Saneamento: Projeto de Lei garante regulação para quem investir no Ceará

Saneamento: Projeto de Lei garante regulação para quem investir no Ceará

Agência Reguladora do Estado do Ceará (Arce) dará mais segurança aos entes privados, que poderão investir no setor graças ao novo marco legal

Em tramitação da Assembleia Legislativa, o Projeto de Lei 38/20, de autoria do Governo do Estado, pode representar uma importante mudança na legislação para estimular investimentos nos serviços locais de saneamento básico. Isso porque a proposta garante a atuação da Agência Reguladora do Ceará (Arce) perante entes privados, que poderão investir no setor graças à aprovação do novo marco legal, que teve como relator o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE).

Já aprovado nas comissões necessárias, incluindo a Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJR), o PL deve ser votado na próxima sessão plenária da Assembleia, que ocorre nesta quinta-feira, 20. Segundo o presidente da Arce, Hélio Winston Leitão, as adaptações para o ambiente local das mudanças relacionadas ao novo marco legal do saneamento básico serão importantes para que os investidores tenham mais segurança ao aportar recursos no Estado.

“Qualquer um, para desembolsar recursos e investir no serviço público, precisa ter a garantia de uma agência reguladora forte, para dar a segurança de que os prazos contratuais serão cumpridos e de que todo o regramento posto será respeitado”, afirma Hélio. Conforme diz, a Lei 14.394, que define a atuação da Arce nos serviços de saneamento, é um pouco “dúbia” no que se refere aos entes privados. Com o PL, a ideia é promover o aprimoramento desta legislação.

“No Ceará, há um ambiente propício para receber investimentos em saneamento básico, pois temos uma agência reguladora importante, com mais de 20 anos de existência e corpo técnico formado inteiramente por concursados, além de uma companhia de água e esgoto (Cagece) preparada em termos jurídicos, que vem trabalhando no aprimoramento de contratos antes mesmo do novo marco. Não tenho dúvidas de que receberemos grandes investimentos”, diz Hélio Winston.

Ainda de acordo com o presidente da Arce, além dos atrativos do Ceará, outro ponto que deve estimular investimentos em saneamento básico é a cobrança da tarifa, o que garante aos investidores um retorno mais rápido. “Quer garantia maior do estar respaldado por uma tarifa? Isso certamente será um estímulo para que exista grandes aportes no Brasil como um todo”, finaliza Hélio.

R$ 97 bilhões no Nordeste
Segundo estimativa da XP Investimentos, o Nordeste deve ser a segunda região do País que mais receberá investimentos em saneamento ao longo dos próximos anos, com a estimativa de R$ 97 bilhões, atrás apenas do Sudeste, que contará com R$ 158 bilhões. O Sul, com R$ 75 bilhões, aparece na terceira colocação.

Para Lauro Chaves Neto, consultor, professor da Universidade Estadual do Ceará (Uece) e conselheiro federal de Economia, a carência de infraestrutura sanitária registrada no Ceará e no Nordeste, de um modo geral, gera a necessidade de que o setor privado atue com investimentos para garantir o desenvolvimento regional.

Segundo ele, a Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) e os grandes centros urbanos do Interior, como o de Sobral e do “Crajubar” (Crato, Juazeiro do Norte e Barbalha), devem atrair investidores por conta da grande população e necessidade de aperfeiçoamento da rede local.

“Para a universalização do saneamento básico acontecer, é preciso um nível de investimento pesado e, para os próximos anos, a perspectiva de aporte público é pequena, pois os esforços para reduzir os impactos da crise estão exigindo muitos recursos do Governo. É preciso atrair investimentos privados”, diz Lauro.

Ao todo, de acordo com o Governo Federal, a estimativa é de aproximadamente R$ 700 bilhões sejam investidos em todo o Brasil até 2033, ano em que os contratos de saneamento devem cumprir metas de cobertura de 99% para o fornecimento de água potável e 90% para coleta e tratamento de esgoto.

