pandemia, mas ajustes estão sendo feitos para o lançamento do próximo ciclo.

“Temos conseguido manter um grau de mortalidade bem abaixo da média. Das startups que passaram pelo programa, 50% continuaram com o mesmo projeto e se desenvolveram, enquanto que, nacionalmente, este índice costuma ser de apenas 20%. Mesmo quem desiste de determinada ideia acaba empreendendo em outros segmentos de uma forma mais capacitada”, destaca Marilia Diniz.

A analista também esclarece que, além do StartupCE, há vários programas nacionais que o Sebrae-CE apoia e executa. Um exemplo é o Capital Empreendedor, que ajuda no momento de buscar financiamento e acessar os investidores. “Tem também o InovAtiva, que é um programa de mentoria e aceleração nacional, em parceria com o Ministério da Economia, assim como o Nexos, que promove a conexão de startups com médias e grandes empresas, através de desafios. Outro exemplo é o Sebrae Conecta, que fornece consultoria e suporte às empresas que precisam, conectando-os com mentores e consultorias. Há uma ação bem ampla, local e nacionalmente”, comenta.

Ainda de acordo com a analista do Sebrae-CE, o que pode contar a favor das startups no atual cenário de retomada da economia é a agilidade, uma das características mais marcantes dessas iniciativas. “As startups mudam, agem e aprendem rápido. Elas ‘erram barato’, o que é fundamental num cenário onde é preciso gastar pouco e criar ações com rapidez”, opina Marilia. Para ela, esse modelo de atuação tem muito a oferecer à sociedade e a potenciais investidores. “Creio que elas podem se destacar muito neste momento de reajuste”, completa.

Desafios a superar

Mesmo em um cenário favorável, ainda há alguns desafios a serem superados para a criação de um ambiente efetivamente promissor às startups cearenses, explica Machidovel Trigueiro, professor da Universidade Federal do Ceará (UFC) e da Florida International University (FIU/USA). Segundo o acadêmico, que possui pesquisas em Stanford na área de Direito das startups e Inteligência Artificial, o Ceará possui “duas questões limitantes” que devem ser melhoradas.

“Temos a questão da infraestrutura, principalmente no que diz respeito ao acesso à internet para pessoas das regiões mais afastadas do Ceará. Se vencermos esta barreira, haverá uma revolução de oportunidades no Estado, pois estamos perdendo ideias inovadoras e jovens talentos por conta dessas limitações no Interior”, destaca o professor.

Ainda de acordo com Machidovel, outro problema é o crédito, que tem ficado mais escasso no atual período de crise. “Os bancos não estão liberando recursos com facilidade para essas empresas, o que dá ainda mais importância aos investidores privados”, conta.

Para o professor, ao conseguir superar esses desafios, as startups certamente poderão oferecer diferenciais às empresas em meio à economia do “novo normal”, onde muitos processos precisarão ser aperfeiçoados. “As empresas não têm mais como fugir do digital. Quem achar que vai continuar da mesma forma que antes, acabará fechando as portas. Não consigo enxergar uma grande empresa, hoje, sem tecnologia e, mais à frente, sem Inteligência Artificial”, pontua. Dentro deste contexto, diz, as startups podem auxiliar nessa evolução.

Oportunidades no Ceará

Sobre possíveis oportunidades para os empreendedores cearenses, Machidovel Trigueiro, que também é criador da startup Mememoria, que tem como objetivo eternizar digitalmente as memórias em vida, cita alguns setores ainda pouco explorados como opção para quem estiver disposto a apostar em uma ideia. “Um segmento que ainda vejo ser pouco trabalhado pelas startups é o de Turismo, que, inclusive, tem muita força no Ceará. Com o reaquecimento do setor após a pandemia, pode haver uma boa oportunidade de negócio surgindo”, opina.

“Ainda existe muito o que fazer no setor de educação, na agroindústria e na área de logística, que tem um espaço muito grande. Já na questão das fintechs, que são startups ligadas ao setor financeiro, não vejo muita opção para a comunidade cearense concorrer com a evolução que já há no Sul e Sudeste. É um segmento muito saturado e desenvolvido naquelas regiões”, diz Machidovel.

Por fim, o professor e empreendedor avisa que é preciso muita preparação e conhecimento para apostar as fichas numa startup. Conforme diz, “se é para abri-la amanhã, o ideal é que por trás disso haja meses de estudo preliminar”. Para ele, além de estudar profundamente o mercado, os empreendedores também devem buscar uma área que realmente consigam se identificar.

