Corte de juros imobiliários deve impulsionar vendas no Ceará


Corte de juros imobiliários deve impulsionar vendas no Ceará

Avaliação do Sinduscon-CE e do Creci-CE é que a medida da Caixa, anunciada esta semana, deve dar condição financeira a mais cearenses no processo de aquisição do imóvel e estimular competição entre bancos

A redução nas taxas de juros do crédito imobiliário anunciada esta semana pela Caixa Econômica Federal deve impulsionar o mercado de imóveis cearense – já em franca aceleração, apesar da pandemia – e permitir que novas famílias possam buscar a aquisição da casa própria e estimular a competição entre os bancos, que buscarão oferecer as melhores condições na modalidade. A perspectiva otimista foi apresentada pelo Conselho Regional de Imóveis do Ceará (Creci-CE) e pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado (Sinduscon-CE).

Com o corte operado pela Caixa, que passa a valer para novos contratos a partir do dia 22 de outubro, a taxa de juros mínima para o financiamento imobiliário para pessoa física com recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo caíram de 6,5% mais a Taxa Referencial (atualmente zerada) para 6,25% + TR. A máxima, antes fixada em 8,5% +TR, será de 8% + TR.

O presidente do Creci-CE, Tibério Benevides, explica que o mercado já vinha aquecido, mesmo diante dos impactos econômicos provocados pela chegada do coronavírus ao Estado, e que os estoques de imóveis novos encontram-se “praticamente zerados”. “Os estoques aqui estão quase zerados, eu diria. A procura por imóveis residenciais está grande e os estoques das construtoras estão acabando”, diz.

Na avaliação dele, com esse movimento, os imóveis usados devem sofrer elevações nos preços em breve, bem como os imóveis que devem chegar ao mercado no início do ano que vem. “A hora de comprar imóveis continua sendo agora, porque no ano que vem nós teremos novos lançamentos e eles não ocorrerão mais com esses preços que estamos vendo”, pontua o presidente do Creci-CE.

Procura
De acordo com Tibério Benevides, os imóveis mais procurados no Estado estão na faixa de preço entre R$ 150 mil e R$ 600 mil. Ele avalia que a busca é bem pulverizada entre os bairros de Fortaleza, com destaque para Aldeota e bairro de Fátima. “Mas vários outros bairros de Fortaleza estão se desenvolvendo. O Eusébio, cidade da região metropolitana, tem crescido bastante com os condomínios de casas e as casas de rua, porque lá é possível comprar um imóvel de 120 metros quadrados pelo preço de um de 70m² a 80m² na Capital”, detalha.

O presidente do Sinduscon-CE, Patriolino Dias, pontua que o anúncio do corte na taxa de juros do crédito imobiliário da Caixa foi muito bem recebido pelo setor da construção civil no Estado. “Isso vem para reforçar a melhora na economia. Quando a Selic (taxa básica de juros) ainda estava em 4% ao ano, a gente já tinha um crescimento do mercado. Agora, com a Selic a 2% ao ano e com os bancos reduzindo suas taxas, a prestação de quem assume um financiamento é bem menor”, diz.

Para ele, isso contribui para tornar possível para várias famílias o sonho da casa própria. “Quando você tem uma redução da taxa de juros, a prestação é menor e você consegue inserir aí várias famílias que nem poderiam realizar o sonho da casa própria, então nós enxergamos com muita positividade”, afirma.

De acordo com dados do Sinduscon-CE, considerando as obras e os lançamentos, o estoque está em 5.827 unidades, sendo 4.754 em obras e 1.073 lançamentos. O presidente da entidade lembra que, há cinco anos, o estoque do setor era de cerca de 12 mil unidades.

Competição
Os bancos que trabalham com crédito imobiliário no País ainda não anunciaram contrapartidas de redução nas suas taxas do crédito imobiliário, mas o presidente do Creci-CE avalia que isso deve ocorrer em breve. “Essa redução é muito boa, saudável para estimular a concorrência e quem ganha somos nós, consumidores”, reforça Benevides.

Ele lembra ainda que os bancos oferecem outras possibilidades de financiamento imobiliário além do atrelado à Taxa Referencial. A própria Caixa Econômica Federal conta, desde o ano passado, com a linha atrelada ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), com taxas a partir de 2,95% ao ano.