Marco legal do saneamento
Aprovado no Senado Federal no último mês de junho, o novo marco legal do saneamento básico no Brasil prevê, entre outras medidas, o fim de novos Contratos de Programa, que só podem ser celebrados entre entidades estatais; a possibilidade de participação de empresas privadas nos contratos entre cidades e empresas de água e esgoto, que vão passar a ser de concessão; e a determinação de que, caso uma empresa de saneamento estatal seja privatizada, não será necessário o consentimento dos municípios titulares.

As mudanças, segundo especialistas, abrem um leque de possibilidades para a captação de investimentos, uma vez que empresas privadas poderão atuar no setor para reparar a carência estrutural de diversos municípios, incluindo capitais como Fortaleza. Para Helder Rebouças, especialista em cenários legislativos, consultor legislativo e ex-diretor-gera do Senado, a aprovação das novas regras tem por finalidade superar gargalos históricos no setor de saneamento básico.

“Devido à baixa capacidade de investimentos do Estado brasileiro, sobretudo diante dos efeitos fiscais da pandemia, a participação privada no setor tende a se ampliar. Nesse contexto, é bom dizer que, diante da esperada queda do PIB no Brasil (entre 6 e 10%), investimentos privados em saneamento podem desempenhar papel anticíclico no médio prazo”, pontua Helder Rebouças.

Conforme os dados mais recentes da Arce, em Fortaleza apenas 77,3% da população é atendida com água tratada, enquanto menos da metade (49,9%) conta com o esgotamento sanitário. Em outras grandes cidades do Interior cearense, como Juazeiro do Norte, a parcela da população com acesso ao esgotamento sanitário não passa de 24%, o que evidencia a carência existente.

Fonte: TrendsCE em 17.08.2020

Turismo no CE reage à reabertura e volta a crescer após quatro meses

Turismo no CE reage à reabertura e volta a crescer após quatro meses

Volume das atividades turísticas no Estado avançou 13,2% na passagem de maio a junho, segundo dados do IBGE. Expectativas de representantes do trade revelam otimismo cauteloso para os próximos meses

A volta ao trabalho após o fim do isolamento no Ceará já resulta em avanços na economia local, a partir do crescimento de 13,2% no volume das atividades turísticas e de 6,4% no de serviços prestados em junho no Estado. O avanço – no caso do turismo, o primeiro após quatro quedas – foi possível a partir da reabertura de estabelecimentos como barracas de praia, restaurantes e salões de beleza, entre outros serviços que, com a devida cautela, sinalizam uma retomada gradual à medida que mais negócios são liberados para reabrir as portas.

Para o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis no Ceará (ABIH-CE), Régis Medeiros, será uma retomada “degrau a degrau”. “A gente espera um mês de agosto melhor que julho e assim por diante. Gradualmente, os voos internacionais e nacionais vão sendo retomados”, aponta.

Ele explica que os resultados de junho ante maio estão associados ao fato de os estabelecimentos estarem fechados em maio.

“Fortaleza possui uma ocupação média de 57% ao ano. (Agora), temos hotéis com 6%, 7%, 8% de ocupação, então sabemos que é uma retomada degrau por degrau”, pondera. Para potencializar o processo, Medeiros explica que o setor hoteleiro espera poder trabalhar ações de divulgação. “Para que possamos buscar um equilíbrio, porque a normalidade nós só teremos com a vacina”.

O presidente da ABIH-CE também pontua que o turismo doméstico deve ser importante no reaquecimento e lembra que as viagens locais ajudam. “Nesse primeiro momento, o turismo regional vem sendo importante, mas para atingirmos o equilíbrio precisaremos dos turistas do Sudeste também. É um somatório”, pondera.

Com os gargalos impostos pela Covid às viagens mais distantes, as pousadas em cidades litorâneas no Estado puderam sentir, em junho, um certo alívio. A presidente da Associação dos Meios de Hospedagem e Turismo do Ceará (AMHT-CE), Vera Lúcia da Silva, explica que houve certo movimento em junho e em julho, sendo no mês passado de forma mais pulverizada por causa do número um pouco maior de pousadas abertas.