“Procure uma atividade que lhe dê prazer, não só porque pode dar dinheiro. O mercado não está para brincadeira, então é necessário a paixão por aquela atividade para fazê-la crescer. Ademais, é preciso ver como inserir a tecnologia naquela ideia. Não adianta abrir, hoje, um novo negócio sem tecnologia”, finaliza.

Fonte: Trends CE 22/07/2020

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A crise do coronavirus vai quebrar minha empresa, e agora? Como se transformar em 4 passos

A crise do coronavirus vai quebrar minha empresa, e agora? Como se transformar em 4 passos

Me chamo Igor. Sou Empreendedor, futurista e arquiteto, fundei minha primeira iniciativa mais inovadora em 2010, um dos primeiros coworkings do Brasil, chamado Elephant, e de lá para cá participei de diversas iniciativas de inovação como aceleradoras de startups, co-fundei mais de 5 hubs de inovação pelo Brasil e mais atualmente um dos principais festivais de tecnologia socioambiental da America Latina, chamado Winds for Future.

Já estou em quarentena a mais de 10 dias, e todo dia minha cabeça muda um pouco, mas tenho uma hipótese que dificilmente irá mudar, a de que o mundo não é o mais o mesmo, e nunca mais será após a pandemia do corona.

A era corona talvez traga para o presente, o que só aconteceria apenas em 2025, 2030.. não sabemos, mas a verdade é, muito do que está acontecendo, já iria acontecer, está apenas sendo MUUUUITO MAIS acelerado, do que já era previsto.

Mesmo que a “cura”, ou tratamento contra o vírus, fossem descobertos HOJE, o mundo demoraria uns 3 a 4 meses para voltar ao normal (todos livres para sair de casa, exceto a 3a idade) e a economia, talvez 1.5 ou 2 anos… mas independente, o caminho não será o mesmo, não voltaremos para o mesmo estagio de um dia antes do corona. Muitos hábitos da sociedade vão mudar, outros que estavam a caminho, serão acelerados, por isso digo, o mundo já mudou, e não tem mais volta.

No Brasil, vamos sofrer ainda mais, pois a nossa mão de obra é muito carente de especialistas, e nossas empresas, mesmo as maiores, detêm pouca, ou nenhuma tecnologia autoral (de nível internacional). Nossos primeiros unicórnios (startups com valor de mercado de 1BI U$) , são principalmente empresas fintechs que conseguiram aproveitar a ruptura de um mercado monopolizado por 4 ou 5 bancos a décadas, e mesmo que já sejam startups gigantes, atuam na sua maioria nacionalmente, ainda precisando comprovar poder internacional de produto e expansão, para assim poderem competir num mercado tão monopolizado que é o mercado digital.

Mas, enfim, e nós? pequenas e micro empresas, nesse universo tão complexo, o que podemos fazer para se transformar e continuar com nossos negócios não apenas vivos, mas crescendo?! (opa, essa hora você deve ta me achando maluco).
Primeiramente, gostaria de enfatizar que meu intuito aqui é escrever um MAP (Mínima adaptação Viável) para micro e pequenos empreendedores, e não uma solução ou programa completo de re-invenção a-jato para todas as empresas. Cada empresa precisará analisar sua realidade e avaliar se é possível uma adaptação rápida ou mais lenta. A boa notícia nesse momento é que quanto menor sua empresa for, mais leve e rápido você poderá se mover e se adaptar.

Vamos aos próximos passos!

Passo 1: Você e sua família

Sua empresa perderá muitos ativos (físicos e recursos financeiros), mas não pode se dar ao luxo de perder você. Além da sua empresa, familia, amigos e entes queridos vão precisar de ajuda, e como as coisas ficaram “um pouquinho” mais difícil, você precisará esta 100% para enfrentar esse momento de transformação.
Comece em manter sua imunidade (física e psicológica) no mais alto padrão possível, da forma mais simples e barata.
– Durma de 7 a 8 horas por dia.
– Beba de 2.5 a 3 litros de água. Se não puder comprar ou não tiver filtro em casa, lembre-se da alternativa de ferver.
– Meditação (vai ajudar a manter você no controle, além de diminuir stress)
– Exercícios (existem muitas formas de se exercitar em casa, pesquise por “como se exercitar em casa” no google). (até essa etapa o gasto foi ZERO)
– Você precisará de menos energia, então avalie comer menos, mas de forma balanceada. (lembre que você estará menos ativo, e que não sabemos quanto tempo essa crise irá demorar, então melhor se adaptar agora).
– Cuide dos outros ao seu redor, lhe ajuda a manter um senso de propósito e passar por essa fase (alem de saber que se alguém precisar de ajuda, todos terão que cuidar daquela pessoa).