“São duas opções que a Caixa oferece ao consumidor, mas sobre a TR o governo está conseguindo ter mais controle e mantê-la zerada. Sobre o IPCA, o governo já não consegue controlar, então, eu, hoje, se fosse comprar um imóvel para pagar em 30 anos, optaria pelo financiamento atrelado à Taxa Referencial, que nos últimos anos tem esse histórico de estar muito próximo ou abaixo da inflação”, diz.

Em setembro deste ano, o Itaú lançou uma linha de crédito imobiliário atrelada ao rendimento da poupança, com taxa de 5,39% ao ano. “A linha tem uma taxa de juros fixa de 3,99% ao ano e utiliza como indexador o rendimento da poupança, que acompanha a taxa básica de juros (Selic), atualmente no menor patamar da história. Com isso, a taxa para os clientes que contratarem financiamentos imobiliários nesta nova linha, com os valores atuais, será de 5,39% (3,99% + 1,4%) ao ano”, explica o banco.

Mercado
Considerando, porém, o crédito imobiliário atrelado à Taxa Referencial no Itaú, os juros estão a partir de 6,9% ao ano. Depois da taxa de 6,25% a. A. Da Caixa, a segunda menor taxa mínima de juros atrelada à TR é ofertada pelo Banco do Brasil, com 6,39% ao ano + TR. Santander e Bradesco contam com taxas mínimas de 6,99% ao ano +TR e 7,10% ao ano + TR, respectivamente.

A Caixa detém a maior participação de mercado em aquisição de imóveis, conforme os dados da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip). Em 2020 até agosto, os financiamentos imobiliários junto ao banco somam 93,9 mil unidades, gerando um montante de R$ 19,9 bilhões. Em seguida, aparecem Bradesco, com 37,5 mil unidades e R$ 11,2 bilhões; Itaú, com R$ 10,2 bilhões e 32,6 mil unidades; Santander, com 24,5 mil unidades e R$ 7,1 bilhões e Banco do Brasil, com 6,3 mil unidades e R$ 1,6 bilhão.

Carência
Além do anúncio da redução na taxa de juros do crédito imobiliário, a Caixa também anunciou esta semana que os novos contratos imobiliários firmados até o dia 30 de dezembro terão direito a uma carência de seis meses. Com isso, os compradores poderão esperar até seis meses para começar a pagar o financiamento da casa própria e, nesse período, deverão arcar somente com a taxa de administração do contrato e valores referentes aos seguros.

A Caixa também anunciou a opção de pagamento parcial da prestação para os contratos que já estão em vigor. O consumidor vai poder optar, portanto, pelo pagamento de 50% da mensalidade por três meses, ou de 50% a 75% por até seis meses, com o valor suprimido sendo quitado depois ao longo do contrato.

Fonte: Diário do Nordeste

INS Portugal procura Casa a Beira Mar para Vendas

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Fonte: INS Portugal em 28.04.2020

Olivetto, Agora não é hora de vender; agora é hora de prestar serviço

Washington Olivetto é um dos maiores nomes da publicidade brasileira. Criador de campanhas de sucesso como o “Primeiro Sutiã”, de Valisere, o “Garoto Bombril” e o cachorrinho da Cofap, foi um dos principais empreendedores da propaganda nacional, ao fundar, em 1986, a W/GGK —que, mais tarde, se transformaria na icônica W/Brasil.

Desde 2017, Olivetto mora em Londres, na Inglaterra, com a mulher, Patrícia, e os filhos, Antônia e Theo. Ainda ligado no dia a dia da propaganda mundial, o criativo falou com exclusividade à reportagem do UOL.

No papo, Washington aborda a mudança radical que a publicidade deve encarar nos próximos meses, além das lições que o mundo pode tirar para a vida pós-pandemia. Confira.

A publicidade está em um “momento de transformação”. Com a pandemia, essa transformação será acelerada? Qual o cenário?

Já fazia um bom tempo que a publicidade, tanto no mundo quanto no Brasil, não caminhava bem sob os pontos de vista criativo e negocial, precisando se reinventar. Agora com a pandemia, esse problema cresce e a necessidade de reinvenção se transforma em obrigatoriedade de re-reinvenção. As agências “gordas”, com estruturas inchadas, que já estavam faz algum bom tempo precisando ir para um spa emagrecer por uma questão estética, agora vão ter que emagrecer por uma questão ética e de sobrevivência.