“O próprio fortalezense nos fins de semana já está procurando o litoral”, diz. “Estamos colocando as nossas fichas em setembro e outubro”, ressalta Vera, reforçando que a ocupação abaixo de 10% está muito aquém do que é necessário para que os negócios do setor consigam se manter.

É também com um olhar esperançoso que a presidente da Associação dos Empresários da Praia do Futuro (AEPFuturo), Fátima Queiroz, visualiza os próximos meses de 2020. Ela destaca, porém, que o cenário na Praia do Futuro já superou as expectativas das barracas. “Estamos otimistas. Percebo até que a movimentação, que antes era predominante aos domingos, está mais pulverizada entre os dias da semana”.

Ela frisa que a pulverização também ocorre entre as próprias barracas. “Como a capacidade está limitada a 50% do público, às vezes o consumidor acaba procurando uma outra barraca, menor. Isso é positivo para essas barracas menores. Também estamos percebendo que a abertura à noite começou a dar resposta com a nossa quinta-feira”, ressalta.

‘Melhora aquém’

Já o diretor da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes no Ceará (Abrasel-CE), Taiene Righetto, explica que não consegue mais ver uma recuperação do setor em 2020.

“Nós estamos faturando 40% na comparação com o que a gente faturava antes da pandemia. Aumentar esse número só vai ser possível quando ampliarmos o horário de funcionamento e aumentarmos a nossa capacidade”, destaca.

De acordo com ele, o fechamento definitivo dos bares e restaurantes já chega a 40%. “Hoje, temos 40% dos empreendimentos do setor que não vão reabrir. A devastação nos bares e restaurantes foi muito grande e não tem milagre”, pontua. O percentual de estabelecimentos que não conseguirá reabrir corresponde a cerca de 2 mil negócios.

O analista de Políticas Públicas do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece), Alexsandre Cavalcante, reforça que o crescimento no índice de atividades turísticas e no volume de serviços considera uma base de comparação muito baixa, caso do mês de maio.

“É natural que ocorram essas taxas de crescimento dentro do ano, considerando a baixa base de comparação”, avalia. Conforme a pesquisa do IBGE, na comparação com igual período de 2019, o índice de atividades turísticas em junho caiu 69,3%.

Ele também pontua que o setor é o mais importante na economia de todas as regiões do Ceará. Os serviços correspondem a 76% do Produto Interno Bruto (PIB) do Estado.

“A previsão para os próximos meses é que essas pesquisas sigam apresentando crescimento por causa das bases baixas. Até o fim do ano, vamos conviver com esse crescimento, mas nas comparações com 2019 teremos as quedas pois nunca tivemos algo na nossa história que paralisasse toda a cadeia produtiva”, ressalta o analisa do Ipece.

Fonte: Diário do Nordeste em 13.08.2020

Está preparado para o Ceará Global 2020: O futuro em 360º?

Está preparado para o Ceará Global 2020: O futuro em 360º?

Você não pode perder o CEARÁ GLOBAL 2020 que este ano é online e será realizado nos dias 25, 26 e 27 de agosto. Você pode assistir de qualquer lugar do mundo o maior evento do Ceará sobre comércio exterior, atração de investimento estrangeiro e cooperação internacional.

Preparamos uma agenda imersiva (parte da programação é em 360º), gamificada e co-criada por especialistas cearenses e de outros lugares do Brasil e do mundo para debater o processo de internacionalização da nossa economia.

Passeie pelo mapa de Fortaleza, a maior metrópole de influência regional do norte-nordeste do Brasil e assista as palestras que vão ocorrer virtualmente nos principais hubs de negócio do estado (Fiec, Fecomércio, Sebrae, AECIPP, Porto de Fortaleza e Porto do Pecém). Visite os standes no Centro de Eventos e dê uma passada na praia do Cumbuco em Caucaia, para saber mais sobre os objetivos do desenvolvimento sustentável no Ceará. E tem muito mais…

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Serviço:
Ceará Global
Data: 25 a 27 de Agosto
Hora: 09:00H
Inscrições: https://bit.ly/30BPFRx

Fonte: Ceará Global em 12.08.2020

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