Passo 2: Seu ESPAÇO mudou, Sua ROTINA também

Entenda sua nova realidade e prepare sua nova infra-estrutura e rotina.
– Defina um lugar de trabalho tranquilo e ventilado.
– Prepare sua mesa com o que você mais gosta (plantas, porta retratos, objetos de decoração etc)
– Pense na ergonomia como uma todo; altura do computador, cadeira confortável (eu trouxe a mesa e cadeira do meu coworking).
– Escolha o ponto da casa onde a internet wifi seja mais veloz, ou mude o roteador de lugar.
– Reduza sua rotina de trabalho para 4 a 6 horas/dia (Sua rotina mudou completamente, entenda sua realidade e se adapte, pois você terá que economizar recursos que costumava utilizar para terceirizar vários serviços em casa, tais como preparação dos alimentos, lavar roupas, pratos, limpar a casa, cuidar de pessoas ou crianças próximas a você, sendo você agora, a pessoa responsável por isso, precisará de mais tempo, não adianta se iludir)
– Estude !!! mais do que nunca. Sugiro no mínimo 2 horas por dia, tem tempo sim, tire das redes sociais e Netflix. (vou começar sugerindo aprender outras línguas, quanto mais idiomas, maior sua capacidade de alcançar novos mercados, vamos lembrar (temos a vantagem do custo nesse momento, 1U$ = 5R$) ou seja, se nos capacitarmos e concorrermos com outros países, nossa proposta de serviço/produção já começa 5x mais barata. O inglês é falado por praticamente 1/3 do mundo, eu começaria por ai. (no final do artigo coloquei alguns mercados e tendências que serão aceleradas nesse momento).
– Corte custos! Priorize um bom plano de saúde, alimentos que tragam energia, e qualquer custo para manter sua casa funcionando e em segurança.

Passo 3: Mantendo sua “nova” EMPRESA

Controle emocional é a principal habilidade agora. Sugiro que a partir de agora, seu planejamento seja mensal, pois todos os dias, tudo pode mudar.
– Faça um planejamento mensal de Receita, por ex: abril, seja pessimista.
– Procure estancar o sangue! Equalize os custos para igualar as receitas, eu sei, é quase impossível, você terá que negociar desde aluguel, fornecedores, pedalar contratos que não possam ser quebrados, fazer o que for, lembre de quando você começou sem nem 1 real, é por ai.
– Para que você possa manter mais pessoas no time, mais talento e gente pensando, e reduzir o impacto de desemprego de forma generalizada, o ideal também é reduzir a carga de trabalho de todos, de 8 para 4 ou no máximo, 6 horas. Para as pessoas que não poderem ficar, eu não chamaria isso de demissão, e sim de “congelamento” de relação, pois nunca sabemos o dia de amanhã e tudo pode voltar ao normal em 2 ou 3 meses… Já que ninguém irá sair de casa, também não precisa pagar vale transporte.
– A partir do time de abril planejado, defina os horários de trabalho que todos possam estar de forma simultânea, e que canais de comunicação irão utilizar (indico o slack para mensagens e google hangouts para video conferências).
– De novo, evite sangramento e perca do caixa, você vai precisar dele no próximo capitulo dessa história.

Passo 4: Crie a empresa que vai destruir a sua. Foque TODA a sua energia e recursos em DESMATERIALIZAR, DESMONETIZAR E DEMOCRATIZAR SEUS PRODUTOS E SERVIÇOS

Se você já tiver produtos ou serviços digitais que geram alguma receita, AGORA é hora de focar neles, mas existe uma diferença, a desmonetização do mundo será grande e você precisa estar preparado para precificar bem o seu produto. Eu imagino que serviços que ja tem preços baixos, com a alta demanda e novo potencial de escala, deverão ficar ainda mais baratos, pois o potencial de crescimento nesse momento é gigante.

E se você NÃO tiver produtos ou serviços digitais? junte as pessoas mais inovadoras da sua empresa, e faça um brainstorming para digitalizar todo o seu negócio, produtos e serviços, pensando com a seguinte lógica:

Praticamente todos os serviços e produtos, podem, de alguma forma, digitalizar sua forma, e levar isso até o cliente de um jeito diferente. Seja um software, atendimento remoto, vender apenas delivery ou por e-commerce… enfim. Mas se você tem muita experiência e entende que seu mercado irá colapsar completamente, considere avaliar o potencial de capital “conhecimento” que existe dentro da sua empresa sobre outros mercados, pode ser que você possa testa-los.