O mais importante na comunicação é saber encantar e seduzir

A tese defendida particularmente por consultorias, de que o mais importante no negócio da comunicação é saber mensurar os resultados, vai perder seu breve reinado. Já se voltou a perceber que, seja qual for a mídia, analógica ou digital, tradicional ou recente, o mais importante na comunicação é saber encantar e seduzir.

Dados, então, não substituirão boas ideias?

As grandes ideias vão voltar a reinar, porque só elas são capazes de encantar e seduzir, gerando, por consequência, os resultados que provocam satisfação e orgulho quando mensurados. Sem grandes ideias não acontece nada. Não tem resultado para mensurar. Essa é a verdade.

Sobre a existência das agências num futuro próximo, o cenário também é claro: só sobreviverão as agências dos grandes grupos e, mesmo assim, lutando com enormes dificuldades. Também sobreviverão as agências independentes extremamente talentosas, porque essas sempre serão as exceções que sobrevivem a qualquer regra. Quem não for de um grande grupo nem independente brilhante deixará de existir.

Um estudo da Kantar diz que as marcas que anunciam em momentos de crise crescem cinco vezes mais do que as outras. Mas a crise de hoje é, digamos, “diferente”. É hora de investir em comunicação?

Sempre é hora de investir em comunicação, mas de acordo com as necessidades e prioridades do momento. Analisando os dias de hoje, agora não é hora de vender, é hora de informar. Agora não é hora de persuadir, é hora de prestar serviço. As empresas que fizerem isso sairão mais fortes desse momento.

Consumidores preferem comprar de empresas bem-humoradas

Empatia e bom humor podem ser um caminho que as marcas podem seguir neste momento de pandemia? Quais são bons exemplos que têm surgido pelo mundo?

Assim como as pessoas preferem conviver com pessoas bem-humoradas, ao invés de pessoas mal-humoradas, os consumidores preferem comprar de empresas bem-humoradas, ao invés de empresas mal-humoradas.

Bom humor passa simpatia e autoconfiança, características típicas dos grandes vencedores. Mesmo num momento dramático como o que vivemos, o humor (quando pertinente) pode ser uma poderosa arma de vendas e construção de imagem.

Nos últimos anos, uma campanha bem humorada tratando de problemas sérios se destacou: Dumb Ways to Die (Maneiras Estúpidas de Morrer) foi uma campanha australiana sobre os acidentes sofridos por pessoas que prestavam maior atenção nos seus telefones celulares do que na vida que estavam vivendo.

Os grandes eventos de inovação e criatividade, como SxSw e Cannes Lions, foram cancelados. Pode ser o momento de uma quebra de paradigma para o mercado de premiações e eventos globais? O investimento pode tomar outros rumos?

O festival de publicidade de Cannes, que administrou mal sua ambição nos últimos anos, exagerando na sua busca obsessiva por ganhar dinheiro, já vinha em decadência. Perdeu sua importância como documentador da atividade e como premiação, por ter passado a distribuir prêmios em quantidades industriais.

Comentários entre os profissionais de primeiro nível do negócio da publicidade mundial diziam que qualquer um que visitasse Cannes na semana do Festival podia ser atingido por um prêmio.

Por outro lado, também na busca de ganhar dinheiro, o Cannes Lions tentou invadir a área de eventos e palestras nos últimos anos, características de acontecimentos como o SxSw. Inicialmente, ganhou em termos de frequência e faturamento, mas, evidentemente, perdeu em prestígio.

Enquanto isso, o SxSw, em Austin, foi ganhando o seu espaço, até por ser mais variado e custar menos do que Cannes. É provável que, daqui para frente, os dois tenham dificuldades de sobrevivência. Até porque eventos que aglomeram muitas pessoas terão uma tendência a serem repensados. Acredito que o Cannes Lions terá ainda mais dificuldades, porque já vinha na curva descendente.

Espero que, quando a pandemia acabar, tenhamos um mundo menos poluído e poluente

Quais são as boas lições que o mercado publicitário pode tirar deste momento?

A vida e o mercado publicitário podem tirar lições disso tudo. Espero que, quando a pandemia acabar, tenhamos um mundo menos poluído e poluente. E uma publicidade menos poluída e poluente.

Acredito que conseguindo se re-reinventar, a publicidade pode voltar a ter momentos de prosperidade criativa e de negócios. Menores do que os vividos no seu auge mundial, entre 1980 e 2000, mas dignos de serem saudavelmente aproveitados.

Fonte: Uol Noticias em 14.04.2020