Vamos aos 3 conceitos para transformação digital:
Desmaterialização: Lojas de atacado e varejo, consultórios, encontros físicos, escolas, tudo isso pode ser desmaterializado. Sim, quase tudo pode ser online: Sites, softwares, algoritmos, videos, webinars, venda online etc. Feche imediatamente suas lojas físicas ou escritórios, mude para um endereço virtual (nosso coworking oferece isso! https://elephantcoworking.com.br/endereco-fiscal/) ou negocie uma carência de aluguel até a crise passar, mantendo talvez, apenas um estoque para distribuição, seja por um site, seja por whatsapp.

Desmonetização: O mundo estará com uma grande crise de liquidez, as pessoas, mês a mês priorizarão o essencial para a vida e saúde, muitos estarão desempregados e todos precisarão se adaptar a uma nova forma de consumo.
Antes do corona, talvez você cobrasse 150 reais numa consulta, num serviço ou produto, agora com a crise, talvez você poderá cobrar a metade, mas também gastará a metade, pois seus custos estão reduzidos. O mais importante é continuar gerando valor para a sociedade, e se manter ativo, eu não pensaria em lucro no primeiro momento, antes faturar algo, do que não faturar nada (lógica de manter o cliente) e de acordo com a volta do mercado e a procura for crescendo, os valores vão se ajustando.

Democratização: Nisso as startups e serviços digitais tradicionais são bons, em cobrar barato ou até oferecer de graça (ps: quando você utilizar um produto gratuito, você é o produto) com o plano de vender seus dados ou potencializar outro negócio da rede.
Porque democratizar? porque é onde está a maior parte da população do mundo, e agora, com capital cada vez mais reduzido, e por isso que aqui entra a fase mais difícil, crescer, ganhar escala, reduzir ainda mais os preços, nessa fase você irá ter que utilizar todo o capital da sua empresa para investir de tecnologia, inteligência e marketing para crescer. Foi para isso, que lá atrás (hoje), no começo da crise, você estancou todo o seu recurso, aqui é a hora de investir, aqui é a hora de construir um novo futuro para sua empresa e todos que ajudarão ela a crescer e impactar o mundo.

Mercados e tendências:
Coloco aqui apenas algumas ideias e mercados que já percebo com alto potencial para os próximos meses. Aluguel residencial, agro, varejo online, saúde, logística, educação e claro tecnologia, são alguns dos mercados que devem ser exponencializados nesse momento.
aluguel residencial: Muitas famílias e pessoas idosas devem dividir moradia nesses próximos meses, criando necessidade de uso de novas residências.

Agro e alimentação:
Pessoas mais ansiosas, acumulando alimentos e com menos poder aquisitivo, necessitarão “cortar” intermediários para baixar o valor dos bens. Levar o alimento direto da fazenda até a porta do cliente com certeza terá muitos benefícios, deverão surgir diversos clubes de assinaturas.
Restaurante que já estavam no delivery devem estar focados nisso nesse momento, que não estava, ta virando agora. As famosas cloud/dark kitchens devem pipocar nesses próximos semestres.
Empresas de entrega de doces como um todo, receberam um aumento brutal na demanda mundial nas ultimas semanas.

Varejo online:
A necessidade das pessoas pelo consumo continuará e o e-commerce será uma das únicas alternativas do momento, que mesmo que o mercado volte, muitas pessoas vão testar isso pela primeira vez, o que deve impulsionar novos hábitos.

Educação:
A necessidade de se qualificar para um mundo digital, além de novas profissões que devem surgir, deve alavancar o mercado de capacitação profissional a distancia. Home schooling é uma tendência para os pais (educar as crianças em casa), então programas e metodologias para essa modalidade também deverão crescer bastante.

Saúde:
Esse nem se fala, telemedicina, exames clínicos online, digitalização dos atendimentos pelas secretarias de governo, planos de saúde mais acessíveis, e bem estar físico e mental serão a prioridade numero 1. Solução de home care digitais devem bombar.

Logística:
Solução de porta a porta que não utilizam processo humanos devem ser aceleradas no brasil (entregas feitas por drones, robôs etc), além de uma grande aumento das entregas já feitas por meios tradicionais.

Entretenimento:
Games, Realidade Virtual, tvs por assinatura, musicas, plataformas de streaming, tudo que estiver online e sob demanda, nesse momento esta decolando e são essenciais para manter a qualidade de vida e entretenimento para as pessoas isoladas.

Fonte: Igor Joaçaba